O desemprego cresce e ronda nossas portas
Estamos num ambiente de recessão econômica e de crise política, que só dificulta o encontro de uma saída que aponte para a retomada do crescimento da economia. O clima é de desconfiança entre empresários e mais ainda em meio aos trabalhadores. A razão é bem simples – à medida em que o faturamento cai e os custos vão ficando insuportáveis, o primeiro que aparece é o facão cortando trabalhadores. Margens de lucro inalteradas, gestão do negócio insatisfatória e erros governamentais adubam a conjuntura.
Quem já passou ou está passando pela condição de desempregado, com ou sem carteira assinada, conhece muito bem o quanto essa dor dói. A Pnad Contínua, do IBGE, estimou 8,6 milhões de pessoas desocupadas, no país, no trimestre de maio a julho deste ano. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o contingente cresceu 26,6%.
Em princípio todos precisam trabalhar para dignificar e responder à própria existência e para contribuir para a geração das riquezas de uma nação. O sofrimento para quem procura um trabalho torna-se cada vez mais pesado e extenuante à medida em que o tempo passa e as contas só continuam chegando.
E haja realismo esperançoso para aquietar uma mente em efervescência em busca de uma resposta. Até me lembro de alguns versos da música Guerreiro menino, que foram compostos por Luiz Gonzaga Jr. e também cantados por Raimundo Fagner.
"Um homem se humilha Se castram seus sonhos Seu sonho é sua vida E vida é trabalho E sem o seu trabalho O homem não tem honra E sem a sua honra Se morre, se mata Não dá pra ser feliz Não dá pra ser feliz"
Ainda assim, muitas são as pessoas que pensar que situações como essas sempre acontecem só com os outros. Já ouvi gente com formação de nível superior e pós-graduação dizendo que é funcionário público concursado e, portanto, inatingível pela crise econômica. Só se esquecem que a recessão econômica faz cair a arrecadação dos altíssimos impostos e contribuições, e que até salários já estão sendo pagos parceladamente em alguns estados e municípios.
Mas a grande questão é que quanto pior, pior mesmo e que quando o mercado está desfavorável para o trabalhador, está mesmo. A busca acaba sendo prioritariamente por um posto de trabalho e secundariamente pelos salários, benefícios e horizontes de carreira profissional. A conjuntura e os cenários são de sobrevivência.