O lixo de toda eleição
A democracia representativa leva os brasileiros obrigatoriamente às urnas de dois em dois anos. De vereador a Presidente da República, todos passam pelo voto digitado e confirmado na urna eletrônica.
No dia do pleito, em torno dos locais de votação, os “boqueiros” fazem um intenso trabalho de boca-de-urna, tentando influenciar principalmente os indecisos e os que sequer escolheram candidatos. Assim como permanece a cultura da propaganda de última hora, permanece o hábito de jogar no chão o material publicitário recebido, a começar pelos famosos santinhos.
Não foi à toa que a cidade de Belo Horizonte registrou doze acidentes nas eleições do dia 05 de outubro, de pessoas que escorregaram ao pisar nos benditos santinhos espalhados pelo chão. Algumas das consequências foram braço quebrado, traumatismo craniano, torção de tornozelo e pé quebrado.
As fotografias deste post foram feitas nos bairros de Santa Teresa e União. Elas são uma pequena amostra da capacidade que alguns eleitores têm para sujar plenamente as vias cidade, estimulados pelos candidatos. No total, foram recolhidas mais de 139 toneladas de lixo eleitoral em Belo Horizonte, segundo balanço da SLU.
Um dos valores que aprendemos em casa e na escola é que “lugar de lixo é no lixo”. O programa 5S, implantado e implementado no Brasil de maneira mais sistemática desde 1990, vai além. Ele ensina que “lugar limpo não é o que mais se varre, mas o que menos se suja”.
Após 25 anos de 5S no Brasil – e mais tempo ainda de eleições democráticas – continua desafiadora a prática do senso da autodisciplina, essencial para o cumprimento dos padrões estabelecidos. Fica o desafio para 2016. Menos sujeira, mais autodisciplina.