Música na conjuntura – Revolução dos Cravos

por Luis Borges 28 de abril de 2014   Música na conjuntura

No dia 25 de abril completaram-se 40 anos da Revolução dos Cravos em Portugal. O embaixador de Portugal no Brasil deu entrevista à Agência Brasil, que está no link acima, explicando que a revolução significa liberdade para os portugueses.

“Portugal está em festa porque o 25 de abril restituiu a liberdade: de pensar, de escrever, de se reunir e poder se manifestar”.

Francisco Ribeiro Telles – Embaixador de Portugal no Brasil

Liberdade que, na época, faltava a nós, brasileiros. A revolução foi assunto da coluna de Pasquale Cipro Neto, publicada na Folha de S. Paulo da última quinta-feira. Leitura indicadíssima, que pode ser feita neste link.  O professor relembra a importância do repertório, do conhecimento, para entender o mundo. E cita uma música de Chico Buarque que fala da revolução portuguesa, Tanto Mar. Na coluna, Pasquale destrincha a letra, as metáforas e as relações entre as situações brasileiras e portuguesas naquele ano. Segue um trechinho:

A estrofe da canção que mais relaciona a situação vivida por Portugal naquele abril de 1974 com a situação do Brasil no mesmo período é esta: “Sei que há léguas a nos separar / Tanto mar, tanto mar / Sei também quanto é preciso, pá / Navegar, navegar”. Antes que alguém pergunte, “pá” é um vocativo tipicamente português, algo como o nosso “rapaz”, “cara” ou algo equivalente. A origem provável desse “pá” é a redução de “rapaz”.

É forte o valor metafórico das expressões “léguas a nos separar” e “tanto mar”. Literalmente, o Brasil e Portugal são, sim, separados por muitas léguas de mar, mas o mar de que fala o grande Mestre é outro. Na letra de Chico Buarque, o mar que separava o Brasil de Portugal era simbólico: lá, as águas da liberdade, do fim da tirania; cá, as águas da opressão, da barbárie.

Assim como vale a leitura da coluna, vale também ouvir a bela música. Ouça clicando no link abaixo.

Tanto Mar – Chico Buarque

  Comentários

Publicado por

Publicado em