O rádio prossegue firme
Ouço rádio desde os tempos de menino na minha cidade natal, Araxá (MG), capital secreta do mundo. Ao lado de minha mãe, tornei-me um ouvinte atento da ZY-4, Rádio Imbiara, com sua programação de música, esporte e notícia. Com o passar do tempo fui cursar o ensino médio em Uberaba e lá ouvia a Rádio 7 Colinas. Em 1973 cheguei a Belo Horizonte. Passei a ouvir músicas na Rádio Mineira, esporte e notícias nas rádios Guarani e Itatiaia. E assim cheguei aos dias de hoje, acompanhando os avanços da tecnologia da comunicação.
De vez em quando surge alguém dizendo que o rádio não vai resistir ao avanço das mídias digitais, mas o mero achismo ainda não prevaleceu e o rádio também pode ser ouvido pela internet. Como um dos fundamentos da gestão nos ensina que devemos trabalhar com fatos e dados para melhor compreendermos os fenômenos e os processos que os geram, fiquei feliz ao encontrar uma recente pesquisa do Ibope Mídia. Ela mostra que o rádio prossegue firme e com bastante força entre os meios de comunicação no país. Vou citar aqui alguns fatos e dados que, observados e analisados, podem comprovar a minha percepção.
O Ibope ouviu 41 mil pessoas em 13 capitais brasileiras e aproximadamente 90% delas afirmaram que ouvem emissoras de rádio. Em Belo Horizonte o número de ouvintes chegou a 94%, enquanto nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília ficou em 88% dos entrevistados.
A pesquisa mostrou também que 53% dos ouvintes são mulheres, 47% são homens e que eles passam 3h50 por dia ligados nas ondas do rádio.
Outro aspecto interessante é o fato de que as pessoas afirmaram que ouvem rádio ao mesmo tempo em que fazem outras atividades. Nesse sentido 21% afirmaram entrar na internet simultaneamente, 17% também se ligam na televisão e 14% leem jornais e revistas.
Rádios portáteis, rádios relógios e outros aparelhos comuns são os escolhidos por 60% dos ouvintes. Outros 24% sintonizam as estações de sua preferência no automóvel e 16% via aparelhos de telefone celular.
Finalmente em termos dos conteúdo da programação, 65% focam em notícias e prestação de serviços, 47% em música, 19% em temas religiosos e 18% em esportes.
Eu também prossigo ouvindo em torno de 4 horas de rádio por dia, com a predominância de música e jornalismo. E, quando nada, os minutos finais dos jogos do América Futebol Clube narrados por Ênio Lima, pela Rádio Itatiaia.