Na passarela do tempo

por Luis Borges 19 de dezembro de 2019   Pensata

O tempo caminha indelevelmente para frente e nós com ele, mas sabedores de nossa finitude perante algo que nos parece infinito. Ainda assim, ouvimos com muita frequência reclamações de pessoas dando conta de que falta lhes tempo ou que o tempo passou muito rápido, praticamente sem ser percebido. O fato é que, mesmo diante das diferentes percepções que se tenha, o tempo relativo ao ano de 2019 está chegando à sua marca final, trazendo a alvorada cada vez mais próxima do ano que será marcado como 2020.

Dessa realidade não será possível fugir e, por maior que seja a poesia inerente à vida, esse momento do tempo também nos possibilita fazer uma observação e análise, sem adjetivos, sobre a realidade em que nossas vidas estão sendo vividas. Muitas podem ser as expectativas, mas elas não devem ser maiores que a realidade. Caso contrário, as frustrações causarão mais sofrimento nesse momento em que a sociedade brasileira é marcada pela polarização político ideológica que muitas vezes nos obriga a clamar por civilização, respeito, tolerância nas relações pessoais e sociais. Tudo só piora se prevalecem as fake news em detrimento da verdade e do conhecimento científico, enquanto os problemas crônicos não são resolvidos e a realidade social grita com 12,4 milhões de desempregados que a pequenez da recuperação da economia não ajuda a resolver. Se temos a consciência que somos responsáveis pelas nossas escolhas, ainda que elas nem sempre levem aos resultados esperados, precisamos ter sempre em mente que o importante é não estar vencido e que sempre é possível aprender com os erros para melhor prosseguir rumo ao estado de bem-estar social, bom para todos e com equidade.

Então, diante dos fatos, dados, informações, conhecimentos sobre a realidade que nos cerca nos aspectos políticos, econômicos, sociais, tecnológicos, culturais… é importante prestar atenção no que disse o dramaturgo, romancista e poeta brasileiro Ariano Suassuna em “O auto da compadecida”, uma das obras mais marcantes de sua trajetória:

“O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”.

Que a sabedoria e a inteligência nos ajudem a compreender que a conjuntura e os cenários que se desenham nos indicam que a estratégia de sobrevivência continua sendo a mais adequada. Caminhemos!

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O Observação & Análise fará uma pausa neste fim de ano. Os posts voltam no dia 8 de janeiro. Desejo boas festas a todos os leitores e a agradeço pela companhia neste 2019. Que possamos seguir juntos em 2020.  

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