O que melhor funciona na BR-262 é o pedágio

por Luis Borges 29 de novembro de 2018   Pensata

Viajar de Belo Horizonte para Araxá, capital secreta do mundo, e lá ficar mesmo que por poucos dias ainda que dois ou três, é sempre muito bom. Tive mais uma oportunidade de fazer isso no feriado prolongado que a Proclamação da República ensejou.

Saí de Belo Horizonte no final da manhã da sexta, 16 de novembro, e retornei de Araxá no domingo às 11 horas. Registro aqui algumas observações e análises sobre o trecho da BR-262 que liga Belo Horizonte a Araxá e na qual circulo de ônibus ou automóvel desde 1972.

Ao longo desses 46 anos muitas foram as modificações ocorridas no país e seus reflexos se fazem presentes permanentemente na estrada. Nesse período a população brasileira mais que dobrou ao passar de pouco mais de 100 milhões de habitantes para os atuais 208 milhões segundo o IBGE. Algo semelhante aconteceu também com a quantidade de automóveis de passeio, motocicletas, caminhões, carretas e ônibus que circulam diariamente pela estrada com as características típicas dos dias úteis, finais de semana e feriados prolongados, faça sol ou faça chuva.

É importante realçar o papel da rodovia para a logística que envolve a movimentação de pessoas e bens nessa parte do Centro-Oeste de Minas Gerais. Ainda assim, apenas o trecho entre os municípios de Betim e Nova Serrana teve a pista duplicada nesta década enquanto os 230 km restantes até o município de Araxá continuam com a mesma pista simples dos tempos da inauguração da rodovia, em novembro de 1969.

Outro fato relevante é que desde 2014 vigora a concessão da rodovia para a iniciativa privada com a premissa da duplicação das pistas até o município de Uberaba, o que ainda não ocorreu apesar dos prazos contratuais. Mesmo assim, o pedágio continua funcionando maravilhosamente bem em todas as praças tanto na modalidade “passe direto” quanto na “pare no caixa” a um preço médio de R$4,50. No trecho utilizado existem três praças que recolheram em seus caixas R$26,40 entre a ida e a volta.

O aspecto geral da pista está razoavelmente bom, mas apresenta pequenos buracos nascendo em variados trechos e que se não forem tampados rapidamente serão futuras crateras. Aliás, isso é o que estava presentes na pista do km 413 no município de Pará de Minas sentido Belo Horizonte onde dois buracos quase sequenciais com aproximadamente um metro de diâmetro e profundidade aparentando 25 cm não estavam sequer sinalizados. Registrei a situação pelo Sistema de Atendimento ao Cliente (SAC) da concessionária e imagino que os buracos já devem ter sido tampados neste momento. Ainda sobre a pista observei um recapeamento geral no km 590 no município de Campos Altos que estava funcionando no sistema Pare e Siga.

Quanto aos condutores dos diversos tipos veículos na pista nada vem se modificando apesar de todos os alertas. Continua faltando disciplina para muita gente que não cumpre os padrões de trânsito. Sempre tem aqueles imprudentes criando muitas situações de quase acidentes – e também de acidentes – por dirigir seus veículos com muita imprudência, velocidade acima dos limites estabelecidos, forçadas tentativas de ultrapassagens pela direita ou na pista contrária mesmo sendo contínua a faixa à esquerda. Nesse caso houve algumas ocorrências em que o veículo que vinha no sentido contrário teve que se desviar para o acostamento enquanto o “bacana” prosseguia em seu intento de sempre ficar à frente de todos. Direção defensiva é o mínimo que se espera de quem está na pista, mas nem todos conseguem deixar de lado a arrogância e a prepotência ainda que vidas estejam em jogo permanentemente.

Infelizmente isso é o que temos e o que mais falta é educação e também a fiscalização da concessionária e da própria Polícia Rodoviária Federal.

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