Vale a leitura

por Luis Borges 25 de junho de 2018   Vale a leitura

Reclamando na encruzilhada

No ano 501 a.C o filósofo Heráclito de Éfeso (534 a.C – 475 a.C) já dizia que nada existe em caráter permanente a não ser a mudança. Mas que mudanças estamos esperando para que a sociedade brasileira consiga sair da encruzilhada em que se encontra diante da crise política, econômica e social? É interessante observar e analisar as posturas das pessoas, que podem ir desde a omissão até a reclamação sobre tudo e sobre todos. Nesse sentido confira o que diz o jornalista Ricardo Kotscho em seu artigo Por que só damos valor para o que perdemos, e não para o que temos?, publicado no blog Balaio do Kotscho.

“Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas e precisamos fazer alguma coisa para não entregar os pontos. Ficar só reclamando da vida e de tudo, culpando os outros pelas nossas desgraças, é que não leva a nada. Botar a culpa no juiz não vai mudar o resultado do jogo. Bola pra frente que atrás vem gente”.

A fase terminal do governo Temer

Cada dia com sua agonia. É assim que prossegue a fase terminal do governo Temer marcada pela “bateção” de cabeças e tentativas desesperadas de mostrar algum resultado em meio à sua altíssima rejeição nas pesquisas. Após a desastrada atuação na greve dos caminhoneiros agora foi a vez de transferir recursos da educação para a segurança pública. Mas, como sempre, sem atuar nas causas principais da crise fiscal da União Federal.

O professor e jornalista Leonardo Sakamoto aborda esta questão no artigo Temer tira recursos da Educação em nome da Segurança. Ache o erro da frase, publicado em seu blog.

“O bom de ser um governo com 3% de aprovação e 82% de desaprovação (novamente, Datafolha) em reta final de mandato é que você não precisa se preocupar em tentar explicar sua lógica para a sociedade. Principalmente quando sua lógica fere a lógica”.

O aniversário de Ouro de Tolo

No primeiro semestre de 1973 a ditadura militar brasileira completou 9 anos, o milagre econômico brasileiro chegava ao seu quarto e último ano enquanto, do ponto de vista político, predominava o chumbo grosso contra os opositores do regime vigente. No mês de maio aconteceu o lançamento da música Ouro de Tolo, de autoria do cantor e compositor Raul Seixas (1945 – 1989), que é considerado um dos pioneiros do rock brasileiro. Passados 45 anos a ousada mensagem de Ouro de Tolo continua válida e passível de várias percepções para quem a revisita. Uma interessante abordagem sobre esse primeiro grande sucesso do “Maluco beleza” está no artigo ‘Ouro de Tolo’, de Raul Seixas: a obra-prima do pop brasileiro faz 45 anos, de autoria de André Barcinski publicado em seu Blog do Barcinski.

O que Raul quis dizer com “cercas embandeiradas”? Seriam as bandeiras metáforas para a posse de riquezas, no sentido de “o MEU terreno; o MEU carro, etc”, ou seriam bandeiras reais, ideológicas, que separariam os quintais de pessoas com posições antagônicas? O verso era pertinente no Brasil de 1973, e continua pertinente no brasil de hoje.

Talvez seja o segredo da longevidade de “Ouro de Tolo”; é uma canção política, mas que despreza a ideologia. O que interessava Raul era a liberdade individual, o despertar de cada um, e não a simples crítica a governos ou situações. Raul enxergava à frente de conjunturas e propunha novos caminhos. Por isso “Ouro de Tolo” não envelhece.

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 6 de maio de 2018   Vale a leitura

Quem responde pelo prédio que caiu?

Um prédio de 24 andares situado no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, pegou fogo na madrugada do dia 1º de maio e, uma hora depois, desabou integralmente. Ele pertencia à Secretaria do Patrimônio da União Federal, que tentava cedê-lo à Prefeitura de São Paulo. Até então tinha os dez primeiros andares ocupados em precaríssimas condições por famílias e indivíduos sem teto, organizados por um dos movimentos sociais que atuam em busca de uma moradia digna para se viver. Diante da tragédia humana exposta é interessante observar as explicações dadas pelas autoridades públicas responsáveis pela gestão do Estado cujas ações, omissões e descompromisso são causas importantes da tragédia. É o que mostra Raquel Landim no artigo O empurra-empurra que fez desabar o prédio em São Paulo, publicado pela Folha de São Paulo.

“Até admito que a vida do gestor público não é fácil. São muitos os problemas a resolver e o orçamento é curto e engessado por despesas que já não fazem o menor sentido, mas são defendidas a todo custo pelos lobbies. Mas o ponto principal é que, se prefeitos, governadores e o Planalto utilizassem metade do tempo que dedicam para cuidar da sua imagem para efetivamente governar, a história do Brasil seria diferente. Quando acontece uma tragédia, não é hora de jogar a culpa nos outros, mas de assumir as suas faltas para evitar que aquilo ocorra novamente”.

Nem tudo que reluz é ouro

Cresce o debate sobre as fake news – notícias falsas veiculadas principalmente nas mídias digitais e que são rápida e ansiosamente reproduzidas sem o menor questionamento por parte de muitos que as recebem. Entender o mecanismo que sustenta esse sistema nos diversos nichos da vida humana pode nos ajudar a ter uma observação e análise mais críticas em relação a tudo que se tenta vender como uma verdade inquestionável. Dá até para imaginar como será isso nas próximas eleições brasileiras. Um caso ilustrativo de interferência no mercado a partir de um personagem criado pode ser lido no artigo Jornal descobre que especialista frequentemente ouvido pela imprensa americana não existe, publicado pelo blog Novo em Folha.

O site agora exibe o pedido de desculpas em sua página principal, lamentando por ter “omitido que Drew Cloud era um nome que representava um grupo de pessoas” e por não ter revelado aos veículos que os dois portais eram da mesma empresa.

Eu quero tudo!

Certa vez presenciei uma cena num shopping center em que uma menina de 10 anos sapateava na frente de seus pais dizendo em alto e bom som que “eu quero tudo!”. Os pais olhavam perplexos para o espetáculo da filha enquanto as pessoas que transitavam pelo andar tinham variadas reações diante da cena. Pensei logo na falta de limites da menina e também na incapacidade de seus pais para estabelecer esses limites na relação com a filha. O tema é abordado por Gabriela Ingrid no artigo Seu filho manda em você? Saiba o que é a ‘Síndrome do Imperador’, publicado pelo blog Viva Bem.

“Nossos avós não tinham o menor problema em frustrar os filhos, mas agora, com uma sociedade imediatista, que precisa ter tudo e que vê uma felicidade deturpada nas redes sociais, os adultos não conseguem dizer não às crianças, como se isso fosse garantir a felicidade do filho”.

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 26 de março de 2018   Vale a leitura

Poupar para a aposentadoria é necessário

A Reforma da Previdência Social estava no telhado e o Governo Federal não tinha votos suficientes para aprová-la, inicialmente na Câmara dos Deputados. A saída pela tangente veio com a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, o que jogou a discussão para o ano que vem, no mínimo. Mas para quem conta apenas com o INSS para se aposentar com valores que vão de R$954,00 a R$5.645,81 o jeito é fazer uma poupança própria, independente de qualquer Reforma da Previdência Social. É o que aborda o artigo Com ou sem Reforma da Previdência, 4 motivos para poupar para a aposentadoria, publicado pelo portal UOL.

“A aposentadoria é sustentável quando o trabalhador consegue manter a qualidade de vida apenas com o dinheiro de sua aposentadoria, sem precisar continuar trabalhando nem pedir ajuda a outras pessoas”.

Padrões exigem revisões periódicas

Quando se padroniza um determinado processo de produção de bens ou de prestação de serviços não significa que o padrão estabelecido será para sempre. Periodicamente ele precisa ser revisado para verificar a sua validade ou em função de novas exigências dos clientes, que forçam a busca pela melhoria contínua e impulsionam os saltos de qualidade através da inovação. Imagine como funciona no dia-a-dia, ao longo dos tempos, a prática dos padrões – protocolos – da área da saúde numa consulta médica ou numa internação hospitalar para resolver um problema mais complexo. Um bom exemplo é mostrado por Cláudia Collucci em seu artigo Médicos devem resistir à industrialização da profissão.

“Aos 96 anos, Bernard Lown esteve internado para tratar de uma pneumonia e ficou bem irritado com o modus operandi do hospital, ambiente que ele definiu como uma fábrica: “provoca todas as dores e trata todas as anormalidades laboratoriais, mas faz pouco para curar seus pacientes”.

Ele se queixou, por exemplo, da verificação dos sinais vitais (temperatura, pressão arterial e frequência respiratória) a cada quatro horas, prática incorporada na rotina dos hospitais nos Estados Unidos desde a década de 1890.

A questão é que os dados mostram que cerca de metade dos pacientes de um hospital são despertados desnecessariamente para tais verificações. “Como é possível descansar (e melhorar o estado clínico geral) com tanta gente te cutucando e te irritando?”, queixou-se Lown.”

A autonomia universitária é constitucional

O recente caso em que o Ministro da Educação questionou a Universidade de Brasília pela criação de uma disciplina eletiva no curso de graduação em Ciência Política intitulada “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” traz à tona a autonomia universitária, assegurada pela Constituição Brasileira.

Também a Universidade de Campinas criou uma disciplina optativa sobre o mesmo tema e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte já anunciou que também fará a mesma coisa. Sabine Riguetti, jornalista especializada em ciência e educação, aborda o assunto em seu artigo Melhores universidades do mundo criam disciplinas seguindo demanda dos alunos.

“Em universidades como Harvard, as disciplinas são mantidas se tiverem demanda. Um professor pode criar e ofertar um curso que considere fantástico, mas que, sem alunos, estará fadado a desaparecer. Ainda não há dados sobre a proposta da Unicamp, mas o curso da UnB está com lista de espera.

Mais: em boas universidades do mundo, os alunos tendem a fazer disciplinas fora da sua área e, inclusive, inscrevem-se em tópicos com os quais discordam. Nos primeiros dias de aula, os alunos de universidades de ponta como Harvard frequentam os cursos previamente selecionados para conhecer detalhes do programa e, também, para entender como pensam os professores. Se concordarem com o professor, alguns ficam. Se discordarem, outros também ficam justamente porque esses estudantes são treinados a ouvir os argumentos de quem pensa diferente deles. É assim que se dão os debates de qualidade.”

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 19 de fevereiro de 2018   Vale a leitura

A solidão à espreita

De repente você percebe que está só, simplesmente só, e sem entender as causas que te levaram à solidão. Pode ser solidão na vida a dois, na militância político-partidária, no poder na empresa, na hierarquia de uma organização religiosa, na turma de amigos ou no convívio em um grupo familiar. Mas como se posicionar para romper com a solidão do momento e ir em frente diante das circunstâncias da vida, sem se vitimizar apenas? Mais informações e conhecimentos sobre o tema podem ajudar a melhor compreender o fenômeno e o processo que o gera. Nesse sentido vale a pena ler o artigo É impossível ser feliz sozinho? Conheça 7 fatos fundamentais sobre a solidão. 

“A era da internet expôs uma pressão social. A imposição de padrões até de felicidade se espalha na web e piora a sensação de solidão, diz Carlos Correia, voluntário do CVV (Centro de Valorização da Vida), procurado diariamente por pessoas desamparadas psicologicamente. “Nas datas comemorativas somos bombardeados por todos os lados de um padrão de felicidade ao qual muitas vezes não nos encaixamos”, conta em entrevista ao UOL. Isso leva ao isolamento e mina a autoestima.”

Morte e bitcoins

Com a inflação e a Selic em baixa, muitas pessoas têm a sensação de que suas aplicações financeiras, tradicionais e mais seguras, não estão rendendo quase nada após descontada a inflação do período. A fúria para ganhar mais pode impulsionar o aplicador a arriscar mais nas voláteis aplicações da bolsa de valores ou nas moedas virtuais, como o bitcoin. Essas aplicações, porém, não são para amadores e nem para os que têm apego ao seu rico dinheiro. No caso das moedas virtuais ainda existem vários dificultadores, como no caso da morte do aplicador que não compartilhou as suas senhas com ninguém. O tema é abordado por Camila Appel no artigo O que acontecerá com seus Bitcoins quando você morrer?.

“O Bitcoin é tido como uma moeda segura, porque cada portador recebe uma senha secreta (chamada de chave de acesso), para acessar suas moedas em uma carteira digital.

Não há uma forma de solicitar essa senha em caso de morte, já que não há uma autoridade central que possa rastreá-la. Essa segurança torna a moeda impossível de ser transmitida a um herdeiro, caso o dono da moeda não tenha passado a senha e a forma de usá-la, adiante”.

Bens e separação

Quando um casal resolve se unir deve pensar em todas as variáveis legais em que o ato implica. Uma delas é a partilha dos bens adquiridos antes e durante a união. Nesse sentido é importante conhecer o que diz a legislação brasileira para ajudar a amenizar gastos de energia desnecessários nos conflitos causados pelo desconhecimento das regras do jogo, mesmo diante de tantas comoções na plenitude do sofrimento. Leia abordagem feita por Carolina Prado e Letícia Rós no artigo Regime de bens: pensar no divórcio antes de casar é um mal necessário, publicado pelo portal UOL.

“Na comunhão parcial de bens, os bens adquiridos durante o casamento pertencem a ambos e serão divididos meio a meio em caso de separação. Também são partilhados os bens adquiridos por fato eventual (por exemplo, prêmio de loteria). A exceção feita é para os instrumentos de profissão (indispensáveis ao exercício do ofício – um instrumento musical de um músico por exemplo) livros e bens de uso pessoal, como roupas. Os bens que cada um tinha antes de se casar não entram na partilha, assim como herança ou doação recebida apenas por um dos cônjuges, antes ou depois do casamento. Dívidas também não são divididas”

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 6 de janeiro de 2018   Vale a leitura

Desemprego na família

As coisas que acontecem com os outros podem também acontecer com as nossas famílias e nas mais variadas situações. Muitos são os casos que surgem de maneira surpreendente e nem sempre encontram as pessoas preparadas para enfrentá-los. Uma situação que acaba mexendo muito com as pessoas de uma família ou mesmo com aquelas que vivem sozinhas está ligada ao desemprego, que afeta 12,7 milhões de brasileiros segundo os dados do IBGE para o mês de outubro. Qual é a melhor maneira de participar e contribuir com a pessoa que está desempregada sem ser invasivo? O desafio é grande e nada fácil de ser vencido. É o que aborda Juliana Carpanez no artigo “Um desempregado na sala: como lidar com a demissão de alguém próximo?”, publicado pelo portal UOL.

“Para Maria Eduarda Silveira, gerente de negócios da empresa de recrutamento Robert Half, é importante falar em casa sobre o desemprego – mas não só sobre isso e com cuidado na abordagem. O ideal é não pressionar nem cobrar muito, para não aumentar a pressão, a ansiedade e o nervosismo que essa situação já causa. Tenha empatia para ouvir, entender e se colocar no lugar da pessoa desempregada”.

Aplicações financeiras

A inflação caiu e, com ela, a taxa Selic, que é a balizadora dos juros pagos por muitas aplicações financeiras disponíveis no mercado. Conhecer bem as regras do jogo é fundamental para o aplicador, seja ele conservador, moderado ou apostador. Pagamento de Imposto de Renda sobre os rendimentos, taxa de administração da corretora de valores, período de duração da aplicação com o respectivo tempo mínimo de carência para o resgate e quantidade de dinheiro a ser aplicado são fatores básicos para se tomar a decisão sobre em que papel aplicar. Marcia Dessen mostra isso com muita clareza no seu artigo “Liquidez é o critério mais importante para avaliar investimento“.

 “Quando comecei a estudar os princípios de investimentos, aprendi que existe um tripé que sustenta a decisão do investidor quando examina as alternativas disponíveis em busca da aplicação mais adequada: segurança, rentabilidade e liquidez. Aprendi também que esses atributos não andam juntos; quando o investidor privilegia um, abre mão de outro”.

Juntos e distantes

Você já passou por uma situação em que uma conversa amena com um amigo, amiga ou colega de trabalho vira, de repente, uma enorme reclamação ou queixa de um relacionamento amoroso, por exemplo? Em caso afirmativo, qual foi a sua postura? Pelo que percebo a frequência de situações como esta tende a aumentar diante da conjuntura de tantas mudanças rápidas, de novas necessidades que se colocam e diante de muitas expectativas que são maiores que a realidade. Mirian Goldenberg aborda o tema em seu artigo “Você também sofre com a solidão a dois?”.

Uma professora de 43 anos disse que sofre com a “solidão a dois”:

“Ele chega e vai direto para o computador, nem me dá um beijo ou um abraço. Simplesmente me ignora, eu me sinto invisível. Ele destruiu minha autoestima. Não me conta como foi o dia dele, não pergunta como foi o meu. Faço tudo sozinha, ele não gosta de sair de casa, ir ao cinema, jantar fora, viajar. Dizem que é impossível ser feliz sozinha, mas eu acho que a pior solidão é a solidão a dois.”

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 6 de novembro de 2017   Vale a leitura

Vida de desempregado

O cantor e compositor Chico Buarque diz, em sua música “Roda Viva”, que “a gente vai contra a corrente até não poder resistir, na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir”. Quem não acredita ou não consegue se planejar e agir para viver de maneira sustentável na fase idosa da vida pode ter surpresas que nem sempre imaginamos.

Um caso bem ilustrativo dessa situação é contado pelo jornalista Ricardo Kotscho em seu artigo Vida de desempregado, publicado no Blog do Gérson.

Sempre fui empregado, nunca tive negócios ou outras rendas fora do salário.
O que ganho de aposentadoria do INSS mal dá para pagar o plano de saúde.
Então, não tem outro jeito: depois de uma breve folga na Semana da Criança para curtir os netos na praia, comunico à praça que estou de volta ao mercado, como se diz.
Qualquer trabalho honesto na minha área me interessa.

Explicitando uma ideologia

O que está explícito ou escondido num conjunto de ideias que dão suporte à ideologia, a um indivíduo ou a um grupo social? Que formas de atuação podem ser usadas para construir a hegemonia de uma ideologia? Leonardo Boff mostra a sua visão no artigo A ideologia é como a sombra: sempre nos acompanha.

Cada grupo social ou classe projeta uma ideologia, uma visão geral das coisas. A razão é que a cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Se alguém tens os pés na favela, tem uma certa ideia de mundo e de sociedade. Se alguém tem os pés num apartamento de luxo junto à praia, tem outra ideia do mundo e da sociedade. Conclusão: não só o indivíduo, mas também cada grupo social ou classe, inevitavelmente elaboram sua visão da vida e do mundo a partir de seu lugar social.

Nem todas as amizades serão duradouras

Qual é o tempo de duração de uma amizade entre duas pessoas? Qual é a dosagem de presença necessária de cada uma das partes para gerenciar e oxigenar os sentimentos que se tem? Sempre será possível manter uma amizade mais antiga, desfazer-se de outras e encontrar novas possibilidades, mas essencialmente tudo depende de nós e de nossas percepções sobre o valor que a amizade tem para nós, inclusive em função das circunstâncias em que surgiu ou em que perderam o sentido. Eugênio Mussak aborda a amizade em seu artigo As rolinhas, publicado pela revista Vida Simples.

Minha crença é de que não devemos perder nenhuma oportunidade de fazer mais um amigo. É claro que serão muito variadas as intensidades entre as amizades que fazemos ao longo da vida, mas isso não importa. É muito gostosa a sensação de saber que existe alguém que lembra de você com um sentimento bom, ainda que fugaz.

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 8 de outubro de 2017   Vale a leitura

Imagine suas necessidades no ciclo idoso da vida…

Esse tema está sempre presente em minha pauta por razões óbvias. Afinal de contas o curso da vida já me trouxe para esse ciclo e longe de mim pensar que as coisas só acontecem com os outros. É claro que com ele podem vir limites ou restrições que abalam nossa autonomia e independência de variados modos e quantidades. A jornalista Cláudia Collucci aborda alguns aspectos dessas questões a partir de sua própria vivência familiar no artigo Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa; é preciso dar carinho e escuta, publicado pela Folha de S. Paulo.

“Estive na última semana cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marcapasso. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa).

Diante da recusa dele de ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora.

Mas essas situações também trazem lições. A principal é que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.”

Até quando existirão empregadas domésticas e diaristas?

Na segunda metade do século passado muitas empregadas domésticas dormiam nas residências de seus patrões, onde geralmente permaneciam de segunda a sábado. Hoje essa é uma modalidade quase em extinção. O que mais se encontra são empregadas domésticas com a carteira de trabalho assinada que cumprem jornadas de 44 horas semanais de trabalho e muitos direitos sociais assegurados em lei. O que mais tem predominado no mercado atual é o trabalho doméstico feito por diaristas, em um ou dois dias por semana. Esses temas são abordados pela economista Maria de Fátima Lage Guerra em sua tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Demografia, do Cedeplar/UFMG sob o título “Trabalhadoras domésticas no Brasil: coortes, formas de contratação e famílias contratantes.

Como escreve a pesquisadora em sua tese, esse tipo de serviço poderá ser menos comum do que é hoje, devido ao “encarecimento dos serviços prestados pelas mensalistas, por um lado, e às mudanças de expectativas e de alternativas para as moças pobres mais educadas, por outro, além da crescente preferência das próprias trabalhadoras pelo trabalho por dia”.

Um modelo de distribuição gratuita de refeições

O Brasil possui 13,1 milhões de desempregados segundo o IBGE e 22 milhões de aposentados que recebem um salário mínimo mensal de R$937,00 segundo o INSS. Se o dinheiro é insuficiente ou mesmo inexistente só resta a quem está em dificuldade tentar encontrar algumas formas alternativas de ajuda solidária. Nesse sentido é bastante interessante a experiência da ONG beneficente israelita Ten Yad existente há 25 anos na cidade de São Paulo conforme mostra Dhiego Maia em seu artigo Refeitório no centro de SP dá comida de graça para a comunidade judaica, publicado pela Folha de S. Paulo.

“A expertise em produzir o grande volume de refeições deu à entidade a gestão de uma unidade do Bom Prato, restaurante do governo do Estado, no Glicério (centro). O local serve 1.800 refeições diárias a R$ 1 cada uma. O maior desafio da instituição é engajar mais voluntários para a causa.”

  Comentário
 

Vale a leitura

por Luis Borges 25 de setembro de 2017   Vale a leitura

Balanço da corrupção

Quando, em 2014, a operação Lava Jato começou a apuração de denúncias de corrupção na Petrobras falava-se muito que a ponta do iceberg já estava à vista. Agora, três anos e meio depois, muita coisa já veio à tona e algumas até já tiveram consequências. Mas que balanço da corrupção pode ser feito agora? O economista Gil Castelo Branco apresenta a sua percepção no artigo As tetas do Estado e a corrupção, publicado pela ONG Contas Abertas.

A soma dos valores que podem ser “comercializados” entre políticos e empresários é impressionante. O BNDES, por exemplo, recebeu cerca de R$ 500 bilhões do Tesouro, entre 2008 e 2014, para diversas finalidades, entre as quais fomentar “campeões nacionais” que se tornariam gigantes nos seus setores e competiriam, com vantagens, internacionalmente. Quanto valia um “padrinho” para facilitar o acesso a essa bolada?

Outro foco de corrupção envolve as 151 empresas estatais que movimentam cerca de R$ 1 trilhão por ano. Atuam com muito dinheiro, muita ingerência política e pouca transparência. Entre 2003 e 2014, dos cerca de 890 mil contratos da Petrobras, 784 mil foram celebrados com dispensa de licitação. Não por acaso, políticos, engalfinham-se por cargos em suas diretorias. O procurador do Ministério Público de Contas junto ao TCU, Júlio Marcelo, levanta a questão: “Por que não vender Banco do Brasil, Caixa, Petrobras e outras mais de 400 empresas públicas, federais, estaduais e municipais, que gravitam em tomo do Estado Brasileiro?”

Cobrança abusiva

Se a visita telefônica de um operador de telemarketing incomoda ao oferecer um bem ou serviço, imagine o dissabor que também é receber do operador a cobrança de uma dívida vencida há mais de 15 dias ou já passando dos 90? Cobrança de dívidas é o que aborda Filipe Gonçalves no artigo Empresa não para de ligar para cobrar? Mesmo quem está devendo tem direitos, publicado pelo UOL economia.

Ficar endividado e com o nome sujo na praça costuma ser desconfortável e motivo de preocupação, mas a situação pode ficar ainda mais incômoda quando as empresas credoras começam a cobrar de uma forma abusiva quem está devendo.

As “táticas” usadas vão desde ligar várias vezes no mesmo dia ou em horários indesejáveis, ameaçar entrar na Justiça contra o cliente, sugerir que o devedor pegue dinheiro emprestado com conhecidos ou até fazer piada sobre a situação.

Lentidão que irrita

É muito comum uma situação em que o computador de alguém fica lento e é mais comum ainda o xingo que o seu usuário acaba soltando no ar. Quais são as causas dessa lentidão e o que pode ser feito para atenuar seus efeitos? É o que mostra Fábio Andrighetto em seu artigo Seu computador está lento? Nem sempre a culpa é da conexão, publicado pelo portal UOL.

Um computador pode ser ou estar lento, basicamente, por dois fatores: a conexão ou o computador. Se for o primeiro, existem muitos aplicativos que medem a velocidade da rede e não deixam muita margem para a dúvida. Na maioria das vezes, no entanto, isso nem mesmo é necessário. Se seu computador só está lento em operações que envolvem a rede, muito provavelmente o seu problema é a conexão.

Quando a rede está funcionando bem, o problema pode ser o computador. Ele pode estar obsoleto para acompanhar as mudanças ou apresentar algum defeito, seja em hardware ou software. Se for pelo segundo motivo, tome algumas medidas para aliviar a carga do computador. Assim, você vai poder navegar com mais agilidade.

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 10 de setembro de 2017   Vale a leitura

Cresce o trabalho informal

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios feita pelo IBGE no trimestre que vai de maio a julho mostrou que a taxa de desocupação caiu para 12,8%. Entretanto coube ao trabalho informal a responsabilidade por praticamente 2/3 das oportunidades criadas. Se a fiscalização das condições em que são realizados os trabalhos contratados através do registro em carteira profissional já deixa muito a desejar, dá para imaginar o que se pode esperar do trabalho informal. O jornalista Leonardo Sakamoto aborda alguns aspectos ligados às condições de trabalho no artigo Com fiscalização capenga, Brasil quer crescer com trabalhadores sem direitos.

“a fiscalização não é apenas uma questão de garantir direitos a quem está vivendo à margem da legislação, mas também aumentar a arrecadação do Estado, uma vez que ela leva ao pagamento de tributos e contribuições sociais e previdenciárias. Em momentos de crise de orçamento, portanto, reduzir o poder arrecadatório é um contrassenso”.

Discurso de ódio

A sociedade que se pensava civilizada, plural e capaz de fazer abstrações em busca de formulações para resolver seus problemas também é capaz de se encistar, polarizar posições e disseminá-las em grupos e redes como a única expressão da verdade, sem menor espaço para a relatividade. Nesse sentido é interessante refletir sobre a abordagem que Luiz Sperry faz sobre o tema em seu artigo Por que o discurso de ódio dá tantos likes?, publicado em seu blog.

“Talvez exista dentro da gente um demônio oculto. Um demônio que deseja nos levar para o abismo, nada menos que o aniquilamento total, que é a nossa própria morte. Porque afinal é só na morte que se encontra a paz absoluta. O resto é perrengue, sofrimento, incertezas e frustrações, enfim, a vida. A esse demônio, a esse lado negro da Força, a psicanálise chama pulsão de morte. Ela está dentro de nós sussurrando: “vem, meteoro!””

Paciência no condomínio

O dia-a-dia da vida num condomínio residencial, independente do seu porte, continua cada vez mais complexo e exigindo muita paciência diante do comportamento daqueles que pensam que o prédio é só deles. O indivíduo busca resolver o seu lado, sem se preocupar com o impacto que isso pode trazer para o coletivo dos moradores. Como não temos possibilidades de ficar livres dessa modalidade de moradia o jeito é atuar em busca da melhoria contínua da gestão com mais participação dos moradores e aprimoramento das regras de convívio. O advogado Márcio Rachkorsky aborda aspectos do tema em seu artigo Condomínios precisam punir de forma mais severa moradores barulhentos, publicado pela Folha de São Paulo.

“Há muitos anos que o tema barulho é recordista disparado de conflitos e litígios entre vizinhos, mas a situação parece estar chegando num ponto insustentável, e os condomínios precisam encontrar soluções concretas e efetivas, inclusive com punições mais severas aos que transformam a vida dos outros num verdadeiro inferno.”

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 27 de agosto de 2017   Vale a leitura

Os custos de uma herança

São muitas as pessoas que sonham em receber uma herança diretamente dos pais ou mesmo de avós, tios e padrinhos. Quem também ficará de olho no seu possível ganho será o estado da Federação em que ocorrer o inventário, pois o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos – ITCD pode chegar a até 8% do valor dos bens envolvidos. Também existem os custos dos honorários dos advogados que trabalham no inventário, que necessitam ser muito bem negociados. Como as pessoas não gostam de conversar muito sobre a morte, muitas delas acabam sendo surpreendidas pela falta de conhecimento sobre a legislação que envolve a destinação dos bens de quem parte desta vida. Muitas são as possibilidades e decisões que podem ser tomadas ainda em vida e com lucidez, inclusive para reduzir custos nos momentos futuros. É esclarecedora a abordagem de vários aspectos sobre o tema feita por Marcia Dessen em seu artigo Doação pode reduzir custo de inventário publicado pela Folha de S. Paulo.

“A doação em vida pode reduzir os custos do inventário. Quem tem herdeiros necessários precisa deixar claro que a doação feita a eles não é adiantamento da herança e, portanto, não deve ser incluída no inventário. Essa medida reduz as custas do inventário e honorários advocatícios”.

Pragmatismo no trabalho

Em tempos tão difíceis para quem vende ao mercado a sua capacidade de trabalho continua em pauta a permanente discussão sobre fazer o que se ama ou amar o que se faz. Sobreviver, viver e crescer competindo num jogo que às vezes vai muito além das regras estabelecidas acaba sendo um desafio permanente que exige altas doses de resiliência. Gabriela Guimarães e Veridiana Mercatelli apresentam suas percepções sobre o amor ao trabalho no artigo Sabe aquela história de que é preciso amar seu trabalho? É mentira, publicado pelo UOL Comportamento.

“Diversão eu tenho com meus amigos, minha namorada, minha família. Trabalho, para mim, é só uma maneira de pagar minhas contas e bancar meus momentos de lazer. Quando comecei a pensar assim, parei de sofrer tanto por trabalhar com algo de que não gostava.”

Incentivos para os devedores de tributos

Os altos índices de pessoas físicas e jurídicas inadimplentes com os seus tributos tem contribuído para a queda da arrecadação da União, estados e municípios. Como suas despesas continuam crescentes e eles não conseguem reduzir seus custos nem pelo combate ao desperdício, o jeito é lançar promoções com ótimos descontos e longos prazos de pagamentos para os devedores. Isso acaba também estimulando atrasos por parte de quem passa a contar com uma futura condição melhor e pode desestimular quem paga seus tributos rigorosamente em dia. É o que aborda Gesner Oliveira em seu artigo Ser bonzinho demais hoje com quem deve impostos é garantia de calote futuro.

“Se as empresas e pessoas físicas sabem que haverá oportunidade de refinanciamento do pagamento de impostos em termos comerciais de pai para filho, ninguém vai querer pagar. Ser bonzinho demais com quem deve impostos não só significa calotes no futuro como vai acabar com a galinha de ouro e irá ampliar o drama fiscal do país”.

  Comentários