E agora, José?

por Luis Borges 18 de junho de 2014   Pensata

Muitos dos nossos filhos participaram das manifestações de junho de 2013. A oportunidade foi a Copa das Confederações e o recado foi claro, ainda que marcado em vários momentos pela violência de vândalos, mascarados ou não. No geral, a maioria das pessoas se surpreendeu nos papéis que ocupavam na estrutura social e governamental diante do novo momento. Atônitas, elas levaram um tempo para compreender as causas e os efeitos daquilo tudo, já que, na era da informação e do conhecimento, muitos não haviam percebido nada antes das eclosões. De lá para cá ficou a expectativa traduzida pela expressão “imagine na Copa”, nova oportunidade para a população manifestar suas insatisfações.

No sétimo dia do evento, ficam nítidas as ações e as omissões de quem deveria ter feito reformas, simplificações e melhorias levando em conta os anseios sociais. Um bom exemplo é o reposicionamento estratégico dos órgãos de segurança, cercando as manifestações de rua, que hoje têm baixa adesão se comparada com o ano passado. É claro que a violência contribuiu muito para esse afastamento das pessoas.

Nesse sentido repercutiu intensamente nas mídias e redes sociais a cena do pai, funcionário público, enfrentando seu filho de 16 anos para retirá-lo de uma manifestação onde ele protestava e reivindicava novas condições sociais.

Mas como avançar na construção de uma sociedade mais justa e de paz tirando de cena os nossos filhos, que têm a obrigação de nos superar, sem nenhum grau de confronto?

É sempre bom nos lembrarmos da história recente do nosso país e verificar que muitas das pessoas que hoje ocupam altos e diferentes postos, inclusive na política partidária, militaram e lutaram nos movimentos sociais contra a Ditadura Militar, pela redemocratização, pela anistia, por “Diretas Já! e pelo impeachment de um presidente corrupto. Eu diria que foram emblemáticos anos como 1968, 1977, 1984 e 1992. Se o conflito é a essência da política e o show de todo o artista tem que continuar, é hora de reconhecer 2013 também como emblemático e reconhecer com sabedoria que, se a vida é um risco, gerações sucedem gerações na complexidade de sempre.

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Renovação x Legado

por Luis Borges 29 de maio de 2014   Pensata

Por Igor Costoli

Comparando as últimas copas, chama a atenção um aspecto negativo no modo como encaramos resultados: política de terra arrasada e a falta de planejamento para longo prazo.

Após o fracasso do Brasil em 2006, Dunga entrou com ordens de renovar a seleção. Cumpriu parcialmente. Se por um lado barrou medalhões sem espírito de grupo, por outro montou uma seleção envelhecida. Apenas Ramires tinha menos de 23 anos na Copa da África. Para efeito de comparação, a Alemanha levou 9 atletas nessa faixa, a Argentina levou 7 e a Espanha foi com 6.

Também chama a atenção que, em 2014, pela primeira vez em 20 anos, o Brasil vai à Copa sem nenhum campeão Mundial no elenco. O time de 2010 tinha Gilberto Silva, Lúcio, Kleberson e Kaká, vitoriosos de 2002.

Com experiência em Mundiais, retornam Júlio César, Daniel Alves, Maicon, Ramires e Thiago Silva, em sua maioria reservas do grupo de Dunga. A eles soma-se Fred, reserva na Alemanha em 2006.

É verdade que o Brasil revela muitos jogadores, e talvez por isso tantas apostas se percam. Mas as mudanças drásticas dizem muito sobre como agimos em caso de derrota. Basta comparar com outras grandes seleções, em que muitos nomes se repetem há três Mundiais ou mais. É o caso do goleiro Buffon, que esteve no grupo italiano que foi à Copa de 1998, na França, e vem ao Brasil para seu quinto Mundial. 

E isso tudo, é garantia de quê? Bem, esse é o interessante do futebol: garantia de nada. O Brasil recente com maior número de ex-campeões convocados foi justamente 2006, com dez atletas. E o último a ir para uma Copa sem campeões levantou o caneco em 1994, sob o comando de Parreira.

Seleção campeã de 1994

Seleção campeã de 1994
Fonte: site Storie di Calcio

Igor Costoli é jornalista e radialista de formação e atleticano de coração. É produtor e apresentador do Programa Invasões Bárbaras; na Rádio UFMG Educativa.  

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Quatro anos depois

por Luis Borges 28 de maio de 2014   Pensata

por Igor Costoli

Na última segunda começou a apresentação dos jogadores brasileiros para o Mundial. Duas semanas antes, quando saiu a lista dos convocados, não havia surpresas. Felipão é, em grande medida, previsível. Não havia polêmicas quanto aos últimos nomes, nem os que ficaram de fora mereceram longo debate.

Coube então, ao brasileiro, se divertir. Nas redes sociais, muitos recordaram da capa de julho de 2010 da revista Placar, que apostava em Pato e Ganso para a Copa de 2014. Muitas outras revistas e analistas da época iam pelo mesmo caminho, sempre tendo nos dois a referência de futuro para a seleção.

Capa da Placar - Julho de 2010

Capa da Placar – Julho de 2010

E o que aconteceu, quatro anos depois?

A primeira observação é que se repetiu um fenômeno curioso. Das revelações surgidas na base santista em 2002, todos apostavam em Diego, meio campo criativo, como jogador mais maduro, e que com certeza estaria pronto para a Copa seguinte. Jamais foi a um Mundial, ao contrário de seu companheiro Robinho, que esteve em dois.

O caso se repetiu nesses quatro anos. Quando se imaginava Ganso como o grande maestro do Brasil em 2014, eis que a maior esperança hoje reside, na verdade, em seu companheiro menos prestigiado de 2010, Neymar.

Sobre Alexandre Pato, nada melhor que as palavras de Tostão: “um jogador que é, sem nunca ter sido”. Apesar do começo meteórico e da venda ao Milan antes dos 18 anos, o atleta nunca jogou à altura da expectativa que criara.

Em comum, é verdade, registre-se que Ganso e Pato conviveram com lesões nesses últimos quatro anos. Mas não se pode dizer que seu desempenho saudável os credenciava a esperar algo na convocação.

Mas os dois foram os únicos a ficar pelo caminho? Não: a seleção olímpica, cujo objetivo principal era formar a base renovada para esta Copa, falhou como projeto. À exceção de Neymar e Oscar, todos os outros jogadores da campanha de prata com Mano Menezes estão fora, incluindo Lucas e Leandro Damião. Talvez haja algo mais a se observar no trabalho feito até aqui.

A segunda parte do texto será publicada amanhã.

Igor Costoli é jornalista e radialista de formação e atleticano de coração. É produtor e apresentador do Programa Invasões Bárbaras; na Rádio UFMG Educativa.  

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Um ano se passou após as manifestações de diversos segmentos e camadas da sociedade brasileira ocorridas por ocasião da Copa das Confederações. Os sinais de insatisfação das pessoas com seus representantes e com as estruturas que lhes dão suporte ficaram claros. Ainda assim, a maioria deles não captou plenamente a mensagem. E também não se preocuparam em buscar soluções concretas para os problemas, mesmo que implementadas num determinado espaço de tempo definido de maneira negociada em função de recursos, prioridades e correlação de forças.

Ficaram imagens e percepções da horizontalidade dos movimentos, mesmo com o assembleísmo de alguns, lideranças difusas, negação à participação de partidos políticos e também a presença de pessoas que não quiseram mostrar a cara. Também ficaram a violência, os confrontos com a polícia, alguns momentos de contemplação da polícia, as quebradeiras e os incêndios.

Faltando 21 dias para o início dos jogos da Copa, os movimentos sociais, as diversas categorias de profissionais em greve e as pessoas atingidas diretamente pelos preparativos para o evento já entraram em campo para fazer valer suas reivindicações, há pelo menos duas semanas.

Ainda que muita gente não volte às ruas, pelo temor da violência dos mais exaltados que quebram e incendeiam bens públicos ou privados, o que fica para ser melhor percebido é a intensidade de cada evento ao longo do país. As manifestações serão mais percebidas pela qualidade política das reivindicações ou pela quantidade de pessoas nos movimentos? O jeito será observar e analisar o processo durante o seu desenrolar. Os fatos e dados vão gerar informações que poderão ser transformadas em conhecimento para orientar a tomada de decisões que nortearão os rumos da sociedade nos seus níveis de convivência. Caminhemos.

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Faltando 28 dias para o início da Copa do Mundo de futebol, fico a indagar sobre as expectativas que ainda tenho e a refletir sobre as percepções que já tive. As expectativas são poucas e as percepções crescem a cada dia.

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e órgãos congêneres estão produzindo informações, sempre em nome da segurança pública e do Estado. Independente disso, há um previsível recrudescimento das manifestações de insatisfação entre as pessoas. A impaciência vai ficando visível nas reivindicações, nas lutas, nas chamas, nos bloqueios de vias, nas greves anunciadas ou em andamento. E geram decisões espetaculares, como a Justiça proibir a greve da Polícia Federal durante a Copa.

No capitalismo sem riscos, que mesmo assim se pauta pela lei da oferta e da procura, espero que as tarifas das diárias dos hotéis desinflem bastante, para que as suas instalações não fiquem “micadas” com taxas de ocupação de 60% a 70% . Também é possível esperar mais afagos das companhias aéreas quando começarem a cair mais acentuadamente algumas reservas especulativas das agências de viagens. O próximo feirão de fim de semana se aproxima.

Dentre as muitas percepções, destaco inicialmente o custo da Copa. Foi vendida aos brasileiros a previsão de 3 bilhões, hoje já está na faixa de 25 a 33 bilhões, de acordo com a fonte escolhida. A distância entre a intenção e o gesto está de 8 a 11 vezes maior em relação ao previsto no começo. Mas eu já sei que “país rico é país sem pobreza”.

Outra percepção é a grande incapacidade do Governo Federal de conviver com problemas e de assumi-los, principalmente num ano eleitoral e com meta de reeleger a atual presidente. Como sugerido pelo presidente da Infraero, o jeito foi tapear, mesmo sabendo que basta um olhar ou um ouvido “plugado” em qualquer mídia para descobrir a farsa. Apesar de todo o escondidinho, não foi nem é possível encobrir tudo, de todo mundo, o tempo todo. Já se sabe, e foi até assumido pelo governo, que a cobertura do Itaquerão, em SP, não ficará pronta até a abertura do evento, para desespero da FIFA. Também ja está assumido que 30% do empreendimento do aeroporto de Confins em Belo Horizonte ficará para depois.

Outra percepção é a de que um planejamento mais estratégico e menos politiqueiro teria resultado numa Copa em oito praças no lugar de doze, com a abertura e o encerramento do evento no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

Enfim, o presidente que trouxe a Copa do Mundo para o Brasil achou, dentro do melhor achismo, que o amor dos brasileiros pelo futebol seria suficiente para resolver todos os problemas. Nem mesmo a gestão pela exceção, como foi o caso do Regime Diferenciado de Contratação, que flexibilizou a Lei 8.666, das licitações, foi suficiente para garantir o cumprimento de prazos.

Como faz falta a gestão estruturada dos negócios. E como fazem falta liderança, foco e energia.

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Pampulha em evidência

por Luis Borges 7 de maio de 2014   Pensata

É praticamente diário na mídia de BH ver matérias sobre a Lagoa da Pampulha e seus arredores. São quase certeza de repercussão intensa.

Vamos partir do Mineirão. Um dos subtemas mais queridos é a reforma do estádio, transformado em arena. Me lembro que foi comemorado o fato de que o orçamento projetado para o empreendimento ter ficado próximo do realizado, segundo o Governo de Minas, que saudou efusivamente o feito. Ora, quem trabalha com um sistema estruturado de gestão de negócios sabe que isso não passa de uma obrigação.

Atravessando a avenida, chegamos ao Mineirinho. Nesse caso, a mídia trata da Feira de Artesanato que acontece no local, que foi desalojada recentemente. Descendo um pouco mais chegamos à Lagoa, que foi parte de dezenas de promessas de despoluição. Mas, até agora, o que vemos é que ainda há problemas com os esgotos vindo de Contagem e o mal cheiro que sai da água. O desassoreamento é um desafio, primeiro os resíduos foram para Santa Luzia, agora estão sendo depositados às margens do espelho d’água. Recentemente apareceu um novo problema, o risco da febre maculosa, com carrapatos e capivaras. O parque ganhou placas alertando para o problema.

A avenida Otacílio Negrão de Lima é local de caminhada, passagem e notícia por conta de acidentes, como este em que um carro capotou. Segundo o Detran-MG, há média de 112 acidentes por ano no local. O convívio é conflituoso entre ciclistas e veículos, são 7km de ciclovia e cerca de 18km de avenida.

Surgiu na Câmara Municipal a proposta de lei para fechar parte da pista da avenida aos domingos e feriados, para que as pessoas usufruam do local para seu lazer em perfeitas condições de segurança. Mesmo sem lei que determine, esse tipo de fechamento já acontece na cidade desde 2009 segundo o site da Prefeitura, na mesma avenida inclusive. De qualquer forma, o presidente da Câmara já solicitou audiência pública para discutir os impactos da medida. Deve ser na segunda quinzena de maio.

Fiquei a imaginar como ficaria a orla com a ampliação de tal medida. Pensei também nas causas de acidentes e na ciclovia, de traçado questionado na audiência pública de 29/04/2014 ocorrida na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Afinal de contas o espaço é o mesmo, mas a quantidade de automóveis, motocicletas e bicicletas cresceu exponencialmente nos últimos anos. Se uma das causas é o modelo de desenvolvimento brasileiro, focado na indústria automobilística que se beneficiou recentemente de redução do IPI e do crédito fácil, outra seria a indisciplina e imprudência de uma parte das pessoas. Basta observar e analisar certas atitudes, que evidenciam a falta de limites, a falta de noção do espaço do outro e o excesso de ansiedade. Isso para não entrar no mérito do tipo de substâncias, lícitas ou ilícitas, que se usa por aí, muito menos no mérito da dose.

Não sei se haverá defesa do fechamento total da pista, logo de cara, mas creio que, de qualquer maneira, nunca devemos nos esquecer de que tudo começa com a gente.

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Como está a linha de cumprimento da sua meta passados mais de 120 dias do ano? O “ano novo, vida nova” nos estimula a fazer muitas promessas de mudanças e cartas de intenções. Na euforia da virada prometemos, mas nos esquecemos de pensar em como vamos cumprir, mesmo quem transita no mundo da gestão de negócios.

Gestão, aliás, é algo de que todos precisam, mas nem sempre sabem. É necessária para as pessoas no plano individual, nas organizações humanas em que atuam e na sociedade da qual fazem parte.

A promessa de ano novo é um objetivo, um alvo a ser atingido. Quando ganha um valor e um prazo, torna-se uma meta. Atingir essa meta é um desafio bem grande, mas possível de ser vencido. É por isso que toda meta precisa ser acompanhada de um plano de ação, detalhando as alternativas estratégicas necessárias para colocar o gerenciamento em movimento, rumo ao resultado esperando.

A linha da meta nos mostra, graficamente, o quanto se avançou em um determinado espaço de tempo na direção do resultado, em função das etapas do processo que deveriam estar cumpridas.

É pensando nisso e analisando diante do dinamismo da gestão estruturada, que sempre nos exige posicionamentos e reposicionamentos, que sugiro uma reflexão sobre os resultados que você já alcançou até hoje, dia 4 de maio, passados mais de 120 dias do ano de 2014.

Analise passado, presente e futuro, para verificar o que foi planejado, o que já foi executado e os respectivos resultados, além do que está pendente e quais serão os resultados.

Sem acompanhar o cumprimento das metas, corremos o risco de ser como Carolina, que ficou na janela, guardando tanta dor em seus olhos fundos, enquanto o tempo passou, como cantou Chico Buarque em sua música.

Ouça aqui: Carolina – Chico Buarque.

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Prepare o seu coração

por Luis Borges 24 de abril de 2014   Pensata

Duas mortes súbitas recentes, de um ator e de um locutor conhecidos nacionalmente, praticamente obrigam a reflexão sobre a saúde do coração e o infarto agudo do miocárdio. Nos perguntamos se somos suscetíveis e o que podemos fazer para evitar ou postergar o episódio.

Mas com a passagem dos dias e nenhum acidente cardiovascular nos acontecendo, o susto com as mortes vai sendo absorvido e a preocupação com o infarto vai sendo deixada de banda. Cuidar do coração se torna uma prioridade que não existe mais. 

O alerta de terremoto ou tsunami só volta quando chegam notícias dando conta de que o irmão de uma amiga querida morreu de repente, sem mais nem menos, no início de uma manhã. “Logo ele, de apenas 48 anos, que nunca teve nada, nenhum sintoma, nem pensava em fazer check-up!”, nos contam ao telefone. 

Nós perguntamos no que fazer e como fazer. Pode não ser o caso, mas o primeiro impulso agora é correr atrás de uma consulta com o primeiro clínico ou cardiologista que puder atender antes do próximo pôr do sol.

É possível tentar, mas o choque de realidade dos limites técnicos-financeiros dos planos de saúde suplementar podem impedir. Da mesma forma que a tentativa pode ser abortada no SUS, o Sistema Único de Saúde. Lembrando que, constitucionalmente, a saúde é um direito de todos e um dever do estado.

A única certeza é poder chamar o SAMU numa emergência. A incerteza é o tempo de atendimento. 

Se conseguir a consulta eletiva, é impossível saber quantos exames de apoio ao diagnóstico serão solicitados, para que sejamos virados ao avesso. Na pior das hipóteses, nada será descoberto e ficará a recomendação para repetir a dose em seis meses. 

É preciso preparar o coração, morram por causa dele famosos ou anônonimos, e pensar em prevenir sempre. 

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O Brasil que querias

por Luis Borges 23 de abril de 2014   Pensata

Vi diversas manifestações ao longo do dia de ontem em torno dos 514 anos do descobrimento do Brasil, na data oficial de 22 de abril. Entre elas, não faltaram perguntas e afirmações como “que país é este?”, “você já descobriu o Brasil?”, “ainda estamos engatinhando” ou “ninguém aguenta mais tanta corrupção!”.

Fiquei a pensar no nível de idealização de muitas pessoas em relação ao país e no pessimismo que alardeiam ao falarem da distância entre o real e o ideal. Também me causam espanto aqueles que tentam tapear a realidade, em ano de Copa e de eleições presidenciais, como se o País das Maravilhas de Alice fosse, em sua maior parte, aqui do lado de baixo do Equador.

Se nem tanto ao mar, nem tanto à terra, o quê e como fazer para dosar a felicidade diante da realidade e das expectativas, permanentes e crescentes? A percepção imediatamente nos mostra muita gente insatisfeita, outro tanto que só reclama e uma grande parte indiferente, empenhada em cuidar de si e dos seus mais próximos.

Se falta liderança, foco e energia, o Brasil que querias ainda vai exigir muita paciência histórica, para ser transformado num modelo, ainda em lenta e contínua construção. Mas desanimar, jamais.

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Parece pouco, mas já é outono

por Luis Borges 27 de março de 2014   Pensata

Ao longo dos sete primeiros dias da estação ouvi diversas saudações à chegada do Outono austral, que faz a transição entre o calor do verão e o frio do inverno.

Entendo que uma das causas de tanta expectativa está na grande seca trazida pelo veranico de janeiro e fevereiro. “Que calor!” foi a expressão do verão, servindo para reclamações por noites mal dormidas e também para justificar a procura por ventiladores, refrigeradores e afins.

Aliás, umidificadores de ar, aparelhos de ar condicionado e congêneres se tornaram ainda mais presentes nas casas e locais de trabalho, estimulando indústria e comércio, que colocaram no mercado dezenas de seus equipamentos geradores de conforto térmico.

O início do Outono trouxe muito calor, queda de temperatura no fim de semana e agora já se vive a expectativa de chuvas para os próximos dias. Mas ainda é cedo para sonhar com a estação de temperaturas amenas e frescor no ar de anos atrás. Penso que, de repente, poderemos ter mais calor, ventos, ainda alguma chuva e até frio, além do tempo seco e nevoeiros.

Embora pareça mais do mesmo, não devemos nos esquecer do preço do aquecimento global, que já estamos pagando. Preço este que enseja reflexões e denuncia nossa brutal indiferença ao assunto, confirmada pelas nossas poucas ações.

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