Curtas e curtinhas

por Luis Borges 20 de outubro de 2015   Curtas e curtinhas

Informação incompleta

O ex-presidente Lula afirmou, na semana passada, que as pedaladas fiscais do atual governo foram feitas para garantir benefícios sociais como o “Bolsa Família” e o “Minha Casa, Minha Vida”. Lula poderia ter dado uma informação mais completa se lembrasse de dizer que a maior parte dos recursos advindos das manobras de saques a descoberto foram destinadas a subsidiar as grandes empresas do Programa de Sustentação ao Investimento do BNDES e os empréstimos às empresas do agronegócio, por meio do Banco do Brasil.

Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), em junho do ano passado o BNDES e o Banco do Brasil apresentavam um registro de passivos da União na ordem de R$21,9 bilhões. Esse valor representa cerca de 54,75% dos R$40 bilhões de pedaladas fiscais identificadas pelo TCU.

É preciso permanente atenção e análise crítica das informações para não considerar a parte como se fosse o todo.

Encolhendo

A Via Varejo, empresa do grupo Pão de Açúcar e administradora das marcas “Casas Bahia” e “Ponto Frio”, fechou 50 lojas de janeiro a setembro deste ano, das quais 28 eram do “Ponto Frio”. A medida é parte do programa de redução de gastos da empresa, que inclui corte de empregos, aluguéis, custos de logística e marketing. O terceiro trimestre fechou com queda de 24,6% nas vendas das lojas com mais de um ano de existência, na comparação com o faturamento de igual período do ano passado.

Também pudera! Temos recessão econômica, inflação e desemprego em alta. Poder aquisitivo e confiança no futuro estão em baixa. É óbvio que os eletroeletrônicos perdem importância. Outros itens, como alimentos, têm prioridade nos gastos nessa conjuntura em que a estratégia é de sobrevivência.

Contas hospitalares em alta

Mais um setor da economia reclama da alta do dólar. A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) diz que, caso a cotação permaneça em torno de 4 reais, os custos devem aumentar em 20% neste ano. Os hospitais alegam depender das importações para trocar equipamentos e comprar materiais e medicamentos.

A Associação diz que os hospitais vão tentar amenizar os impactos – renegociar com fornecedores e operadoras de saúde, por exemplo. De novo, é o mercado em busca do seu ajuste na tentativa de encolher o mínimo possível. Mas não faltará choro por parte dos envolvidos e nem muitas críticas ao Governo Federal, como de costume.

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