Reclamando na encruzilhada
No ano 501 a.C o filósofo Heráclito de Éfeso (534 a.C – 475 a.C) já dizia que nada existe em caráter permanente a não ser a mudança. Mas que mudanças estamos esperando para que a sociedade brasileira consiga sair da encruzilhada em que se encontra diante da crise política, econômica e social? É interessante observar e analisar as posturas das pessoas, que podem ir desde a omissão até a reclamação sobre tudo e sobre todos. Nesse sentido confira o que diz o jornalista Ricardo Kotscho em seu artigo Por que só damos valor para o que perdemos, e não para o que temos?, publicado no blog Balaio do Kotscho.
“Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas e precisamos fazer alguma coisa para não entregar os pontos. Ficar só reclamando da vida e de tudo, culpando os outros pelas nossas desgraças, é que não leva a nada. Botar a culpa no juiz não vai mudar o resultado do jogo. Bola pra frente que atrás vem gente”.
A fase terminal do governo Temer
Cada dia com sua agonia. É assim que prossegue a fase terminal do governo Temer marcada pela “bateção” de cabeças e tentativas desesperadas de mostrar algum resultado em meio à sua altíssima rejeição nas pesquisas. Após a desastrada atuação na greve dos caminhoneiros agora foi a vez de transferir recursos da educação para a segurança pública. Mas, como sempre, sem atuar nas causas principais da crise fiscal da União Federal.
O professor e jornalista Leonardo Sakamoto aborda esta questão no artigo Temer tira recursos da Educação em nome da Segurança. Ache o erro da frase, publicado em seu blog.
“O bom de ser um governo com 3% de aprovação e 82% de desaprovação (novamente, Datafolha) em reta final de mandato é que você não precisa se preocupar em tentar explicar sua lógica para a sociedade. Principalmente quando sua lógica fere a lógica”.
O aniversário de Ouro de Tolo
No primeiro semestre de 1973 a ditadura militar brasileira completou 9 anos, o milagre econômico brasileiro chegava ao seu quarto e último ano enquanto, do ponto de vista político, predominava o chumbo grosso contra os opositores do regime vigente. No mês de maio aconteceu o lançamento da música Ouro de Tolo, de autoria do cantor e compositor Raul Seixas (1945 – 1989), que é considerado um dos pioneiros do rock brasileiro. Passados 45 anos a ousada mensagem de Ouro de Tolo continua válida e passível de várias percepções para quem a revisita. Uma interessante abordagem sobre esse primeiro grande sucesso do “Maluco beleza” está no artigo ‘Ouro de Tolo’, de Raul Seixas: a obra-prima do pop brasileiro faz 45 anos, de autoria de André Barcinski publicado em seu Blog do Barcinski.
O que Raul quis dizer com “cercas embandeiradas”? Seriam as bandeiras metáforas para a posse de riquezas, no sentido de “o MEU terreno; o MEU carro, etc”, ou seriam bandeiras reais, ideológicas, que separariam os quintais de pessoas com posições antagônicas? O verso era pertinente no Brasil de 1973, e continua pertinente no brasil de hoje.
Talvez seja o segredo da longevidade de “Ouro de Tolo”; é uma canção política, mas que despreza a ideologia. O que interessava Raul era a liberdade individual, o despertar de cada um, e não a simples crítica a governos ou situações. Raul enxergava à frente de conjunturas e propunha novos caminhos. Por isso “Ouro de Tolo” não envelhece.