Me deixe em paz

por Luis Borges 9 de abril de 2015   Música na conjuntura

Os fatos e dados não podem ser negados, ignorados ou justificados com desculpas que agridem a inteligência humana. Eles geram informações, que poderão ser transformadas em conhecimento que, por sua vez, contribui para a tomada de decisões que impactam os rumos das pessoas nas sociedades humanas.

Escrito dessa forma tudo parece simples e linear, mas as variáveis são complexas e tornam-se complicadas em função dos diversos posicionamentos individuais e de grupos.

Decorridos quase seis meses das eleições presidenciais de outubro/14, é inegável a insatisfação de uma parte das pessoas com os rumos do país. A crise econômica só acentua essa insatisfação traduzida pela perda de poder aquisitivo em função da alta inflacionária ou pelo desemprego que ronda à porta de muitos de nós. O ajuste fiscal que está sendo proposto vem com premissas salvadoras da pátria, para consertar o que nunca antes foi admitido. Mas a verdade faltou, e continua faltando.

O jogo continua sendo mal jogado pelos representantes do povo, eleitos pela singela democracia representativa. O presidencialismo de coalizão, mas que na prática é de cooperação, ainda não permitiu a solução política para o problema econômico. Mas também, pudera, quanto maior a quantidade de aliados maiores são os interesses que precisam ser contemplados e menor é o programa que os uniu para a ocupação do poder.

Se muitas são as necessidades e faltam o pão, a segurança, o trabalho, a verdade, a democracia participativa, sobram anseios por justiça e paz. Se a verdade também está na rua e no povo, não é demais lembrar que 37,2 milhões de pessoas se abstiveram de comparecer às urnas no segundo turno ou votaram nulo/branco. Isso num universo em torno de 143 milhões de eleitores, dos quais 54,5 milhões reelegeram a presidente e 51 milhões votaram em seu concorrente. Pela regra do jogo quem ganhou, levou, e não existe terceiro turno.

Mas nada existe em caráter permanente a não ser a mudança, já dizia Heráclito no ano 501 a.C. Ainda que se queira paz e não se possa negar que a luta de classes exista, é preciso que aqueles que se dizem republicanos tenham atitudes também republicanas. Não dá para enganar a todo mundo o tempo todo.

A insatisfação de muitos pode ser embalada pelos versos da música Me deixe em paz, de Aírton Amorim e Monsueto, cantada por Linda Batista.

Me Deixe Em Paz
Fonte: Letras.mus.br

Se você não me queria,
Não devia me procurar,
Não devia me iludir,
Nem deixar eu me apaixonar!
(bis)

Evitar a dor
É impossível.
Evitar esse amor
É muito mais!
Você arruinou a minha vida!
Agora, vai, mulher!
Me deixe em paz!
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Paixão e fé

por Luis Borges 3 de abril de 2015   Música na conjuntura

Os católicos relembram na Semana Santa a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus. A também chamada Semana Maior se inicia no Domingo de Ramos e termina com a ressurreição no Domingo de Páscoa.

Em pleno outono de 2015 no hemisfério Sul, que reflexões podemos fazer e que significados encontrar nesse momento da vida que estamos vivendo?

Que ilações fazer após a leitura do texto de Lucas, capítulo 19, versículos de 35-48?

36 E, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.
37 E, quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto,
38 Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.
39 E disseram-lhe de entre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos.
40 E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão.
41 E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,
42 Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos.
43 Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos os lados;
44 E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.
45 E, entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam,
46 Dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores.
47 E todos os dias ensinava no templo; mas os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os principais do povo procuravam matá-lo.
48 E não achavam meio de o fazer, porque todo o povo pendia para ele, escutando-o.

O que sentir ouvindo ou cantando junto com Milton Nascimento a canção Paixão e fé, escrita por Fernando Brant e Tavinho Moura?

Ainda existe uma oportunidade para aprender e crescer, fazendo as necessárias mudanças de atitudes ensejadas pelo clarear das percepções.

Emoções eu também estou vivendo e buscando caminhos para melhor prosseguir.

Paixão e fé

Já bate o sino, bate na catedral
E o som penetra todos os portais
A igreja está chamando seus fiéis
Para rezar por seu Senhor
Para cantar a ressureição

E sai o povo pelas ruas a cobrir
De areia e flores as pedras do chão
Nas varandas vejo as moças e os lençóis
Enquanto passa a procissão
Louvando as coisas da fé

Velejar, velejei
No mar do Senhor
Lá eu vi a fé e a paixão
Lá eu vi a agonia da barca dos homens

Já bate o sino, bate no coração
E o povo põe de lado a sua dor
Pelas ruas capistranas de toda cor
Esquece a sua paixão
Para viver a do Senhor
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Pecado capital

por Luis Borges 1 de abril de 2015   Música na conjuntura

O combate à corrupção, corruptos e corruptores continua na pauta brasileira enquanto as medidas propostas  para o enfrentamento do problema tramitam no Congresso Nacional com a velocidade que lhe é peculiar. A Operação Lava Jato da Polícia Federal é, sem dúvida, a mais midiática e emblemática. Ela está mostrando a tecnologia sistemicamente usada por pessoas em organizações públicas e privadas. Até o momento já se enxerga perdas de R$10 bilhões que só tendem a aumentar com o avanço das investigações.

Agora a Polícia Federal trouxe para a mídia a sua mais nova operação, a Zelotes, que investiga o Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF) da Receita Federal, sempre tão zelosa em sua função de arrecadar impostos. Estima-se fraude em torno de R$19 bilhões, dos quais R$5,7 bilhões já são considerados como comprovados. E de bilhão em bilhão de reais, dólares e euros vão pululando as diversas transações que percolam, além da União, os estados, municípios, empresas estatais, empreiteiras de todos os portes e demais tipos de fornecedores. O sistema é assim e funciona assim no grande teatro de operações, onde tudo se passa como normal e dentro da previsibilidade do padrão.

Quem pensa que honestidade é obrigação deve estar se perguntando por que tanta gula na aplicação da Lei de Murici, aquela que diz que “cada um cuida de si”. Mas como catitu fora da manada é papá de onça todo mundo vai se enturmando nos “clubes” do sistema. Podemos também perceber que a gula se associa umbilicalmente com outros pecados capitais, como a avareza, a luxúria e a soberba. Dá até para achar um lugar para a inveja, que também está sempre presente por toda a parte. Ainda assim, tem sido muito discutida uma frase bem popular com a afirmação de que “dinheiro não traz felicidade”. O que você acha desse dito?

A música de hoje é Pecado Capital, do grande cantor e compositor Paulinho da Viola, nos trazendo a oportunidade de cantar, refletir e agir.

Pecado capital
Paulinho da Viola
Fonte: Site oficial

Dinheiro na mão é vendaval
É vendaval
Na vida de um sonhador
De um sonhador
Quanta gente aí se engana
E cai da cama 
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou

Mas é preciso viver
E viver não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão
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Se à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta, o que esperar da democracia representativa que precisa evoluir para o modelo participativo? O mínimo que espero na conjuntura em que estamos vivendo é que prevaleça a verdade com absoluta transparência em função dos fatos e dados reais. Isso tudo sem ter a ingenuidade de acreditar que seja possível existir um equilíbrio entre a razão e a emoção.

Também não posso concordar com a negação das evidências objetivas que permeiam de vários modos a insatisfação das pessoas e da sociedade. Não dá para afirmar seguidamente que o poder aquisitivo está assegurado e que a inflação está sob controle. Por maior que seja a manipulação e a contabilidade criativa, fica difícil tentar impor que 8% de inflação anualizada é a mesma coisa que os 4,5% da meta nunca atingida pelo Banco Central nos últimos 4 anos. E assim seguem diversos outros exemplos em nome do ajuste fiscal, tais como a não correção plena da tabela do Imposto de Renda, o confisco de direitos sociais, o aumento do desemprego, o aumento de impostos e a recessão econômica.

Se a nova classe média começa a perceber que pode estar fazendo o caminho de volta às origens é sinal de que as coisas realmente já começam a exigir um novo reposicionamento estratégico. Consumir menos também significará existir menos, ainda que se tenha um alto Índice de Viração Própria (IVP). Em sendo assim cantar a música Pode guardar as panelas do grande compositor e cantor Paulinho da Viola é um bom sinal de alerta nesses tempos cada vez mais bicudos.

Pode guardar as panelas
Paulinho da Viola

Você sabe que a maré
Não está moleza não
E quem não fica dormindo de touca
Já sabe da situação
Eu sei que dói no coração
Falar do jeito que falei
Dizer que o pior aconteceu
Pode guardar as panelas
Que hoje o dinheiro não deu 

Dei pinote adoidado
Pedindo emprestado e ninguém emprestou
Fui no seu Malaquias
Querendo fiado mas ele negou
Meu ordenado apertado, coitado, engraçado
Desapareceu
Fui apelar pro cavalo, joguei na cabeça
Mas ele não deu

Você sabe que a maré
Não está moleza não
E quem não fica dormindo de touca
Já sabe da situação
Eu sei que dói no coração
Falar do jeito que falei
Dizer que o pior aconteceu
Pode guardar as panelas
Que hoje o dinheiro não deu

Para encher a nossa panela, comadre
Eu não sei como vai ser
Já corri ora todo lado
Fiz aquilo que deu pra fazer
Esperar por um milagre
Pra ver se resolve essa situação
Minha fé já balançou
Eu não quero sofrer outra decepção
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Pra que mentir?

por Luis Borges 2 de março de 2015   Música na conjuntura

Quando falar a verdade ou mentir significa a mesma coisa, estamos diante de um traço de personalidade difícil de lidar. Pessoas que acreditam nisso querem se safar de todas as situações, principalmente incômodas. É difícil saber se devemos ou não acreditar naquilo que está sendo falado. Quando for o caso, pode-se dar o benefício da dúvida. Durante a vida você se verá frente a uma pessoa assim na vida familiar, nas relações amorosas, entre amigos ou no mundo do trabalho.

O gasto de energia é sempre muito grande para quem se vê obrigado a conviver com situações como essas, principalmente quando as pessoas sequer admitem que o problema existe. Melhor seria que a verdade prevalecesse sempre e que a honestidade fosse uma obrigação, não uma virtude.

Nesse sentido basta um ligeiro olhar pelo noticiário político, econômico ou ambiental, onde uma amarga verdade pode ser escondida, adiada em função de um calendário eleitoral ou até mesmo ser apresentada de maneira doce e natural, mostrando que tudo vai muito bem, obrigado. Exemplos não faltam. Os direitos trabalhistas não seriam mudados, “nem que a vaca tussa”. Não havia escassez da água, mas hoje o racionamento de água e energia bate à porta. A situação financeira do estado de Minas estava ótima, hoje apresenta-se quebrado. Aqui também é imperioso lembrar a ficção dos orçamentos da União, dos estados e dos municípios, que projetam receitas crescentes num momento de economia ruim. É o inviável vendido como viável.

Enquanto a verdade não chega plenamente às ruas, devemos prosseguir realistas e esperançosos, acumulando forças conscientizadoras e cantando com Paulinho da Viola a música Pra que mentir, composta pelo grande Noel Rosa em parceria com Vadico.

Pra que mentir?
Noel Rosa
Fonte: Letras.mus.br

Pra que mentir se tu ainda não tens
Esse dom de saber iludir?
Pra quê?! Pra que mentir
Se não há necessidade de me trair?
Pra que mentir, se tu ainda não tens
A malícia de toda mulher?
Pra que mentir
se eu sei que gostas de outro
Que te diz que não te quer?
Pra que mentir
Tanto assim
Se tu sabes que eu sei
Que tu não gostas de mim?!
Se tu sabes que eu te quero
Apesar de ser traído
Pelo teu ódio sincero
Ou por teu amor fingido?!
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Me dá um dinheiro aí!

por Luis Borges 4 de fevereiro de 2015   Música na conjuntura

A notícia é dos portais UOL e G1 – o compositor Homero Ferreira morreu, aos 86 anos, na cidade do Rio de Janeiro e foi enterrado ontem no cemitério São João Batista. Ele é o autor da marchinha Me dá um dinheiro aí, feita em parceria com seus irmãos Glauco e Ivan Ferreira. A música fez enorme sucesso no Carnaval de 1960 e continua inesquecível até hoje.

Na atual conjuntura, Me dá um dinheiro aí nos faz lembrar das várias formas e maneiras que o Governo Federal está usando para tomar o nosso dinheiro, já muito combalido pela inflação que lhe retira o poder de compra.

Em nome do ajuste fiscal, da correção das distorções e dos diversos erros na condução da política econômica estamos pagando mais imposto de renda com a tabela sem correção. Mais PIS, Cofins, IOF e fatias de direitos sociais. Salta aos olhos o estrondoso tarifaço da energia elétrica, que recebeu ontem da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) um aumento de até 45% para várias distribuidoras de energia, fora o rateio da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que ainda vai passar por audiência pública. Também vale lembrar o aumento dos combustíveis, a volta da Cide e o eterno sonho de trazer de volta a CPMF. O que ninguém fala é na redução de gastos e no combate aos desperdícios. O duro é que não temos para quem pedir dinheiro, bebendo ou não.

Já que é assim, o jeito é cantar e pular. O Carnaval se aproxima.

Me Dá Um Dinheiro Aí
Fonte: Letras.mus.br

Ei, você aí
Me dá um dinheiro aí
Me dá um dinheiro aí!

Ei, você aí
Me dá um dinheiro aí
Me dá um dinheiro aí!

Não vai dar?
Não vai dar não?
Você vai ver a grande confusão
Que eu vou fazer bebendo até cair
Me dá, me dá, me dá, oi!
Me dá um dinheiro aí!
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Sinal fechado

por Luis Borges 13 de janeiro de 2015   Música na conjuntura

Usar o telefone celular ao volante, estacionar em local proibido ou avançar o sinal vermelho foram as infrações mais cometidas pelos motoristas de BH em 2014. A informação foi divulgada pelo Batalhão de Trânsito da PM durante entrevista à rádio Itatiaia, na semana passada.

Uma primeira observação sobre as causas evidencia a pressa, considerada inerente aos nossos tempos. A gestão da ansiedade continua sendo um grande desafio perante as crescentes exigências de sucesso pessoal e profissional na competição pela sobrevivência.

As vias públicas são praticamente as mesmas, mas a quantidade de veículos automotores praticamente triplicou nos últimos dez anos. O setor automotivo corresponde a 20% dos negócios da indústria. O veículo próprio cristaliza a individualidade, o culto ao carro de cada um. O transporte coletivo por ônibus, cuja qualidade, preço e atendimento ainda deixam a desejar,  bem como outros frágeis modais, tipo metrô, acabam sempre reforçando a busca por soluções individuais.

A escassez do tempo e a sua má gestão só acentuam a sua falta, enquanto poucos tentam compreender as suas causas. Diante dessa situação lembrei-me da música Sinal fechado, composta por Paulinho da Viola em 1969, e que foi gravada por Chico Buarque – em seu vinil do mesmo nome – no auge da censura dos tempos da Ditadura Militar. Aliás, é desse período o cognome “Julinho da Adelaide”, que Chico usou para driblar com criatividade a turma da censura do Departamento de Policia Federal.

Sinal Fechado
Paulinho da Viola
Fonte: Letras.mus.br

Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu procuro você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...
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Mamãe eu quero

por Luis Borges 7 de janeiro de 2015   Música na conjuntura

Dias atrás uma criança de uns 10 anos de idade deu uma tremenda birra em um shopping center da cidade. Aos berros, pisando duro no chão, ela dizia a seus pais: “eu quero tudo!”. O número de transeuntes parando para ver o “barraco” crescia, enquanto os pais tentavam acabar com a cena e deixar o local rapidamente.

A situação me fez pensar em um paralelo com a presente temporada de posses dos eleitos no pleito de 2014. O mercado dos serviços públicos está em plena negociação. É hora de formar ou ratificar as estruturas organizacionais que, com os respectivos cargos, funções e remunerações, darão suporte ao negócio.

Há muitas variáveis, muitos interesses e desejos estão em jogo. Geralmente contemplam-se alianças eleitorais, militantes, profissionais sem filiação partidária e também há retorno para os que investiram tempo e dinheiro na campanha vitoriosa. Tudo é possível na cultura da Lei de Gérson, da goela larga e do “quero tudo para a minha turma”. Só no executivo federal são 39 ministérios, além de autarquias, fundações e empresas estatais que também se fazem presentes em 26 estados e no Distrito Federal. São milhares de cargos de confiança a serem preenchidos por recrutamento amplo. Mas é preciso lembrar, também, do poder legislativo e de todos os cargos que serão preenchidos nos governos estaduais. Se o bolo é grande, a fome de muitos também é grande.

A 38 dias do Carnaval dá para pegar embalo cantando Mamãe eu quero, uma das mais famosas e perenes marchinhas dos nossos carnavais. Ela foi composta em 1937 por Vicente de Paiva e Jararaca, que também fez a sua primeira gravação. Foi regravada por Silvio Caldas, Pixinguinha e Carmem Miranda, que fez dela um grande sucesso internacional com o nome I want my mama. Confira a seguir a letra e a musica na voz de Carmem Miranda.

Dá para cantar junto?

Mamãe eu quero
Fonte: Vagalume - letra modificada para ficar igual à cantada por Carmen Miranda no vídeo acima

Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar!
Dá a chupeta, dá a chupeta, ai, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorar!

Dorme filhinho do meu coração
Pega a mamadeira em vem entrar no meu cordão
Eu tenho uma irmã que é fenomenal
Ela é da bossa e o marido é um boçal

Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar!
Dá a chupeta, dá a chupeta, ai, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorar!

Eu olho as pequenas, mas daquele jeito
E tenho muita pena não ser criança de peito
Eu tenho uma irmã que se chama Ana
De piscar o olho já ficou sem a pestana
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O que foi feito deverá

por Luis Borges 31 de dezembro de 2014   Música na conjuntura

Estamos nos últimos momentos do último dia do ano. Só nos resta dar adeus. O tempo segue, passando. Não é permitido nenhum passo atrás, nem pra tomar impulso.

A euforia da virada, o papel picado caindo dos edifícios e o balanço final, consolidando os balancetes do caminho, se misturam aos brindes, aos abraços, à alegria e aos desejos de paz e felicidade.

Para embalar nossas reflexões e inflexões e acalentar nossos sonhos, que poderão até virar metas para o próximo ano, sugiro que você ouça a música O que foi feito deverá, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Clicando no vídeo abaixo, você ouve a interpretação da saudosa Elis Regina, em dueto com Milton Nascimento. Eles emendam a música O que foi feito de Vera, parceria de Milton com Márcio Borges. 

Temos que olhar para fora e para frente, sem esquecer do que já conquistamos. E que consigamos sempre aprender com as falhas, que não nos deixam alcançar tudo o que planejamos.

O Que Foi Feito Devera
Milton Nascimento / Fernando Brant
Fonte: Site Oficial Milton Nascimento

O que foi feito amigo 
De tudo que a gente sonhou 
O que foi feito da vida 
O que foi feito do amor 
Quisera encontrar 
Aquele verso menino 
Que escrevi há tantos anos atrás 

Falo assim sem saudade 
Falo assim por saber 
Se muito vale o já feito 
Mais vale o que será 
E o que foi feito 
É preciso conhecer 
Para melhor prosseguir 

Falo assim sem tristeza 
Falo por acreditar 
Que é cobrando o que fomos 
Que nós iremos crescer 
Outros outubros virão 
Outras manhãs plenas de sol e de luz 

O Que Foi Feito de Vera
Milton Nascimento e Márcio Borges 

Alertem todos alarmas 
Que o homem que eu era voltou 
A tribo toda reunida 
Ração dividida ao sol 
De nossa Vera Cruz 
Quando o descanso era luta pelo pão 
E aventura sem par 

Quando o cansaço era rio 
E rio qualquer dava pé 
E a cabeça rodava 
Num gira-girar de amor 
E até mesmo a fé 
Não era cega nem nada 
Era só nuvem no céu e raiz 

Hoje essa vida só cabe 
Na palma da minha paixão 
De Vera nunca se acabe 
Abelha fazendo o seu mel 
No campo que criei 
Nem vá dormir como pedra 
E esquecer o que foi feito de nós 
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Noite Feliz

por Luis Borges 24 de dezembro de 2014   Música na conjuntura

A noite de Natal traz em sua singularidade uma enorme gama de confraternizações, reflexões, meditações, intenções e também de lembranças vividas na mesma ocasião, só que em outros anos ou períodos.

Entrada lateral da Igreja de Nossa Sra. do Rosário, na rua Belo Horizonte, em Araxá (MG) / Foto: Marina Borges

Entrada lateral da Igreja de Nossa Sra. do Rosário, na rua Belo Horizonte, em Araxá (MG) / Foto: Marina Borges

Tenho ótimas lembranças em minha memória do período em que aprendi a gostar imensamente da música Noite Feliz. Dos meus 12 aos 16 anos, ou seja, de 1966 a 1970, eu sempre ouvia a canção sendo ensaiada pelo Coro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Araxá. Depois, ouvia-a novamente, cantada lindamente no dia 24 de dezembro durante a Missa do Galo, que naquela época iniciava-se à meia noite.

Entrada da Igreja do Rosário, na Av. Senador Montandon

Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Av. Senador Montandon / Foto: Marina Borges

Nesse coro destacavam-se as vozes de tia Alexandra Guimarães, de sua filha Diva Bananal, de dona Jovina Oliveira e de sua filha, a professora Olívia Oliveira.

Segundo a Wikipédia, Stille Nacht é uma das canções mais populares da noite de Natal, conhecida em português como Noite Feliz. A letra é do padre Joseph Mohr e a melodia de Franz Gruber. A música estreou em 1818, durante a Missa do Galo na Paróquia de São Nicolau na cidade de Oberndorf, Áustria. Atualmente há versões em pelo menos 45 idiomas.

Vamos à música, pois ouvi-la sempre vale a pena.

Noite Feliz
Fonte: Vagalume

Noite feliz! Noite feliz!
Oh, Senhor, Deus do amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Eis na Lapa Jesus nosso bem
Dorme em paz, oh, Jesus
Dorme em paz, oh, Jesus

Noite feliz! Noite feliz!
Oh, Jesus, Deus da luz
Quão afável é Teu coração
Que quiseste nascer nosso irmão
E a nós todos salvar
E a nós todos salvar

Noite feliz! Noite feliz!
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores os Anjos do Céu
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus Salvador
De Jesus Salvador
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