Pensar em “praça” nos remete a espaços amplos, jardins gramados, arborizados e floridos, espelhos d’água, bancos, pessoas circulando e assim por diante. A gestão do nosso tempo tem nos permitido caminhar por alguma praça? Ou será que estamos passando por elas sem olhar ou observar melhor, estejamos à pé ou dentro de um veículo automotivo?
Fotos: Sérgio Verteiro
Neste post as fotografias mostram a Praça Afonso Arinos e seu entorno. O espaço chamava-se Praça da República quando Belo Horizonte foi fundada e era bem maior do que é hoje. No entanto, ela foi perdendo espaço ao longo do tempo para construções como a da Faculdade de Direito da UFMG e a Secretaria da Receita Federal. Depois teve seu nome mudado para Afonso Arinos com o intuito de homenagear o professor jurista, ensaísta, historiador e membro da Academia Brasileira de Letras. O fato é que hoje ela não lembra em nada a imagem clássica que temos de uma praça. Mas o conjunto de espaços que recebe a denominação de Praça Afonso Arinos se mostra integrado e essencial ao sistema viário do Centro de Belo Horizonte.
Fotos: Sérgio Verteiro
Interessante notar que as avenidas João Pinheiro e Augusto de Lima se iniciam ali e que o espaço é cortado pela Rua Goiás e pela Avenida Álvares Cabral, que também vira parte da praça no início de seu segundo quarteirão. O espaço tem sido utilizado para manifestações políticas como as das Centrais Sindicais ocorridas na semana passada para protestar contra a ampliação do trabalho terceirizado.
Fotos: Sérgio Verteiro
Alguns moradores de edifícios do entorno da praça reclamam de sua pouca movimentação à noite e também das cerca de 20 pessoas que estão morando sob marquises de prédios. Enquanto isso, o prédio do antigo Teatro da Praça continua se acabando diante do abandono e o antigo Hotel Del Rey, que foi sede de comitê eleitoral no ano passado, está sendo alugado pela Prefeitura de Belo Horizonte por R$400.000,00 mensais.
Fotos: Sérgio Verteiro
Você que mora em Belo Horizonte se disporia a descer do veículo automotivo, caminhar por ali e se inteirar de outros detalhes que precisam ser melhor observados para serem percebidos? Aos domingos existe logo abaixo a Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, que acaba fazendo muita gente circular obrigatoriamente pela praça, a pé ou de veículo automotor.
Fotos: Sérgio Verteiro
Mas de qualquer maneira não espere flores porque o ambiente é árido e a aridez só se acentua com o concreto, o asfalto, as emissões dos poluentes veiculares e também a poluição sonora. Já a sensação de insegurança não é privilégio da praça, pois está presente em toda a cidade e região metropolitana. Mas se esse espaço não é a sua praça, descubra outro na cidade e faça dele o seu lugar.