Curtas e curtinhas

por Luis Borges 7 de abril de 2015   Curtas e curtinhas

Licitações da Petrobras – O Executivo retirou o pedido de urgência da pauta da Câmara dos Deputados para a tramitação do regime especial de licitações da Petrobras, vigente desde 1998. Agora enquanto a Operação Lava Jato da Polícia Federal continua avançando, o tratamento diferenciado que é dado à Petrobras será discutido pela comissão especial que estuda modificações na Lei 8.666, que trata das licitações do setor público. Como não existe prazo para a conclusão dos trabalhos dessa comissão, dá para se imaginar quando será resolvido o que até o momento era urgente. Aliás, onde tudo é urgente nada é urgente e onde tudo é prioritário nada é prioritário, conforme nos ensinam os fundamentos da gestão.

Domésticas – No dia 2 de abril completaram-se 2 anos da promulgação da Proposta de Emenda à Constituição que estabeleceu vários direitos para as empregadas domésticas que até então não eram obrigatórios, entre eles o FGTS. De lá para cá a Câmara dos Deputados e o Senado da República tentam regulamentar a Lei, mas até agora nada, apesar de tantas trombetas durante o anúncio da alteração constitucional.

Recessão – O Boletim Focus do Banco Central projeta, nesta semana, o PIB negativo de 1,01% e inflação positiva de 8,2% para o ano de 2015. A expressão “estagflação”, do economês “estagnação com inflação”, começa a aparecer com mais frequência nos cenários que vão sendo desenhados para a economia brasileira. É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem faltou com a verdade e a transparência, além de se tornar refém da política para resolver a economia.

Imóveis – Algumas construtoras da cidade de São Paulo estão oferecendo descontos que chegam a 50% na venda de imóveis novos. É uma forma de tentar sacudir o mercado queimando gorduras e dando a sensação de movimento na economia estagnada. É também uma tentativa de reduzir custos com impostos e taxas de condomínio, que acabam pesando na manutenção desses estoques. Se o jeito é se reinventar, é oportuno também refletir sobre o que é uma bolha de consumo e um negócio sustentável. Sempre é hora de aprender, inclusive com o fracasso, de preferência dos outros.

Fecundidade em queda – Segundo o IBGE, em 2003 a média de filhos por família no Brasil era de 1,78. Em 2013 o número passou para 1,59. No mesmo período, entre os 20% mais pobres a taxa caiu de 2,55 para 2,15. E, no Nordeste, de 2,73 para 2,01. Apesar dos números falarem por si, ainda existem pessoas afirmando que o programa Bolsa Família incentiva o aumento do número de filhos para fazer jus aos seus benefícios. Só o conhecimento para combater o achismo.

Custo direto – Os salários de Deputados Federais e Senadores foram reajustados em 26,6%, chegando a R$33.763,00 desde 1 de janeiro deste ano. Além disso, a Câmara aumentou os gastos com auxílio moradia, cotas de atividades e verbas de gabinete. Como finalmente o orçamento do ano foi aprovado, a Câmara e o Senado juntos gastarão R$ 9,3 bilhões até 31 de dezembro. Isso significará gastar R$ 25,4 milhões por dia ou R$ 1,058 milhão por hora. Mas também pudera – são 513 Deputados Federais, 81 Senadores e em torno de 18.000 servidores na Câmara e 9.000 no Senado. Bem que esse gasto merece uma análise crítica do seu nível de qualidade, ainda que seja feito em nome da democracia meramente representativa.

  Comentários

Publicado por

Publicado em