Brincando no tromba-tromba

por Luis Borges 5 de setembro de 2014   Pensata

No final da manhã do sábado passado fiz um passeio por diversas ruas das regiões Leste, Centro e Sul de Belo Horizonte. Estava sentado no banco do carona, com o cinto de segurança devidamente afivelado, conforme determina o padrão de segurança. O que mais me chamou a atenção foi a enorme quantidade de pessoas, de idades variadas, simplesmente ignorando as regras do Código de Trânsito Brasileiro.

Uma situação bem típica foi a de veículos estacionados na via pública que, sem sinalização dos condutores, simplesmente partiam em disparada na pista, sem seta, sem verificação de espaço, nada.  Só restava, a quem vinha atrás, frear bruscamente e rezar para que os demais motoristas percebessem a manobra a tempo. Outros chegavam a encostar o para-choque no carro da frente, apesar do “mantenha distância”, enquanto outros buzinavam automaticamente tentando apressar o motorista que eles julgavam ser o causador de tudo.

Na terceira ocorrência semelhante, e diante dos quase acidentes, me lembrei dos carrinhos tromba-tromba ou bate-bate dos parques de diversões frequentados por nós e por nossos filhos. Se a lembrança ainda é lúdica e lá no ambiente fechado o choque era quase elástico em seu amortecimento, aqui no mundo real é bem diferente. Qualquer descuido pode levar ao engavetamento de veículos, enquanto as motocicletas percolam as vias como a água procurando brechas e os ônibus do transporte coletivo precisam cumprir a minguada escala de horários do sábado.

Outros fatos recorrentes foram as imprudências nas ultrapassagens, as irritantes fechadas e os “roda-duras” explícitos, típicos domingueiros de sábados. Enfim, foi muita gente circulando, dando a sensação que uma coisa é o tráfego de segunda a sexta e outra bem livre e diferente ocorre no fim de semana.

Encerrando o périplo pensei também na baixa presença de agentes de fiscalização do trânsito e nos transtornos causados às pessoas vítimas de acidentes, que vão desde o registro de um boletim de ocorrência na polícia, passando pelos oportunistas dessas ocasiões e pela expectativa de que a seguradora do veículo vai cumprir o que está combinado no contrato de letras miúdas, regiamente pago.

Pra quê tudo isso? Seria muita ansiedade sem gestão para chegar primeiro? Educação continua sendo a base de tudo, inclusive no trânsito de sábado, que depende também de nós e nossas atitudes.

Você se lembra da última vez em que dirigiu um carrinho desses? / Foto de Rodrigo Ghedin.

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