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por Luis Borges 19 de outubro de 2015   Vale a leitura

Atenção aos planos de saúde

A Constituição Brasileira estabelece que a saúde é um direito de todos e um dever do estado. Na prática, não é bem assim. O Sistema Único de Saúde (SUS) não consegue atender a quantidade de procedimentos demandados e, menos ainda, à expectativa dos prazos.

Para quem consegue pagar ou recebe subsídios de um empregador existe a opção de participar de um plano de saúde, uma espécie de seguro de proteção contra o risco de enfrentar despesas médicas fora do SUS. Aí aparece a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para regular e fiscalizar todo o serviço.

Uma análise sobre os interesses em jogo e sobre as armas usadas pelos integrantes desse gigante mercados estão neste artigo de Elio Gaspari. Alguns dados importantes que são citados no artigo – um procedimento negado irregularmente por uma operadora gera multa de 80 mil reais, independente do seu porte e relevância. As operadoras acumulam, em multas, cerca de 2 bilhões de reais. O sonho dourado delas é diminuir o valor delas, como foi tentado recentemente na carona de uma Medida Provisória. O item foi vetado pela Presidente, mas o setor ainda não se conformou, já que investiu 55 milhões de reais na campanha de deputados federais nas últimas eleições. E continua pressionando.

Seleção

O que há um bom tempo era considerado diferencial – boas notas num curso de graduação e domínio de um segundo idioma, como o inglês – hoje é considerado commodity. O mesmo vale para as ferramentas de seleção. À dinâmica de grupo e à entrevista pessoal estão sendo agregados novos testes psicológicos, avaliações de valores pessoais e de habilidades de negociação. Minha sugestão, agora que muitos estão voltando a procurar empregos: leia o artigo e, em seguida, pense se você  se sente preparado para enfrentar situações de processos seletivos como as descritas no texto.

Alguma diferença?

Quem ainda tem energia suficiente para acompanhar a atual crise política brasileira pelos jornalões e redes nacionais de TV, bem que poderia gastar um pouquinho dessa energia e voltar 20 anos no tempo. Verá, por exemplo, que se o PSDB e o PT inverteram suas posições, o PMDB continua onde sempre esteve e que o “toma lá, dá cá” só floresceu, sempre na certeza de que não haveria consequências para os atos praticados na política. É o que aborda este artigo de Ricardo Kotscho, que o escreveu inspirado pela leitura de trechos do diário da presidência de Fernando Henrique Cardoso.

Qualquer semelhança entre o que viveu o presidente FHC, em 1995/1996, e a batalha diária enfrentada pela atual presidente, um fenômeno de resiliência, em 2015, não é mera coincidência. Faz tempo que o nosso sistema político-partidário está podre. Vamos agora aguardar os diários da presidência de Dilma Rousseff para conferir.

Muda isso, muda aquilo, mas é quase tudo a mesma coisa para quem só tem foco no poder e na sua manutenção.

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por Luis Borges 12 de outubro de 2015   Vale a leitura

Planejar é preciso

Uma reclamação permanente dos brasileiros está ligada à alta carga tributária que se paga no país. Cada vez mais também se questiona a criação de novos impostos e a recriação de outros, como é o caso da CPMF. Muitos questionam o baixo retorno da aplicação dos impostos e contribuições. O que mais aparece são os altos salários e mordomias de certos segmentos do funcionalismo publico e a baixa qualidade ou mesmo a insuficiência de muitos serviços prestados. É gritante a falta de uma gestão estruturada e de avaliação do desempenho de quem está à frente das coisas públicas. Basta verificar a quantas andam os municípios, sempre reclamando falta de recursos, mas nem sempre se preocupando com a qualidade dos gastos em função do que arrecadam atualmente.

Como ter acesso às informações e acompanhar os resultados da gestão municipal? Uma iniciativa interessante é mostrada neste artigo, de autoria de representantes do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Ele explica o índice criado pelo TCE-SP, o Índice da Efetividade da Gestão Municipal (IEMG). O TCE-SP diz que é o primeiro do tipo criado no país, que possibilita acompanhar a forma como os municípios do estado empregam o dinheiro arrecadado. Veja alguns dados sobre educação levantados por meio do índice:

Na educação, em que o gasto médio anual por aluno da rede municipal é de R$ 8.608, o IEGM mostra que 76% dos municípios aplicaram algum programa de avaliação do rendimento escolar e que 91% das escolas possuem laboratórios ou salas de aula com computadores.

Em compensação, veio à tona um número alarmante: 48% das prefeituras atrasaram o envio do material escolar e só 11% entregaram o uniforme antes do início das aulas –48% nem sequer o forneceram.

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Você sabe o que o TCE do seu estado tem apurado sobre as gestões municipais?

Abrindo negócios na crise

É dito popular que “a crise é a mãe de todas as oportunidades”. Considero a frase verdadeira, principalmente para quem não se intimida diante de ameaças e dificuldades. A crise acaba trazendo oportunidades para aqueles que estão sempre atentos e se preparando para encarar um bom empreendimento, ainda que ele demore a se firmar e exija paciência, persistência e constância de propósitos. O artigo Brasileiros assumem riscos e abrem novos negócios em plena recessão mostra alguns casos de pessoas que partiram para viabilizar seus negócios nesse momento. Confira o texto e reflita sobre a sua coragem e capacidade de fazer algo semelhante.

Comprem Marina

A ex-Senadora Marina Silva já disputou e perdeu duas eleições para a Presidência da República, nas quais chegou em terceiro lugar. Em 2014 muitos pensaram, analisaram e verbalizaram que sua trajetória política chegara ao fim. Ela passou os últimos meses fazendo reflexões e tendo poucas aparições, enquanto o seu partido, a Rede Sustentabilidade, estava sendo preparado para ser reconhecido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

E agora, como deve estar sendo vista a presença de Marina Silva na cena política brasileira? Ela ainda é uma opção para as eleições presidenciais de 2018? No artigo Comprem Marina está a opinião de Celso Rocha de Barros, colunista da Folha, doutor em sociologia e analista do Banco Central.

Marina ainda enfrentará muitos obstáculos para consolidar seu partido, e descobrirá que não é por acaso que as outras forças políticas não implementam seu programa. Há ali uma conciliação de interesses muito difícil de ser amarrada: entre defensores do liberalismo e da redistribuição, entre os que defendem crescimento e os que defendem o meio ambiente, entre os cristãos praticantes e a esquerda pós-marxista. Nem todo aliado necessário terá o perfil de Alessandro Molon. E talvez Marina surja cedo demais como alguém a ser batido.

De qualquer forma, analistas apressados e superficiais que acharam que Marina acabou em 2014 (por exemplo, eu) estavam claramente equivocados.

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por Luis Borges 4 de outubro de 2015   Vale a leitura

Qual a sua vocação?

Descobrir uma vocação, no sentido de se aprender a fazer algo que se gosta, não é uma tarefa simples. É algo ainda mais desafiante quando se tem 17 ou 18 anos e a obrigação de definir a área profissional a seguir. Muitas vezes as informações e o conhecimento sobre a profissão escolhida não são suficientes para uma tomada de decisão segura. Assim sendo, também é comum verificar que muitas pessoas desistem do primeiro curso escolhido ainda no início ou mesmo na metade do caminho. Lusa Silvestre apresenta, neste artigo, uma visão interessante sobre a mudança de rumos e o encontro da vocação.

Não acho que mudar é um ato de coragem, pelo contrário. Corajoso é aquele que permanece andando no trilho mesmo vendo o trem vindo na sua direção. Mudar é um ato de sobrevivência – e basta estar infeliz para isso. Ficar a vida toda naquilo que não se gosta é muito ruim pra saúde. Dá úlceras, coceiras, tarjas pretas. Aos 18 ou aos 80, quem fica parado a onda leva e o hospital acolhe.

Mordomias do Poder Judiciário

A discussão de saídas para a crise que o país vive coloca em questão a redução dos gastos do poder público. Aos poucos muitos fatos e dados estão vindo à tona para mostrar aberrações, mordomias e desperdícios que vão muito além do aceitável. Um caso que ilustra muito bem essa situação é o do lento Poder Judiciário, que só em salários gasta anualmente R$ 61 bilhões, dos quais quase R$4 bilhões só em penduricalhos. Leia este artigo sobre o assunto, publicado no blog Balaio do Kotscho.

Uma casa para cuidados paliativos

Imagino que o envelhecimento ativo e feliz seja o sonho de muita gente, principalmente acompanhado de boa saúde, independência motora e autonomia financeira dentre outras coisas. Mas e se, de repente, vier um acidente vascular cerebral, uma doença de Alzheimer ou um câncer de qualquer natureza? Apesar da pergunta ser assustadora, ela tem lá sua probabilidade de tornar-se uma ocorrência. Numa situação dessas, em que as chances de cura são baixas, como receber os cuidados adequados para a situação e em que local? E indo além – é preciso receber todos os tipos de tratamentos disponíveis para a enfermidade? Neste artigo do blog Morte sem tabu é mostrado um dia numa hospedaria para cuidados paliativos. É uma excelente leitura para ajudar a rever conceitos.

“Cuidados paliativos não é abreviar a vida, não é tirar tratamentos e possibilidades. Trata-se de oferecer um tratamento que seja proporcional ao paciente. Adequado ao seu momento de vida e à sua doença. É difícil, porque a sociedade acabou sendo levada a acreditar que mais é melhor. Mas às vezes, menos é mais. Tem que ter delicadeza na hora de oferecer instrumentos. Senão, pode-se levar à distanasia, que é o prolongamento da vida a qualquer custo, o sofrimento por excesso de tratamentos”.

Dalva também considera importante tirar o foco de que ali só se hospedam pacientes que estão morrendo. “Apesar de recebermos pacientes com diagnóstico de dias ou de semanas de vida, acabamos oferecendo uma sobrevida muito maior, de anos. Os cuidados paliativos podem ser iniciados no diagnóstico da doença e não na sua terminalidade. Oferecemos a possibilidade de reinserção da pessoa na vida social e familiar. Existe uma morte social que a doença traz que pode ser pior do que a morte física, e a gente recupera isso”.

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por Luis Borges 28 de setembro de 2015   Vale a leitura

Morte sem dor

Uma afirmativa muito repetida entre nós diz que a morte faz parte da vida. A morte acaba fazendo parte das preocupações das pessoas, ainda que em diferentes graus, até o dia em que se viabilizará. Muitos gostariam de chegar a esse momento de maneira fulminante, com uma parada cardíaca. Outros chegam lá após um determinado período de padecimento, muitas vezes acompanhado de muita dor em alguma parte do corpo. Ter um analgésico disponível e potente para combater essa dor não é algo factível para qualquer um, principalmente para quem vive fora dos países mais desenvolvidos. Como fazer para aliviar uma dor intensa usando, por exemplo, a morfina? É o que aborda o filósofo Hélio Schwartsman no artigo Apartheid da dor.‏

Segundo o Órgão Internacional de Controle de Entorpecentes, ligado à ONU, 5,5 bilhões de terráqueos, cerca de 75% da população mundial, vivem em países com pouco ou nenhum acesso a medicamentos para controle de dores moderadas e severas; 92% de toda a morfina produzida no mundo é consumida por apenas 17% da população global, que habita nações concentradas na América do Norte, Oceania e Europa Ocidental.

Buscando um negócio próprio

Trabalhar num negócio próprio, fazendo aquilo que se gosta com muito amor e sustentabilidade para a própria vida, continua sendo o sonho dourado de muita gente. Como todos sabemos, trilhar esse caminho é algo extremamente desafiante em função das várias variáveis envolvidas simultaneamente, mas é possível. Aprender com o sucesso e o fracasso daqueles que tiveram a ousadia de encarar esse tipo de situação é algo obrigatório para quem acredita que não existe substituto para o conhecimento. Aqui está uma grande oportunidade de aprender com o desenvolvimento pessoal de Alinne Ferreira, contado numa entrevista publicada no site Mudança de Planos.

Na minha experiência com processo de desenvolvimento pessoal, percebo que um dos fatores que mais angustia as pessoas é viver uma vida que não é a delas. Outro fator importantíssimo que causa muita frustração é não entregar e não praticar os seus talentos, independente de ser empreendedor ou profissional no mercado tradicional.

[…]

Me preparei durante 4 anos para largar de vez o mundo corporativo. Confesso que foi bem desafiador, pois tive que vencer várias barreiras internas e externas. Mas, acredito que tudo é um processo de amadurecimento e aquisição de coragem.

Uma fábula de improdutividade

A busca pelo maior bem estar possível e com o menor esforço possível mobiliza muita gente. Uma grande parte desse grupo tem a crença de que o melhor lugar para que isso aconteça é o serviço público. É claro que muitos ainda fazem uma estratificação para descobrir onde estão os melhores salários e penduricalhos, independentemente da escolaridade exigida. Nesse sentido as melhores oportunidades ficam por conta do Poder Judiciário e do Legislativo, além de algumas áreas do Poder Executivo ligadas ao Ministério da Fazenda. E assim é possível verificar como estão cheias as salas de aula dos cursinhos preparatórios para os candidatos às vagas dos concursos públicos.

Muitos aprovados e empossados sonham com as possibilidades de uma zona de conforto sem se preocupar muito com as necessidades e expectativas dos cidadãos que demandarão seus serviços. A gestão dos serviços públicos e os níveis de resultados alcançados em meio às diversas greves e reivindicações por melhores carreiras são abordadas por Marcos Mendes, doutor em economia que se identifica como “servidor público bem remunerado”, no artigo Uma fábula de improdutividade.

O erro está nas regras. Mudá-las requer superar as dificuldades das decisões coletivas. Não mudá-las implica continuar com talentos profissionais e dinheiro público mal alocados, empregos improdutivos, potenciais inexplorados, gasto público excessivo, oportunidades perdidas, incentivos errados. Uma fábula de improdutividade.

É claro que isso só se aplica aos outros, não é mesmo?

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por Luis Borges 21 de setembro de 2015   Vale a leitura

Equipando a casa

O joão-de-barro constrói sua casinha e, para isso, se vira à procura do material que será usado. Não é situação muito diferente daquelas pessoas que, mesmo não tendo um terreno adequado, se viram para encontrar um espaço e nele construir uma moradia, muito mais na raça do que na técnica.

Mesmo diante das precariedades inerentes aos locais onde essas construções se erguem, chamam a atenção de muitos observadores os equipamentos e dispositivos que ali são instalados. Entre eles, encontra-se itens caros e de última geração. Ruy Castro faz suas observações no artigo Minha TV, minha vida.

46% da população brasileira moram em casas construídas por eles próprios. Não porque sejam pedreiros diletantes, dados a empilhar tijolos e aplicar-lhes massa nos fins de semana, como quem constrói um forno de pizza ou sauna no quintal. Mas porque, da pobreza ao relaxamento oficial, tudo no Brasil favorece a que se levante um barraco no primeiro terreno baldio que se encontre, e não necessariamente na favela.

Casa de joão-de-barro./ Foto: Marina Borges

Casa de joão-de-barro./ Foto: Marina Borges

O caso da construtora Tenda

Esta entrevista com Rodrigo Osmo, diretor-presidente da Tenda Construtora, mostra o caminho percorrido para recolocar a empresa nos eixos, superando problemas e reencontrando a lucratividade. Adquirida pela construtora e incorporadora Gafisa, a Tenda se mostrou uma mina de perder dinheiro. Na frase sincera de Rodrigo:

A história da Tenda é menos uma história de excelência na execução desde o início e muito mais uma história de ser uma empresa grande demais para quebrar.

Vale a leitura para entender como foram encontradas soluções para os problemas. A Tenda foi transformada radicalmente, com uso de novos métodos construtivos e tipos de imóveis.

Corrupção na Ditadura

A corrupção no Brasil ganhou grande visibilidade com as investigações e resultados em função das investigações dos casos mais recentes. A discussão sobre o assunto cresceu bastante e trouxe também mais cobrança de punição para os envolvidos, inclusive com a devolução dos valores surrupiados.

No entanto, existem pessoas pensando que no tempo da Ditadura Militar (1964-1985) não havia corrupção. O advogado José Paulo Cavalcanti, integrante da Comissão Nacional da Verdade, mostra neste artigo que as maracutaias sempre existiram, inclusive naquele período.

No fundo, a corrupção é um desvio da natureza humana praticado indistintamente por civis e militares. Só que, durante a ditadura militar, não se sabia dos submundos do poder porque havia censura. Hoje, felizmente, a liberdade nos permite saber. Essa é a diferença.

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por Luis Borges 14 de setembro de 2015   Vale a leitura

Medicina vingativa

Muitas pessoas devem se lembrar de consultas médicas que fizeram lá pelos anos 60 ou 70 do século passado. Após a anamnese, muitos médicos apalpavam regiões do corpo que poderiam estar ligadas aos incômodos reclamados pelo paciente. Era para ajudar na elaboração do diagnóstico da situação e, é claro, possibilitar um prognóstico mais assertivo. Meio século depois é inegável o grande avanço tecnológico da medicina em função dos serviços de apoio ao diagnóstico disponíveis. Só que, agora, os médicos em geral só se pronunciam após a realização de inúmeros exames.

No artigo Médicos mal remunerados praticam “medicina vingativa”, a jornalista Cláudia Collucci aborda alguns ângulos da questão, inclusive o papel do paciente nessa engrenagem.

Tudo conspira a favor dessa medicina perversa, a começar pelo atual modelo de remuneração, que premia a doença e não a saúde da pessoa. Que paga mais o especialista do que o generalista, o médico que deveria estar na porta de entrada do sistema de saúde.

Cabeça ou coração

O desemprego está crescendo velozmente, e é óbvio, acaba deixando as pessoas e famílias diante de uma pergunta desafiadora. O que, e como fazer, para prosseguir na vida cheia de gastos e contas a pagar enquanto os recursos financeiros vão se tornando cada vez mais escassos? Neste artigo a autora parte do caso de um casal, que se vê obrigado a vender o patrimônio acumulado para socorrer as despesas diárias, para mostrar a dificuldade de avaliar as opções nessas situações. A autora destaca que não há verdade absoluta, e sim uma escolha levando-se em conta cabeça e coração.

Erros de quem abre uma franquia

Uma pessoa foi demitida do seu trabalho e exerceu o seu direito de sacar o FGTS acumulado em 25 anos de trabalho, acrescido da multa de 40%. Uma outra pessoa gostou da qualidade atrativa de um programa de demissão da empresa estatal onde trabalhou durante 32 anos, que lhe rendeu o equivalente a 16 remunerações, além da liberação do FGTS acrescido da multa. O que fazer com esse dinheiro para garantir um bom retorno no curto, médio ou longo prazos?

É claro que, no mínimo, será preciso estudar e, se a decisão for pelo empreendedorismo, fazer um plano de negócio. São muitas as possibilidades e os caminhos a percorrer. Se não houver uma boa gestão tudo já nascerá complicado.

Em seu artigo Principais erros de quem abre uma franquia de alimentos, Samy Dana faz um alerta para quem pensa que a comida necessariamente é o caminho mais curto para o sucesso. Entre os erros mais comuns, estão abrir o negócio sem uma pesquisa aprofundada sobre o franqueador e não calcular bem o retorno do investimento. Boa leitura e bom aprendizado com o erro dos outros.

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por Luis Borges 5 de setembro de 2015   Vale a leitura

Vida tranquila no interior de Minas

Conheço algumas pessoas que vieram do interior do estado para morar em Belo Horizonte e que sonham com o dia em que poderão voltar para a sua terra natal. Lá estão suas raízes, muitas lembranças da vida vivida com familiares e amigos, toda a tranquilidade de antigamente, embora hoje as coisas já tenham se modificado bastante em relação às de outrora.

De qualquer maneira essa vontade é real às vezes existe também nos descendentes dessas pessoas que, quando nada, querem ir ao interior buscar novas energias. Lívia Aguiar conta aqui o que a levou a Santo Antônio do Amparo, berço de sua família paterna.

Casa bem cuidada: o piso no lugar, morcegos devidamente expulsos dos cômodos, fogão, geladeira, tudo funcionando bem. Só alguns móveis insistem em alimentar os cupins… Quintal grande, cheio de árvores frutíferas: mexerica, limão capeta, laranja serra-d’água, lima, jabuticaba, manga, pinha, nêspera. Cheio de passarinhos também. Os meus preferidos são os bem-te-vis, sempre cantando alto no começo da manhã e no fim da tarde. Depois de tanta socialização e intensidade no México, essa tranquilidade era tudo que eu estava procurando.

Dá para imaginar algo semelhante em cidades como Araxá, Bambuí, Caratinga, Barbacena, Caratinga, Caxambu ou Patos de Minas?

Jovem de cabeça velha

O posicionamento de muitos jovens perante diversos temas que estão na pauta da sociedade brasileira chega a nos assustar. Muitas vezes se manifestam cheios de aparência, vazios de conteúdo, mas plenamente conservadores e pouco contributivos para um avanço da sociedade e que respeite a todos em suas necessidades e especificidades. Às vezes impulsivos outras vezes voláteis e geralmente com o individualismo cristalizado, eles denotam baixa percepção dos outros e buscam fazer o mínimo para se manter estagnados no seu jeito de ser.

É sobre o jeito de ser dessa moçada nova, conservadora em seus atos que reforçam o status quo, que escreve Leonardo Sakamoto em seu artigo Nada é pior do que se deparar com um jovem de cabeça velha.

Um jovem de cabeça velha é aquele que acha legal contestar tudo o que veio antes, ignorando a História. Dessa forma, acha que está sendo a última cocada do tabuleiro do vanguardismo quando, em verdade, mergulha de cabeça na piscina sem água do reacionarismo.

Aumento de impostos sobre heranças

Um sonho bom de ser sonhado, e que preferencialmente um dia se torne realidade, movimenta o horizonte de muitos possíveis herdeiros. Independente do tamanho e de onde virá a herança dentro das regras da legislação vigente, um fato relevante do momento é a discussão do aumento da taxação sobre heranças e doações. A fúria arrecadadora dos estados e da União enxerga como ótima oportunidade a elevação dos tributos dessa área, que hoje variam de 4% a 8%, para 20%. De quebra, a União passaria a ter uma parte desse imposto, que hoje só vai para os estados. Aumentar impostos é um caminho mais fácil do que cortar gastos desnecessários, principalmente com as boquinhas.

O artigo Arrecadação sobre doações e heranças dispara em São Paulo mostra que muitas pessoas estão se antecipando à possíveis alterações da Lei e fazendo hoje as transferências de heranças que teoricamente se dariam num futuro mais longínquo. Ainda segundo a reportagem, o imposto brasileiro é um dos menores do mundo. Nos Estados Unidos pode chegar a 40% e, na França, a 60% do valor recebido.

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por Luis Borges 31 de agosto de 2015   Vale a leitura

 

Sempre o jeitinho brasileiro

Se por um lado o jeitinho brasileiro é criticado e demonizado, por outro ele também pode ser considerado estratégico e, portanto, muito valioso. Um posicionamento equilibrado entre uma forma e outra é sempre um grande desafio, tanto para quem precisa “se virar” em busca da sobrevivência imediata quanto para quem defende o trabalho sistêmico e metódico.

O jeitinho brasileiro foi tema de uma palestra a empresários associados à Câmara de Comércio França Brasil, em São Paulo. O palestrante, o francês Pierre Fayard, foi entrevistado pela Folha. Segue um trecho da matéria:

o jeitinho se caracteriza por uma mistura de capacidade de achar solução para qualquer problema sem desistir facilmente, cordialidade e uma certa amoralidade.

“Na cultura do jeitinho, a cabeça está aberta a qualquer possibilidade, regular ou não. Vai dar certo e, se não der, ainda não chegou ao fim”,  disse, ecoando o escritor Fernando Sabino (1923-2004).

Após a leitura como você avalia a sua postura diante do jeitinho brasileiro ou da aplicação de um método para se chegar à solução de um problema bom ou ruim?

Vamos conversar sobre empreendedorismo?

Do ensino infantil ao nível superior, faz parte da tradição e da cultura brasileira formar os alunos para o trabalho em grandes empresas ou órgãos públicos. Os atrativos como boa remuneração, benefícios, plano de carreira, estabilidade e aposentadoria são partes do discurso permanente. Pouco se mostra que a maior parte das oportunidades de trabalho são geradas pelas micro ou pequenas empresas.

Já sonhar em ter o seu próprio negócio, inovar, empreender e enfrentar a dor e a delícia desse desafio é algo mais raro ainda. Neste artigo publicado no blog 360 meridianos, a jornalista Natália Becattini mostra a sua experiência no processo de empreender e ter o seu próprio negócio com todos os riscos da vida.

Não é raro ouvirmos conselhos desmotivantes e assustados quando anunciamos que vamos empreender. Se você disser que quer empreender no campo criativo, então, as reações que você recebe são quase as mesmas que receberia se estivesse anunciando um velório. Nossa cultura tem medo exagerado dos riscos. As pessoas valorizam muito a estabilidade, a segurança e a garantia de futuro. Querem eliminar, desesperadas, as incertezas. Mas o risco é inerente à vida.

O todo e a parte

Conhecer, entender e praticar um conceito é um desafio que começa pela compreensão do seu fundamento. Se pegarmos como exemplo o caso da palavra processo, deveríamos saber que essa palavra se refere a um conjunto de causas que provoca um ou mais efeitos, e que tem início, meio e fim.

Desde cedo deveríamos ter a oportunidade de praticar integralmente um processo sempre que ele depender só de nós. Caso contrário, correremos o risco de prosseguir pela vida afora fazendo apenas uma parte e empurrando para os outros as demais ações que também deveriam ser feitas por nós. Neste artigo a educadora Rosely Sayão aborda o assunto com muita clareza.

Estamos criando uma geração que não se dá conta de que precisa assumir o processo como um todo, ou que toma a parte pelo todo. Volto ao exemplo da agenda, porque quase todos nós a usamos. De que adianta anotar os compromissos se não os verificamos depois? De nada, não é? Pois assim tem sido com os mais novos.

Boa leitura!

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por Luis Borges 17 de agosto de 2015   Vale a leitura

Modelo de pai

A comemoração do dia dos pais traz uma oportunidade para refletir e perceber a figura paterna nos dias de hoje. É claro que não existe um modelo único e ideal nas diferentes camadas sociais, com suas condições e especificidades. Mas é visível que muitos pais já demonstram ter uma maior participação na vida dos seus filhos, com posicionamentos próprios e com maior embasamento para influenciar  nas estratégias mais adequadas para as suas trajetórias nas diversas etapas da vida. Ser um mero provedor, aos poucos, vai ficando para trás. Rosely Sayão aborda alguns ângulos dessa questão em seu artigo Modelo de pai.

Muitos pais não querem se submeter ao papel de “ajudar” a mulher a cuidar do filho e apenas seguir as orientações que ela dá, conforme um costume que já é bem antigo! Eles querem fazer do jeito deles, que é bem diferente do jeito da mãe. E é muito bom para o filho, por sinal, ter dois estilos íntimos de cuidado, de amor, de relacionamento.

O interior de Minas são muitos

Conhecer Minas Gerais em toda sua diversidade deveria ser um objetivo para todos aqueles que se pensam mineiros da gema. Cada canto do estado tem o seu jeito específico de ser e de trazer encantamento no convívio do cotidiano. É o que aborda Lívia Aguiar no artigo O interior de Minas são muitos publicado no blog Eusouatoa.

Da divisa com São Paulo até Oliveira, subindo pela Fernão Dias, enrolam-se os erres em si mesmos em versões “light” do interior paulista – mudança recente, minhas avós nascidas e criadas na região pronunciavam erres vibrando a língua entre os dentes, cheios de assobios: “vem comersh, minha filha”. No nordeste, ali na divisa com Bahia, o ritmo se desenrola lento, baiano, mas as palavras saem rápidas, sílabas faltando, mineiramente. “Quinz’ quil’ d’ quêj”. Deu pra entender? Mais ou menos, né.

200 bilhões de reais protegidos do IR

Os assalariados brasileiros que têm rendimentos líquidos acima de R$1.903,99 começam a ser taxados em 7,5% pelo Imposto de Renda, já retido na hora de receber o pagamento mensal. A tabela progride de forma que aqueles que recebem de R$4.664,68 em diante são taxados em 27,5%, e não há escapatória. Além disso, a tabela do IR vem sendo corrigida sistematicamente nos últimos anos por índices inferiores aos da inflação anual. Na prática, isso significa mais aumento da carga tributária.

Uma saída para fugir dessa carga pode ser a prestação de serviços por meio de pessoa jurídica optante pelo lucro real ou presumido. Nesse caso, a pessoa jurídica paga o IR, mas a distribuição de lucros ao proprietário ou sócios não é taxada, e acaba sendo mais vantajosa. É o que mostra o artigo Uma fortuna de 200 bilhões protegida do IR da pessoa física

“No Brasil, quem mais reclama são os que menos pagam impostos”, diz Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “A Receita é uma mãe para os ricos, o Ministério da Fazenda é o Ministério social dos ricos.” A boa vida garantida pelo fisco aos donos e sócios de empresas ajuda a explicar algo curioso. O Brasil tornou-se uma pátria de empresários nos últimos tempos. Possui mais gente nesta condição (7 milhões apresentaram-se assim na declaração de IR de 2014) do que a trabalhar como empregado do setor privado (6,5 milhões). É a famosa terceirização, com profissionais contratados na qualidade de PJ, não via CLT.

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por Luis Borges 10 de agosto de 2015   Vale a leitura

Quem te viu, quem te vê

A conjuntura está sendo marcada pelo agravamento da crise política e econômica neste início de agosto. O noticiário sobre o assunto chega a ser cansativo, e deixa nítida a busca que muitos grupos estão fazendo para que prevaleça o “quanto pior, melhor”. As condições gerais e específicas continuam se deteriorando e não parece visível o que poderia ser uma solução para os problemas que persistem.

A gravidade do momento pode ser percebida pela mudança de postura do Ministro da Casa Civil, que finalmente desceu do pedestal e “pediu água”. Atitude semelhante teve também o escorregadio Vice-Presidente. O dito popular de que “sapo não pula por boniteza, mas por necessidade” demonstra estar mais vivo do que nunca. Sobre este assunto, leia o artigo do Bernardo Mello Franco.

Um exemplo de estado quebrado

A proposta do Governador do Rio Grande do Sul de parcelar o pagamento dos salários dos funcionários públicos estaduais foi a gota d’água que faltava para mostrar a precária situação das conta públicas. Usando uma expressão popular, pode-se dizer que o estado está quebrado e que as causas dessa situação já se arrastam por, no mínimo, mais de 3 décadas. O que se vê agora, diante das iradas reações de todos os que estão sendo atingidos e dos fatos e dados que estão vindo à tona, é que sempre se vendeu uma imagem favorável da prosperidade gaúcha e que os problemas foram sendo mascarados. O resultado atual é mostrado com muita clareza no artigo Efeito chimarrão, de Monica Baumgarten de Bolle.

O estado das contas públicas do Rio Grande do Sul é um alerta e tanto para o país. Se o Brasil não conseguir desatar as amarras da crise política, se o governo não for capaz de eliminar os problemas estruturais que tantos obstáculos criam para um ajuste fiscal que melhore as perspectivas de médio prazo do país, viveremos o efeito chimarrão. O Brasil será o Rio Grande do Sul, amanhã.

O que dizer da situação de estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, isso para ficarmos apenas na região Sudeste?

Palanque na TV

Faltando 14 meses para a eleições municipais de 2016, é visível a movimentação de muitos dos prováveis candidatos ao cargo de prefeito, principalmente nas capitais dos estados e cidades de médio e grande porte. Como sempre, surgem os nomes de pessoas ligadas à televisão e ao rádio, tidos como bastante fortes se disputarem o pleito, por serem muito conhecidos em função do trabalho que executam. As possíveis candidaturas dos apresentadores de TV José Luiz Datena, João Dória Júnior e Celso Russomano à Prefeitura de São Paulo são abordadas por Maurício Stycer no artigo Palanque na TV. Na opinião de Stycer:

É evidente que um apresentador, ator ou humorista com presença diária ou semanal na televisão parte com vantagem em uma eleição. Não se deve proibi-lo de tentar a carreira pública, mas acho que seria necessário encontrar meios de reduzir ainda mais esta condição de superioridade.

E você, o que pensa dessa situação?

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