Os primeiros enfeites de Natal
Chegaram às casas comerciais os primeiros enfeites para o Natal deste ano, quando faltam menos de 50 dias para a data magna do cristianismo. A primeira sensação que tenho é de que o ano praticamente acabou. Ainda assim, fico me indagando sobre o que ainda é possível fazer diante do clima de festas que só crescerá a cada dia. Penso também naquilo que poderia ter sido feito mas não o foi. Aí a sensação é de perda, mesmo sabendo que algumas metas eram extremamente desafiadoras num ano de Copa, eleições presidenciais, baixo crescimento econômico e inflação dando sinais de vitalidade.
Tenho também a sensação que em breve surgirão os enfeites que embelezarão ambientes públicos das cidades, ainda que as prefeituras estejam chorando a falta de recursos do orçamento para tal fim. Sei também que árvores de natal cheias de bolinhas coloridas, guirlandas, Papai Noel e até presépios chegarão às nossas residências, principalmente no inicio de dezembro. É claro que em muitos lugares tudo chegará na última hora junto com as mensagens impressas ou pelas redes sociais, muitas delas cheias de si mesmas.
Mas qual será o significado que o Natal terá para nós neste ano de 2014, após os resultados das urnas no segundo turno das eleições presidenciais? Se tudo começa com a gente, o que efetivamente significará nascer, renascer ou se reinventar com sabedoria numa sociedade que se diz plural e republicana? Outra sensação forte que tenho é de que mais uma vez se travará um embate entre a educação financeira das pessoas e o “consumo, logo existo”. Crédito de todas as modalidades é o que não faltará, inclusive para quem limpou o nome na praça. E não é demais lembrar que o 13º salário injetará R$ 158 bilhões no mercado. Como já é de nossa cultura, presentes serão trocados, inclusive nas modalidades de amigo secreto ou de inimigos ocultos com valores mínimos ou não, previamente estabelecidos.
Muitas pessoas também estarão com a sensação de que não escaparão da confraternização corporativa, mesmo nos ambientes em que não existe clima organizacional para tantos abraços e beijinhos. Mas como são muitas as cobranças para que todos compareçam, talvez seja necessário uma “dublagem” amparada pela frase da sobrevivência a nos dizer que “um pouco de hipocrisia não faz mal a ninguém”.
É, realmente parece que o ano já acabou. Mas ainda dá tempo de se preparar para um Natal que tenha mais significados e consequências para homens e mulheres de boa vontade e de livre arbítrio.
Excelente artigo!!!
Tempero no ponto!!!
Parabéns!!!!