Música na conjuntura – Lata d’água na cabeça

por Luis Borges 4 de novembro de 2014   Música na conjuntura

Estamos vivendo um longo período de estiagem na região Sudeste e as torneiras secas de nossas residências trazem a tormenta aos nossos pensamentos. Se água é vida, como viver sem ela? Voltaremos a viver os tempos de escassez da água tratada da minha infância em Araxá ou da juventude em Belo Horizonte? Caminhão pipa, caixa d’água com capacidade para 200 litros, plantas secas, banhos rapidíssimos, sorveteria sem fazer sorvete, salão de beleza sem água para lavar cabelos e o restaurante preocupado com o horário do almoço… tudo vem e volta.

A falta d’água unifica o morro e o asfalto enquanto as autoridades negam o desabastecimento e o racionamento, apesar de tão percebidos no cotidiano das pessoas. Os fatos e dados nos mostraram que as sonhadas chuvas não vieram em setembro, nem ao longo de quase todo o mês de outubro, mas o pouco que choveu trouxe algum alívio. Agora, as esperanças ficaram para novembro – que já está em seu 4º dia – dezembro e quem sabe janeiro do ano que vem.

Haja informação, conhecimento e esperança, mas será cada vez mais difícil omitir a falta que o planejamento e a gestão fazem às pessoas que tem a responsabilidade de dar a direção dos rumos da vida da coletividade.

É hora de cantar novamente a música Lata d’água na cabeça com a inesquecível Marlene, uma das rainhas do rádio da década de 50 do século passado.

Lata D'Água
Marchinhas de Carnaval - Composição: Luis Antônio - Jota Jr
Fonte: Letras.mus.br

Lata d'água na cabeça
Lá vai Maria, lá vai Maria
Sobe o morro e não se cansa
Pela mão leva a criança
Lá vai Maria

Lata d'água na cabeça
Lá vai Maria, lá vai Maria
Sobe o morro e não se cansa
Pela mão leva a criança
Lá vai Maria

Maria lava roupa lá no alto
Lutando pelo pão de cada dia
Sonhando com a vida do asfalto
Que acaba onde o morro principia
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