Música na conjuntura – Lata d’água na cabeça
Estamos vivendo um longo período de estiagem na região Sudeste e as torneiras secas de nossas residências trazem a tormenta aos nossos pensamentos. Se água é vida, como viver sem ela? Voltaremos a viver os tempos de escassez da água tratada da minha infância em Araxá ou da juventude em Belo Horizonte? Caminhão pipa, caixa d’água com capacidade para 200 litros, plantas secas, banhos rapidíssimos, sorveteria sem fazer sorvete, salão de beleza sem água para lavar cabelos e o restaurante preocupado com o horário do almoço… tudo vem e volta.
A falta d’água unifica o morro e o asfalto enquanto as autoridades negam o desabastecimento e o racionamento, apesar de tão percebidos no cotidiano das pessoas. Os fatos e dados nos mostraram que as sonhadas chuvas não vieram em setembro, nem ao longo de quase todo o mês de outubro, mas o pouco que choveu trouxe algum alívio. Agora, as esperanças ficaram para novembro – que já está em seu 4º dia – dezembro e quem sabe janeiro do ano que vem.
Haja informação, conhecimento e esperança, mas será cada vez mais difícil omitir a falta que o planejamento e a gestão fazem às pessoas que tem a responsabilidade de dar a direção dos rumos da vida da coletividade.
É hora de cantar novamente a música Lata d’água na cabeça com a inesquecível Marlene, uma das rainhas do rádio da década de 50 do século passado.
Lata D'Água Marchinhas de Carnaval - Composição: Luis Antônio - Jota Jr Fonte: Letras.mus.br Lata d'água na cabeça Lá vai Maria, lá vai Maria Sobe o morro e não se cansa Pela mão leva a criança Lá vai Maria Lata d'água na cabeça Lá vai Maria, lá vai Maria Sobe o morro e não se cansa Pela mão leva a criança Lá vai Maria Maria lava roupa lá no alto Lutando pelo pão de cada dia Sonhando com a vida do asfalto Que acaba onde o morro principia