Curtas e curtinhas

por Luis Borges 6 de outubro de 2018   Curtas e curtinhas

Tarifas públicas e inflação

Como sempre tem acontecido nos últimos anos, também para 2019 projeta-se aumentos superiores à inflação medida pelo IBGE para os preços dos serviços administrados pelo Governo Federal. Para um índice oficial de 4,2% ao ano estima-se que as tarifas públicas tenham aumento médio de 6%. É bom lembrar que a média mascara os extremos, como os que tem ocorrido com os aumentos de preços da energia elétrica, gasolina, óleo diesel, gás de cozinha e passagens de ônibus, por exemplo. Pelo visto quem mais continuará perdendo será o poder aquisitivo dos salários dos trabalhadores que, quando muito, conseguem repor as perdas salariais pelo índice oficial da inflação.

Suicídios e assassinatos de índios brasileiros

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e criado em 1972, divulgou o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2017. Ele registra o suicídio de 128 índios no ano, 22 a mais do que em 2016, sendo a maior incidência no estado do Amazonas com 54 e no Mato Grosso do Sul com 31 casos. Já os assassinatos foram 110, com maior prevalência nos estados de Roraima (33 casos), Amazonas (28 casos) e Mato Grosso do Sul (17 casos). Em relação à mortalidade de crianças de 0 a 5 anos, dos 702 casos registrados, 236 ocorreram no Amazonas, 107 no Mato Grosso e 103 em Roraima.

Segundo o Censo do IBGE, em 2010 o Brasil tinha uma população estimada em 817 mil índios. Mesmo vivendo sob a tutela do Estado através da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) o que não falta para eles são problemas que passam pela propriedade de suas terras, segurança, saúde, educação…

Clínicas populares já fazem cirurgias

A saúde é um direito de todos e um dever do Estado segundo a Constituição Brasileira de 1988, mas o SUS não conseguiu, ao longo desses 30 anos, suprir todas as necessidades em termos de quantidade e prazos para atender a todas as demandas num tempo adequado.

Sobrou um espaço para os serviços particulares prioritariamente voltados para as pessoas de alta renda e os planos de saúde regulamentados e fiscalizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Após a recessão econômica iniciada em 2015, que gerou grande desemprego e maior procura pelo SUS, os planos de saúde também perderam muitos clientes por incapacidade de pagamento de seus altos preços, mesmo com os limites técnicos de suas modalidades.

Nesse vácuo surgiram as clínicas populares, que proliferam a cada dia em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte bem como em muitas localidades de médio porte. Elas começaram com os serviços de apoio ao diagnóstico, os chamados exames laboratoriais e de imagens, a preços bem mais acessíveis. Em seguida se somaram as consultas de diversas especialidades, variando na faixa de R$50,00 a R$140,00. Diante do sucesso da iniciativa agora chegou a vez das cirurgias de pequeno porte feitas nas próprias clinicas ou em hospitais privados conveniados, que vendem seus horários ociosos, principalmente de sexta a domingo. No entanto é obrigatório que a clínica popular seja registrada no Conselho Regional de Medicina, bem como seu diretor técnico e os profissionais que nela trabalham. É o mercado da saúde se reinventando para continuar garantindo os seus ganhos.

  Comentários

Publicado por

Publicado em