O tempo prossegue indelével, sem poder ser apagado ou desaparecer, e o calendário gregoriano marca esse 24 de outubro, no segundo mês da primavera, no hemisfério sul do planeta Terra.
Nessa marcação do tempo com os dias repletos de calor e podendo ou não chover, ventar forte e até surgir um friozinho onde estou em Belo Horizonte, me vejo caminhando dia a dia, ano a ano. A marca dos 69 anos está sendo atingida hoje e o próximo ponto está na direção dos 70, uma outra década que vai se delineando.
Olhando para trás, vejo como se deram os vários ciclos da vida que me trouxeram até o dia de hoje. Dou muito valor a tudo o que foi feito conforme a capacidade que eu tinha a cada ciclo e buscando no insubstituível conhecimento o necessário suporte para as diferentes fases.
Tenho a consciência de tudo o que foi vivido, com acertos e erros que muito me ajudaram a prosseguir, sem desistir jamais. E claro que persisto no realismo esperançoso e, por isso mesmo, consciente das limitações trazidas pelas condições funcionais, conforme nos mostra a teoria das restrições. Nada será como já foi, inclusive em termos de autonomia e independência.
O que poderá ser mais adequado nesse novo ciclo precisará ser construído em função das condições de contorno que delimitam as possibilidades, mas sem abrir mão do respeito e da dignidade. Isto pode até parecer simples, mas é desafiante nessa complexa arte de viver, inclusive nos avanços das diversas etapas na fase idosa em busca de um envelhecimento ativo e de momentos felizes.
Nessa altura da pensata, muitos leitores podem estar se perguntando sobre onde eu quero chegar, mas o que almejo é continuar caminhando em condições dignas e com saúde mental compatível até a finitude nesse plano. Sei que muitos não gostam de conversar sobre a finitude, mas ela nos traz uma certeza definitiva de que estamos tratando do marco final dessa existência.
Enquanto caminho para o final dessa manhã e o dia vai crescendo, reitero minha gratidão pela vida inteira ancorada na família amiga e nos amigos surgidos na caminhada. É dia de celebrar!
Fundo eleitoral de 2024 pode chegar a R$ 6 bilhões
Enquanto o Fundo Partidário ajuda a manter os partidos políticos em funcionamento anualmente com o dinheiro público, o Fundo Eleitoral aparece a cada 2 anos para financiar as eleições dos candidatos aos Poderes Legislativo e Executivo da União, Estados e Municípios. Desde a proibição de doações das empresas para as campanhas eleitorais o jeito foi buscar o financiamento com o dinheiro público.
Agora o Congresso Nacional – Senado e Câmara dos Deputados – está discutindo o orçamento de 2024, ano eleitoral. Nesse momento, projeta-se nas negociações parlamentares um Fundo Eleitoral chegando a R$ 6 bilhões.
Os recursos devem vir das Emendas Parlamentares, como prevê a lei, mas o importante é que venha, para a alegria de todos os interessados.
Como se sabe, cabe aos presidentes dos partidos em suas instâncias a alocação desses recursos públicos para as diversas candidaturas, conforme determinados critérios nem sempre bem divulgados. De qualquer maneira, sabe-se que aos amigos dos reis…
A lenta digitalização de micro e pequenas empresas
Um estudo feito pela unidade de São Paulo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae-SP, mostra que mais da metade das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do país ainda não digitalizaram seus processos de trabalho e nem sabem como realizar a passagem para a transformação digital.
O levantamento aponta que 96% das MPEs ouvidas acreditam que a transformação digital é importante para seu porte no segmento a que pertencem, enquanto 53% afirmaram que ainda não iniciaram o processo.
Vale lembrar que aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto – PIB do Brasil resulta das atividades das MPEs em mais de 8 milhões de empreendimentos que geram 52% dos empregos do país.
Como sempre, é preciso implementar uma gestão estruturada dos negócios, com o dinamismo que a melhoria contínua exige na competitiva busca para melhor atender as necessidades e expectativas dos clientes.
Usina hidrelétrica de Santo Antônio voltou a funcionar no Rio Madeira
Após 14 dias de paralização devido à seca na região amazônica, a usina de Santo Antônio no Rio Madeira, em Rondônia, voltou a gerar energia hidrelétrica na segunda-feira, 16 de outubro. A decisão foi tomada pela Santo Antônio Energia e o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS.
Enquanto o aquecimento global aumenta e as mudanças climáticas se acentuam, só nos resta encarar cada dia com a sua agonia, enquanto a humanidade no mundo capitalista não faz o que precisa ser feito. Simples assim.
A Reforma Tributária, os supermercados e a cesta básica
A Reforma Tributária está em discussão no Senado e muitos são os argumentos defendidos pelos mais diversos seguimentos da economia na tentativa de justificar um tratamento diferenciado, mais leve, na tributação de seus negócios.
A Associação Brasileira de Supermercados – Abras, por exemplo, apresentou estudos ao relator da Reforma defendendo a isenção total de impostos sobre a cesta básica, conforme os parâmetros aprovados na Câmara dos Deputados. A entidade argumenta que 89% da renda gerada pela isenção da cesta ficam com cidadãos das classes média ou baixa.
Vamos acompanhar as discussões e verificar a correlação de forças que determinará a proposta que prevalecerá no texto final a ser aprovado.
A onda de calor com a qual estamos convivendo neste início de primavera chama a nossa atenção para o aquecimento global e as mudanças climáticas no planeta Terra. No Brasil temos da seca na Amazônia às chuvas no sul, desmatamento nos diversos biomas, queima de combustíveis fósseis e emissões de gases que aceleram o efeito estufa, formação de ciclones extratropicais… Por enquanto, são muitos os discursos bradando por mudanças, mas poucas as medidas efetivamente colocadas em prática.
Enquanto isso, e indo global para o local, contrastando com a transformação urbana desordenada e desrespeitosa com a natureza, eis que surge uma oportunidade para chupar jabuticabas num quintal de uma casa preservada, que resiste à especulação imobiliária, na região central de Araxá-MG.
No sábado 30 de setembro e no domingo 1º de outubro, lá se encontraram fraternalmente em torno do pé de jabuticaba membros da terceira e quarta geração da família de Inhô Bento e Vó Maria. Eles chegaram ali na década de 40 do século passado e seus descendentes já estão na quinta geração, mas unidos na complexa arte de viver.
Foto: Sofia Magela de Ávila
O terreno tem 1000 m² e, além do pé de jabuticaba, tem outras plantas que geram frutas como araçá, cajamanga, pitanga, goiaba vermelha, manga, abacate, ameixa, jambo, mexerica, limão, maçã, pêra, carambola, acerola, cana caiana, uva e abiu.
Os vizinhos também ganharam jabuticabas e ainda sobraram muitas no pé, para deleite dos pássaros que frequentam o quintal.
Vale lembrar que, conforme está no Mundo Educação, “a jabuticaba é o fruto da jabuticabeira, árvore originária do Brasil, nativa da Mata Atlântica. A jabuticabeira floresce de setembro a dezembro a partir do sexto ano de plantio. Existem jabuticabeiras por todo o país, porém é mais encontrada nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
A fruta é pequena, de casca roxa e polpa branca que contém boa quantidade de ferro, vitamina C, carboidratos. Contém também vitaminas do complexo B, como a B2 e B3. É consumida ao natural e utilizada na preparação de vinhos, licores, geléias, sucos, vinagres.”
Desde criança eu gostava de ouvir histórias. O momento melhor das minhas aulas no grupo escolar era no final, quando a professora (que não era tia) arrematava com uma história.
Confesso que viajava pelos castelos dos príncipes, pela torre de Rapunzel, entre as árvores da floresta dos sete anões, no encontro com um gato de botas, além de ouvir um minúsculo ser do tamanho de um polegar.
Daquela época até hoje, os livros ocuparam papel importante na minha vida e na minha estante. Mas, lamentavelmente, assim como milhares de outras coisas que marcaram a vida de milhões de pessoas, tiveram sua pena de morte decretada. E nesse movimento, incontáveis ambientes, culturas, etc foram vítimas das mudanças e dos aprimoramentos do mundo contemporâneo.
O que me conforta, é saber que minha geração ainda poderá contar com a leitura de livros que, mesmo sendo técnicos, foram escritos por um ser pensante que traz em seu âmago alguma forma de emoção.
Saibam, caríssimos leitores deste Blog, que a Inteligência Artificial escreve textos sensacionais em tempo recorde. E que a previsão de muitos estudiosos da tecnologia se cumpriu, apesar de tantos críticos terem dito que jamais ocorreria. E, nessa esteira rolante, não sei dizer, sinceramente, se seremos substituídos por ferramentas tecnológicas com bilhões de palavras e formações de frases. Tenho plena convicção de que a concorrência é desleal. Agora, os chatbots são os protagonistas da peça. São softwares que se comunicam e interagem com usuários por meio de mensagens automatizadas. Isso, a todo momento e sem necessidade de qualquer ajuda humana.
Utilizando a linguagem policial, a tecnologia está adentrando em nossas casas e fazendo evadir tudo que, até hoje, era uma rotina e um estilo de vida. Neste contexto, o que prevalece é a mudança e Heráclito (500 a.C. – 450 a.C.) confirma sua tese: “Tudo muda o tempo todo, e o fluxo perpétuo (movimento constante) é a principal característica da natureza”. Só não imaginava que as transformações seriam muito mais avassaladoras do que poderia prever.
Enfim, estamos diante de um novo mundo, totalmente diferente do que já se viu em toda a história deste planeta. “E nada do que foi será/ de novo do jeito que já foi um dia…”
*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br
A Associação Brasileira dos Supermercados – Abras vai pedir o apoio do presidente Lula ao projeto de lei que permite aos supermercados a venda de medicamentos isentos de prescrição médica. Segundo a entidade, antiácidos e analgésicos poderão ter redução de preços em torno de 30%. Obviamente que a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias – Abrafarma é contra a medida e a considera nociva à saúde do povo.
Quem vencerá essa disputa na Câmara dos Deputados?
Emendas Pix
Os Parlamentares Federais – Deputados e Senadores – têm o direito de destinar emendas impositivas com verbas para Estados e Municípios através de convênios com os ministérios do Poder Executivo, com a devida prestação de contas do dinheiro gasto. Já nas Emendas Pix os parlamentares enviam as verbas diretamente para os municípios e geralmente priorizando os pequenos.
Levantamento feito pelo jornal O Globo, na edição de 25 de setembro, mostra que nos últimos três anos foram enviados R$6 bilhões a municípios na modalidade Pix e que não houve prestação de contas em 94% dos casos. Assim, por exemplo, fica mais fácil pagar shows musicais pelo país afora.
A onda de calor e a energia elétrica
Enquanto a maioria das pessoas está reclamando da onda de calor do final do inverno e do início da primavera, o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS informa que o consumo de energia elétrica terá um aumento de aproximadamente 6% no mês de setembro na comparação com o mesmo período do ano passado. Entretanto, o ONS afirma que os reservatórios das usinas estão cheios e não há risco de desabastecimento.
Também está em crescimento a geração de energia eólica e fotovoltaica. Pelo visto, este será o quinto ano consecutivo sem a edição do Horário de Verão a partir da terceira semana de outubro.
Reposição salarial de 40% ou greve
Faixas espalhadas pelo campus da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG na Pampulha, em Belo Horizonte, mostram a sinalização e o desejo dos professores em obter parte da perda salarial acumulada a partir de 2015. Atualmente, ela se aproxima dos 60% enquanto o Ministério da Gestão sinaliza 1% de reajuste para o ano que vem.
Vamos ver se a categoria vai se mobilizar para obter esta conquista, pois isso não acontece desde 2016.
Cooperativas financeiras crescem na concessão de créditos
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae fez uma pesquisa sobre a concessão de créditos buscados pelas empresas desse porte no mês de junho. Foram ouvidos 6.237 empresários por telefone, dos quais 22% foram atendidos pelo Banco do Brasil, 17% pela Sicredi, 15% pela Caixa, 12% pelo Sicoob e 10% pelo Bradesco.
Como podemos ver, as duas cooperativas financeiras juntas, Sicred e Sicoob, responderam por 29% dos empréstimos concedidos, ou seja, praticamente três em cada 10 operações.
É o associativismo e o cooperativismo realçando o seu valor crescente na forma de organização de pessoas em seus negócios.
Estamos passando pelo momento de discussão, negociação e aprovação do orçamento de 2024 da União Federal, Estados e Municípios a partir dos parâmetros determinados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.
Tomando o orçamento da União Federal para observação e análise, veremos alguns aspectos que provavelmente serão abordados e discutidos na fase legislativa, diante de pressões e reivindicações de diversos grupos e segmentos interessados. Muitas negociações serão feitas, a começar pelos interesses dos próprios parlamentares.
Chamam a minha atenção alguns aspectos (pontos) que impactam diretamente e de maneira desigual os pagadores de tributos na forma de impostos, contribuições e taxas, inclusive nos serviços públicos concedidos.
Um ponto relevante para a proposta é que tudo está ancorado no arcabouço fiscal, que substituiu o teto de gastos públicos. As premissas básicas utilizadas na elaboração da peça orçamentária estimam o crescimento do Produto Interno Bruto – PIB em 2,26%, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA do IBGE, em 3,3%, taxa básica de juros – Selic do Banco Central em 9,8%, dólar em R$ 5,02, barril de petróleo em US$ 73,90, salário mínimo em R$ 1.421,00 e Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, que reajusta os benefícios do INSS, em 3,01%.
É extremamente desafiadora a meta de zerar o déficit público, ancorada essencialmente no aumento da arrecadação em busca de R$ 168,5 bilhões. A imensa maioria das medidas para se atingir essa meta ainda depende da aprovação pela Câmara dos Deputados e do Senado.
Outros aspectos importantes dizem respeito ao congelamento dos valores pagos pelo programa Bolsa Família e da Tabela do Imposto de Renda, apesar das promessas da campanha eleitoral. Já para os servidores do Poder Executivo é previsto um reajuste salarial simbólico de 1%, o que só aumenta a perda do poder aquisitivo que se acumula desde 2015 e se aproxima dos 60%.
Enquanto isso, as emendas parlamentares visíveis e obrigatórias somam R$ 37,6 bilhões, fora outros aportes diluídos na estrutura organizacional do Poder Executivo.
O questionável Fundo Eleitoral para as campanhas de candidatos a prefeitos e vereadores prevê gastos de R$ 939 milhões. Entretanto, nas negociações da peça orçamentária poderá ser elevado até R$ 5,5 bilhões, pois o mesmo fundo foi de R$ 4,9 bilhões nas eleições de 2022 e os parlamentares esperam que seja corrigido pela inflação dos últimos 2 anos. Praticamente não existem recursos para novos investimentos e somente para o pagamento dos juros da dívida pública estão reservados R$ 649 bilhões.
Para quem acompanha o orçamento público mais de perto, é de se imaginar que o mesmo também deveria ser feito para o orçamento individual e familiar. Com quais premissas entraremos no ano de 2024 em relação ao poder aquisitivo, às possibilidades de manutenção do emprego ou de obtenção de novas fontes de renda, por exemplo?
Será que precisamos conhecer melhor os nossos números, repensar os três ou quatro cartões de crédito que usamos, parar de tomar decisões só no impulso ou aumentar a educação financeira?
O que é possível fazer com as coisas que só dependem de nós?
Para mais detalhemento sobre os números apresentados nesta pensata, você pode clicar aqui e aqui.
Nesses últimos dias, a vida me surpreendeu negativamente. Eu acreditei, leitores de boa-fé que, com o passar dos anos, os desafios que a existência nos reserva fossem diminuindo. E, pela lógica, já tendo certo acúmulo de experiência, realizações, “uma certa idade”, as cargas mais pesadas seriam atribuídas aos mais jovens.
Mas estava enganado. Primeiro, porque a vida não tem lógica alguma. E, depois, pelo fato de que, quanto mais vivemos, mais caras ficam as cobranças. E a que chegou para mim é impagável. Tive que encarar o antagonismo de “conviver com a morte”. A história começa, lamentavelmente, com o fato de minha querida mãe ter ido se encontrar com meu pai. Sim, após alguns dias de agonia, ela partiu. E, embora bastante idosa, a dor da separação é muito forte. A ruptura causada pela partida daquela pessoa que nos guardou no ventre, nos remete a um novo corte do cordão umbilical. A vida nos bate na face, nos enche o peito de angústia e reafirma nossa fragilidade. Outra vez, me vem à mente a pergunta de Hamlet na peça intitulada a Tragédia de Hamlet: “ser ou não ser, eis a questão”. E, o não ser, que levou meu pai há um ano, não satisfeito, veio buscar minha mãe. Tanta doçura tinha em sua maneira de ser que, quando eu era criança, estudando inglês (que não aprendi direito), ouvi uma música linda que se chamava Mother of Mine, de Jimmy Osmond, e dediquei a ela porque a melodia traduzia a delicadeza, meiguice e suavidade de minha querida Dona Iris, cujo nome representa, não por acaso, “mensageira dos deuses”.
Confesso, leitores mais sensíveis, que jamais consegui sentir em meu íntimo que havia feito tudo que minha mãe merecia. Sempre me vem aquela vozinha no ouvido dizendo que ainda poderia ter feito mais. O mesmo sinto por meu pai. Mas minha gratidão por tê-los tido como pais não cabe em mim.
E o grande desafio, que citei inicialmente, veio me testar justo no dia em que estava agendada uma palestra para 150 pessoas (empresários do comércio). Imaginaram? Foi isso mesmo. De um lado uma palestra com interações bem-humoradas e de outro um velório de uma pessoa tão especial, e em cidades diferentes.
Sabia que não teria condições psicológicas para realizar um trabalho que atendesse às expectativas mínimas. Faltaria alegria, energia, entusiasmo e equilíbrio emocional. Era quase início de noite, e a palestra seria às 9h da manhã seguinte. Como cancelar? Mas, caso conseguisse ter forças para realizá-la, não daria tempo de comparecer ao sepultamento. O que fazer? E os organizadores? O público? Como ficariam todos?
Não me perguntem como foi que decidi. Apenas saibam que algo maior do que eu é que me deu forças. Fiz cortes nos assuntos e diminuí para uma hora o tempo da apresentação (seriam duas horas). Tomei chás, suco de maracujá, quase não dormi, porém compareci ao evento. Cumpri meu papel e tive a certeza de que minha mãe, que sempre soube de minha dificuldade — por ter muita compaixão pelos outros (puxei dela) — se orgulharia de mim.
Foi difícil, mas consegui. A superação foi muito além do que supunha. Óbvio que não tive a energia e os insights que obteria normalmente. Confesso que não me lembro de tudo que fiz naquele evento. Mas saí daquele lugar com a alma lavada e, alguns minutos depois, com os olhos também, porque iria encarar uma das cenas mais tristes no teatro da minha vida. Um drama que acontece todos os dias, mas, quando nos acomete, a naturalidade deixa de existir. E assim, como cantava o grande Gonzaguinha, “um homem também chora…” e “Guerreiros são pessoas/ São fortes, São frágeis/ Guerreiros são meninos/ No fundo do peito”.
Desta forma, mantendo uma força que não tenho, mesmo com o coração dilacerado, me despedi da mulher que me deu a vida, pedindo a Deus que a recebesse de braços abertos, a amparasse e, a protegesse, assim como fez com todos que, nesta vida, se aproximaram dela.
Até um dia, mother sweet mother of mine.
Mother Of Mine
Jimmy Osmond
Mother Of Mine
Mother of mine you gave to me,
All of my life to do as i please,
I own everything i have to you,
Mother sweet mother of mine.
Mother of mine when i was young
You showed me the right way
Things should be done,
Without your love where would i be,
Mother sweet mother of mine.
Mother you gave me happiness,
Much more than words can say,
I pray the lord that he may bless you,
Every night and every day.
Mother of mine now i am grown
And i can walk straight all on my own,
I’d like to give you what you gave to me,
Mother sweet mother of mine.
Mother Of Mine (Tradução)
Minha mãe você me tem dado,
Tudo que eu faço na vida é para teu prazer
Eu possuo todas as coisas porque tenho você
Mãe, minha doce mãezinha.
Minha mãe quando eu era jovem
Você me mostrou o caminho certo
Coisas que deveriam ser feitas,
Sem seu amor onde estaria eu,
Mãe, minha doce mãezinha.
*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br