Curtas e curtinhas
A vez do Imposto de Renda
O programa da Receita Federal para a declaração de ajuste do Imposto de Renda de 2019 já está à disposição dos contribuintes. Serão dois meses de muita falação na expectativa de que 30,5 milhões de declarações sejam entregues. Mais uma vez não existiu correção na tabela do IR. Não será obrigatório informar os números dos registros de imóveis e de veículos automotores, exigência que acabou ficando pra 2020. Mais um tema para se juntar à pauta nacional das tragédias da mineração, dos candidatos laranja do PSL, do Carnaval, da crise na Venezuela, dos salários parcelados dos servidores dos estados quebrados, da obrigatoriedade de cantar o Hino Nacional nas escolas, da Reforma da Previdência, das movimentações financeiras atípicas segundo o COAF…
Vai ter volta pro horário de verão?
O horário de verão terminou no dia 16 de fevereiro e deixou muita gente torcendo para que ele não volte mais a vigorar. Um levantamento realizado com os dados de 2017/18 feito pelo Ministério das Minas e Energia e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico mostrou que a economia do período não é mais significativa do ponto de vista energético. A causa foi a mudança no padrão de consumo da população, que passou a gastar mais energia entre 14h e 15h deslocando, assim, o pico de consumo anteriormente registrado das 17h às 20h. Se os resultados de 2018/19 confirmarem a mesma tendência o horário de verão se tornará desnecessário. Nesse caso só mesmo uma decisão política para mantê-lo em detrimento das evidências técnicas.
Queda livre da contribuição sindical
Segundo dados do Governo Federal existem no Brasil 16,6 mil sindicados dos quais 11, 2 mil são de trabalhadores e 5,4 mil patronais. Em 2017 a arrecadação do imposto sindical foi de R$3,6 bilhões e de apenas R$720 milhões – queda de 80% – em 2018 com a vigência da reforma trabalhista que tornou facultativo o seu pagamento. Esse estrangulamento forçado está obrigando os sindicatos, principalmente os dos trabalhadores, a buscar estratégias de sobrevivência, pois só demitir empregados e reduzir gastos de custeio não têm sido suficiente. Alguns sindicatos de trabalhadores já estudam a possibilidade de fusão com outros similares, mas pelo visto muitos outros acabarão fechando as portas.
Como se vê a relação capital e trabalho prosseguirá cada vez mais desfavorável aos trabalhadores e o caixa fraco só agrava a situação.
O lucro dos bancos
Começou a temporada de divulgação dos balanços das empresas em 2018, e para variar, o destaque é o lucro dos 4 maiores bancos com ações na bolsa de valores. O Itaú lucrou R$24,97 bilhões, o Bradesco R$19,08 bilhões, o Banco do Brasil R$12,86 bilhões e o Santander R$12,16 bilhões. Somados chegam a R$69,07 bilhões, um recorde histórico. Vale lembrar que as receitas com a prestação de serviços, como tarifas de contas corrente e anuidades de cartões de crédito, chegaram R$108,30 bilhões e que nem sempre são questionadas pelos clientes desses 4 bancos.
Ainda falta a divulgação do lucro da Caixa, que não possui ações na Bolsa, mas ela juntamente com os quatro bancos citados detém 80% do mercado brasileiro no segmento bancário. Dá para imaginar quando é que eles baixarão suas taxas de juros nas transações com seus clientes?