Vale a leitura

por Luis Borges 9 de junho de 2015   Vale a leitura

Negociar é uma arte

Solucionar problemas é um desafio permanente para quem precisa resolvê-los. Se todos os envolvidos partissem da premissa de que problema é para ser resolvido, o caminho ficaria mais fácil. Mas a prevalência do emocional, a rigidez de posições e o medo de perder, entre outros, acabam dificultando e retardando o encontro da melhor saída. Muitas vezes o perde-perde substitui o ganha-ganha, o bom para todos dentro da razoabilidade. O professor William Ury, da Universidade de Harvard, co-autor do best-seller Como chegar ao sim, está lançando o livro Como chegar ao sim com você mesmo. Ele avalia que negociações internas são tão ou mais difíceis que aquelas feitas com outras pessoas.

Em entrevista à Folha de São Paulo, ele conta como  participou da solução do conflito envolvendo o empresário Abílio Diniz e Jean-Charles Naouri, presidente do grupo de varejo francês Casino, em 2013, que culminou com a saída de Diniz do Pão de Açúcar.

36 anos e Presidente da Bombril

Ainda que cada caso seja um caso é importante conhecer e aprender com as histórias de sucessos e também de fracassos na vida profissional de outras pessoas. Um caso interessante é o de Marcos Scaldelai que, em 2013, aos 36 anos, assumiu a presidência da Bombril. Ele lançou o livro 99,9% não é 100% e quatro das dicas para o sucesso apresentadas no livro foram tema de reportagem publicada pelo Portal UOL. Um desses itens é buscar excelência, com foco no resultado. Para ele:

“Missão dada é missão cumprida. Devo estar sempre orientado para resultados”.

Fim de um ciclo de consumo

Os ciclos econômicos têm sua vida útil. Ainda que se sonhe com suas perenizações, eles se esgotam e abrem espaços para seus sucessores. Uma boa ilustração disso está presente no artigo Recessão do 1º trimestre marca o fim do ciclo de consumo de gestão do PT,  escrito pelo jornalista Gustavo Patu e publicado no caderno de Mercado da Folha de São Paulo. Segue um trecho:

Uma das principais marcas da administração petista, a expansão do consumo das famílias sofreu neste ano sua interrupção mais explícita.

No primeiro trimestre, as compras caíram 1,5% e ficaram 0,9% abaixo do patamar de um ano atrás –foi a primeira queda nessa base de comparação desde 2003, primeiro ano do governo Lula.

O crescimento iniciado na década passada foi impulsionado por ascensão social, programas de transferência de renda e ampliação do crédito; a queda de agora resulta de inflação, desemprego e juros mais elevados.

Renúncia e corrupção no padrão Fifa

Quem te vê, quem te viu! O arrogante Joseph Blatter não aguentou o rolo compressor advindo das investigações sobre a podridão que envolve a Fifa e os negócios do futebol associado no mundo. Mas o que unifica essa turma é o capital e eles ainda seguirão lutando para se reinventar, mesmo sacrificando alguns de seus pares e cedendo os anéis para não perder os dedos . É o que mostra o artigo Renúncia de Blatter busca salvar estrutura corrupta e podridão da Fifa, publicado no Blog de Mário Magalhães. Para o autor “não faltará quem se empenhe para que, mudando Blatter, nada mude na roubalheira e no jogo sujo”. Boa Leitura!

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Convívio difícil

por Luis Borges 4 de junho de 2015   Pensata

 

No fim da tarde desta quarta-feira, 3 de junho, véspera de feriado, quem passava pela rua Mármore presenciou uma cena que se torna cada vez mais comum.

Por volta das 17h30, no segundo quarteirão da referida rua no bairro de Santa Tereza, Belo Horizonte, uma senhora de presumíveis 50 anos buscava um local para estacionar seu carro. Não havia mais espaço. Ignorando a legislação de trânsito, a mulher simplesmente “jogou” seu automóvel na esquina das ruas Mármore e Ângelo Rabelo.

O Código de Trânsito Brasileiro estabelece, em seu artigo 181, que é infração média estacionar o veículo na esquina ou a menos de 5 metros do alinhamento com a via transversal, sob pena de remoção do veículo. Mas a referida senhora ignorou esse dispositivo da lei. Com a insuficiência de espaço, ela estacionou o veículo na esquina e ainda ocupou cerca de um metro da pista de rolamento da rua seguinte. Com isso, atrapalhou quem estava na rua Ângelo Rabelo e queria atravessar a Mármore e também quem estava na rua Mármore e queria virar à direita na Ângelo Rabelo.

Cruzamento entre as ruas Mármore e Ângelo Rabelo, onde se passou a história. / Fonte: Google Street View

Cruzamento entre as ruas Mármore e Ângelo Rabelo, onde se passou a história. / Fonte: Google Street View

Estava instalado o caos. Quem passava à pé ou conduzindo seu veículo “fuzilava” a senhora com os olhos. Ela, no entanto, demonstrava não estar nem aí e seguiu no seu “pulinho” à padaria. Tudo aconteceu como ela queria, à revelia das leis de trânsito, da segurança coletiva ou do direito dos outros.

Depois de quase 10 minutos de trânsito embatumado, a mulher voltou empertigada, atravessou de um lado para outro entre os veículos que desciam a rua Mármore até chegar a seu carro. Partiu sem dar seta, deixando o local onde estacionou de forma irregular realizando uma manobra arrogante e insegura.

Esta senhora demonstrou pensar apenas em si mesma e em seu pãozinho quentinho, sem se preocupar com os outros usuários da via ou com os raríssimos fiscais de trânsito que passam pelo local. Aos poucos tudo voltou ao normal, compatível com o volume do trânsito para o horário.

Mas ficou a constatação de que está cada vez mais difícil conviver com essas pessoas de posturas individualistas, pensando apenas em si mesmas e querendo levar vantagem sempre. E, claro, dispostas a ignorar, burlar ou fingir desconhecer as leis. Geralmente essas pessoas gostam muito é de reclamar dos outros e patrulhar os atos alheios.

Não sei até onde irá o limite e a tolerância de quem é atingido por este tipo de postura mas, como diz Chico Buarque na música Gota d’água:

“Deixe em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa, e qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d’água”.

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Municípios mineiros que dependem das atividades mineradoras para sobreviver estão nas manchetes, devido aos problemas que enfrentam nesse período de baixa.

De Itabirito vem a notícia de que um restaurante, localizado no centro da cidade, cozinhava 45 kg de arroz por dia e agora não passa dos 15kg. A prefeitura também perdeu arrecadação com o declínio do minério de ferro e o pouco que está recebendo chega com atraso aos cofres.

Em Congonhas outro restaurante também perdeu muitos clientes e agora serve mil refeições por dia, mas já serviu 3 mil no passado.

Nos bons tempos, a prefeitura de Nova Lima praticamente dobrou seu número de funcionários, quando a tonelada do ferro estava em torno de 200 dólares e a China crescia muito e ampliava seus estoques estratégicos. Agora o atual prefeito faz ajustes, demitindo funcionários para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em Itabira mais de 2.500 empregados das empreiteiras que trabalham para a Vale já foram demitidos neste ano, segundo o sindicato da categoria. E, é claro, a Vale se diz em adequação ao novo cenário mundial, com a tonelada de minério em torno de 50 dólares, quando o custo de produção tem que ser reduzido para manter a competitividade e a lucratividade para os acionistas.

Muitos exemplos poderiam ser citados, já que outros municípios de Minas Gerais também estão sofrendo com a contração econômica, variando apenas a escala e o setor afetado. É claro que quanto pior, pior mesmo, e o nosso atual quadro social mostra isso com muita clareza e pouca paz.

A reflexão que proponho aqui é sobre as causas que levaram esses municípios citados a demonstrar baixa sustentabilidade diante da crise instalada e que persiste. Há indícios claros de que eles falharam em seus planejamentos estratégicos e também em seus reposicionamentos estratégicos diante das mudanças nos cenários.

Pelo visto não se preocuparam com a avaliação de cenários, verificando como se inseriam as mineradoras localizadas nos municípios na economia de mercado global, cujas variáveis elas não controlam, no máximo acompanham.

Também não dá para uma prefeitura avançar na Lua como se fosse queijo. Frente ao momento de boa arrecadação, muitas aumentaram seus gastos, esquecendo-se da expectativa de vida cada vez mais longa de quem está na ativa e dos inativos. E, o que é pior, as prefeituras contavam que o boom do minério de ferro era para sempre.

É importante lembrar que o minério de ferro e outros 40 minerais explorados no estado também estão sujeitos à exaustão, com suas respectivas especificidades, inclusive de mercado extremamente dinâmico. Um fundo deveria ser formado para garantir a sustentação no momento em que só houver buracos deixados pela mineração. Os recursos para esse fundo poderiam vir de parte da atual CFEM (Contribuição Financeira sobre a Exploração Minerária) que equivale a 2% da receita líquida das empresas mineradoras. Aliás, existe proposta para que a CFEM passe a ser de 4% da renda bruta das mineradoras mas, para isso, o marco regulatório do setor, que já tramita há alguns anos, precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional.

Concluindo eu diria que esse é mais um exemplo de como a gestão estruturada faz falta em todos os setores da atividade humana, sejam eles públicos, privados ou do terceiro setor. Quem não tem estratégia está condenado à morte. E não adianta ficar de gabinete em gabinete, de qualquer instância de poder, pedindo ou negociando favores. A economia possui seus ciclos, que devem ser percebidos e compreendidos para serem enfrentados de maneira sistêmica, com muito conhecimento e foco. Senão, a cada mudança de vento seremos surpreendidos sem sustentabilidade para enfrentar os desafios.

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 2 de junho de 2015   Curtas e curtinhas

Recrutamento amplo

O Governo Federal tem mais de 22 mil cargos do tipo DAS (Assessoramento e Direção Superior), de acordo com o Ministério do Planejamento. Pouco mais de 1/4 deles são ocupados por pessoas não concursadas. O poder executivo possui 99.517 cargos de nomeações e gratificações, incluindo os DAS. Esse contingente está distribuído pelos 39 ministérios, que foram instados a reduzir R$1 bilhão nos seus gastos de custeio ao longo desse ano, tudo em nome do ajuste fiscal e para mostrar que o Governo está cortando um pouquinho também em sua própria carne. Gordura é o que não falta.

Pronatec

O Pronatec foi um dos destaques na campanha de reeleição de Dilma Rousseff à presidência. O número de 8 milhões de matrículas foi muito enfatizado. Dizia-se que, em breve, seriam 12 milhões de alunos.  Não foi o que se viu. Criado em 2011, o Pronatec coleciona, em 2015, atrasos nos pagamentos às escolas participantes, adiamento de aulas e, agora, o MEC assumiu que ele passará por ajustes e otimização de recursos. A sensação é a de que a solução virou problema, por ter se dado um grande salto sem a necessária sustentabilidade.

Expectativa pessimista

O IBGE divulgou que o PIB do primeiro trimestre deste ano ficou 0,2% menor que o do trimestre anterior e 1,6% menor que o do primeiro trimestre de 2014, que era ano eleitoral. Como a economia e o mercado vivem de expectativas, é interessante observar e analisar o tamanho do pessimismo dos especialistas de organizações ouvidos em pesquisas de prévias do índice. Em média, eles trabalhavam com a queda de 0,5% na comparação com o trimestre anterior, mas houve quem apostasse em quedas de 0,1% até 1%. Já para igual período do ano anterior, os entrevistados falavam numa queda de 1,4%. Como se vê as “eminências” do mercado também sabem usar uma boa dose de achismo para tentar influenciar posicionamentos dos agentes do jogo e, quem sabe, melhor turbinar os interesses próprios, de seus clientes e também emitir sinais para cutucar o Governo Federal. Haja força para se manter em pé nesse jogo onde também se blefa muito.

Dinheiro público

O orçamento para o Fundo partidário deste ano foi triplicado. A renúncia fiscal para a propaganda partidária gratuita no rádio e na TV significará R$281,3 milhões. Somados os dois valores teremos um total de R$1,148 bilhão. Parte desse montante, algo em torno de R$780 milhões, é o que está projetado para ser arrecadado pela União com o aumento das alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS sobre produtos de perfumaria e cosméticos importados. Essa é mais uma medida do ajuste fiscal. É o de sempre, entra por um lado, sai pelo outro e ainda não é suficiente.

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por Joel Edmur Boteon*

O glaucoma é uma afecção ocular que causa cegueira irreversível. O diagnóstico precoce, através do exame oftalmológico anual, é imprescindível para manutenção da visão, o que é possível graças à evolução no tratamento clínico e cirúrgico desta afecção.

Os pacientes pertencentes aos fatores de risco, como familiares de portadores de glaucoma, etnia negra, altos míopes e altos hipermétropes, diabéticos, e traumatizados oculares, precisam fazer sempre os exames preventivos, considerando que o avançar da idade também é fator de risco.

Muitos pacientes não estão cientes da hereditariedade do glaucoma, não orientando os membros de suas famílias para exame de triagem para essa afecção.

Durante o exame oftalmológico, os dados da história clínica, a medida da pressão intraocular (tonometria), a visualização biomicroscópica (da presença de alterações da córnea, do cristalino, e da câmara anterior do olho) e do fundo de olho (forma, cor e escavação do disco óptico), orientam para a necessidade de investigação especializada para o glaucoma. A pressão intraocular considerada normal fica entre 10 e 20 mmHg, variando durante o dia.

Para confirmar o diagnóstico de glaucoma e seu controle, solicita-se a paquimetria da córnea (medida da espessura da córnea), a curva diária de pressão intraocular, a retinografia (fotografia colorida do fundo de olho), a determinação do campo visual computadorizado e a gonioscopia (exame do ângulo em que a íris encontra a córnea).

O diagnóstico precoce no glaucoma é fundamental para a preservação da visão. Novas tecnologias têm sido desenvolvidas nesse sentido. O OCT (tomografia de coerência óptica) é mais uma arma nesse arsenal, e seu aprimoramento pode trazer benefícios para um melhor controle da doença. O OCT fornece medidas automáticas do disco óptico (nervo óptico visto no exame do fundo de olho), da rima neural, da escavação do disco óptico, da razão horizontal e vertical da relação escavação-disco, e das medidas da CFNR (camada de fibras nervosas da retina).

Existem vários tipos de glaucomas: os primários e os secundários, os de ângulo aberto (ângulo onde a íris encontra a córnea é amplo e aberto) e os de ângulo fechado (ângulo onde a íris encontra a córnea é estreito ou fechado). O glaucoma mais comum é o glaucoma crônico primário de ângulo aberto.

No glaucoma agudo de ângulo fechado a pressão sobe rapidamente e o paciente percebe halos coloridos ao redor de focos de luz, sentindo dor ocular, náuseas, vômitos e baixa de visão. Trata-se de uma emergência.

No glaucoma de pressão baixa ou normal o olho apresenta alterações glaucomatosas com pressão normal ou baixa.

O glaucoma congênito ocorre em recém-nascidos. A criança apresenta fotofobia (sensibilidade à luz), observando-se as córneas turvas e aumentadas em diâmetro. O tratamento deve ser o mais precoce possível.

Entre os glaucomas secundários temos o glaucoma pigmentar, o pseudoexfoliativo, o traumático, o neovascular, o cortisônico (causado pelo uso de colírios com corticoide) e outros.

O manuseio do glaucoma depende do controle rigoroso da pressão intraocular, que pode ser obtido pelo uso de colírios antiglaucomatosos e/ou por tratamento a laser ou cirúrgico.

O controle do glaucoma deve ser avaliado a cada três ou seis meses, se a pressão intraocular (PIO) estiver normalizada, seguindo as recomendações do especialista em glaucoma – o glaucomatólogo.

A aderência ao tratamento é fundamental para conservação da visão.

*Médico, Doutor em Oftalmologia, professor e Diretor Técnico de Transplante de Córnea do Hospital das Clínicas da UFMG.

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Mário Quintana

Mudar-se de uma pequena cidade para outra de maior porte – mesmo para uma capital de estado ou da República – em busca de melhores condições de vida, trabalho e estudos é fato frequente na vida de muitos brasileiros. Cada caso gera suas histórias específicas, com sucessos, fracassos, desafios e marcas que vão se acumulando. De repente, ao amor pelo local de origem soma-se também muito amor pelo local onde se passa a viver, decorrente de uma grande interação instalada. O jornalista Rafael Sette Câmara publicou no blog 360 Meridianos um pouco da trajetória do poeta Mário Quintana que, aos 20 anos de idade, saiu de sua terra natal, Alegrete, e foi morar em Porto Alegre. Hoje ele é homenageado na cidade por uma casa de cultura que leva o seu nome, instalada no hotel onde viveu. Não deixe de ver as belas fotos do post.

Foi aquela Porto Alegre, talvez junto com as lembranças de Alegrete, que marcou a vida e a obra do poeta. Não faltam poemas, versos e declarações de amor para a cidade que deixou de existir, para a cidade que teimou em se modernizar. Quintana sentia falta das ruazinhas, como em A rua dos Cataventos.

O frio conforme o cobertor

De repente, seja nas ruas, avenidas ou estradas que fazem parte do seu caminho de cada dia, você se depara com um acidente envolvendo veículos automotores de diversos portes e tamanhos. As causas podem ser as mais diversas, tais como imprudência, indisciplina, condições da via, estado físico em função do uso de substâncias diversas mas, de qualquer maneira, a cena nos assusta e nos faz pensar, olhar e até agir. O jornalista Eduardo Costa publicou, em seu blog, o artigo Deus dá o frio conforme o cobertor, abordando a reação de um pai no cenário da morte de seu filho, que misturou álcool e volante e perdeu o controle do veículo numa madrugada em Belo Horizonte. Mesmo premido pela dor, o pai declarou:

“Queria dizer que os jovens devem aproveitar a vida, mas, sem tanta pressa; meu filho tinha muita pressa. Eu já fui jovem, já tive pressa de viver e não é assim…”

Como você reagiria numa situação semelhante a essa?

Corte de gastos

O Governo Federal tenta fazer um ajuste nas contas públicas e reduz ou contingencia gastos e investimentos. A economia se contrai em função da menor atividade econômica e o próprio governo também arrecada menos. Esse círculo vicioso é explicado no artigo do blog Dinheiro Público & Cia.

“Caem as contratações de construtoras e de outras empresas que fornecem equipamentos, serviços e mão de obra ao setor publico. A queda da receita privada se irradia pela economia, com menos vendas, lucros, empregos e salários -e acaba se tornando queda da receita pública”.

Workaholics x fingidores

Frequentemente encontramos em ambientes de trabalho três categorias de profissionais. Uma parte é composta pelos que trabalham muito e são comprometidos com os resultados a serem alcançados. Outra parte faz um feijão com arroz básico. O terceiro grupo é o daqueles que fingem trabalhar muito, dublam muito bem, querem o maior bem estar com menor esforço possível e ainda acabam sendo bem avaliados em seus desempenhos. A avaliação dos workaholics e dos “fingidores” é comparada neste artigo. Você reconhece alguma semelhança com algum local em que você trabalha ou trabalhou?

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Foram quatro facadas que tiraram a vida de um ciclista, médico cardiologista de 56 anos, que pedalava na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Isso aconteceu 10 dias atrás, mas o caso continua repercutindo intensamente. Diariamente são inúmeras ocorrências com uso de armas brancas pelo país.

Diante da pouca segurança e da grande sensação de insegurança, diversas proposições vieram à tona junto com a indignação que muitas pessoas e entidades estão manifestando. Destaco uma dessas proposições, um Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados desde 2004. Ele propõe a criminalização do porte de armas brancas em vias públicas e prevê detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem descumprir o proposto. O autor do PL2967/2004, Lincoln Portela (PR-MG) justifica que a restrição ao porte de armas de fogo levou ao aumento da utilização de armas brancas. Enquanto os crimes vão se acumulando, a justiça prossegue lenta, o Poder Executivo falha no planejamento e gestão da segurança e o Poder Legislativo segue na sua inércia. Para o PL acima, são 11 anos sem análise de uma proposta de um parágrafo.

Os cidadãos é que devem ficar espertos para não serem surpreendidos por alguns portadores de faca, facão, canivete, punhal, espada, navalha, tesoura e assemelhados. É preciso estar de ouvidos atentos e olhos bem abertos nessa vida em que o risco só aumenta. E faz parte da gestão do risco pular igual pipoca e saltar de banda, principalmente quando se ouvir uma ou mais vozes gritando “olha a faca”, “olha o sangue” ou o pós-moderno “perdeu, perdeu”.

Qual seria a minha, a sua, a nossa reação se estivéssemos presentes numa cena como a que foi vítima o ciclista que pedalava sua bicicleta? O fato é que estamos cada vez mais expostos e tudo se aproxima mais e mais de nós todos. Para embalar essa reflexão, ainda que sem ação, que tal ouvir a musica De frente pro crime, de João Bosco e Aldir Blanc, na voz do próprio João Bosco, que é mineiro de Ponte Nova?

De frente pro crime
Fonte: Letras.mus.br

Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto uma foto
De um gol
Em vez de reza
Uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém...

O bar mais perto
Depressa lotou
Malandro junto
Com trabalhador
Um homem subiu
Na mesa do bar
E fez discurso
Prá vereador...

Veio o camelô
Vender!
Anel, cordão
Perfume barato
Baiana
Prá fazer
Pastel
E um bom churrasco
De gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo
Na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então...

Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto uma foto
De um gol
Em vez de reza
Uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém...

Sem pressa foi cada um
Pro seu lado
Pensando numa mulher
Ou no time
Olhei o corpo no chão
E fechei
Minha janela
De frente pro crime...

Veio o camelô
Vender!
Anel, cordão
Perfume barato
Baiana
Prá fazer
Pastel
E um bom churrasco
De gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo
Na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então...(2x)

Tá lá o corpo
Estendido no chão...
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