O passar do tempo que passa

por Luis Borges 28 de outubro de 2015   Pensata

O que você vai ser quando crescer? Essa era uma pergunta que eu ouvia muito quando estava concluindo o curso primário e iniciando o ginasial, ao completar 11 anos de idade, morando na cidade eterna de Araxá. De lá para cá, a vida teve o seu curso delineado por diversas condições, com um satisfatório espectro de resultados pessoais, profissionais e sociais.

Araxá igreja matriz

Vista da Igreja Matriz de São Domingos, em Araxá (MG) / Foto: Marina Borges

O passar do tempo que passa me fez ouvir outra pergunta feita por muitas pessoas queridas, com as quais tenho diferentes graus de convívio por ocasião das comemorações de meus 61 anos de idade completados dia 24 de outubro.

Você se preocupa com o fato de estar ficando mais idoso?

A partir dessa pergunta fiz uma série de considerações mostrando meu posicionamento. Inclusive para os matemáticos e engenheiros, segundo os quais no dia de hoje, 28/10, estou no quarto dia dos meus 62 anos.

A idade em que me encontro traz preocupações naturais, mas elas fazem parte da consciência da finitude do curso da vida, que terá a morte como último momento. Prossigo sereno e tranquilo no convívio com a família, com os amigos que querem estar mais próximos, e sempre ciente de que a vida continua necessitando de planejamento e gestão, independente da fase.

Tenho também a certeza de que já é hora de começar a usufruir um pouco do que foi construído em família, visando à sustentabilidade para os novos tempos que chegam cada dia mais. Ainda não é hora de parar e muito menos de ir para os aposentos, mas já dá para melhor cadenciar o ritmo. É plenamente possível continuar como um apoio aos projetos da família, participando desde a formulação e até na execução naquilo que couber.

Percebo que se descortina um envelhecimento ativo e feliz, usufruindo do aprendizado trazido pela maturidade que sempre se acentua e pela gestão da ansiedade, que faz a bola baixar conscientemente.

Finalmente, falei bastante sobre a minha expectativa de continuar participando da vida com autonomia e independência, esta com as devidas restrições impostas por um limite físico, e sempre contando com o amor da família solidária e a amizade fortalecedora advinda do convívio com os amigos.

É claro que tudo sempre muito bem permeado pelo bom humor e pela presença espirituosa, com a marca de quem nasceu sob o signo do escorpião amarelo, que faz as coisas conforme a sua natureza e só quer o bem de todos e para todos.

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