Curtas e curtinhas
Fora da meta – Pelo 51º mês consecutivo a inflação medida pelo IPCA/IBGE ficou acima da meta de 4,5% ao ano, superando o teto da meta e chegando a 6,56% em novembro/14. Na última vez em que a meta foi atingida Lula ainda era Presidente da República, no mês de agosto de 2010. De lá para cá, só contabilidade criativa, maquiagem conceitual, represamento de alguns preços administrados e muita perda de poder aquisitivo para os assalariados.
Otimismo – As premissas do Orçamento Federal da República para 2014, que foram revisadas em fevereiro, eram de inflação anual de 4,5%, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% e Superávit Primário de 1,9% do PIB. Faltando 22 dias para o encerramento do ano a inflação projetada pela pesquisa de mercado feita pelo Banco Central é de 6,46%, o PIB sinaliza crescimento de 0,19% e a abandonada meta de Superávit Primário será substituída por um déficit de, no mínimo, R$15 bilhões. Imagine o que aconteceria com a direção de uma empresa privada se ocorresse uma distância tão grande entre o projetado e o realizado! Será que os diretores de Planejamento e Finanças esperariam, no exercício do cargo, a chegada de seu sucessores?
Realismo – A nova equipe econômica do Governo Federal anunciou suas metas de Superávit Primário com mais realismo para os próximos anos. A proposta é atingir 1,2% do PIB em 2015 e 2% em 2016 e 2017. Como a Lei de Responsabilidade Fiscal continua valendo, espero que essas metas não sejam simplesmente abandonadas ao sabor dos ventos.
Focus – As projeções feitas semanalmente pelo Boletim Focus do Banco Central passarão a servir de parâmetro para a nova equipe econômica. A série histórica mostra que elas são bem mais realistas que as otimistas projeções da Secretaria de Politicas Econômicas do Ministério da Fazenda. Um sinal claro dessa decisão foi a modificação da premissa de crescimento do PIB para o orçamento de 2015. A proposta original enviada pelo poder executivo ao Congresso Nacional trabalhava com 3% e agora foi modificada para singelos 0,8%. Pelo visto estão lutando para recuperar a credibilidade perdida. Como nos ensinam os economistas, o mercado vive de expectativas e de confiança.
Balão de ensaio – Medidas mirabolantes para cortar gastos do gastador Governo Federal começam a ser vazadas por um ministério e negadas por outro em conhecido jogo. Um exemplo é a proposta de redução de 50% no valor da pensão paga pelo o INSS a uma viúva que não tenha filhos menores de 21 anos. É claro que essa proposta será muito bombardeada por todos os envolvidos na questão, o que levará o governo a se posicionar como “bonzinho” e dizer que então deixará tudo como está. E tem mais: é bom lembrar que mais de 2/3 dos segurados recebem o piso, que é indexado ao valor do salário mínimo. A conferir.
13º salário – Apesar da grande falta que a educação financeira faz à muitas pessoas, uma pesquisa feita pelo 5º ano consecutivo pela FIESP/CIESP, mostra que alguma coisa já esta mudando. Segundo os dados obtidos de 1000 entrevistados, apenas 19% deles pretendem utilizar o dinheiro do 13º salário com festas e presentes de Natal. Já 30% usarão os recursos para pagar dívidas e também outros 30% vão poupá-los e direcioná-lo para investimentos. Antes tarde que muito tarde.