E vamos à luta

por Luis Borges 22 de outubro de 2017   Música na conjuntura

A obra do economista, compositor e cantor Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha (1945 – 1991) acaba sempre nos trazendo um alento também em momentos difíceis e incertos como os de agora. Se estamos a menos um ano das próximas eleições gerais e os políticos partidários prosseguem em suas tenebrosas transações em Brasília, há um outro Brasil que resiste, sem estar isento de alguns equívocos, e persiste de maneira difusa rumo às mudanças que se fazem necessárias em nome da sobrevivência da nação.

Se as perspectivas são de alto índice de renovação entre os postulantes, espero que ela ocorra em consonância com o aumento da capacidade das pessoas para separar o que é joio e o que é trigo em eleições de voto obrigatório, coligações partidárias e financiamento público das campanhas e autofinanciamento ilimitado. Se o que importa é não estar vencido, mas é preciso saber com quem caminhar e fazer alianças, que tal ouvir Gonzaguinha em sua música E vamos à luta, lançada em 1980, ainda nos tempos da ditadura militar?

E vamos à luta
Fonte: Letras.mus.br

Eu acredito
É na rapaziada
Que segue em frente
E segura o rojão
Eu ponho fé
É na fé da moçada
Que não foge da fera
E enfrenta o leão
Eu vou à luta
É com essa juventude
Que não corre da raia
À troco de nada
Eu vou no bloco
Dessa mocidade
Que não tá na saudade
E constrói
A manhã desejada...(2x)

Aquele que sabe que é negro
O coro da gente
E segura a batida da vida
O ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco
De um jogo tão duro
E apesar dos pesares
Ainda se orgulha
De ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim
Pede uma cerva gelada
E agita na mesa
Uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira
Suada da luta
E faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí...

Acredito
É na rapaziada
Que segue em frente
E segura o rojão
Eu ponho fé
É na fé da moçada
Que não foge da fera
E enfrenta o leão
Eu vou à luta
É com essa juventude
Que não corre da raia
À troco de nada
Eu vou no bloco
Dessa mocidade
Que não tá na saudade
E constrói
A manhã desejada...

Aquele que sabe que é negro
O coro da gente
E segura a batida da vida
O ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco
De um jogo tão duro
E apesar dos pesares
Ainda se orgulha
De ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim
Pede uma cerva gelada
E agita na mesa logo
Uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira
Suada da luta
E faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí
Eu acredito
É na rapaziada!
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