Desatenção no trânsito
Era uma sexta-feira do início de agosto, por volta das 20h30, na Av. Antônio Carlos, em Belo Horizonte. O trânsito estava assim:
Eram muitos problemas – trânsito pesado, motoristas forçando passagem e furando fila, o cansaço, a visão da longa fila de carros na avenida… o que indicava ainda mais necessidade de atenção.
A motorista que estava no meio desse engarrafamento contou que, ao passar pelo viaduto São Francisco, viu um ônibus e um táxi que estavam na pista que daria acesso ao Anel Rodoviário forçando a entrada na faixa da av. Antônio Carlos. O carro da frente soltou o freio, na ânsia de não ser batido. Mas, aparentemente, não prestou atenção na distância do carro que vinha atrás. Resultado – bateu no pára-choque dianteiro da motorista citada. Nem buzinar adiantou.
Num caso desses, como parar, no meio da avenida engarrafada, para ver se houve algum estrago? Como se comunicar com o motorista da frente? O jeito foi seguir até seu destino, esperando que nada tivesse acontecido com o carro.
Essa mesma motorista teve outro dissabor alguns dias depois. Entrando no seu bairro, dirigindo pela rua principal, foi atingida na lateral direita por um motorista que abria a porta, mas se esqueceu de olhar pelo retrovisor antes. Na porta que foi aberta, o estrago foi pequeno, apenas um friso se soltou. No carro atingido, a roda foi amassada, o pára-choque danificado e foi preciso trocar parte da lataria. O carro ficou 8 dias corridos no conserto, coberto pelo seguro.
Centenas de acidentes diários
Essas pequenas desatenções são expressas na estatística da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. Em 2015, de janeiro a julho, foram registrados 34.977 acidentes de trânsito sem vítimas em Belo Horizonte – 165 por dia. Se incluirmos a Região Metropolitana, o número sobe para 57.923. Isso sem contar os casos que não foram registrados, já que algumas seguradoras não estão pedindo mais o B.O., que passou a ser feito na delegacia online. O que comprova que o trânsito de Belo Horizonte continua cheio de pessoas dirigindo seus veículos desatentamente.
É bom lembrar que “acidente sem vítima” não quer dizer acidente sem transtornos ou consequências. Os envolvidos ficam dias sem o veículo, precisam modificar a rotina e, em muitas vezes, tirar dinheiro do bolso.