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por Luis Borges 3 de agosto de 2015   Vale a leitura

Limões da crise

A palavra crise está cada vez mais presente no cotidiano, principalmente quando se percebe o aprofundamento da recessão econômica, desafiando cada vez mais a sobrevivência de todos dentro de premissas restritivas. Nesses momentos é comum o surgimento de “salvadores da pátria” falando muito sobre o que fazer e pouco sobre o como fazer.

Também são comuns os relatos de boas práticas que estão sendo usadas por diversas organizações humanas na busca de melhorias em seus processos para obter resultados mais expressivos. É o que mostra este artigo da Folha de São Paulo, que aborda como empresas estão revendo processos para economizar. O interessante é que, em muitos casos, a ineficiência constatada existia há bastante tempo, mas só agora, no momento de cortar, foi levada em conta e sanada. Na sua vida pessoal há alguma ineficiência do tipo?

Foco nos resultados

Já estamos no mês de agosto e faltam menos de 5 meses para o encerramento do ano. Como está a linha da meta de quem trabalha como foco em resultados?

É claro que as dificuldades são muitas e a obsessão pelo resultado pode estar roubando muita energia e atá mesmo impedindo algum necessário grau de abstração, que é sempre benéfico na criação de soluções. Uma parada para analisar criticamente o caminho trilhado na busca do resultado e melhorar o que precisa ser ajustado faz parte da proposta deste artigo. Um trecho para refletir:

A pressão por entregar números, muitas vezes faz com que alguns gestores massacrem as pessoas, justamente aquelas que serão corresponsáveis por esses mesmos números. É um comportamento que não faz sentido e infelizmente recorrente.

Habilidades

Se o desemprego aumenta, crescem também a busca e a disputa por recolocação no mercado de trabalho. São muitas as dicas, orientações e “receitas” para enfrentar o problema. Sabendo que cada caso é um caso, é bom fazer uma leitura crítica de artigos dessa natureza.

De vez em quando precisamos medir o nosso grau de competitividade no mercado, principalmente quando estamos acostumados a levar a vida numa zona de conforto. E se amanhã o desemprego bater à nossa porta? E se quisermos ousar crescer na vida profissional? Nesse sentido é interessante analisar a abordagem do artigo 6 habilidades que os melhores profissionais do mercado têm. São elas: comprometimento e engajamento, foco em resultado, adaptabilidade, visão estratégica, relacionamento interpessoal, gestão 360º. Isso serve de alguma maneira para você ou se aplica apenas a outros competidores do mercado?

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por Luis Borges 27 de julho de 2015   Vale a leitura

A crise e as pequenas empresas

Os analistas econômicos mais pessimistas trabalham com a projeção de que o país encolherá 2,2% neste ano, enquanto o desemprego na economia formal chega a 6,9% segundo o IBGE. A arrecadação federal ficou 2,87% menor, já descontada a inflação, de janeiro a junho desse ano. Entretanto a arrecadação de impostos  pagos pelas micro e pequenas empresas cresceu 6,73% no mesmo período, proporcionando aos cofres públicos o ingresso de R$34,2 bilhões. Nesta reportagem publicada no Blog do Fernando Rodrigues, o autor mostra, com base em um relatório da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, que micro e pequenas empresas geram 15% da arrecadação federal, além de serem responsáveis por milhares de empregos e por 27% do PIB.

“Neste momento de dificuldade, quem segura as pontas do emprego e da renda é a micro e pequena empresa. Os que falam que o regime do Simples [forma simplificada de coleta de impostos] é uma renúncia fiscal não percebem que é justamente o oposto. O governo está arrecadando apenas porque existe o Simples. Se não existisse o Simples, não arrecadaria. E ninguém perde o que não tem”, diz o ministro titular da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos.

Onde estão os egressos do ensino superior?

O Brasil possui atualmente algo em torno de 7 milhões de pessoas matriculadas no ensino superior, em cursos de graduação de instituições públicas e privadas, que vão de universidades a faculdades isoladas. Se o acesso foi tão ampliado, principalmente com o crescimento maciço da oferta de cursos pelas instituições privadas e pelo expressivo incremento das possibilidades de financiamento, uma pergunta está sempre no ar. Onde estão os formados pelo ensino superior no país? Praticamente quase ninguém consegue responder à pergunta de maneira consistente, pois ela não está no foco das instituições. É o que mostra este artigo de Sabine Righetti.

A literatura científica sobre avaliação de ensino superior sabe que uma das melhores formas de avaliar a qualidade de uma escola é, de fato, verificar onde está quem se formou ali. São algumas análises: o egresso está empregado? Trabalha na área? Tem posição de liderança? Dependendo das respostas, é possível verificar se a universidade está apenas formando gente, se está formando e empregando e, melhor, se está definindo quem serão os líderes do futuro.

Humildade

A palavra humildade tem aparecido de algumas maneiras nesses tempos de crise. A Presidente da República, por exemplo, disse que é preciso humildade para enfrentar os momentos difíceis, embora nunca queira discutir as causas que nos trouxeram até a situação atual. Já as pessoas que são proprietárias da verdade, e se destacam pela arrogância de seus posicionamentos, acabam sendo citadas como exemplos de falta de humildade. Já Ricardo Kotscho afirma que Um pouco de humildade só pode fazer bem.

Humildade vem da palavra húmus, que significa solo sob nós, pés no chão, mas a melhor forma de defini-la é mostrar o seu contrário: ganância, arrogância, ostentação, prepotência, megalomania, que é o que mais vemos por aí.

Para que querem tantos bens materiais e tanto poder, se a nossa vida é curta? No fim, teremos todos o mesmo destino, embora alguns ainda tenham dúvidas por se imaginarem imortais.

Confira e reflita. Isso se aplica a você ou só aos outros?

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por Luis Borges 19 de julho de 2015   Vale a leitura

Por onde anda Marina Silva?

Decorridos pouco mais de nove meses do primeiro turno das eleições presidenciais de 2014, muitos se perguntam sobre o que Marina Silva está fazendo ou pensando. Afinal de contas ela obteve mais de 22 milhões de votos, que a levaram ao terceiro lugar na disputa. Diante do aprofundamento da atual crise econômica, política e social, é bastante visível seu sumiço da grande mídia, o que acaba passando a sensação de que ela está invisível. Neste artigo publicado pela BBC Brasil a jornalista Mariana Schreiber mostra o que ela está fazendo diretamente com as comunidades e como tem buscado inspiração nas experiências de outros países, como por exemplo a Colômbia, local de sua última viagem internacional.

A BBC Brasil tentou ouvir Marina Silva, mas sua assessoria informou que a viagem à Colômbia impedia que fosse realizada uma entrevista. Nos últimos meses, ela tem falado pouco com a imprensa.

Em um desses raros momentos, no mês passado, concedeu entrevista ao jornalista Keneddy Alencar, do SBT, em que disse não saber se disputará a eleição presidencial novamente e afirmou querer “pensar com tranquilidade” sobre como contribuir para o país.

“Eu ainda não tenho essa resposta (sobre se seria candidata). Não acho que uma candidatura deva ser em função da fadiga de material desse ou daquele partido. Uma candidatura será sempre em função de um projeto de país, de uma visão de mundo, de um programa de governo”, disse, ao ser questionada sobre a possibilidade de ser uma alternativa ao governo e ao PSDB.

“Eu quero discutir, pensar com tranquilidade qual é a natureza da minha contribuição para a sociedade brasileira.”

Crises de Brasil e Grécia se parecem?

Os analistas mais apressados devem estar forçando o encontro de muitas semelhanças entre as situações da Grécia e do Brasil neste momento em que os dois países passam por crises. Acontece que as condições de contorno são diferentes, inclusive nas maneiras de medir e comparar as principais variáveis envolvidas. Indo direto ao ponto, cada caso é um caso. Nesta matéria do UOL estão as opiniões de três economistas de instituições renomadas. Leia as análises sobre as principais diferenças entre as duas nações – histórico do PIB desde a crise econômica de 2008, controle da moeda nacional, causas para a inflação, relação com o FMI, nível de desemprego. Eles também analisam as principais semelhanças – dependência de capital estrangeiro e dos bancos, crise de confiança. Como se vê, há mais diferenças que semelhanças.

Perder menos com a aposentadoria

As discussões e propostas envolvendo o fator previdenciário nas aposentadorias pelo INSS continuam em pauta. Discute-se, também, o índice de reajuste das aposentadorias superiores a um salário mínimo, com a proposta de que sejam corrigidas pelo mesmo percentual deste. É bom lembrar que, hoje, o teto máximo para a aposentadoria é de R$4.663,75 e que é praticamente inatingível na maioria esmagadora dos casos, em função das regras de atualização monetária e do próprio fator previdenciário. Também o UOL publicou o artigo Qual é a melhor aposentadoria? Veja vantagens de cada tipo. Vale a leitura para entender melhor o assunto e começar a se planejar para esse momento da vida.

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por Luis Borges 10 de julho de 2015   Vale a leitura

Planejamento de compras

Planejar é pensar antes e é o que todos deveriam fazer para evitar impulsos e desperdícios no ato de comprar. Pesquisa da Nielsen mostrou que 39% dos entrevistados assumiram ter feito compras sem planejar. Desse total, 22% só se lembraram que precisavam do bem quando chegaram à loja e 17% não precisavam de comprar, mas se convenceram que precisavam e acabaram “passando o cartão”. Neste texto, Samy Dana explica a importância de planejar as aquisições.

A vogal do desespero

Quem tem limites físicos de qualquer natureza geralmente é vítima da pouco amigável acessibilidade dos espaços públicos e privados. Tudo é feito para quem está na plenitude das condições “normais” previsíveis para um ser humano. Podemos imaginar como tudo se complica quando é necessário enfrentar a burocracia brasileira, que joga as pessoas de um lugar para outro, independente da sua condição física. Leia o caso narrado pelo jornalista Jairo Marques, cadeirante desde a infância, no artigo A vogal do desespero. Tudo começou quando a Receita Federal suspendeu seu CPF devido a uma divergência em seu nome, pois lá constava como “de Costa” quando o correto seria “da Costa”. Jairo narra as dificuldades para resolver um erro de 20 anos.

Para ir a qualquer lugar fora da rotina, o pessoal prejudicado das partes como eu precisa de um plano de ação detalhado para evitar bater a cara, a cadeira, as muletas ou a bengala na porta.

Tudo precisa ser examinado com antecedência: se há rampas nas ruas (oi?), se as calçadas são assassinas de primeiro ou de segundo graus, se há onde parar a charanga, se o elevador funciona ou é daqueles da Pensilvânia, se o transporte público é amigável.

Promessas dolorosas e estelionato eleitoral

Tornou-se inevitável a comparação entre as promessas eleitorais feitas nas últimas eleições no Brasil e na Grécia. Lá o partido vencedor está cumprindo o que prometeu em sua campanha eleitoral enquanto, por aqui tudo, ficou na retórica e soou como estelionato eleitoral. É o que mostra Leonardo Sakamoto no artigo Grécia e Brasil: promessas dolorosas e estelionato eleitoral.

O Syriza (Synaspismós Rizospastikís Aristerás, ou Coligação da Esquerda Radical) não mentiu ou omitiu. Disse em sua campanha que iria contra os acordos leoninos que haviam sido assinados pelo governo anterior. E foi eleito com essa plataforma. Ou seja, não pode ser acusado de estelionato eleitoral.

Só falta alguém dizer que a democracia grega é diferente da nossa.

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por Luis Borges 6 de julho de 2015   Vale a leitura

Cumprindo promessa de campanha

É relativamente fácil encontrar governantes que são eleitos defendendo um determinado programa, cheio de compromissos com a população, e que é deixado de lado tão logo tomam posse. A situação vivida pela Grécia no presente momento mostra que o primeiro ministro Alexis Tsipras está levando em consideração as promessas de campanha em cima das quais foi eleito pela frente de esquerda Syriza. Daí o plebiscito para ouvir a população sobre fazer ou não um acordo com o FMI e a Comunidade Europeia, que exigem medidas de austeridade para se atingir um equilíbrio fiscal. No texto de Mário Magalhães está um enaltecimento ao cumprimento dessas promessas. Segue um trecho:

Pode-se achar certa ou errada a política do Syriza e de Tsipras. Mas que eles seguem o preceito do prometido é devido, até aqui seguiram.

Aula no ensino superior e corrupção

As denúncias e investigações de casos de corrupção envolvendo órgãos governamentais, empresas estatais e grandes empreiteiras fazem do nível macro do país um espetáculo cheio de relatos de descumprimentos das regras, critérios e leis. Corruptos e corruptores estão em evidência e, às vezes, até parecem distantes, por estarem num nível mais alto de poder e relacionamentos.

Como perceber e analisar a corrupção no “micro”, no do dia-a-dia de nossas organizações humanas? Um exemplo está no artigo Como é dar aula no ensino superior e a corrupção na universidade. Nele o professor Rodrigo Ribeiro, que tem graduação, mestrado e doutorado em matemática pela UFMG, mostra como o tema se manifesta de diversas maneiras numa sala de aula.

Em sua maioria, aluno não faz nada sem receber algo em troca. A moeda de troca é chamada de ponto. A única motivação é o ponto. Sugestão de livros? Só valendo ponto. Lista de exercícios? Só valendo ponto. Fazer pelo conhecimento é ser taxado de idiota.

A blindagem da caixa preta do Carf

Até a temida Receita Federal, que zelosamente arrecada os impostos e contribuições para a União, entrou na dança da Polícia Federal através do seu Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que caiu na “malha fina” da operação Zelotes. Como tudo nessa área envolve sigilo, dá para se imaginar como deve estar sendo o desafio de prosseguir com as investigações. Neste artigo, Elio Gaspari levanta algumas questões importantes – e ainda sem resposta – sobre o conselho.

Apesar do silêncio, o Carf divulgou uma valiosa planilha. Ela mostra que, entre 2004 a 2014, chegaram ao Conselho 77 mil pleitos. Em metade deles, os contribuintes recorreram contra autuações com valores na faixa de R$ 10 mil a R$ 100 mil. Juntos deviam R$ 1,2 bilhão. Outros 19 mil pleitos (24,6%) envolviam autuações superiores a R$ 1 milhão. Totalizavam cerca de R$ 515 bilhões. Para se ter a ideia do tamanho desse ervanário, de janeiro a maio deste ano, a Viúva arrecadou R$ 510 bilhões.

 

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por Luis Borges 29 de junho de 2015   Vale a leitura

Pode pular a fogueira que a Câmara garante

As festas juninas no Nordeste brasileiro são marcantes na cultura regional e têm seu auge em 24 de junho, dia de São João. Os deputados federais da região estão sempre presentes durante a semana para participar dos festejos junto com suas bases eleitorais. Para eles tudo é facilitado nessa semana em que são dispensados de comparecer ao trabalho na Câmara dos Deputados, onde o ponto de todos é abonado pelo presidente da casa. O relato é de Ricardo Kotscho, em artigo publicado em seu blog.

“Ninguém vai ser descontado no contracheque e assim as excelências podem pular a fogueira despreocupadas que a Câmara garante. Não é bonito isso? Vida que segue.”

Brasileiro gosta de perder dinheiro

Poupar algum dinheiro mensalmente não está nada fácil para o brasileiro nesses tempos de inflação alta, perda de poder aquisitivo, retração da economia e desemprego em alta. Mas ainda assim existem aqueles que conseguem o feito e fazem uma aplicação financeira segura, investindo na caderneta de poupança. Só que os ganhos da poupança estão perdendo mês a mês para a inflação e as perspectivas são de continuidade até o próximo ano. A grande dificuldade do brasileiro está no temor de migrar para aplicações mais rentáveis, ainda que conservadoras. E a perda de dinheiro prosseguirá se não houver coragem e conhecimento para mudar de atitude. Neste artigo, a colunista da Folha Márcia Dessen mostra alguns caminhos alternativos de aplicações financeiras que podem render além da inflação. E fica o alerta:

“Se você se identificou com pelo menos uma das formas de desperdiçar dinheiro, repense. Mude seus hábitos, pare de enriquecer os outros e dedique mais cuidado e atenção às suas finanças.”

Oito meses para abrir negócio e nove para fechar

Aprender com os erros e fracassos dos outros é uma grande oportunidade para quem quer acertar ao lançar seu próprio negócio no mercado. Nem sempre as histórias de fracassos são contadas pelas pessoas, que até se sentem envergonhadas do fato, e também pelas diversas mídias. É muito mais fácil enaltecer os casos de sucesso, principalmente aqueles em que tudo funcionou maravilhosamente e dão a sensação de que será para sempre. Nesta entrevista a professora da USP Kavita Hamza, que tem graduação, mestrado e doutorado em Administração de Empresas, mostra como fracassou junto com seus sócios. Segundo ela foram oito meses para planejar e abrir o negócio e outros nove meses até o fechamento, com um prejuízo de R$ 45 mil.

Pronto atendimento à saúde na Armênia

Enquanto continuamos às voltas com muitas dificuldades para ser atendidos pelo atual sistema de saúde no Brasil, é bom conhecer modelos de outros países. Correremos o risco de encontrar boas e melhores práticas que, se houver um mínimo de boa vontade, poderão ser aproveitadas por aqui. Um caso interessante foi narrado pelo jornalista Eduardo Costa no artigo Vergonha de ser brasileira. Trata-se do caso de uma brasileira que sofreu um acidente no interior da Armênia e que ficou surpresa com a rapidez no atendimento, com a solidariedade das pessoas e com a continuidade do tratamento. A lembrança e a comparação com a realidade brasileira foram inevitáveis. Nas palavras dela:

“É muito triste relatar tudo isso, principalmente tendo a certeza de que, se tivesse acontecido no Brasil, eu ainda estaria esperando para ser atendida. Qual será a razão?”

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por Luis Borges 22 de junho de 2015   Vale a leitura

Tragédia grega contagiará a Europa

A Grécia prossegue vivendo cada dia com sua agonia enquanto tenta resistir bravamente às imposições de austeridade vindas de seus credores, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Central Europeu, representando a zona do euro. O premiê Alexis Tsipras, da frente de esquerda Syriza, que venceu as eleições no início do ano, se mantém firme na defesa dos pontos do programa em cima dos quais se elegeu. Ele acusa os credores de terem pilhado a Grécia e não aceita fazer ajustes fiscais nem reduzir os valores de aposentadorias dos servidores públicos para ampliar a capacidade do país de pagar suas dívidas. Neste artigo, Clóvis Rossi explica o que ele classifica de austericídio, a austeridade suicida que os credores exigem da Grécia durante as negociações sobre pagamento do socorro financeiro.

O “austericídio” imposto à Grécia pelas instituições europeias e pelo Fundo Monetário Internacional causou uma formidável tragédia. O PIB (Produto Interno Bruto), por exemplo, recuou 27% entre 2009 e 2014, um desastre que, usualmente, só é visto em países em guerra ou que sofrem alguma grande catástrofe natural. E o número de suicídios, no período, aumentou 35%.

Mordomias para juízes

A discussão sobre o fim do fator previdenciário nas aposentadoria pelo INSS traz à tona, também, as aposentadorias do setor público. As diferenças são gritantes e no debate surge de tudo, a começar pelas mordomias distribuídas por inúmeros direitos que são dependurados nos proventos. A jornalista Claudia Wallin escreveu um artigo para o Diário do Centro do Mundo mostrando o que os juízes escandinavos pensam das mordomias concedidas a seus pares brasileiros. A seguir, um trecho do artigo:

Entre os vivos, encenou-se a devassidão de junho: os guardiões da lei do Rio Grande do Sul, que têm piso salarial de R$ 22 mil, acabam de se autoconceder um auxílio-alimentação de R$ 799 por mês. […] Como provavelmente não comeram nos últimos quatro anos, as excelências do Sul decidiram também que o pagamento do benefício deverá ser ex tunc, retroativo a 2011.

[…]

Decido ad judicem dicere, falar com um juiz, aqui na Suécia. Telefono então para Göran Lambertz, um dos 16 integrantes da Suprema Corte sueca, para contar as últimas novidades da corte brasileira. Lambertz é aquele juiz que pedala todos os dias até a estação central, e de lá toma um trem para o trabalho – e que me disse há tempos, em vídeo gravado para a TV Bandeirantes, que luxo pago com dinheiro do contribuinte é imoral.

Quando descrevo a nova lista de benefícios dos juízes brasileiros, Göran Lambertz dispensa totalmente, para meu espanto, a tradicional reserva e a discrição que caracteriza o povo sueco.

“Em minha opinião, é absolutamente inacreditável que juízes tenham o descaramento e a audácia de serem tão egocêntricos e egoístas a ponto de buscar benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-escola para seus filhos. Nunca ouvi falar de nenhum outro país onde juízes tenham feito uso de sua posição a este nível para beneficiar a si próprios e enriquecer”, diz Lambertz.

Um cemitério inspirado no Inhotim

O Cemitério das Cerejeiras situa-se no Jardim Ângela, zona sul da cidade de São Paulo. Ele se tornou uma opção de acesso ao lazer e à arte depois que seu diretor, Daniel Arantes, visitou o Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais. Lá ele conheceu e se apaixonou pelos bancos esculturais do designer Hugo França. O passo seguinte foi convidá-lo para fazer algo semelhante no cemitério, aproveitando a madeira de eucaliptos que seriam cortados na área. O resultado são 26 bancos lá instalados, todos obras do designer, tornando o Cemitério das Cerejeiras o segundo local com mais presença de suas obras de arte no mundo. Aliás, ele só perde para o próprio Inhotim, onde Hugo França é autor de 126 obras.

Este artigo do blog Morte sem Tabu mostra como a população da região convive com o lazer e a arte no ambiente em que os corpos dos mortos estão sepultados.

O cemitério parece um parque recreativo, e assim é visto pela população local. Costumam visitar o espaço nos finais de semana e tirar fotos de “noivos” após o casamento. As pessoas se arrumam para vir aqui, diz Orlando Giorgini, gerente do cemitério.

Foto: Folha de S. Paulo

Foto: Joel Silva / Folhapress – retirada do site da Folha de S. Paulo

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por Luis Borges 15 de junho de 2015   Vale a leitura

Que tal cada um fazer sua parte?

O discurso a favor do exercício da cidadania é recorrente em diversos segmentos da sociedade brasileira. O grande desafio continua sendo colocar esse exercício em prática, principalmente sabendo-se que tudo começa com a gente. Falta iniciativa e sobra reclamação terceirizadora das causas da inércia. Um bom exemplo da não participação cidadã ocorre nos condomínios residenciais e comerciais, horizontais e verticais. É o que mostra o jornalista Ricardo Kotscho neste artigo publicado em seu blog.

De tanto delegar responsabilidades a terceiros ou aos governos, perdemos o direito de exigir dos outros o cumprimento de obrigações comuns ao bem estar da sociedade. Depois, não adianta xingar o síndico ou o prefeito.

Bolha, não. Poço.

Ajuste fiscal, contração da economia, desemprego, inflação alta e perda de poder aquisitivo são algumas das causas que levaram diversas pessoas a retirar dinheiro de suas aplicações em caderneta de poupança. Até meados de maio, o valor já superava os R$32 bilhões. Logo a caderneta, cuja remuneração significa dinheiro barato para os bancos, que a remuneram a 6% ao ano acrescidos da TR (taxa referencial de juros) do período. O crédito está ficando mais caro diante dos sucessivos aumentos da taxa de juros do Banco Central. A desconfiança de que existia uma bolha de consumo na indústria da construção civil parece se confirmar cada vez mais. O que virá pela frente? É o que aborda o pesquisador Eduardo Zylberstajn, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)/USP, neste artigo publicado no Estadão. Leia um trecho abaixo:

As famílias menos acostumadas com o mundo das finanças deixam dinheiro nos bancos com remuneração igual à metade da taxa Selic. Assim, os bancos têm uma fonte barata para emprestar a juros mais baixos a quem quer financiar seu imóvel com prazo longo. Em essência, esse é o mecanismo de financiamento imobiliário do país. E, claramente, há problemas com ele.

Primeiro, o sistema dá liquidez instantânea para quem quiser sacar. Ou seja, o banco usa um dinheiro que pode evaporar da noite para o dia para dar um financiamento que dura décadas. Se o dinheiro é sacado (como vem sendo nos últimos meses), o banco necessita captar de outra fonte (mais cara) para cobrir o buraco e aí tem prejuízo (que pode ser enorme). Segundo e mais grave, o universo de brasileiros dispostos dar dinheiro de graça ao banco (afinal, a poupança vem tendo rendimento real negativo) parece que chegou ao limite. A poupança secou e em breve não haverá recursos para financiamento imobiliário às taxas com as quais nos acostumamos. Os juros para o financiamento imobiliário correm o risco de voltar para perto dos 20% ao ano, o que fará com que as parcelas do financiamento fiquem inviáveis para parte relevante da população. O preço dos imóveis cairia então significativamente, um problema seriíssimo em particular para quem comprou imóvel recentemente.

Um negócio de baixo risco

Fazer o que se ama e disso retirar seu sustento é o sonho de muita gente. Mas o que fazer e como fazer? Qual é a necessidade a ser atendida e quem tem essa necessidade? Qual o dinheiro necessário para compor o capital inicial e o capital de giro? Essas são algumas perguntas que deveriam passar pela cabeça e ser respondidas por aqueles que sonham em ser felizes e trabalhadores donos de seus negócios próprios. Se possível, que o empreendimento comece pequeno, com um tamanho bem adequado, enquanto o experimento vai sendo delineado.

Um caso interessante foi publicado no site do Projeto Draft – Pão, Facebook e Motoboy: Como uma padaria caseira virou um negócio de baixo risco em São Paulo. A experiência da Beth Bakery, uma micropadaria que assa pães, bolos e biscoitos semanalmente, mostra que é possível começar pequeno e, quem sabe, continuar pequeno, sem deixar de trabalhar ou lucrar.

Terapia de grupo contra a crise

A maior parte dos indicadores de gestão mostra o tamanho e a profundidade da crise econômica, política e social que o país está vivendo. Cada pessoa, no seu nível, vai tentando se virar para superar um dia após o outro. Na troca de figurinhas muitas são as ideias e sugestões compartilhadas a partir das mais variadas experiências. Se isso for feito com método, o resultado pode ser melhor ainda e servir de referência para muito mais pessoas. Neste artigo publicado pelo jornal O Globo, o repórter Bruno Rosa mostra a experiência de empresários e presidentes de Conselhos de Administração que estão se reunindo para observar e analisar a conjuntura e os cenários que vão se desenhando no curso da crise. Um dos entrevistados disse:

“Numa empresa, só há um presidente. Então, é importante se reunir com outros presidentes uma vez por mês para trocar ideias e buscar aconselhamentos. A gente ainda tem palestras sobre vários temas de interesse. E, num momento como o atual, de desafio econômico, esses encontros se tornam mais relevantes”.

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por Luis Borges 9 de junho de 2015   Vale a leitura

Negociar é uma arte

Solucionar problemas é um desafio permanente para quem precisa resolvê-los. Se todos os envolvidos partissem da premissa de que problema é para ser resolvido, o caminho ficaria mais fácil. Mas a prevalência do emocional, a rigidez de posições e o medo de perder, entre outros, acabam dificultando e retardando o encontro da melhor saída. Muitas vezes o perde-perde substitui o ganha-ganha, o bom para todos dentro da razoabilidade. O professor William Ury, da Universidade de Harvard, co-autor do best-seller Como chegar ao sim, está lançando o livro Como chegar ao sim com você mesmo. Ele avalia que negociações internas são tão ou mais difíceis que aquelas feitas com outras pessoas.

Em entrevista à Folha de São Paulo, ele conta como  participou da solução do conflito envolvendo o empresário Abílio Diniz e Jean-Charles Naouri, presidente do grupo de varejo francês Casino, em 2013, que culminou com a saída de Diniz do Pão de Açúcar.

36 anos e Presidente da Bombril

Ainda que cada caso seja um caso é importante conhecer e aprender com as histórias de sucessos e também de fracassos na vida profissional de outras pessoas. Um caso interessante é o de Marcos Scaldelai que, em 2013, aos 36 anos, assumiu a presidência da Bombril. Ele lançou o livro 99,9% não é 100% e quatro das dicas para o sucesso apresentadas no livro foram tema de reportagem publicada pelo Portal UOL. Um desses itens é buscar excelência, com foco no resultado. Para ele:

“Missão dada é missão cumprida. Devo estar sempre orientado para resultados”.

Fim de um ciclo de consumo

Os ciclos econômicos têm sua vida útil. Ainda que se sonhe com suas perenizações, eles se esgotam e abrem espaços para seus sucessores. Uma boa ilustração disso está presente no artigo Recessão do 1º trimestre marca o fim do ciclo de consumo de gestão do PT,  escrito pelo jornalista Gustavo Patu e publicado no caderno de Mercado da Folha de São Paulo. Segue um trecho:

Uma das principais marcas da administração petista, a expansão do consumo das famílias sofreu neste ano sua interrupção mais explícita.

No primeiro trimestre, as compras caíram 1,5% e ficaram 0,9% abaixo do patamar de um ano atrás –foi a primeira queda nessa base de comparação desde 2003, primeiro ano do governo Lula.

O crescimento iniciado na década passada foi impulsionado por ascensão social, programas de transferência de renda e ampliação do crédito; a queda de agora resulta de inflação, desemprego e juros mais elevados.

Renúncia e corrupção no padrão Fifa

Quem te vê, quem te viu! O arrogante Joseph Blatter não aguentou o rolo compressor advindo das investigações sobre a podridão que envolve a Fifa e os negócios do futebol associado no mundo. Mas o que unifica essa turma é o capital e eles ainda seguirão lutando para se reinventar, mesmo sacrificando alguns de seus pares e cedendo os anéis para não perder os dedos . É o que mostra o artigo Renúncia de Blatter busca salvar estrutura corrupta e podridão da Fifa, publicado no Blog de Mário Magalhães. Para o autor “não faltará quem se empenhe para que, mudando Blatter, nada mude na roubalheira e no jogo sujo”. Boa Leitura!

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por Luis Borges 1 de junho de 2015   Vale a leitura

Mário Quintana

Mudar-se de uma pequena cidade para outra de maior porte – mesmo para uma capital de estado ou da República – em busca de melhores condições de vida, trabalho e estudos é fato frequente na vida de muitos brasileiros. Cada caso gera suas histórias específicas, com sucessos, fracassos, desafios e marcas que vão se acumulando. De repente, ao amor pelo local de origem soma-se também muito amor pelo local onde se passa a viver, decorrente de uma grande interação instalada. O jornalista Rafael Sette Câmara publicou no blog 360 Meridianos um pouco da trajetória do poeta Mário Quintana que, aos 20 anos de idade, saiu de sua terra natal, Alegrete, e foi morar em Porto Alegre. Hoje ele é homenageado na cidade por uma casa de cultura que leva o seu nome, instalada no hotel onde viveu. Não deixe de ver as belas fotos do post.

Foi aquela Porto Alegre, talvez junto com as lembranças de Alegrete, que marcou a vida e a obra do poeta. Não faltam poemas, versos e declarações de amor para a cidade que deixou de existir, para a cidade que teimou em se modernizar. Quintana sentia falta das ruazinhas, como em A rua dos Cataventos.

O frio conforme o cobertor

De repente, seja nas ruas, avenidas ou estradas que fazem parte do seu caminho de cada dia, você se depara com um acidente envolvendo veículos automotores de diversos portes e tamanhos. As causas podem ser as mais diversas, tais como imprudência, indisciplina, condições da via, estado físico em função do uso de substâncias diversas mas, de qualquer maneira, a cena nos assusta e nos faz pensar, olhar e até agir. O jornalista Eduardo Costa publicou, em seu blog, o artigo Deus dá o frio conforme o cobertor, abordando a reação de um pai no cenário da morte de seu filho, que misturou álcool e volante e perdeu o controle do veículo numa madrugada em Belo Horizonte. Mesmo premido pela dor, o pai declarou:

“Queria dizer que os jovens devem aproveitar a vida, mas, sem tanta pressa; meu filho tinha muita pressa. Eu já fui jovem, já tive pressa de viver e não é assim…”

Como você reagiria numa situação semelhante a essa?

Corte de gastos

O Governo Federal tenta fazer um ajuste nas contas públicas e reduz ou contingencia gastos e investimentos. A economia se contrai em função da menor atividade econômica e o próprio governo também arrecada menos. Esse círculo vicioso é explicado no artigo do blog Dinheiro Público & Cia.

“Caem as contratações de construtoras e de outras empresas que fornecem equipamentos, serviços e mão de obra ao setor publico. A queda da receita privada se irradia pela economia, com menos vendas, lucros, empregos e salários -e acaba se tornando queda da receita pública”.

Workaholics x fingidores

Frequentemente encontramos em ambientes de trabalho três categorias de profissionais. Uma parte é composta pelos que trabalham muito e são comprometidos com os resultados a serem alcançados. Outra parte faz um feijão com arroz básico. O terceiro grupo é o daqueles que fingem trabalhar muito, dublam muito bem, querem o maior bem estar com menor esforço possível e ainda acabam sendo bem avaliados em seus desempenhos. A avaliação dos workaholics e dos “fingidores” é comparada neste artigo. Você reconhece alguma semelhança com algum local em que você trabalha ou trabalhou?

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