A gestão da manutenção deveria ser prioritária
No início da noite de 27 de junho, uma segunda-feira, aconteceu um incêndio no quarto 61 do décimo andar do hospital da Santa Casa em Belo Horizonte. Segundo o portal G1, o fogo foi causado por um vazamento de oxigênio atrelado à pane de um equipamento. No andar existem 50 leitos do Centro de Tratamento Intensivo-CTI e naquele momento 931 pessoas estavam internadas no hospital, que teve de ser evacuado. Foram confirmadas as mortes de duas pessoas no translado.
Quando surgem problemas desse e de outros tipos que tem grande repercussão na mídia a pergunta imediata é sempre a mesma, ou seja, quais as causas do incêndio. Em menor escala surgem os caçadores de culpados de qualquer natureza e também alguns propondo soluções para que o fato não se repita.
Mas que lições podemos tirar e pontuar para que todos possam conhecer, compreender e se conscientizar da importância da gestão da manutenção para colocá-la em prática. Isso vale para as pessoas físicas e jurídicas nos setores públicos e privados.
É importante lembrar que Sistema é um conjunto de partes interligadas que por sua vez possuem inúmeros processos, conjunto de causas que provoca um ou mais efeitos. Quando o resultado de um processo é ruim, indesejável nos deparamos com um problema, mas que precisa ser resolvido, jamais ignorado, negado ou justificado com desculpas. Gerenciar é resolver problemas com uma visão sistêmica.
A nossa reflexão aqui deve partir da premissa de que tudo começa com a gente e com o nosso querer nos ambientes em que atuamos devidamente comprometidos. Mas quais tem sido as nossas atitudes perante a necessária e prioritária gestão da manutenção? Podemos começar, por exemplo com a gestão da saúde individual nos diversos níveis de cuidados e descuidos que cada um tem, o que mostram os indicadores e os sintomas (sinais) disponíveis.
Essencialmente a gestão da manutenção poderá ser corretiva – a mais cara – para remover as falhas, preventiva para evitar que as falhas ocorram e preditiva para predizer que algo deve ser feito a partir da probabilidade de ocorrer uma falha em determinado componente após certo tempo de uso (num avião, por exemplo). Não dá para esperar a exaustão para depois agir.
Raciocínio semelhante pode ser feito para a manutenção de nossas residências ao longo do seu tempo de uso. Daqui a 3 meses terá início o período chuvoso. Será que os nossos telhados com as suas calhas serão revisados e limpos para evitar futuros entupimentos? Caso contrário a água das chuvas procurará caminhos alternativos para seu escoamento e poderá pingar dentro da casa.
Na mesma direção e sentido podemos pensar sobre a quantas anda a gestão da manutenção em tudo aquilo que está sob a responsabilidade dos municípios, dos estados e da União. A sensação que dá é de muita manutenção corretiva, mas isso precisava ser confirmado pelos dados constantes nos respectivos portais da transparência, pois afinal de contas, quem não mede, não gerencia e quem não controla também não gerencia.
E se houver um incêndio no local de trabalho público ou privado de cada um de nós, se o elevador emperrar com sua lotação máxima no vigésimo andar de um prédio, se o motor do veículo fundir no meio do viaduto ou se uma carreta perder o freio na decida de uma avenida, por exemplo, o que fazer? Ou apenas sentiremos falta da gestão da manutenção?
Como se vê gestão é o que todos precisam, inclusive a da manutenção, mas nem todos ainda sabem que precisam.
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