Os (quase) acidentes nas rodovias
Há uma semana peguei a BR-262, no trecho entre Belo Horizonte e a capital secreta do mundo, a cidade eterna de Araxá. Aproveitando o feriado de Corpus Christi, fui na sexta, 20, e retornei domingo, 22, sempre na parte da tarde. Aproveitei para observar e analisar a viagem, o que me deixou estarrecido com a quantidade de quase acidentes no percurso. E olha que estava acompanhado de um motorista muito bom, altamente habilidoso para enfrentar as surpresas do trajeto.
A cada novo “quase”, os quatro viajantes do carro respiravam aliviados. O primeiro foi no município de Ibiá. No trecho, havia terceira faixa para quem vinha no sentido de Belo Horizonte. Como as duas estavam ocupadas, um ônibus de turismo entrou rasgando para ultrapassar os dois veículos. A nós, certinhos em nossa pista, só restou jogar o carro no acostamento, dar uma prolongada buzinada de desabafo e retomar a respiração cadenciada aos poucos.
Na volta, outro susto quando alguns veículos tentaram fazer uma ultrapassagem pelo acostamento à direita e, ao ficar sem chão, tentavam forçar a entrada na pista com muita imprudência. Um terceiro quase acidente foi quando um motorista com o veículo cheio de crianças fez uma ultrapassagem numa curva, obviamente sinalizada com a faixa contínua. Como vinha uma imensa carreta em sentido contrário, ele jogou o carro à nossa frente e não quis nem saber. “Quase!”, foi a exclamação geral.
Em Pará de Minas, havia degraus na pista e uma placa pedindo “cuidado, pista com defeito”. O que não foi suficiente para conter os imprudentes. Em todo o trajeto de ida e volta, havia a absoluta falta de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal. Se com essa parca fiscalização somos bombardeados com números de tragédias a cada feriado, imagino o que poderia acontecer se a fiscalização fosse mais intensa.
Ainda assim, fica claro que a disciplina, a prudência e o cumprimento das normas de trânsito facilitariam muito a vida de todos. É bom lembrar que as estradas brasileiras registram muitas colisões frontais, decorrentes de ultrapassagens indevidas. Só para concluir, também fiquei impressionado com a quantidade de motoristas que não dão seta, quase dando a impressão de que é feio fazê-lo. E olha que existe a direção defensiva para minimizar tantos sustos.