O rádio prossegue firme

por Luis Borges 20 de agosto de 2015   Pensata

Ouço rádio desde os tempos de menino na minha cidade natal, Araxá (MG), capital secreta do mundo. Ao lado de minha mãe, tornei-me um ouvinte atento da ZY-4, Rádio Imbiara, com sua programação de música, esporte e notícia. Com o passar do tempo fui cursar o ensino médio em Uberaba e lá ouvia a Rádio 7 Colinas. Em 1973 cheguei a Belo Horizonte. Passei a ouvir músicas na Rádio Mineira, esporte e notícias nas rádios Guarani e Itatiaia. E assim cheguei aos dias de hoje, acompanhando os avanços da tecnologia da comunicação.

De vez em quando surge alguém dizendo que o rádio não vai resistir ao avanço das mídias digitais, mas o mero achismo ainda não prevaleceu e o rádio também pode ser ouvido pela internet. Como um dos fundamentos da gestão nos ensina que devemos trabalhar com fatos e dados para melhor compreendermos os fenômenos e os processos que os geram, fiquei feliz ao encontrar uma recente pesquisa do Ibope Mídia. Ela mostra que o rádio prossegue firme e com bastante força entre os meios de comunicação no país. Vou citar aqui alguns fatos e dados que, observados e analisados, podem comprovar a minha percepção.

O Ibope ouviu 41 mil pessoas em 13 capitais brasileiras e aproximadamente 90% delas afirmaram que ouvem emissoras de rádio. Em Belo Horizonte o número de ouvintes chegou a 94%, enquanto nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília ficou em 88% dos entrevistados.

A pesquisa mostrou também que 53% dos ouvintes são mulheres, 47% são homens e que eles passam 3h50 por dia ligados nas ondas do rádio.

Outro aspecto interessante é o fato de que as pessoas afirmaram que ouvem rádio ao mesmo tempo em que fazem outras atividades. Nesse sentido 21% afirmaram entrar na internet simultaneamente, 17% também se ligam na televisão e 14% leem jornais e revistas.

Rádios portáteis, rádios relógios e outros aparelhos comuns são os escolhidos por 60% dos ouvintes. Outros 24% sintonizam as estações de sua preferência no automóvel e 16% via aparelhos de telefone celular.

Finalmente em termos dos conteúdo da programação, 65% focam em notícias e prestação de serviços, 47% em música, 19% em temas religiosos e 18% em esportes.

Eu também prossigo ouvindo em torno de 4 horas de rádio por dia, com a predominância de música e jornalismo. E, quando nada, os minutos finais dos jogos do América Futebol Clube narrados por Ênio Lima, pela Rádio Itatiaia.

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