Já imaginou como poderá ser sua vida em 2019?

por Luis Borges 18 de setembro de 2018   Pensata

A primavera brasileira terá início no próximo sábado e deve nos encontrar cheios de expectativas quanto ao reflorescimento da flora e a beleza das flores que darão o característico colorido da estação. É nela que terá inicio o período chuvoso do Sudeste brasileiro, que deverá se prolongar até o final do verão.

Também será na primavera que acontecerão os dois turnos das eleições de outubro, que estão gerando muitas expectativas, incertezas e variados níveis de esperança e ceticismo para a solução de crônicos problemas brasileiros. Um dos mais citados em prosa e verso mostra que o Estado brasileiro – União, estados e municípios – está simplesmente quebrado. Isso pode ser verificado pelos déficits orçamentários previstos para 2019, como os R$139 bilhões da união, R$6,8 bi do Rio Grande do Sul, R$5,6 bi de Minas Gerais e R$5 bi do Rio de Janeiro. Aliás, nenhum desses déficits começou agora, mas terão que ser enfrentados pelos que serão eleitos no próximo pleito.

Enquanto os brasileiros vão se preocupando de diversas maneiras e intensidades – inclusive com indiferença e alienação – diante das grandes questões do nível macro da política partidária ou não, da economia e do tecido social é importante se verificar como está a situação dos indivíduos e das famílias no micro mundo do cotidiano em que estão vivendo. Se tudo começa com a gente, cabe às pessoas, com o nível de informações e conhecimentos que possuem, também imaginar e projetar suas situações a partir de premissas que poderão dar condições de contorno às suas vidas no próximo ano.

Será que quem está trabalhando atualmente terá a garantia de continuidade ao longo do próximo ano? Se sim, será possível conseguir um reajuste salarial que reponha as perdas inflacionárias medidas pelo IPCA nos 12 últimos meses que antecederão a data-base de sua categoria profissional? Se vier o pior, a falta de trabalho, como poderia ser feito um plano de ação para se atingir a meta de recolocação no mercado em até 6 meses, por exemplo? Será que os novos governantes retomarão as discussões para a reforma da previdência social, solicitando um sacrifício extra de quem recebe acima de dois salários mínimos para combater o déficit da previdência dos servidores públicos e dos empregados da iniciativa privada? Quem trabalha para o poder executivo dos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul já sabe que os seus salários continuarão a ser parcelados no próximo ano, independente dos resultados que os futuros governadores conseguirem no primeiro ano de suas gestões…

Não tenho aqui a pretensão de levantar todas as possibilidades de situações que poderão ocorrer nos próximos meses, mas apenas sugerir que é importante fazer o dever de casa. Inclusive quem está na zona de conforto, para não ser surpreendido pelos cenários que se desenham para o futuro cada vez mais próximo. Acredito que ainda serão predominantes as estratégias de sobrevivência pois quanto pior, pior mesmo. Só se vitimizar depois que as coisas acontecerem não será suficiente. Por isso é preciso ter “um olho no peixe e outro no gato”. Às vezes muitas pessoas são surpreendidas por estarem sabendo e acompanhando tudo que acontece no Brasil e no mundo, mas perdem o foco ao não cuidarem de si mesmas.

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