Já são dez meses de operação do Sistema de Transporte Rápido por Ônibus de BH, o Move. Seu objetivo principal e óbvio é a melhoria da mobilidade para seus usuários. Os investimentos da Prefeitura de BH no sistema já passam de R$ 1 bilhão, sendo a maior parte financiada pela Caixa Econômica Federal.

Nesse período o sistema enfrentou diversos problemas. Eles vão desde a queda do Viaduto Batalha dos Guararapes até as pouco amigáveis estações, como as dos bairros São Gabriel e Pampulha. Aqui no Observação & Análise apontamos falhas em pelo menos duas ocasiões. Em agosto, falamos das portas das estações, que nunca fecham, e da ausência de ar condicionado numa viagem durante uma noite de sábado. No mesmo mês, mostramos o desnível entre o ônibus e a plataforma de embarque e desembarque.

É urgente uma avaliação da efetividade do sistema, feita em cima dos fatos e dos dados coletados. Cabe à BHTrans mostrar – de forma transparente e de fácil compreensão para todos os interessados – o que foi planejado, o que foi executado, os resultados positivos e negativos alcançados, o que está pendente e quais serão os próximos passos para a conclusão do processo.

Outro ponto importante é clarear o que será feito no local onde ficava o viaduto que caiu. Será feita uma trincheira? Também é preciso resolver definitivamente a acessibilidade e apresentar o plano geral de manutenção.

Nessa avaliação, espero que seja feita uma análise crítica da avenida Vilarinho, em Venda Nova, onde o BRT circula em faixa exclusiva. O estado de conservação dela é assustador se levarmos em conta o pouco tempo de uso, como mostram as fotografias deste post.

Faixa exclusiva do Move, esburacada, na Av. Vilarinho /

Faixa exclusiva do Move, esburacada, na Av. Vilarinho / Foto: Sérgio Verteiro

Consultei, informalmente, um engenheiro especialista em sistemas viários. Numa análise rápida, ele afirmou que a pista no local deveria ter sido feita em concreto, por ser exclusiva para os ônibus. O engenheiro avalia que o asfalto ali implantado é naturalmente mais flexível, o que facilita a penetração de líquidos pelas pequenas fissuras que os conduzem até a sub-base, tornando mais fácil a formação de “rodeiros” devido à passagem sistemática dos pneus no mesmo lugar da pista mais maleável. Na prática o caminho fica bem marcado, como no clássico “caminho da roça”.

Outro ponto da av. Vilarinho

Outro ponto da av. Vilarinho / Foto: Sérgio Verteiro

Espero que a avaliação do BRT seja feita logo, dando voz a todas as partes interessadas e impactadas por esse sistema de transporte, e os resultados divulgados. Quem sabe, assim, o Move poderá cumprir plenamente o seu propósito.

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Os 149 anos de Araxá

por Luis Borges 18 de dezembro de 2014   A vida em fotografias

Fonte Dona Beja, em Araxá / Foto: Paola Pedrosa

Fonte Dona Beja, em Araxá / Foto: Paola Pedrosa

Esse 19 de dezembro marca os 149 anos da emancipação política de Araxá, minha cidade natal. Registro e celebro esse dia por considerar que é uma cidade eterna, como Roma, e também por ser a capital secreta do mundo, presença marcante em minha vida nas últimas seis décadas. Na sua história marcam presença os índios araxás, os quilombos, Dona Beija, o cassino, o Grande Hotel do Barreiro, as águas termais, os doces, a mineração e o turismo.

Praça da Av. Antônio Carlos, em Araxá. Ao fundo, é possível ver a Pensão Tormin. / Foto: Paola Pedrosa

Praça da Av. Antônio Carlos, em Araxá. Ao fundo, é possível ver a Pensão Tormin. / Foto: Paola Pedrosa

Hoje sua população é estimada pelo IBGE em 101.136 habitantes e prossegue construindo a sua trajetória com o jeito araxaense de por a mesa.

Registro nas fotografias postadas a seguir algumas imagens da cidade nesses tempos de pré-Natal colhidas pela fotógrafa Paola Pedrosa, um encanto de mocica araxaense, com 18 anos de idade.

Iluminação natalina no calçadão / Foto: Paola Pedrosa

Iluminação natalina no calçadão / Foto: Paola Pedrosa

Árvore de Natal em frente à Matriz de São Domingos / Foto: Paola Pedrosa

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Está tudo misturado

por Luis Borges 8 de dezembro de 2014   A vida em fotografias

A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), órgão da Prefeitura de Belo Horizonte, constatou que, em geral, os moradores da cidade não separam corretamente os resíduos sólidos recicláveis que descartam nos Locais de Entrega Voluntária (LEVs). A informação é do jornal Estado de Minas, que publicou matéria no fim de novembro. Os usuários dos LEVs também criam uma espécie de “puxadinho” pra descartar lixo orgânico.

Hoje, em BH, existem 87 LEVs, com estruturas para receber separadamente papelão, plástico, metal e vidro. A coleta seletiva porta-a-porta é feita em apenas 34 bairros. Já a taxa anual de limpeza urbana é cobrada de todos, sem distinção, através da guia do IPTU.

É interessante notar que a SLU divulgou que está fazendo estudos para que os LEVs tenham apenas 2 compartimentos, sendo um para vidro e outro para os demais materiais. Também está sendo estudada a possibilidade de se fazer um recipiente para receber o lixo orgânico. Tudo isso poderá vigorar a partir de 2015 e a premissa básica do estudo da SLU é de que “já que a população descarta tudo misturado mesmo, o jeito é adequar a instalação para receber a mistura”.

amontoado de lixo, descartes de construção, na rua Enoy, bairro União

Lixão na rua Enoy, em foto de dezembro de 2014. / Foto: Sérgio Verteiro

Como se vê, parece que não estão pensando em nenhuma ação educativa para mostrar a maneira correta de como utilizar melhor as instalações atuais. Se temos a crença de que a educação é a base de tudo, melhor seria persistir com muita paciência nessa trajetória no lugar de se conformar com uma solução simplista, com grandes chances de ineficiência.

Aqui cabe lembrar outro exemplo da falta de educação da população e da falta campanhas educativas. A foto acima foi tirada no início de dezembro, na esquina das ruas Arthur de Sá e Enoy, no bairro União. É um pujante lixão a céu aberto. Mostramos o mesmo local aqui no blog, em julho e em setembro, sempre cheio de lixo. Periodicamente a SLU limpa o local, mas a população rapidamente deposita suas “contribuições”, transformando o local novamente em lixão. Como se vê, não basta aceitar a situação e limpar o local periodicamente. A forma de encarar o problema deve ser outra. Senão corremos o risco de ter lixões onde hoje estão os LEVs.

Caminhão depositando lixo no lixão clandestino no bairro União

Outro ângulo do lixão. / Foto: Sérgio Verteiro

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Foram 56 anos morando em diversos bairros de Belo Horizonte, a maioria deles em apartamentos. Até que o casal resolveu se mudar para uma cidade da Região Metropolitana. Agora faz pouco mais de um ano que estão lá, distantes 90km da capital, sentindo um crescente bem estar com o novo estilo de vida.

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Ficam felizes com a redução da ansiedade e o aumento da paciência, decorrente do cultivo das plantas, além do conforto advindo do clima mais ameno. Nas fotografias deste post estão alguns dos resultados que eles estão colhendo, nessa faixa etária em que buscam entender melhor o significado das coisas, só que num espaço mais sossegado.< Hortênsias no jardim Hortênsias no jardim[/caption]

Você tentaria algo semelhante? Ou prefere ficar na capital?

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Após intensa luta política entre nacionalistas e entreguistas e no embalo da campanha popular  “O petróleo é nosso”, foi criada por lei em 3 de outubro de 1953 a Petrobras – Empresa Brasileira de Petróleo, que também definiu o monopólio estatal desse combustível fóssil. O país inteiro se mobilizou, num movimento que começara em 1936 com o escritor Monteiro Lobato denunciando a má vontade do governo Vargas com a perfuração de poços de petróleo e sua permanência como propriedade Brasileira. São dessa época seus livros “O Escândalo do petróleo”, censurado pelo ditador Getúlio Vargas em 1937, e “O poço do visconde”.

Em 1997, foi criada a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e quebrado o monopólio estatal. O capital internacional passou a participar do negócio.

Hoje a União Federal possui 50,26% das ações da Petrobras e o BNDES 9,95%. A presidência do seu Conselho de Administração é exercida por um Ministro de Estado e a presidência da empresa é ocupada por alguém indicado pelo Governo Federal, bem como seus diretores.

Será que hoje ainda podemos bradar que “a Petrobras é nossa”? Se ela está ameaçada e desvalorizada no mercado diante das tenebrosas transações cotidianamente reveladas nas investigações policiais, haverá mobilização social em sua defesa?

Em Belo Horizonte existe na Praça Afonso Arinos, próximo à Faculdade de Direito da UFMG, um monumento alusivo à participação dos mineiros naquela época. Ele é mostrado na fotografia postada a seguir. Será que outro monumento poderá ser erguido por ali, em função do que a Petrobras esta passando hoje?

Monumento alusivo ao petróleo e à Petrobras / Foto: Sérgio Verteiro

Monumento alusivo ao petróleo e à Petrobras / Foto: Sérgio Verteiro

 

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Por Sérgio Verteiro

No dia 14 de outubro, por volta das 12h40, eu esperava pelo ônibus da linha 9210, no primeiro ponto da Rua Tamoios, esquina com Rua da Bahia, no Centro de Belo Horizonte, que me levaria ao trabalho no bairro de Santa Teresa.  Após esperar por um bom tempo, finalmente o ônibus chegou. Depois que algumas pessoas sinalizaram o desejo de embarque, ele parou no ponto. Até aí tudo bem. O fato é que juntamente com outras pessoas que esperavam para o embarque, uma mãe com um filho cadeirante também aguardava para entrar. A cobradora começou, então, a fazer as manobras com o elevador, para que mãe e filho pudessem entrar no veículo. Porém, a cobradora não conseguia operar o equipamento, que depois de alguns minutos parecia estragado. Durante as manobras e tentativas da profissional de colocar o elevador em operação, que levaram cerca de 10 minutos, o motorista do coletivo nada fazia para ajudar a solucionar o problema. E para indignar ainda mais os usuários que estavam no ponto, aguardando o embarque como também o desembarque daqueles que possuem prioridade, o motorista simplesmente se esqueceu das pessoas.

Motorista ao celular

Motorista ao celular

E se sentindo no direito de falar ao telefone na direção do veículo por mais de 8 minutos, só foi perceber que tinha que abrir a porta após a cobradora avisar que o cadeirante já se encontrava no interior do ônibus. Ele então desligou o celular e abriu a porta. Diante dessa situação, resolvi fazer fotos em forma de protesto, para chamar a atenção das autoridades competentes a fim de combater o descumprimento de determinados procedimentos operacionais em prol de uma mobilidade mais eficiente e segura.

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Sérgio Verteiro, 33 anos, é Gestor de Recursos Humanos.

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A educação é a base de tudo, mas ela começa e prossegue em casa, com a família, e é complementada pela escola, pelo trabalho e pela sabedoria trazida pelos experimentos da vida. Tudo isso é muito bonito enquanto crença e fundamento, mas é chocante o que a fotografia postada a seguir nos mostra.

Acúmulo de lixo / Foto: Sérgio Verteiro

Acúmulo de lixo / Foto: Sérgio Verteiro

Talvez você se lembre deste post, de 23 de julho deste ano, que mostra o mesmo local acima. Naquela época, havia muito lixo no local. Ele foi limpo pela SLU, mas pouco tempo depois estava cheio novamente.

Fica claro, por esse exemplo, que não basta a retirada periódica dos resíduos do local pela Superintendência de Limpeza Urbana do Município. Se em casa deve ser cumprido o padrão que determina a colocação do saco de lixo na rua somente nos dias da coleta domiciliar e o exemplo deve vir dos pais, cabe também à Administração Municipal no mínimo voltar a fazer as campanhas educativas de outrora. Alegar falta de recursos financeiros não vale, pois a taxa de coleta de lixo foi reajustada em 45% nesse ano, além de ter sido atualizada pelos índices inflacionários nos anos anteriores. Aqui nem estou falando em coleta seletiva ou locais de entrega voluntária (LEV), quase desaparecidos da cidade. Quem sabe assim as pessoas se sintam mais estimuladas a jogar o lixo no lixo, nos dias e locais corretos.

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No ano de 2004 a cidade de Belo Horizonte tinha 46 viadutos, segundo dados da Prefeitura. Depois da construção da Linha Verde e da implantação do BRT Move, eles provavelmente já passaram de 60, mesmo com o desabamento do Guararapes.

Quero perguntar a quem tem a responsabilidade pela gestão da manutenção e da segurança dessas estruturas se existe um diagnóstico atualizado sobre a situação de cada um deles.

Viaduto Santa Tereza / Foto de Sérgio Verteiro

Viaduto Santa Tereza / Foto de Sérgio Verteiro

Quem passa pelo viaduto de Santa Tereza, inaugurado em 1928, percebe que não existe guarda-rodas separando e protegendo o passeio para pedestres da pista de rolamento. Ali existe apenas um pequeno desnível entre as duas partes. Imagine um automóvel de passeio, uma motocicleta ou um ônibus coletivo se desgovernando por ali! Outra dúvida: a camada de asfalto sobre a pista, o sistema de drenagem das águas pluviais e a iluminação estão conforme as especificações técnicas?

Viaduto da Floresta / Foto  de Sérgio Verteiro

Viaduto da Floresta / Foto de Sérgio Verteiro

Do outro lado está o viaduto da Floresta que também merece as mesmas observações e perguntas.

Se planejar é pensar antes, espero que a Gestão da Manutenção esteja sendo cada vez mais preventiva e preditiva e menos corretiva. Vendo as fotografias deste post, tente imaginar como estão os viadutos mais usados por você. Caso queira, também vale pensar segundo os mesmos dados de 2004 sobre a manutenção e segurança de outras estruturas existentes na cidade, como as 55 passarelas, 4 trincheiras, 73 pontes, 2 túneis de responsabilidade municipal, 1 pontilhão e uma passagem.

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Na Av. Silviano Brandão, bairro Sagrada Família. / Foto: Sérgio Verteiro

Na Av. Silviano Brandão, bairro Sagrada Família. / Foto: Sérgio Verteiro

Essa última semana do inverno deixará indelevelmente registrada em nossas memórias a exuberância dos ipês amarelos, roxos, rosas e brancos presentes na cena urbana em Belo Horizonte. Mesmo em plena seca prolongada, baixa umidade relativa do ar, incêndios em profusão, eles aparecem como se fossem flores astrais a nos acalentar e a enfeitar o caminho para a chegada da primavera no próximo dia 22 às 23:29 horas.

Na rua Mármore, em Santa Tereza. / Foto: Sérgio Verteiro

Na rua Mármore, em Santa Tereza. / Foto: Sérgio Verteiro

E olha que a nova estação trará consigo a eleição para a Presidência da República e o horário de verão, que vigorará a partir de 19 de outubro, conforme determina a lei. Veja os ipês deste post e continue a percebê-los em suas andanças pela cidade.

Bairro Nova Gameleira, Rua Gastão Bráulio dos Santos / Foto: Sérgio Verteiro

Bairro Nova Gameleira, Rua Gastão Bráulio dos Santos / Foto: Sérgio Verteiro

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A 26 dias das eleições para Presidente da República, governadores de estados, senadores, deputados federais e estaduais, percebe-se claramente que o tema saneamento básico continua relegado e até evitado nos programas dos candidatos.

Embora existam planos nacionais e municipais para o tema, além de uma Lei Federal contendo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a desejada universalização ainda está longe, em cidades de todos os portes.

Ranking do Saneamento 2014, feito pela ONG Instituto Trata Brasil, mostra que, no ritmo em que as coisas estão caminhando, será muito difícil atingir as metas para os serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem urbana, coleta, reciclagem de materiais e tratamento do lixo nos próximos 20 anos.

Continua sendo essencial o comprometimento com saneamento básico e mais essencial ainda a capacidade de gestão dos empreendimentos diante das limitações impostas pela Lei de Licitações, pelos marcos regulatórios entre outros. A saúde e o meio ambiente aguardam dias melhores.

Córrego poluído

Córrego poluído. / Foto: Sérgio Verteiro

Nas fotografias que ilustram este texto vemos a região da Estação Vila Oeste do metrô de Belo Horizonte. O local é próximo à Avenida Amazonas, bairro Nova Gameleira. Da Praça Sete até ali são apenas 9km. Lixo, esgoto, falta de saneamento estão a céu aberto, para quem passa ver.

Foto: Sérgio Verteiro

Foto: Sérgio Verteiro

“Se muito vale o já feito, mais vale o que será”, como dizem Milton Nascimento e Fernando Brant na música “O que foi feito devera (De Vera)”.

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