Atenção aos planos de saúde
A Constituição Brasileira estabelece que a saúde é um direito de todos e um dever do estado. Na prática, não é bem assim. O Sistema Único de Saúde (SUS) não consegue atender a quantidade de procedimentos demandados e, menos ainda, à expectativa dos prazos.
Para quem consegue pagar ou recebe subsídios de um empregador existe a opção de participar de um plano de saúde, uma espécie de seguro de proteção contra o risco de enfrentar despesas médicas fora do SUS. Aí aparece a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para regular e fiscalizar todo o serviço.
Uma análise sobre os interesses em jogo e sobre as armas usadas pelos integrantes desse gigante mercados estão neste artigo de Elio Gaspari. Alguns dados importantes que são citados no artigo – um procedimento negado irregularmente por uma operadora gera multa de 80 mil reais, independente do seu porte e relevância. As operadoras acumulam, em multas, cerca de 2 bilhões de reais. O sonho dourado delas é diminuir o valor delas, como foi tentado recentemente na carona de uma Medida Provisória. O item foi vetado pela Presidente, mas o setor ainda não se conformou, já que investiu 55 milhões de reais na campanha de deputados federais nas últimas eleições. E continua pressionando.
Seleção
O que há um bom tempo era considerado diferencial – boas notas num curso de graduação e domínio de um segundo idioma, como o inglês – hoje é considerado commodity. O mesmo vale para as ferramentas de seleção. À dinâmica de grupo e à entrevista pessoal estão sendo agregados novos testes psicológicos, avaliações de valores pessoais e de habilidades de negociação. Minha sugestão, agora que muitos estão voltando a procurar empregos: leia o artigo e, em seguida, pense se você se sente preparado para enfrentar situações de processos seletivos como as descritas no texto.
Alguma diferença?
Quem ainda tem energia suficiente para acompanhar a atual crise política brasileira pelos jornalões e redes nacionais de TV, bem que poderia gastar um pouquinho dessa energia e voltar 20 anos no tempo. Verá, por exemplo, que se o PSDB e o PT inverteram suas posições, o PMDB continua onde sempre esteve e que o “toma lá, dá cá” só floresceu, sempre na certeza de que não haveria consequências para os atos praticados na política. É o que aborda este artigo de Ricardo Kotscho, que o escreveu inspirado pela leitura de trechos do diário da presidência de Fernando Henrique Cardoso.
Qualquer semelhança entre o que viveu o presidente FHC, em 1995/1996, e a batalha diária enfrentada pela atual presidente, um fenômeno de resiliência, em 2015, não é mera coincidência. Faz tempo que o nosso sistema político-partidário está podre. Vamos agora aguardar os diários da presidência de Dilma Rousseff para conferir.
Muda isso, muda aquilo, mas é quase tudo a mesma coisa para quem só tem foco no poder e na sua manutenção.