Não lhe quero mais

por Luis Borges 1 de julho de 2015   Música na conjuntura

De modo geral, as pessoas gostam de ter poder e de usufruir dele nos mais diversos tipos de organizações humanas – famílias, escolas, sindicatos, empresas, associações, prefeituras municipais, país…

Um projeto de poder para ocupar a Presidência da República Federativa do Brasil e lá permanecer por três décadas é meta que mobiliza muita gente, principalmente para manter esse poder conquistado.

A nossa situação atual mostra o PT em seu 13º ano de Presidência da República junto com sua base aliada, na qual o PMDB está em primeiro plano. Em 2018 o tempo de poder chegará a 16 anos. Se olharmos a história a partir da Proclamação da República veremos que o primeiro mandato de Getúlio Vargas durou 15 anos, aí incluídos os anos da Ditadura do Estado Novo. A Ditadura Militar se manteve por longos 21 anos. Esses fatos e dados nos mostram que brevemente a longevidade do PT no poder só será menor que a da Ditadura Militar.

Aqui começa uma tentativa de compreensão das causas que estão levando o ex-presidente Lula a disparar suas falações em todas as direções. Nesse momento fica a sensação de que tudo foi maravilhoso em seus 8 anos de mandato e que a sucessora por ele criada desviou-se do seu reto caminho. Logo ela, que no início era só alegria e todos eram felizes. Mas foi só a coisa criada assumir sua vida própria e deixar de praticar o que a vontade do criador tentava impor sob o cognome de consultor, para que a relação entre o mestre e a aprendiz começasse a ir para o brejo. Os indicadores econômicos, políticos e sociais se apresentam muito ruins e com poucas perspectivas de recuperação rápida após o inicio do ajuste fiscal das contas públicas.

As eleições municipais de 2016 já batem à porta. As presidenciais de 2018, embora ainda pareçam longe, logo logo também chegarão. Fica visível que Lula vai gastando muito de sua energia para tentar estancar a queima rápida de seu capital político. Daí a tentativa de se realinhar com as centrais sindicais e movimentos sociais a partir da regulamentação da terceirização do trabalho, o sentimento de estar abaixo do volume morto da política, a constatação de que seu partido perdeu a utopia e só quer cargos, claro que a começar por ele, e assim por diante. Agora o jeito é se afastar da atual presidente e se colocar criticamente fora do processo, como se dele não fizesse parte.

Embalado pela Observação e Análise do que se passa na conjuntura e dos cenários que se desenham, lembrei-me que poderia embalar meu momento ouvindo a música Não lhe quero mais, de autoria de Roberto e Erasmo Carlos, cantada, por exemplo, por Tony Tornado. Ouça!

Não lhe quero mais
Fonte: Letras.mus.br 

Jogue fora o meu retrato
Lave a mão que me afagou
Veja se esquece o dia
Que eu lhe dei amor,
Que eu lhe dei amor

Nunca mais fale o meu nome
Tudo, tudo o que eu sentia
A muito se apagou
Veja se esquece o dia
Que eu lhe dei amor,
Que eu lhe dei amor
Que eu lhe dei amor

Todo o amor do mundo
Você jogou fora
E agora vai se arrepender
Mas agora é tarde porque
Eu não lhe quero mais
Eu não lhe quero mais
Eu não lhe quero mais
Eu não lhe quero mais
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