Curtas e curtinhas
Recrutamento amplo
O Governo Federal tem mais de 22 mil cargos do tipo DAS (Assessoramento e Direção Superior), de acordo com o Ministério do Planejamento. Pouco mais de 1/4 deles são ocupados por pessoas não concursadas. O poder executivo possui 99.517 cargos de nomeações e gratificações, incluindo os DAS. Esse contingente está distribuído pelos 39 ministérios, que foram instados a reduzir R$1 bilhão nos seus gastos de custeio ao longo desse ano, tudo em nome do ajuste fiscal e para mostrar que o Governo está cortando um pouquinho também em sua própria carne. Gordura é o que não falta.
Pronatec
O Pronatec foi um dos destaques na campanha de reeleição de Dilma Rousseff à presidência. O número de 8 milhões de matrículas foi muito enfatizado. Dizia-se que, em breve, seriam 12 milhões de alunos. Não foi o que se viu. Criado em 2011, o Pronatec coleciona, em 2015, atrasos nos pagamentos às escolas participantes, adiamento de aulas e, agora, o MEC assumiu que ele passará por ajustes e otimização de recursos. A sensação é a de que a solução virou problema, por ter se dado um grande salto sem a necessária sustentabilidade.
Expectativa pessimista
O IBGE divulgou que o PIB do primeiro trimestre deste ano ficou 0,2% menor que o do trimestre anterior e 1,6% menor que o do primeiro trimestre de 2014, que era ano eleitoral. Como a economia e o mercado vivem de expectativas, é interessante observar e analisar o tamanho do pessimismo dos especialistas de organizações ouvidos em pesquisas de prévias do índice. Em média, eles trabalhavam com a queda de 0,5% na comparação com o trimestre anterior, mas houve quem apostasse em quedas de 0,1% até 1%. Já para igual período do ano anterior, os entrevistados falavam numa queda de 1,4%. Como se vê as “eminências” do mercado também sabem usar uma boa dose de achismo para tentar influenciar posicionamentos dos agentes do jogo e, quem sabe, melhor turbinar os interesses próprios, de seus clientes e também emitir sinais para cutucar o Governo Federal. Haja força para se manter em pé nesse jogo onde também se blefa muito.
Dinheiro público
O orçamento para o Fundo partidário deste ano foi triplicado. A renúncia fiscal para a propaganda partidária gratuita no rádio e na TV significará R$281,3 milhões. Somados os dois valores teremos um total de R$1,148 bilhão. Parte desse montante, algo em torno de R$780 milhões, é o que está projetado para ser arrecadado pela União com o aumento das alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS sobre produtos de perfumaria e cosméticos importados. Essa é mais uma medida do ajuste fiscal. É o de sempre, entra por um lado, sai pelo outro e ainda não é suficiente.