Curtas e curtinhas

por Luis Borges 3 de setembro de 2017   Curtas e curtinhas

Pouca chuva

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia mostram que as chuvas acumuladas em Belo Horizonte, de janeiro a agosto de 2017, foram de apenas 448 mm, menor índice dos últimos 63 anos. A média histórica para o período é de 798mm, sendo que em 2016 foi de 695mm, em 2015 atingiu a média histórica de 798mm e em 2014 chegou a 520mm, menor índice dos últimos anos até aquele momento. Se as previsões apontam para o início da temporada de chuvas a partir de 15 de setembro, que expectativas poderemos ter em relação ao volume, rapidez e duração da temporada? Apesar da água para consumo humano significar algo em torno de 10% do total existente no país, o restante fica para a indústria e o agronegócio, é preciso verificar o que a Agência Reguladora, a Copasa, os sistemas municipais e os próprios consumidores estão fazendo em prol do uso racional da água e do combate permanente ao desperdício. É bom lembrar que as perdas de água se aproximam dos 40% nesses últimos anos, sendo que a principal causa ainda é a quantidade de vazamentos nas redes de distribuição. Que venham a primavera e o verão.

Meta maluca

Um estudante universitário abriu sua conta corrente em uma agência de Belo Horizonte de um dos 7 maiores bancos do país. Ele foi estudar numa cidade universitária do interior e após 4 anos foi à agência local do banco para fechar sua conta. O bancário que o atendeu disse que só encerraria sua conta porque ela era de Belo Horizonte pois, em sua agência, a cada conta fechada uma meta deve ser atingida. Para compensar o fechamento de uma conta, outras dez novas contas devem ser abertas. Uma meta tão maluca quanto essa só traz desânimo para as pessoas pois de antemão já se sabe que elas dificilmente serão atingidas e ainda causarão muito estresse no desespero do dia-a-dia.

Tarifas bancárias em alta

O sócio-diretor de uma pequena empresa levou um susto danado ao verificar o percentual de aumento das tarifas de sua conta corrente num dos grandes bancos do mercado. Em 31 de julho de 2017 a sua cesta de tarifas de pessoa jurídica passou de R$35,00 mensais para R$49,00, o que significou um aumento de 40%. Já a tarifa da manutenção de conta passou de R$30,00 mensais para R$42,00, o que também significou um aumento de 40%. Feitas as contas, as duas tarifas custaram R$780,00 à empresa. Já para os próximos 12 meses a aplicação do aumento de 40% passará para R$1.092,00 o valor que a empresa desembolsará para a manutenção de sua conta.

Nos últimos 12 meses – agosto/16 a julho/17 – o IPCA medido pelo IBGE foi de 3,21% e a sua projeção para os próximos 12 meses é de 4,2%. Portanto os 40% de aumento foram um super tarifaço. E se ninguém reclamar vai ficar por isso mesmo e o banco vai aumentando seus lucros trimestrais enquanto demite funcionários, fecha agências e força a migração das operações de seus clientes para os aplicativos dos celulares. Quanto menos pessoas nas agências, menores serão os custos e os gastos com a segurança privada, por exemplo.

Mobilidade urbana

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos divulgou no último dia 30 os resultados de sua pesquisa Mobilidade da População Urbana 2017, sendo que a última versão era de 2006. A pesquisa, feita em 35 cidades brasileiras, mostra que a principal preocupação das pessoas entrevistadas é com a violência, seguida pela saúde, desemprego e o transporte público, que aparece apenas em quarto lugar. Nesse quesito, o que mais afasta as pessoas do transporte público é o preço da passagem e a qualidade dos serviços, ligada ao desconforto e à duração das viagens.

A pesquisa deste ano mostra que 50,2% das pessoas se deslocam por transporte individual motorizado e os outros 49,8% no transporte coletivo. Em 2006 esses mesmos índices eram 35% e 65% respectivamente. Também é interessante lembrar que 38,5% da população brasileira vive em 88 cidades com mais de 300 mil habitantes. A NTU defende o subsídio ao combustível para o transporte urbano como forma de baixar as tarifas e reconquistar uma parcela dos passageiros perdidos para o preço alto e o desemprego. A íntegra da pesquisa pode ser vista aqui.

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