Gita
Tenho me deparado com frequência cada vez maior com pessoas arrogantes e proprietárias da verdade. Para tentar compreender esse fenômeno e o processo que o gera fico me indagando e tentando responder a algumas perguntas. Quem são elas? De onde vieram? Para onde correm? Que país é esse, que lhes dá democraticamente tanta guarida?
Entre apelos para o consumo de Natal e o chamamento para reflexões sem dor, vendo gente ditando respostas sem sequer ouvir uma pergunta ou chamamento, lembrei-me de Raul Seixas, o Maluco Beleza, em sua sua música Gita. Resolvi ouvi-la outra vez, à luz de dezembro de 2014, e ouvir de novo e de novo.
O resultado foi melhor ainda, pois simplesmente entendi que prosseguirei meu caminhar esperançoso, na certeza de que quanto maior a entropia, mais próximos estaremos da solução.
Gita Raul Seixas Letra retirada daqui. - Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando, foi justamente num sonho que Ele me falou Às vezes você me pergunta Por que é que eu sou tão calado Não falo de amor quase nada Nem fico sorrindo ao teu lado Você pensa em mim toda hora Me come, me cospe, me deixa Talvez você não entenda Mas hoje eu vou lhe mostrar Eu sou a luz das estrelas Eu sou a cor do luar Eu sou as coisas da vida Eu sou o medo de amar Eu sou o medo do fraco A força da imaginação O blefe do jogador Eu sou, eu fui, eu vou Gita! Gita! Gita! Gita! Gita! Eu sou o seu sacrifício A placa de contra-mão O sangue no olhar do vampiro E as juras de maldição Eu sou a vela que acende Eu sou a luz que se apaga Eu sou a beira do abismo Eu sou o tudo e o nada Por que você me pergunta? Perguntas não vão lhe mostrar Que eu sou feito da terra Do fogo, da água e do ar Você me tem todo dia Mas não sabe se é bom ou ruim Mas saiba que eu estou em você Mas você não está em mim. Das telhas eu sou o telhado A pesca do pescador A letra A tem meu nome Dos sonhos eu sou o amor Eu sou a dona de casa Nos pegue pagues do mundo Eu sou a mão do carrasco Sou raso, largo, profundo Gita! Gita! Gita! Gita! Gita! Eu sou a mosca da sopa E o dente do tubarão Eu sou os olhos do cego E a cegueira da visão Eu! Mas eu sou o amargo da língua A mãe, o pai e o avô O filho que ainda não veio O início, o fim e o meio O início, o fim e o meio Eu sou o início O fim e o meio Eu sou o início O fim e o meio.
Muito bem lembrado, o Raul Seixas sabia o que estava dizendo. Antes não entendia bem a letra desta musica, mas ouvindo o Laércio Fonseca interpretado e colocando os pensamentos do Raul, aí eu entendi. Parabéns pela lembrança.