Curtas e curtinhas
Aumento de impostos – O Ministro do Planejamento e Gestão disse, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que desde 2002 não houve aumento de impostos e contribuições. No afã de defender a aprovação do ajuste fiscal sem modificações no Congresso ele se esqueceu da volta da Cide (Contribuição Sobre a Intervenção no Domínio Econômico) cobrada nos combustíveis, do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da correção da tabela do Imposto de Renda nos últimos anos por índices abaixo da inflação oficial, pra ficar em três exemplos. Mesmo com o crescimento da economia chegando a zero, a arrecadação federal segue em torno de 15% do PIB, que mesmo muito significativa não consegue acompanhar o exponencial aumento de gastos.
Demissões – A Sabesp, empresa de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, demitiu 335 empregados desde 1 de fevereiro deste ano. Agora o Tribunal Regional do Trabalho determinou a suspensão das demissões que ainda não foram homologadas pelo sindicato dos trabalhadores, que chegam a 100. Existe uma divergência entre as partes sobre a cláusula do acordo coletivo do trabalho em vigor, que permite a demissão de até 2% dos empregados no período de maio de 2014 a abril de 2015. Segundo o Tribunal e os trabalhadores, o número máximo de demitidos poderia ser de 297, aí incluídos os aposentados. Já a Sabesp alega que os aposentados não fazem parte desse número e, por isso, chegou a 335 demissões. Escassez de água, perda do posto de trabalho e redução no faturamento da empresa em função da queda do consumo são fortes ingredientes na conjuntura e nos cenários que se desenham.
Dólar e Euro – Em 31 de janeiro de 2014 o dólar comercial estava cotado a R$2,42. Em 17 de março de 2015 fechou a R$3,23. A variação em torno de 33,5% mostra a recuperação da moeda e sinaliza mais possibilidades para as exportações brasileiras em detrimento do grande foco no consumo interno, que vigorou até a virada do ano. Se olharmos para a cotação do Euro, a segunda moeda mais forte no planeta, nessas mesmas datas veremos uma variação em torno de 6%, pois ela passou de R$ 3,27 no inicio do ano passado para R$ 3,46 anteontem.
Minha casa, minha vida – O Ministério das Cidades anunciou meta de construir 3,2 milhões de unidades até 2018 na terceira etapa do programa “Minha casa, minha vida”. Se a meta for atingida o programa chegará 6,7 milhões de imóveis que atenderão 25 milhões de pessoas. Enquanto isso, a cidade está cheia de placas de “vende-se” e “aluga-se” em imóveis.
Compra direta – O Governo Federal quer economizar R$132 milhões em 2015 com a compra de passagens aéreas diretamente das empresas do setor. A experiência feita no final do ano passado apresentou redução de custo de 30% em relação ao valor que seria gasto com agências de viagens licitadas. Nada existe em caráter permanente a não ser a mudança, como disse Heráclito no ano 501 a.c.