No dia 15/02, segunda-feira do cancelado Carnaval, diversos meios de comunicação divulgaram a perda de 229 doses da vacina contra a Covid-19 na Policlínica de Igarapé, em Minas Gerais. Segundo as explicações iniciais dadas teria ocorrido uma falha no circuito elétrico, que ocasionou uma pane no sistema de refrigeração do equipamento que armazenava as vacinas no final de semana. As doses das vacinas deveriam ser mantidas numa temperatura que variasse de 2°C a 8°C, mas o equipamento marcava 36°C quando foi aberto na manhã daquela segunda-feira.

Em casos como esse em que a coisa “dá ruim” sempre aparecem os que procuram os culpados pelo acontecido, os que tentam uma justificativa salvadora de todos os envolvidos e até alguns poucos que tentam encontrar as causas do problema. Nesse caso das vacinas, a escassez do bem no momento em que o processo de imunização se inicia a passos lentos faz com que o sentimento de perda pareça ser ainda maior, principalmente diante da faixa etária a quem se destinava.

Ao analisar as causas da pane elétrica a primeira coisa a se fazer seria buscar um histórico, preenchido com fatos e dados, sobre a utilização e manutenção do equipamento. Se não houver tais registros, o jeito é fazer um trabalho quase artesanal e arqueológico pra encontrar o retrospecto do aparelho. É bem provável que a expressão “falta de” comece a surgir. Provavelmente surgirão afirmações como falta de manutenção eletromecânica, falta de recursos financeiros para a substituição de equipamentos com a vida útil vencida, falta de treinamento para os funcionários do setor, falta de energia momentânea na região…

O fato é que a gestão da manutenção ainda é uma grande lacuna a ser preenchida em todos os níveis da sociedade brasileira. Podemos começar pela manutenção do próprio corpo dos seres humanos, de suas moradias, dos locais em que trabalham, estudam ou das vias públicas nas quais transitam ou nos veículos em que se deslocam por terra, água ou ar, isso para citar apenas algumas possibilidades. Classicamente podemos considerar que a manutenção pode ser corretiva, preventiva ou preditiva, mas é grande a prevalência da manutenção corretiva. Se olharmos para os seres humanos veremos que muitos deles só procuram os profissionais da saúde quando algum problema surge nos dentes, no coração, nas glândulas endócrinas, no sistema neurológico, no sistema urológico… Outras vezes só se percebe que a calha do telhado de uma casa está entupida de folhas quando a água da chuva inunda a sala à procura de um caminho para escoar.

Quero realçar a imperiosa necessidade que cada um de nós deve ter perante a manutenção, com prevalência da ação em detrimento da omissão. Essa matéria é longa e podermos voltar a ela outras vezes.

  Comentários
 

Faz algum tempo que as expressões “buscar o equilíbrio das contas públicas” e “não podemos aumentar mais a nossa alta carga tributária” aparecem nos aspectos políticos, econômicos e sociais das nossas análises de conjuntura e nas tentativas de desenhar cenários. No caso da carga tributária, vale lembrar que ela aumenta a cada ano em que a tabela do Imposto de Renda Retido na Fonte deixa de ser corrigida. E isso é o que mais ocorreu nos últimos 24 anos, causando um aumento real de 113% na tributação.

Agora, enquanto a pandemia da Covid-19 recrudesce e persiste com seus números exuberantes, a Fundação Getúlio Vargas mostra que atualmente 30% da população está na linha da pobreza e 10% no patamar da miséria. Enquanto a fome grita, 20 projetos tramitam na Câmara dos Deputados propondo um novo auxílio emergencial, com vigência até o final do ano. Apenas 3 deles defendem o valor de R$300 mensais enquanto a maioria chega aos R$600 por mês. Isso é o embrião para uma futura garantia de renda mínima, uma espécie de bolsa capital para atenuar as tensões sociais no tardio capitalismo brasileiro, hoje liderado pelo segmento financeiro.

Lembremos que já estamos no meio do mês de fevereiro – felizmente sem carnaval – e o Congresso Nacional ainda não começou a discussão e negociação que precederá a aprovação do orçamento da União Federal para o ano de 2021. Portanto, ainda dá tempo para o Ministério da Economia mostrar de onde virão os recursos para o auxílio emergencial ao longo do ano. Um bom caminho para encontrar recursos seria fazer uma análise da qualidade dos gastos feitos nos últimos orçamentos e das premissas de arrecadação e despesas utilizadas. A partir daí muitos gastos não resistirão ao primeiro questionamento sobre o que é vital e o que é trivial, quando se defende o uso racional de recursos escassos diante de tantas necessidades básicas. Vale lembrar que onde tudo é prioritário nada é prioritário.

Só para ilustrar olhemos para o tamanho de alguns gastos como os que são feitos para manter os privilégios na remuneração cheia de penduricalhos da casta dos super funcionários públicos dos três poderes, as mordomias presentes nas licitações de compras de itens não essenciais, os aviões da FAB à disposição para transporte individual de autoridades, a manutenção de palácios residenciais e de trabalho, a quantidade de empreendimentos cujas obras estão paralisadas… Basta olhar o que é publicado no Portal da Transparência para melhor conhecer o destino do dinheiro público.

O momento exige muito foco e determinação para combater o desperdício e melhorar a qualidade dos gastos num país tão desigual, onde a população já chega a 212 milhões de pessoas, segundo a mais recente estimativa do IBGE.

  Comentários
 

Gestão é o que todos precisam, mas nem todos sabem que precisam. Essa afirmação esteve em grande evidência no Brasil na última década do século passado, quando a gestão pela qualidade deu uma sacudida no método gerencial, no caminho para conduzir bem os negócios.

Passadas quase 3 décadas vai ficando visível que é necessária uma nova sacudida na medida em que diversas premissas da gestão vão sendo deixadas de lado ou são praticadas parcialmente, além de continuar ignoradas pelos céticos daquela época. O método gerencial se baseia no conhecimento científico a partir dos fundamentos, conceitos e técnicas que aplicados levam a resultados – entregas dentro de expectativas estabelecidas pelo plano estratégico.

Nesse sentido saltam aos olhos alguns fatos e dados que mostram a enorme dificuldade para resolver problemas sem o uso de um método consistente, cuja ausência só facilita a prevalência das tentativas e erros com seus altíssimos custos.

O caso do combate à pandemia da Covid-19 traz alguns exemplos do que não fazer. A primeira condição para resolver um problema é admitir que ele existe, e isso pode significar até 50% da sua solução. Essa gestão exige que ela seja feita pela liderança e não pelo comando, e de maneira integrada num processo participativo. Não há espaço para o achismo e o “mandonismo” no melhor estilo do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Isso vale para todos os níveis de uma organização humana, seja ela pública ou privada, sempre tendo como base o conhecimento e o método com muito foco, determinação, disciplina e constância de propósitos.

O colapso da saúde pública vivido pela cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, nos mostra as consequências danosas da não observância de fundamentos básicos da gestão. Nesse caso se esqueceram que “quem não controla não gerencia”, embora gerenciar não seja só controlar. Aqui também vale lembrar que “quem não mede não gerencia” e isso é fundamental para o controle de qualquer processo. Nesses tempos que vivemos não dá para dizer que “eu não sabia” e ainda tentar construir narrativas para defender o indefensável. Os atos tem suas consequências.

No caso específico da vacina para a imunização contra a Covid-19 são visíveis as lacunas na gestão da cadeia de suprimentos, que é globalizada e exige inteligência estratégica nas relações diplomáticas e comerciais que permeiam os negócios. Não dá para colocar todos os ovos na mesma cesta, pois isso caminha na contramão das estratégia.

Como se vê ainda estamos longe da excelência na gestão. Está na hora de uma nova sacudida no conhecimento gerencial, mas enfatizando que sua aplicação deve ser permanente e em consonância com a melhoria contínua. O desafio continua!

  Comentários
 

Há quase dois anos postei neste blog uma pensata sobre as dificuldades no convívio entre dois irmãos idosos, com mais de 70 anos de idade, que se viram obrigados a voltar a morar juntos na casa que foi dos pais.

De lá para cá as coisas só pioraram para eles e as relações pessoais foram se esgarçando. Um fato bem marcante que justifica essa atualização cultural foi a decisão da irmã Dete Rabelo em mudar seu fuso horário para reduzir o tempo de convívio com o irmão Candinho Rabelo. Isso começou a acontecer no ano passado, a partir do início da pandemia da Covid-19. Ela passou rapidamente a acordar cada vez mais tarde e já faz algum tempo que só sai do quarto de dormir depois do meio-dia. Com isso o irmão Candinho, que se levanta por volta das 7 horas e não pode mexer nas coisas da cozinha, passou a tomar o café da manha numa padaria próxima da casa.

Dete Rabelo inicia o seu lento ritual preparativo para o primeiro café do dia, que acaba ocorrendo lá pelas 13 horas, bem como lavar e guardar as vasilhas após tudo acontecer. Enquanto isso o irmão Candinho chega em casa para tirar uma soneca após voltar do almoço, que passou a ser feito na casa de uma irmã viúva de 80 anos que mora num quarteirão próximo. Vale lembrar que o café que sobra fica destinado para o final da tarde de Candinho. Ele coincide com o horário em que sua irmã Dete faz as compras dos diversos insumos gastos na casa.

Assim todos os afazeres da casa foram mudados ao longo do dia em função do novo fuso horário imposto. O que é a primeira e única grande refeição do dia, o almoço, passou a acontecer em torno das 19:30, o que poderia ser equivalente a um jantar para seu irmão, mas ele não tem o habito de jantar, apenas faz um lanche leve a noite acompanhado por chá ou suco de frutas. Lá pelas 23h já é seu momento de dormir, enquanto sua irmã começa a colocar roupas na máquina de lavar, que serão passadas na noite seguinte. Por volta de uma hora da madrugada Dete começa a limpeza de todos os cômodos da casa, menos o quarto de Candinho, que dorme usando protetores auriculares. Por volta das 4 horas da manhã, ela vai tomar banho, depois fazer orações que incluem o terço católico para finalmente se deitar em sua arrumadíssima cama. Pouco depois, o sono chega junto com os sinais da aurora.

Como se vê, os irmãos idosos continuam não se aguentando e reduzindo ao máximo as possibilidades de convívio, enquanto o irmão se comporta como súdito da irmã que reina e governa autocraticamente como uma rainha. Parece ate ficção, mas é tão real!

  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 22 de janeiro de 2021   Vale a leitura

Quando a pandemia se tornará uma endemia? 

A qualquer instante nos surpreendemos pensando, falando, lendo ou conversando sobre a transmissão da Covid-19 e seus efeitos devastadores sobre a saúde humana e a economia dos países. Nessa toada já passamos praticamente 1 ano pelejando para sobreviver.  A esperança prossegue forte com a perspectiva do inicio da vacinação que, entretanto, acontecerá num determinado tempo lógico. Será que no final deste ano ou no inicio do próximo já teremos saído da situação de pandemia para entrar na de endemia? Leia, observe e analise criticamente o artigo de Jamil Chade em “Covid-19 deverá ser endêmica, prevê produtora de vacina da Pfizer” publicado no portal de notícias Uol .

“Um ano depois do surto que se transformou na pior pandemia em cem anos, cientistas admitem que o vírus da Covid-19 poderá ser endêmico e passará a conviver com a humanidade, como outras doenças que circulam pelo planeta. Uma ação contra o vírus o levaria a um controle, mas o cenário mais provável é que sua erradicação passe a ser um sonho distante.

O alerta foi dado nesta semana pelo proprietário da BioNTech, o laboratório na Alemanha que desenvolveu a primeira vacina aplicada contra a Covid-19, em parceria com a Pfizer”

Torcicolo dói e incomoda muito

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa torcicolo significa, em seu segundo verbete, “posição anormal da cabeça e certo grau de torção do pescoço, geralmente em virtude de contratura de um dos músculos esternoclidomastoídeos”. Quais são as causas que podem levar um determinado processo humano a este resultado indesejável? É o que mostra Paola Machado em seu artigo “Atenção: torcicolo é um alerta de que a saúde do corpo não vai bem” publicado pelo portal Viva Bem.

“As dores geralmente são a ponta do iceberg sinalizando que seu corpo não está bem, e se relacionam a um desequilíbrio postural e fraqueza muscular que causam a sobrecarga da cervical. A dor cervical crônica é uma das patologias mais prevalentes na atualidade, sendo responsável por 14,6% de todos os problemas de saúde musculoesquelética. Estima-se que 50% de todos os adultos experimentam algum tipo de dor no pescoço em algum momento do ano”.

Onde guardar seu dinheiro?

Neste ano em que a estratégia de sobrevivência também será preponderante, além de economizar dinheiro é importante decidir como guardar. Este artigo da planejadora financeira Márcia Dessen alerta para a importância da liquidez da reserva de emergência. Ela também reflete sobre a tradicional recomendação de pagar os impostos de início de ano à vista e recomenda uma análise mais criteriosa do seu caixa pessoal.

“Em situação normal, coisa que não temos no momento, eu recomendaria pagar os impostos à vista, visando o benefício do desconto de 3%. Superior à taxa básica de juros, parece ser um bom negócio, a princípio. Entretanto, se os recursos da reserva financeira forem utilizados para realizar todos esses pagamentos, ela pode ficar reduzida a um nível perigoso.

Se houver dinheiro sobrando, excelente, aproveite o desconto e pague à vista. Se a reserva for discreta, suficiente para apenas alguns poucos meses de orçamento familiar, avalie manter a liquidez e parcelar os tributos estaduais e municipais, sem a incidência de juros.”

  Comentários
 

O mês de janeiro costuma ser um bom momento para que possamos questionar os benefícios que temos quando comparados aos custos gerados por um determinado bem ou serviço que usamos. Isso torna-se cada vez mais necessário diante da crescente perda de poder aquisitivo ou mesmo da falta de oportunidade para conseguir um trabalho que complemente parte da renda perdida. O fato é que a maior parte dos salários tem tido enormes dificuldades para, pelo menos, repor as perdas inflacionárias de um período anterior. Enquanto isso, a inflação galopa há vários meses, sempre justificada como um ponto fora da curva, e a tabela do Imposto de Renda retido na fonte não e corrigida há tempos, o que caracteriza mais aumento da carga tributária nacional. Diante da correlação de forças totalmente desfavorável a quem tenta vender seu trabalho o caminho mais curto, obrigatório é o corte de custos a começar pelos desperdícios gritantes nem sempre percebidos por nós. Por isso é fundamental conhecer todos os custos que se tem e buscar responder à pergunta que tenta saber para onde foi o nosso dinheiro.

Nesse sentido, meu ponto aqui é observar e analisar o custo que alguém tem para usufruir de um bem de consumo durável que é o carro. Aliás é importante lembrar que a indústria automobilística é um dos pilares da economia nacional.

Conversando com um profissional de tecnologia da informação, 39 anos de idade, ouvi dele alguns questionamentos sobre os custos de se ter um carro. Por exemplo, o capital empatado e os gastos permanentes/obrigatórios. Basicamente ele usa o carro para ir ao trabalho, que é presencial mesmo na pandemia, e para fazer compras no supermercado. Há pouco mais de um ano ele comprou esse carro zero km por R$60.000,00, padrão básico de uma montadora asiática. Agora o carro já está fora da garantia e também vale no mercado dos usados 30% menos que seu preço na tabela da época.

O imposto sobre a propriedade de veículos automotores –IPVA, que nesse ano vence a partir desta semana – foi pago à vista e ficou em R$ 1.700,00. O seguro contra danos de qualquer natureza consumiu mais R$ 1.500,00 enquanto os serviços de assistência técnica após o vencimento da garantia levou R$ 1.000,00 até o momento. O inevitável consumo de combustível tem girado em torno de R$ 400,00 mensais e, por enquanto, ainda não ocorreram multas de trânsito nem necessidade de trocar pneus danificados em vias públicas mal conservadas. Mesmo reconhecendo os benefícios trazido pelo carro, ficou claro que os custos também precisam ser computados e nunca ignorados.

Nesse caso foi levantada a hipótese de não se ter carro próprio, mas sim alugar um ou usar carros de transporte por aplicativo. Esta hipótese recebeu objeções devido às variações de preços decorrentes da tabela dinâmica – oferta e procura – bem como o aumento da demora para atendimento. Quando nada, vale a pena estudar melhor as condições que estão sendo oferecidas pelas locadoras para o aluguel de um carro no mercado de hoje. Conhecer é preciso não só nesse caso mas também outros custos que fazem parte de nosso orçamento.

  Comentários
 

Enquanto contemplo o tempo que passa indelével vejo pelo calendário gregoriano que já estamos chegando ao fim da primeira quinzena de janeiro de 2021. Confesso que em meio a tantas reflexões trazidas por uma virada de ano vale lembrar que a década (2011-2020) também virou, aliás mais uma década perdida em termos de desenvolvimento econômico e social. Cito isso a propósito do quanto somos cobrados em prol do otimismo obrigatório e do positivismo messiânico. Minhas reflexões me levam a perceber, nesse sentido, que mantenho minha fidelidade ao realismo esperançoso e pragmático perante a observação e análise dos principais aspectos do jogo que é jogado e que impactam diretamente na qualidade de nossas vidas.

Como tudo, é forçoso reconhecer que tudo é politica, inclusive a partidária, e que já está em evidência a eleição para Presidente da República em 2022, principalmente após o triunfo do fracasso na tentativa de reeleição do atual presidente norte- americano. Dá para imaginar como ficarão as suas franquias ao redor do mundo?

Fiquei pensando também qual resultado será entregue pelo Ministério da Economia ainda no primeiro semestre do ano em termos de recuperação do crescimento econômico, mesmo diante de uma base fraca na comparação com o final do ano passado. Aqui é interessante lembrar que o país precisa crescer pelo menos 4% ao ano para suportar o crescimento demográfico. A estimativa do IBGE no final do ano passado era que a população brasileira estava em 211,8 milhões de habitantes.

Quando penso no aspecto social percebo o quanto ele já grita quando o IBGE aponta que existem 14,3 milhões de desempregados e outros quase 5 milhões de desalentados país afora. Some-se a isso o recrudescimento da pandemia da Covid-19, a retomada das medidas de isolamento social mais duras e o fim do pagamento do auxílio financeiro emergencial aos trabalhadores. Além disso, persistem indefinições sobre a volta às aulas presenciais e quando efetivamente terá inicio a implementação do plano nacional de imunização com a disponibilidade de vacinas, seringas e agulhas. Até quando o social aguentará sem explodir ou já é hora de implementar uma garantia de renda mínima para a base da pirâmide social numa espécie de “bolsa capital”? Quanto pior, pior mesmo ?

Infelizmente e, por mais que possa parecer repetitivo, continuo insistindo que os fatos e dados não deixam de existir só por serem ignorados, negados ou maquiados. O realismo nos permite ver que se as expectativas forem maiores que a realidade o sofrimento será inevitável. Continuam a prevalecer as estratégias de sobrevivência.

  Comentários
 

Você já parou um pouco para pensar sobre como esta a sua criatividade? Afinal de contas estamos enfrentando uma crise econômica, política e social que se arrasta há quase 10 anos e, para sobreviver nela, é preciso ter muita capacidade de criar para buscar estratégias de sobrevivência. Como diz o ditado popular “o sapo pula é por necessidade e não por boniteza” e nós também acabamos sendo obrigados a nos virarmos para criar saídas diante dos desafios enfrentados e que podem ser medidos pelo IVP – Índice de Viração Própria. Além da inspiração é sempre necessário muita transpiração, persistência e constância de propósitos.

Para embalar e acalentar as nossas reflexões e posteriores ações vale a pena ouvir a música “O poder da criação” de autoria de Paulo César Pinheiro e João Nogueira, lançada em 1980 no álbum Boca do Povo de João Nogueira.

O poder da criação
Fonte: Letras.mus.br

Não, ninguém faz samba só porque prefere 
Força nenhuma no mundo interfere 
Sobre o poder da criação 
Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito 
Nem se refugiar em lugar mais bonito 
Em busca da inspiração 

Não, ela é uma luz que chega de repente 
Com a rapidez de uma estrela cadente 
E acende a mente e o coração 
É, faz pensar 
Que existe uma força maior que nos guia 
Que está no ar 
Vem no meio da noite ou no claro do dia 
Chega a nos angustiar 
E o poeta se deixa levar por essa magia 
E um verso vem vindo e vem vindo uma melodia 
E o povo começa a cantar!
  Comentários
 

Vale a leitura

por Luis Borges 16 de dezembro de 2020   Vale a leitura

Consulta monólogo 

Você já passou pela experiência de ir a uma consulta médica, no setor público ou privado, sem quase conseguir falar e sair do encontro rouco de tanto ouvir? Essa é uma situação que ainda ocorre entre profissionais que se esquecem de que, para saber falar, é preciso saber ouvir. A relação deve se dar respeitosamente entre as pessoas nos papéis de fornecedor e cliente.

Esse é o tema abordado por Júlia Rocha em seu artigo “O incrível médico que sabia ouvir” publicado no ECOA.

“Você, cara leitora (homens, sintam-se incluídos), já saiu de um consultório, seja em uma clínica, seja em um hospital, em um serviço privado ou público, com a sensação de que gostaria de ter tido tempo e oportunidade de dizer coisas que na sua opinião eram relevantes ao profissional que te atendeu? Você se sentiu mal por ter tentado falar, mas não ter conseguido pois foi frequentemente interrompida? Pois é. Você não está sozinha. Em média, médicas (médicos incluídos) interrompem seus pacientes 18 segundos após lhe dar a palavra. Cerca de 2% dos pacientes apenas conseguem concluir suas explicações.”

Perceba os sinais trazidos pela dor

Já ouvi muita gente dizendo que não gostaria de sentir dor por nada nessa vida, mas ela faz parte de nossos processo físicos e emocionais. Porém, como lidar com a dor e saber se posicionar a partir da percepção dos sinais trazidos por ela? Se a cabeça dói muito, dá para imaginar possíveis causas desse efeito indesejável e começar a agir, pois o tempo não para.

Leia o que Sandra Caselato diz sobre isso em seu artigo “A importância da dor” no ECOA.

“A dor é um sinal emitido pelo corpo que serve para proteção, indicando onde está o perigo. Ela é essencial para a manutenção da nossa saúde, pois ajuda a identificar doenças, como infecções, gastrite ou outras mais graves, como infarto, por exemplo. Quando a pessoa não sente dor, a doença vai progredindo e se agravando sem que ela perceba, e pode ser descoberta somente numa fase avançada quando é mais difícil o tratamento. Isso nos mostra o quanto a dor é importante para manter a homeostase e a saúde do nosso organismo. Da mesma forma, não apenas a dor física é essencial, mas também a dor emocional, que nos traz informações valiosas para manutenção da nossa saúde mental e psicológica.”

  Comentários
 

O calendário gregoriano aponta inexoravelmente para o fim do ano, enquanto sinaliza os movimentos para a aproximação do outro que já vem vindo. Em nossa cultura muitas pessoas acabam dando uma paradinha neste momento do ano para agradecer pelo que aconteceu de bom, mesmo com tantas perdas inesperadas, e renovar os propósitos de fazer de maneira diferente o que “deu ruim”.

Nesse sentido é importante observar e analisar as condições em que viraremos o ano e com quais perspectivas poderemos contar realisticamente, sem fantasias e desejos insustentáveis. Na hora do “vamos ver” é preciso saber como vencer os desafios “medindo a água com o fubá” diante da percepção de que o poder aquisitivo dos cidadãos caiu bastante e não só por causa da pandemia. Segundo o IBGE as camadas de maior renda tiveram perdas em torno de 17,5%, as médias 20% e as populares 28%. Será possível negociar algum nível de reposição salarial numa conjuntura que exige estratégias de sobrevivência? Diante de tudo isso o que pode ser feito para atenuar a perda do poder aquisitivo? Procurar mais trabalho, mesmo difícil de ser encontrado, cortar custos com as mãos de tesoura para que fique só o que cabe no orçamento real ou iniciar a redução de custos pelo combate ao desperdício, nem sempre percebido?

Digamos que você não liga muito para o hábito de trabalhar com um orçamento mensal, anotar os gastos e analisar como foram feitos. Você sabe que as tarifas dos serviços administrados pelos governos federal, estaduais e municipais estão na bica para ser aumentados por índices que vão muito além do IPCA do IBGE, sob a alegação de grandes aumentos dos custos operacionais? A gestão dos negócios nunca melhora.

observacao_e_analise_se_voce_pensa_que_salario_e_renda

Dá para imaginar que quem não conhece os hábitos de consumo de água dos moradores de uma casa e das condições de suas instalações hidráulico-sanitárias terá que mudar de hábito para verificar a ocorrência de perdas que só aumentam a conta. Causas poderão estar na fragilização das tubulações, gerando vazamentos ocultos, nas válvulas desreguladas, nas torneiras gotejando, nos banhos demorados… Imagine os desperdícios com a energia elétrica devido ao uso de equipamentos eletrodomésticos desregulados, chuveiro na posição inverno na primavera-verão, lâmpadas acesas em diversos cômodos de uma casa como se fosse um palácio encantado…

É obvio que o combate ao desperdício não resolverá toda a perda do poder aquisitivo mas é um primeiro passo para a adequação de seus custos à realidade atual de seu orçamento. Avalie e verifique se você tem desperdícios também nos gastos com telefonia, tarifas bancárias, juros no parcelamento de cartões de crédito, transporte individual, alimentação em casa e fora, plano de saúde, lazer, vestuário…

O combate ao desperdício deve ser permanente e sempre colocado em prática conforme nos ensina a educação financeira.

  Comentários