Tributos continuam incomodando

por Luis Borges 22 de fevereiro de 2016   Pensata

Persisto extremamente incomodado com o crescimento da carga de tributos que incide sobre os nossos ombros. Escrevi sobre esse tema em 30 de setembro de 2015 e, quase cinco meses depois, as coisas só pioraram, embaladas pelo aumento dos índices inflacionários e pela recessão econômica.

Aqui o incômodo aumenta mais e dói intensamente diante da forma com que tudo é feito. A criatividade para encontrar saídas chega a abusar de nossa inteligência e sempre avança despreocupada com a transparência tão esperada no que seria um jogo aberto e democrático.

O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação estima que, em 2015, os brasileiros gastaram 41,37% de sua renda com o pagamento de tributos, cobrados sob a forma de impostos, contribuições e taxas. Esse percentual foi formado por 23,28% de receitas vindas do consumo, 15,06% de Imposto de Renda sobre ganhos de capital e salários e 3,03% de taxas.

Novos tributos

A queda na arrecadação das receitas da União, estados e municípios foi muito maior que os seus planejamentos conseguiram perceber. Para compensar, bastou à União se fingir de “mortinha” e não corrigir a tabela do Imposto de Renda Retido na Fonte, dobrar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), voltar a cobrar a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), aumentar a alíquota do Pis/Pasep sobre combustíveis e alguns bens importados bem como não renovar a isenção de impostos para as remessas de dinheiro ao exterior até o limite de R$20 mil, cuja vigência se encerrou no último dia do ano passado.

No plano dos estados um exemplo de aumento de carga tributária foi dado por Minas Gerais, com o acréscimo de 2% a 10% na alíquota do ICMS que entrou em vigor em 1º de janeiro para diversos bens e serviços, aí incluídos os segmentos de telecomunicações e energia elétrica.

Também é assustador ouvir o Presidente da CEMIG bradar que a empresa tem o direito de reajustar a tarifa de energia elétrica em abril, como se o tarifaço médio de 51% do ano passado já tivesse sido total e facilmente digerido pelos consumidores.

Isso só reforça a minha sensação de que não existe noção sobre a real capacidade que as pessoas têm para arcar com repasses tão automáticos e imediatos em conjuntura tão desfavorável. Até parece que estamos num capitalismo sem riscos, onde cada um simplesmente reserva o seu pedaço. Competitividade, nem pensar.

Enquanto a sociedade não consegue se organizar para enfrentar de maneira mais consistente seus problemas, vou vivendo também de fatos que trazem lampejos de realismo esperançoso, como aconteceu na Inconfidência Mineira em função da cobrança do Quinto do Ouro ou na recente mobilização da população da cidade de Oliveira, também em Minas, que não aceitou o aumento dos salários dos vereadores para a próxima legislatura e ainda os rebaixou de R$3 mil para R$880,00 mensais.

Pode vir mais um…

E, para completar, sou obrigado a registrar os apelos que estão sendo feitos para que o Congresso Nacional aprove a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira) com a alíquota de 0,38% para dar uma força no caixa da União, estados e municípios. É claro que existe uma grande chance dessa contribuição ser “provinitiva”, ou seja, provisória definitiva.

Nesse ritmo os brasileiros chegarão facilmente à destinação de 42% de sua renda para pagar tributos.

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Contemplando a sibipiruna

por Luis Borges 16 de fevereiro de 2016   A vida em fotografias

Sibipiruna em Santa Tereza. | Foto: Sérgio Verteiro

Sibipiruna em Santa Tereza. | Foto: Sérgio Verteiro

Que tal, em algum momento do dia, abrir mão da sua pauta de preocupações, prioridades, metas a caminho do atingimento e contemplar mais detidamente a beleza da vistosa sibipiruna? Essa árvore tem altura variando de 6 a 18 metros e copa arredondada, cujo diâmetro pode chegar a 6 metros. Nativa do Brasil e presente em diversos estados do país, ela pode também ser facilmente encontrada em muitos bairros de Belo Horizonte, presença marcante na arborização da cidade.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

Nas fotos que ilustram esse post você vê a bela sibipiruna que habita o pátio da Escola Estadual José Bonifácio, localizada à Rua Hermilo Alves esquina de Rua Cristal, em Santa Tereza. A escola teve sua construção iniciada em 1926 e foi inaugurada em 1930, sendo parte importante da história ao longo de 86 anos de atividade.

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Vale a leitura

por Luis Borges 14 de fevereiro de 2016   Vale a leitura

Curta duração – A economia brasileira prossegue em recessão e faz coro com o desemprego em alta. As poucas oportunidades que surgem são avidamente disputadas por aqueles que atendem ao perfil procurado. Nessa competição um diferencial pode vir do conhecimento sempre atualizado e do domínio da sua aplicação. Como é difícil participar de cursos longos, a saída é fazer os mais rápidos, que variam de dois dias a quatro meses, segundo este artigo do Valor Econômico.

Link alternativo.

Convivendo com as restrições – Nossas expectativas em relação à vida geralmente são pelo seu curso feliz e duradouro dentro das condições normais de temperatura e pressão. Mesmo sonhando com o ideal e com um certo grau de previsibilidade, sabemos também que a vida é um risco que precisa ser gerenciado para reduzir ao máximo a sua probabilidade de ocorrência. Duro mesmo é quando vem algo em contrário e até então inesperado, inimaginável para acontecer com a gente ou com alguém mais próximo de nós. O que nos resta é não nos sentirmos vencidos para buscar a reinvenção diante dos limites físicos impostos pelo acontecido.

Um caso emblemático é o de Laís Souza, ex-ginasta que ficou tetraplégica após se acidentar há dois anos, enquanto esquiava se preparando para os Jogos Olímpicos de Inverno. Nessa entrevista concedida ao UOL, ela explica como lida com sua nova condição e afirma que aprendeu a conhecer um mundo novo.

“Meu sonho, não tem como negar, seria ter meus movimentos de volta, me mexer, voltar a andar e ter uma vida normal. Mas com certeza eu sou muito feliz, estou procurando ir atrás do que é possível para mim. O que me faz feliz no momento é aproveitar cada momento. Não adianta pensar muito adiante”.

O discurso e a sua prática – O educador e pedagogo Paulo Freire, sempre inspirador e instigante em suas proposições, nos ensinou que “é fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”. Mas até que isso aconteça muita água ainda terá que passar debaixo da ponte e, mesmo assim, nada nos garante que tudo acontecerá conforme o esperado. Afinal de contas os traços de personalidade são marcantes. A psicóloga Simone Demolinari, mestre em análise do comportamento, abordou alguns aspectos sobre o tema em seu artigo Por que algumas pessoas não praticam o que elas pregam?.

“Mesmo podendo seguir um arbítrio, ainda que pouco livre e romper com os modelos impostos, às vezes é mais fácil sucumbirmos a eles. Quem não consegue chegar lá, finge que chegou. É dessa desonestidade emocional que nasce um paradoxo intrigante: a dupla moral – adultos com vergonha de admitir suas fraquezas, mas sem nenhum pudor de escondê-las atrás de uma mentira”.

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Já estamos na Quaresma

por Luis Borges 10 de fevereiro de 2016   Música na conjuntura

Comecei a manhã desta quarta-feira de cinzas ainda com algumas lembranças do Carnaval que acabara de acabar, mesmo sabendo que em alguns lugares a festa se estenderia até lá pelo meio-dia. Imaginei a típica “saideira” pra encompridar a festa. Lembrei-me também que um pouco mais tarde começariam as transmissões das notas dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Fechei meu balanço registrando o sucesso do Carnaval de rua, com os blocos se consolidando e crescendo cada vez mais como ocorreu em Belo Horizonte, por exemplo. Tudo isso muito bem embalado pelas críticas e criativas marchinhas, pelo permanente desafio que é a gestão de todo o processo e pela complexa arte do convívio entre foliões e moradores que não participam das festas, mas permanecem em suas casas.

Enquanto a manhã se escoava e o dia crescia passei a refletir sobre o significado da Quaresma. São quarenta dias de preparação para a Páscoa, festa maior da cristandade. Mas como se preparar para essa passagem sem deixar de pensar na atual situação do Brasil? Os indicadores do país que medem o desempenho nos aspectos político, econômico, social, moral e legal – entre outros índices setoriais e globais – só nos mostram preocupações. Pensar sobre o que e como fazer para solucionar as causas desses problemas nos indica que a crise política precisa ser solucionada prioritariamente. A saída do impasse se dará quando aqueles que estão no poder central e os que fazem oposição perceberem que não têm forças para resolver a parada sozinhos. E mais : devem perceber que, além deles, existem também os que já sabem muito bem o que não querem e que não se sentem representados pela maior parte dos grupos que querem o poder a qualquer custo.

Quanto pior, pior mesmo. A primeira condição para resolver problemas é admitir que eles existem, que erros gritantes dos dois lados em contenda precisam ser assumidos e suas causas combatidas. Como já estamos no décimo quarto mês do segundo mandato da atual Presidente da República, fico me perguntando se passaremos pela Quaresma só ouvindo palavras, apelos, birrinhas, discursos para a platéia e balões de ensaio. Vou parar por aqui para ouvir Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha, cantando a sua música Palavras que traduz muito bem as minhas sensações e preocupações desse momento.

Palavras
Fonte: letras.mus.br

Palavras, palavras, palavras
Eu já não aguento mais

Palavras, palavras, palavras
Você só fala, promete e nada faz

Palavras, palavras, palavras
Desde quando sorrir é ser feliz?

Cantar nunca foi só de alegria
Com tempo ruim
Todo mundo também dá bom dia!

Cantar nunca foi só de alegria
Com tempo ruim
todo mundo também dá bom dia!
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Olha o Brasil aí, gente!

por Convidado 3 de fevereiro de 2016   Convidado

* por Sérgio Marchetti

Então é Carnaval outra vez. Samba, suor e cerveja. O tempo passa, corre desenfreadamente como um trem desgovernado. Mas, embora as energias tenham se renovado para o novo ano, o Brasil é o mesmo. Um gigante adormecido, deitado em berço esplêndido. Também está desgovernado – continua endividado e explorando seus cidadãos. Os números dizem tudo. PIB negativo, desemprego (em torno de 10%), inflação (10,67%), dólar nas alturas, 60 mil assassinatos por ano, mais de 40 mil mortes nas estradas, milhões de assaltos, 40 mil crianças e adolescentes desaparecidos por ano.

Vivemos uma democracia – dizem os governantes do Planalto. Mas não podemos ter uma bicicleta, porque ladrões vão roubá-la. Não temos a liberdade de caminhar com nosso cão, pois, se tiver pedigree, será levado por alguém que nos aponta uma arma. O Brasil é muito “democrático” para os bandidos, sejam eles de gravata ou de bermuda e boné.

Mas pelo menos a comitiva de viagem da presidente Dilma (talvez a maior entre todos os países) está em alta. Entre hospedagem, aluguel de carros de luxo (com direito a limusine), restaurante e transporte aéreo, uma pequena fortuna é gasta sem nenhum pudor. Aliás, pudor é o que não houve nos últimos anos de desgoverno. Mas o governo tem a solução. Vai aprovar a CPMF, vai fazer uma reforma na Previdência. Talvez possamos nos aposentar quando tivermos 100 anos de idade e 80 de contribuição. Interessante é que tem brasileiro que se aposenta com oito anos de trabalho. Trabalho?

Para piorar, vivemos hoje duas pandemias. Primeiro a do mosquito aedes aegypti, muito bem adaptado às zonas urbanas. Gosta de água fresca em locais preferivelmente de sombra. Podem ser pretos ou rajados.  Vivem do sangue alheio.

O mosquito aedes aegytpti. | Fonte da imagem: Portal Brasil

O mosquito aedes aegytpti. | Fonte da imagem: Portal Brasil

A outra pandemia, a do hominis corrupti que, assim como o mosquito, teve sua população aumentada nos últimos tempos. Também gosta de sombra e água fresca. Cresceu muito nos últimos anos e possui ótima adaptação à zona urbana. Habita em todas as regiões do Brasil e prolifera tanto em regiões frias quantos nas quentes. Sua massacrante maioria tem o hábito de subtrair dinheiro alheio. Seus corpos são, em sua grande maioria, cobertos por ternos.

Mais do que nunca, entendo o sentimento de Ruy Barbosa:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Observação: é Carnaval e sou brasileiro. Vou tomar minha cerveja e cantar um samba-enredo que me faça esquecer da situação do Brasil, pelo menos enquanto é Carnaval.

“Luz, divina luz que me conduz/ Clareia meu clarear, clareia/ Nas veredas da verdade, cadê a felicidade/

Aportei num santuário de ambição/ Eu quero liberdade, dignidade e união/…

Chega de ganhar tão pouco/ Tô no sufoco, vou desabafar/Pare com essa ganância, pois a tolerância/Pode se acabar…”

(BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS-2003)

Um ótimo Carnaval para vocês.

* Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.

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Vale a leitura

por Luis Borges 31 de janeiro de 2016   Vale a leitura

A morte segundo Frei Betto

Nesta entrevista concedida ao blog Morte sem Tabu, Frei Betto faz diversas reflexões sobre a morte. Lembra que morte é um rito de passagem que, quando encarado de forma natural, nos ajuda a valorizar a vida. Também aborda a visão que temos, hoje, da passagem e dos tabus que cercam o assunto.

Morrer se tornou uma falta de educação. Já não tem choro nem vela nem fita amarela. Da UTI segue-se para o rápido velório e, dali, para o enterro ou cremação. Não se guarda luto, nem se faz um culto pelo falecido. Isso porque tememos encarar a morte de frente. Nessa cultura da glamourização do corpo, para a qual a velhice é humilhação, tentamos nos convencer de que somos imortais… Até porque, à nossa volta, lidamos com incessantes mortes virtuais, do bonequinho do videogame às chacinas na periferia e aos filmes belicistas. Os outros morrem… eu não!!!

A Previdência Social e você

Citada como “extremamente necessária” há pelo menos quinze ans, a reforma da Previdência Social nunca sai do papel. De tempos em tempos ressurge como uma panacéia para quase todos os males que envolvem as contas públicas brasileiras, como está ocorrendo no atual momento. Enquanto nada muda, a síntese das regras que estão em vigor é apresentada neste artigo de Márcia Dessen. Ela esclarece dúvidas sobre a aposentadoria e a obtenção de benefícios como auxílio doença, auxílio reclusão, auxílio natalidade e, é claro, sobre os tempos e valores de contribuição ao sistema.

Brincadeiras no ambiente de trabalho

Como se comportar no ambiente de trabalho para que a jornada diária seja algo suportável ao longo de 6, 8 ou 10 horas consecutivas? O convívio obrigatório com pessoas de diferentes humores, capacidades técnicas, comprometimento e interesses pessoais não é nem simples nem fácil.

Há pessoas que brincam muito, falam mais ainda e acabam passando de certos limites toleráveis, como ouço com certa frequência de gestores de negócios. Também existem pessoas que evitam se envolver nessas situações e focam mais no compromisso de atingir suas metas. Elas não acham graça, não se dispersam e não valorizam esses comportamentos.

Este artigo de Lucy Kellawey mostra que os funcionários mais novos não vêm graça em brincadeiras e “pegadinhas” que, para as gerações anteriores, eram aceitas e até esperadas. E você, em que condições ambientais gosta de trabalhar ao fazer parte de uma equipe?

Se a única atividade do dia é trabalhar, como você prefere desempenhá-la?

Se a única atividade do dia é trabalhar, como você prefere desempenhá-la?

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Curtas e curtinhas

por Luis Borges 27 de janeiro de 2016   Curtas e curtinhas

Delação premiada na empresa

Como parte do acordo de leniência fechado entre a Camargo Corrêa, a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República, a empresa criou um modelo interno de delação premiada. Funcionários e ex-empregados podem participar do Programa Interno de Incentivo à Colaboração (PIIC), repassando informações que possam, potencialmente, apontar a direção de outros fatos ilícitos que ainda não vieram à tona.

É uma mudança na postura da empresa, que permite imaginar como ficará o clima organizacional. Onde ninguém “entregava”nada, de repente começa-se a falar o que se sabe. Será o tempo do “olho por olho, dente por dente” e “salve-se quem puder”.

Viagens e diárias

Que os gastos da União aumentam enquanto a receita diminui, todos sabemos. Também é sabido que não são feitos esforços para discutir a qualidade e a quantidade dos gastos, apenas para encontrar novas receitas via aumento de impostos e contribuições, como a CPMF.

Proponho um exercício que vai na contramão – pensar os gastos com viagens e diárias dos órgãos da União em 2015. Só com passagens e deslocamentos do funcionalismo público federal os contribuintes arcaram com R$1,2 bilhão. Com as diárias decorrentes de tantas viagens, outros R$941,9 milhões.

Um exemplo ilustrativo dessas despesas: o Ministro do Trabalho e Previdência Social acompanhado de um assessor saiu de Brasília pra Belo Horizonte tendo como justificativa dar posse ao Superintendente do Ministério em Minas Gerais. Questão: para que gastar com essa viagem, se o ato de posse já fora publicado no Diário Oficial da União? É claro que a oportunidade ensejou contatos político-partidários e também festividades, que habitualmente contém um coquetel financiado pelo Tesouro.

Singelos exemplos como esse não são raros país afora. Se fossem limados das agendas, contribuiriam bastante para a redução de gastos da União.

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