“Deu ruim” na consulta médica

por Luis Borges 26 de janeiro de 2017   Pensata

Na era da incerteza, da informação e do conhecimento cresce o número de pessoas que se preparam para tomar decisões mais fundamentadas sobre variados temas em diversas situações. Pode ser na vida pessoal, familiar ou profissional.

Os temas ligados à saúde estão disponíveis em abundância na internet – o popular Dr. Google – e também nas emissoras de rádio e TV, nos jornais, nas conversas com outras pessoas e por aí afora. Vale lembrar que todos devem ser analisados criticamente e com a devida cautela, pois nem tudo que reluz é ouro e cada caso é um caso.

Nesse sentido é interessante observar alguns casos de consultas médicas em que o paciente/cliente e o médico acabam se confrontando. Isso nos casos em que o paciente chega com muita informação e começa a perguntar e a questionar mais. Se o médico não tem a paciência de explicar com clareza o que está correto e o que não se sustenta pelo conhecimento científico, é possível chegar até a um impasse.

Fiquei sabendo de um caso recente em que uma jovem de 24 anos foi se consultar com um alergologista de aproximadamente 70 anos. Logo no início da consulta o médico perguntou à paciente qual era o problema. Ela respondeu de imediato que tem rinite alérgica e que isso lhe causa muito desconforto. Então o médico perguntou em que ela se baseava para fazer tal afirmação sem ter feito um teste alérgico. A jovem respondeu com muita firmeza que enfrenta o problema desde a adolescência e que já fez teste alérgico numa ocasião anterior. O médico decidiu submetê-la a um novo teste alérgico e o resultado foi positivo para a imensa maioria dos alérgenos.

Mas não foi esse o único embate. Em seguida, o médico receitou um medicamento que a paciente rejeitou prontamente, alegando os efeitos colaterais advindos do seu uso numa ocasião anterior. Ela justificou sua recusa alegando que leu a bula inteira do medicamento. O médico reagiu dizendo que se a bula for seguida ele não teria coragem de receitar o medicamento e nem o paciente de usá-lo. Diante da reafirmação da paciente de que não usaria o medicamento devido aos efeitos colaterais realçados, o médico rasgou a receita, que virou um montinho de papel picadinho. Em seguida, o profissional tentou prescrever outro medicamento para trazer alívio imediato e sugeriu um tratamento com vacinas para serem usadas durante cinco anos. No primeiro ano seria uma dose por semana, no segundo uma por quinzena, no terceiro uma por mês, no quarto uma a cada 2 meses e no quinto uma a cada 4 meses. Um detalhe importante é que a vacina só é encontrada na clínica em que o médico trabalha. Insatisfeita com o encaminhamento proposto, a jovem decidiu encerrar a sua participação na consulta. No dia seguinte voltou a tentar encontrar em sua rede de amigos alguma indicação de outro alergologista de seu plano de saúde. Enquanto isso a rinite alérgica prosseguia firme e sem dar trégua.

Você já viveu alguma situação semelhante à que foi aqui descrita só com os melhores momentos?

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