Imposto de renda 2015 – enfim acabou o prazo
Já não aguentava mais tanta falação sobre o Imposto de Renda e o prazo final para a entrega da declaração de 2015. Ainda bem que o dia 30 de abril chegou. Em quase toda roda de conversa alguém surgia com a pergunta clássica, mas que sempre cutuca e pressiona – “você já fez sua declaração?”. Daí, emendava-se a discussão: já enviou? Vai pagar? Vai ter restituição?
Sei que tudo isso já faz parte da nossa cultura, inclusive a aceitação de que salário é renda e, por isso, vale o tributo que lhe é imputado. Também não podemos nos esquecer que essa carga tem aumentado ano a ano em termos reais, devido à não correção plena da tabela do Imposto de Renda pelos índices inflacionários. A defasagem nos últimos 20 anos já chega a quase 70%.
Muitos de nós devem ser do tempo em que a data limite da declaração era adiada várias vezes e muitos contavam com essa possibilidade para dar um jeitinho até a última hora possível.
Mas se me sinto aliviado porque o prazo acabou. Sei que o assunto ainda permanecerá mais alguns dias na mídia, com os tradicionais balanços dando conta de que tantos milhões de pessoas entregaram a declaração do Imposto de Renda 2015 no prazo. Também serão passadas as informações de que, a partir de 04 de maio, a Receita Federal reabrirá o sistema para o recebimento das declarações dos que perderam o prazo, só que acrescidas de multas, juros e correções, sempre nos termos da Lei.
Outra possibilidade que também será muito citada é a de retificação da declaração, ou seja, ainda será possível modificar informações, tanto acrescentando quanto retirando. Também prosseguirão falações sobre erros de preenchimento, despesas inventadas, rendimentos omitidos ou falta de lastro para bens e direitos. O medo de cair na malha fina também ficará, pairando como uma espada sobre a cabeça das pessoas. E, finalmente, virá um destaque para a prioridade que idosos e portadores de doenças classificadas como graves terão na fila das restituições.
Lembrando de tudo isso sou obrigado a concluir que apenas um prazo acabou mas que todo dia continuará com a sua agonia, inclusive com a obrigação de guardar os documentos deste Imposto de Renda 2015, relativos ao ano-base 2014, durante 5 anos.
Não dá para esquecer, também, da próxima data. Amanhã, 1 de maio, é dia do trabalhador, que faz a travessia da crise econômica com estratégia de sobrevivência enquanto sua macia central sindical sorteia brindes e atenua a luta política na sociedade de massas.