Completei 68 anos de idade no dia 24 de outubro com a mente povoada por lembranças, reflexões e pensamentos sobre o que foi, o que é e o que poderá ser a minha passagem pelo planeta Terra. Meu propósito é sempre buscar a melhoria contínua do meu modo de ser, viver e conviver de maneira civilizada, respeitosa e sem retrocessos, ainda mais na fase idosa da vida.

Fui buscar em algumas músicas que cultivo há décadas, e continuarei cultivando, um pouco mais de inspiração para embalar esse instante específico do curso da vida.

Foi assim que senti firmeza e consistência na música O que foi feito devera (1978) de Milton Nascimento, Márcio Borges e Fernando Brant ao dizer que “Se muito vale o já feito, mais vale o que será. E o que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir”.

Não posso negar, ignorar ou esquecer o passado, mas olhá-lo como forma de aprender com erros e acertos que me trouxeram até o presente momento. É a partir dele que posso encarar e projetar, com planejamento e gestão, o que poderão vir a ser alguns cenários depois dos 68 anos.

Por outro lado, como sou consciente da finitude da vida, com todas as suas condições de contorno e riscos associados, sei que a paisagem seguirá em permanente mudança enquanto o tempo passa indelével. A propósito disso, fui buscar na música Ouro de Tolo (1973) de Raul Seixas um alerta quando ele diz que “Eu é que não me sento no trono de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”.

E por isso mesmo que não dá para se contentar com a mera condição de aposentado, ainda que com determinados graus de alguma piora das condições funcionais que nos exigem adaptações e adequações no modo de vida. É claro que sei que cada caso é um caso na sociedade brasileira, marcada por extrema desigualdade e enorme concentração de renda nas mãos de poucos.

Interessante é quando os pensamentos se voltam para o futuro com diferentes projeções de distâncias. Prevalece o princípio da incerteza com o contorno das várias variáveis que nos instigam. Mas o importante é não nos sentirmos vencidos na plena consciência dos desafios que precisam ser vencidos a cada dia, mas um de cada vez e com muita resiliência. Até me vem a imagem do bambu, que enverga, mas não quebra. Nesse ponto, são estimuladores e fortalecedores os versos do cantor e compositor Geraldo Vandré na música O Plantador (1968) ao dizerem que “Quanto mais eu ando, mais vejo estrada. E se não caminho, não sou nada”.

Prosseguirei em meu realismo esperançoso…

  Comentários
 

Vencendo o cliente pelo cansaço

por Luis Borges 24 de outubro de 2022   Pensata

A relação entre clientes e fornecedores é sempre colocada à prova no processo que envolve o atendimento às necessidades e expectativas que as pessoas tem em relação aos produtos (bens e serviços por elas demandados).

É importante lembrar que as pessoas podem estar no papel de clientes ou de fornecedores conforme a situação em cada caso. Não nos esqueçamos que o cliente tem em suas expectativas que tudo seja fornecido segundo a qualidade especificada, preço negociado e que o atendimento seja marcado pelo cumprimento do prazo de entrega e demais condições estabelecidas.

Sabemos que o código de defesa do Consumidor está em vigência no país desde setembro de 1990. Posteriormente, a lei estabeleceu que o consumidor pode cancelar a compra de um produto, do qual não tenha gostado, até sete dias após o seu recebimento e que em caso de defeito a troca deve ocorrer em até 90 dias.

Entretanto, até hoje são registrados casos e mais casos em que o consumidor não é tratado como cliente, muitas vezes é desrespeitado quando reclama e tem sua paciência testada durante o penoso processo para fazer prevalecer os seus direitos previstos na lei.

Algo nesse sentido aconteceu com um cliente que desejava comprar um par de tênis masculino de número 45 no padrão brasileiro. Por não encontrar com facilidade essa modalidade no comércio varejista de sua cidade, ele resolveu fazer uma compra diretamente da fábrica, mais especificamente no site em que suas vendas são centralizadas. Fisicamente, a fábrica fica no estado de São Paulo.

A saga começou no primeiro contato, o qual imaginava que seria o único para resolver a sua necessidade. A compra caminhou normalmente no passo a passo até chegar à forma de pagamento. Quando ia ser digitado que a opção era pagar por meio de boleto bancário já apareceu na tela que seria via Pix. Logo ele, que sequer tem Pix. O jeito foi cancelar aquele processo de compra e reiniciar outro no qual conseguiu cravar rapidamente a opção pelo boleto.

Após dois dias do evento, a empresa ainda enviou mensagens conclamando o cliente para concluir a compra.

Logo começaram a chegar os avisos sobre a conclusão de cada etapa do processo, tais como a separação do produto (bem), embalagem, envio para transportadora e entrega no endereço indicado. Isso aconteceu quatro dias antes do prazo estabelecido.

Algum tempo depois da entrega, por sinal alguns dias antes do prazo estabelecido, o cliente foi felizinho conferir a mercadoria, mas ficou decepcionado, quase infeliz. O par de tênis enviado tinha o número 43 e veio numa embalagem etiquetada com o número 45, que foi o solicitado na compra.

Assim que tomou um fôlego, o cliente entrou em contato com a fábrica pelo site de compras e foi direcionado para fazer sua reclamação sobre a não conformidade pelo CHAT. Começou aí uma longa agonia de 2 horas. O primeiro desafio foi ajudar o atendente a localizar o pedido de compra, mostrar que houve uma falha e que deveria ocorrer uma ação corretiva. Várias perguntas começaram a ser feitas de maneira inquisitorial, dando sinais de que haveria muita enrolação para não resolver o problema. A todo instante o atendente pedia um momento e sumia da conversa. Quando insistentemente chamado, pedia desculpas pela demora e justificava como causa a lentidão do sistema. Enquanto isso o tempo passava, como é da sua própria natureza.

Nesse vai da valsa, chegou o momento em que o atendente solicitou que o cliente apresentasse uma evidência objetiva da falha. Sugeriu que fosse enviada uma fotografia do par de tênis focando no número 43 e outra mostrando a embalagem. Nesse momento o cliente perdeu a paciência, que estava por um fio, o seu sangue ferveu e ele encerrou a conversa finalizando a desistência da reclamação. Mesmo consciente que estava realizando um prejuízo, o cliente se esqueceu que o impulso caminha na contramão da estratégia. Para ele, ficou claro que o fornecedor não queria fazer a troca e o venceu pelo cansaço, mas o perderá para sempre.

E você caro leitor? Já viveu alguma situação semelhante ?

  Comentários
 

O telefone ficou mudo outra vez

por Luis Borges 17 de outubro de 2022   Pensata

Nenhum dia é como o anterior no passar do tempo, mas algumas coisas podem acabar por se repetir, principalmente quando se trata da prestação de serviços. Foi o que aconteceu em minha residência por volta das 9h do sábado, 8 de outubro. O telefone fixo simplesmente ficou mudo e arrastou com ele a internet e a TV a cabo.

Tudo voltou a funcionar, ou seja, o serviço voltou a ser prestado pela operadora lá pelas 16h.

Quando reclamei da indisponibilidade dos serviços, a operadora informou que havia problemas técnicos na minha região, sempre eles, e que a solução estava programada para ocorrer até o final da tarde.

Se a prestação do serviço não fosse retomada até aquele momento, o procedimento a ser feito consistiria em desligar o equipamento da tomada de energia elétrica, deixá-lo desligado durante 10 segundos e religá-lo em seguida. Isso acabou não sendo necessário porque o serviço foi normalizado antes do tempo estimado.

No dia seguinte, domingo pela manhã, o telefone e demais partes do sistema (combo) ficaram indisponíveis de 7h às 11h, enquanto a previsão de retorno era para as 14h30. Os contatos com o serviço de atendimento ao cliente foram feitos por chamada de voz através do telefone celular.

É importante registrar que problemas dessa natureza já ocorreram outras cinco vezes ao longo desse ano, sendo que a pior delas foi durante a chuvarada de janeiro, ocasião em que o telefone ficou mudo durante 4 dias conforme postei aqui no blog.

Vale a pena lembrar nesse momento a quantas anda a utilização da telefonia fixa pelo país a fora. Segundo o site Teleco – Inteligência em Telecomunicação, existiam 27,5 milhões de telefones fixos em operação no Brasil no mês de agosto desse ano. Esse número era de 45 milhões em 2014, no auge dos sistemas de telefonia fixa, mas em novembro de 2021 já tinha caído para 28,9 milhões. Estima-se entre os especialistas do setor que esse número chegará a 20 milhões no final de 2026.  Enquanto isso, o número de telefones celulares chegou a 262,5 milhões em agosto, ao mesmo tempo em que a geração 5G vai avançando pelo país e a 6G dá seus sinais de aproximação.

Em função desses números podemos nos lembrar, sem muito esforço, de quantas pessoas próximas de nós “demitiram” o telefone fixo nesses últimos tempos.

Diante dessas constatações, é importante dar uma ida até a parede da memória para observar a telefonia brasileira nos últimos 50 anos (1972- 2022). Na primeira metade desse período, o telefone fixo era um investimento, a Telemig vendia uma linha no plano de expansão em 36 parcelas mensais, muitos proprietários alugavam suas linhas telefônicas, residenciais ou comerciais, e o Telefone Público (TP), o popular “orelhão”, era muito útil, mas também muito depredado…

Voltando para o presente, constato que a operadora do meu telefone fixo seguirá insistindo para que eu mude o quanto antes para a fibra óptica, o telefone ficará mudo outras vezes e o período em que ele ficar indisponível não será deduzido da conta mensal, mesmo diante das solicitações feitas. Ainda assim, o telefone fixo continua firme, mesmo minguando dia após dia. Até quando?

E você, ainda possui um telefone fixo ou ele já está com os dias contados?

  Comentários
 

Eram muitas e diversas as expectativas daqueles que se envolveram, em diferentes níveis de intensidade, no primeiro turno das eleições. Agora só falta definir o Presidente da República e alguns Governadores no segundo turno, dia 30 de outubro.

Enquanto isso, podemos observar e analisar o processo eleitoral para evidenciar algumas percepções após os resultados trazidos e mostrados pelas urnas.

Será que as expectativas foram maiores do que a realidade? Até que ponto os desejos dos participantes do processo eleitoral puderam se concretizar? A polarização se cristalizou entre progressistas e conservadores, que juntos somaram 91,63% dos votos válidos, mas não foi suficiente para resolver a disputa no primeiro turno. Os votos brancos e nulos ficaram em 4,41%, bem abaixo dos 8,79% registrados no mesmo turno de 2018.

A abstenção continuou crescendo e chegou a 32,7 milhões de pessoas, 20,95% do universo de 156,4 milhões de eleitores aptos a votar. Em 2018, a abstenção no mesmo turno foi de 29,9 milhões de pessoas, 20,33% dos 147, 3 milhões aptos.

Outra percepção importante durante a campanha eleitoral foi a grande quantidade de citações do tipo “Eu fiz, eu fiz isso e aquilo…”, principalmente os candidatos a Presidente da República que tiveram ou tem mandato, e também Governadores em busca de reeleição, inclusive alguns se dizendo vítimas de heranças malditas.

Percebi a falta de programas e projetos mais detalhados sobre o que e como fazer para que o país volte a crescer e se desenvolver de maneira sustentável, que possa nos levar a um crescimento do PIB em torno de 4% ao ano e retirar o país do mapa da fome.

Quanto às pesquisas de intenção de votos, é importante reconhecer que elas refletem a situação daquele determinado momento em que foram feitas, mas não podem ser vistas como um prognóstico. Não dá para simplesmente demonizar os institutos de pesquisas e nem para negar a matemática ou se esquecer que tudo é feito por amostragem em determinadas situações e condições de contorno.

O que sempre pode ser feito é a melhoria continua dos métodos e técnicas de pesquisas por exemplo, como captar melhor o percentual de eleitores que vão se abster de ir às urnas, focar mais na medição espontânea de intenção de voto ou apresentar uma menor quantidade de perguntas durante a pesquisa…

Vale também registrar a percepção dos índices relativamente baixos na renovação da composição do poder legislativo. Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais 52 dos 77 deputados se reelegeram , ou seja , a renovação foi de apenas 32% (25 novos eleitos).
Outras observações importantes podem ser feitas em relação aos novos campeões de votos, ao decaimento de campeões de eleições anteriores, às derrotas de parlamentares que chegaram a acumular de 4 a 7 mandatos e as novas configurações de bancadas como as do agronegócio, da segurança, da saúde…

Realce também deve ser dado à confiabilidade, segurança e integridade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral, mais uma vez comprovadas. Não nos esqueçamos que muitas foram as tentativas infundadas de colocar as urnas eletrônicas sob suspeição. Imaginemos um questionamento desse tipo em relação à segurança do sistema da Receita Federal, do INSS, dos laboratórios de análises clínicas ou do sistema bancário, por exemplo.

Por último lembremos que 15 dos 32 partidos políticos do país não tiveram desempenho eleitoral suficiente e caíram na cláusula de barreira da lei e ficarão impedidos de receber recursos públicos como os do questionadíssimo Fundo Eleitoral (R$ 4,9 bilhões nessa eleição).

Será que o comparecimento às urnas no segundo turno será maior do que no primeiro? A conferir…

  Comentários
 

Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 28 de setembro de 2022   Curtas e curtinhas

Telemarketing ativo – 60 mil vagas a menos

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) passou a exigir, a partir de março, a identificação com o prefixo 0303 das ligações de telemarketing ativo.

De lá para cá, em torno de 40% a 50% das chamadas deixaram de ser atendidas pelos usuários, segundo a ABT, Associação Brasileira de Telesserviços. Ainda de acordo com a entidade, aproximadamente 60 mil empregados será o número de demitidos até o final de setembro. Até julho, esse número já era de 23 mil pessoas, sendo 80% no estado de São Paulo.

Entre os que mais usam esse serviço estão as operadoras de seguros, planos de saúde, administradoras de cartão de crédito e serviços de telefonia e internet. Obviamente, as dificuldades desses setores para fazer contatos com seus clientes estão cada vez maiores diante do alívio trazido pelo prefixo 0303.

Sistema Único de Mobilidade – SUM

A quinta-feira 22 de setembro marcou a chegada da primavera ao Hemisfério Sul e o dia mundial sem carro. Cerca de 140 entidades da sociedade civil organizada e alguns pesquisadores aproveitaram a data para lançar um manifesto propondo a criação do Sistema Único de Mobilidade – SUM.

A proposta é que o sistema integre a União Federal, os Estados e os Municípios num modelo semelhante ao do SUS. Também fazem parte das proposições a distribuição de recursos de maneira integrada entre os três níveis de governo, o controle público sobre dados de bilhetagem eletrônica e promoção de linhas de financiamento para implementar infraestruturas de transporte público.

O objetivo dos signatários é colocar um manifesto no contexto do debate do projeto de lei 3278/2021, que trata do marco legal da Política Nacional de Mobilidade Urbana, que está em tramitação no Senado Federal.

Será que a coisa vai andar?

O Crescimento do setor de seguros

Quantos e quais são os seguros que você faz anualmente para bens como residências e veículos, por exemplo ?

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) estima que a arrecadação do setor crescerá 13,7% nesse ano e chegará a quase R$ 350 bilhões. Desse montante estão excluídos o setor de saúde e o DPVAT.

Um dos mais representativos grupos em termos de arrecadação é o grupo de automóveis cuja demanda deverá crescer 26% no ano.

Por sua vez, o seguro rural, que já cresceu mais de 40% em 12 meses até junho na comparação com o período anterior, deve fechar o ano em alta de 23,8%. A demanda firme desde 2021 tem a ver com a precaução dos produtores diante dos extremos climáticos, além da subvenção para contratação de suas coberturas.

Salários e penduricalhos nos Tribunais de Contas do Sudeste

A Associação Contas Abertas, o IPC e o Observatório Político pesquisaram e divulgaram nesse mês a remuneração dos Tribunais de Contas da região sudeste, que pode ser acessada aqui. Anteriormente foram divulgados os da região sul e centro-oeste. Existe a expectativa para a divulgação das regiões norte e nordeste bem como do Tribunal de Contas da União (TCU) até o final do ano.

O relatório aborda o artigo 39 da Constituição Federal, que trata do teto salarial do funcionalismo, os benefícios da carreira, a responsabilidade fiscal e a necessária moralidade administrativa. Especificamente entre os benefícios, chamados penduricalhos, são citados auxílio alimentação, auxílio creche, auxílio saúde, reembolso de planos de saúde, automóveis e cotas de combustível, gastos com telefones, verbas para computadores, despesas com segurança pessoal, pagamentos de cursos, sessenta dias de férias e venda de parte delas, licenças-prêmio etc.

Como se vê, a discussão obre as castas do serviço público ainda vai longe.

  Comentários
 

Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 19 de setembro de 2022   Curtas e curtinhas

A retomada dos bares e restaurantes

O seguimento de bares e restaurantes foi um dos mais afetados da economia brasileira a partir do início da pandemia da Covid-19 e suas variantes segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel-SP.

Uma pesquisa feita pela entidade no mês de agosto mostra como está a retomada do setor. Mais de 70% das empresas consultadas disseram que o faturamento de julho foi superior ao de junho e 35% afirmaram que tiveram lucro no referido mês (média nacional foi de 48%). Já os que operaram com prejuízo representaram 27% dos participantes da pesquisa. E os demais 38% ficaram no empate. Vale lembrar que esses números se referem a bares e restaurantes que sobreviveram à pandemia, pois muitos foram os estabelecimentos que simplesmente fecharam.

Subsídios para a energia eólica e solar

Está na Câmara dos deputados a medida provisória enviada pelo governo federal que prorroga por mais 30 anos os atuais subsídios para as empresas cujos negócios estão nos setores de energia eólica, solar e pequenas hidrelétricas.

Os subsídios ficam em torno de R$ 4,5 bilhões por ano e são pagos mensalmente pelos consumidores na Conta de Desenvolvimento Energético-CDE. Atualmente, na matriz energética brasileira, a energia eólica responde por 12% e a solar por 3,3%.

Entre os especialistas do setor existem os que consideram os subsídios desnecessários devido à redução dos custos de geração e da melhoria dos equipamentos. Entretanto, outra ala de especialistas defende a continuidade dos subsídios até que o setor esteja plenamente consolidado.

Precisamos acompanhar a discussão e a aprovação da matéria na Câmara dos Deputados e no Senado, bem como a sanção do presidente da República.

Sanções ambientais tem sinal verde da Europa

Na terça-feira, 13 de setembro, o Parlamento Europeu aprovou, pela primeira vez, uma resolução estabelecendo um regime de sanções comerciais para ser aplicado contra o Brasil em função do desmatamento no país. A proposta prevê que as empresas europeias devem garantir que o abastecimento de carne, soja, cacau e outros produtos não se originaram de áreas em que ocorreram desmatamento florestal.

A resolução só entrará em vigor após a aprovação dos 27 países membros da União Europeia.

O cerco ao Brasil continua aumentando. Será que a União Europeia conseguirá unanimidade para aprovar essa proposta de resolução?

Limites para o dinheiro vivo

Está parado há pouco mais de um ano na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o Projeto de Lei (PL) número 3951 de 2019. Ele prevê a proibição do pagamento em dinheiro de boletos acima de R$ 5 mil e de outras operações acima de R$ 10 mil e veda a guarda de valores acima de R$ 300 mil fora do sistema bancário.

O conteúdo desse projeto de lei segue tendências internacionais que incluem até a restrição da impressão de cédulas com valores mais elevados — postura diferente do Brasil, que há 2 anos criou a cédula de R$ 200.

Será que esse projeto de lei conseguirá seguir em frente? A conferir…

Novos Especialistas em Cardiologia

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) realizará exames para a obtenção do título de cardiologista em dezembro desse ano. A expectativa da SBC é pela participação de mais de 2 mil candidatos, um aumento de 40% em relação à média dos anos anteriores ao início da pandemia.

A entidade afirma que existe uma demanda reprimida de profissionais no seguimento da cardiologia e que a taxa histórica de aprovação está em torno de 40% dos participantes.

Espero que os novos especialistas mantenham uma visão sistêmica do corpo humano, na qual o coração é um integrante importante.

  Comentários
 

Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 12 de setembro de 2022   Curtas e curtinhas

Setembro amarelo para prevenir o suicídio

Ocorreu em 10 de setembro o dia mundial da prevenção ao suicídio, tendo como referência à memória do jovem estadunidense Mike Emme, que tirou sua própria vida em 1994. Durante todo o mês, especialmente em torno do dia 10, diversos países estabelecem ações de conscientização e prevenção sobre o tema. No Brasil, desde 2015 são realizadas as campanhas do Setembro Amarelo.

O tema é tabu, incômodo e poderia ser muito mais divulgado, mas é um grande problema que ainda precisa de muitos esforços para ser resolvido plenamente. Não adianta simplesmente nega-lo ou escondê-lo.

A saúde mental exige atenção e cuidados permanentes em todos os meses subsequentes ao setembro amarelo. Fiquemos atentos aos sinais que são emitidos.

 

Abstenção nas eleições

Faltando 20 dias para as eleições de 2 de outubro, vale lembrar que o voto no Brasil é obrigatório, mas deveria ser um direito e não um dever. É importante lembrar que a abstenção cresceu nos últimos pleitos eleitorais e chegou a 23, 14% no primeiro turno de 2018 segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral – TSE.

As pesquisas de intenções de votos para as próximas eleições não têm dado destaque para quem quer se abster de votar – deveria ser a primeira pergunta. Outro aspecto da regra do jogo é que o voto é optativo para quem tem idade entre 16 e 18 anos ou acima de 70.

Vamos conferir o índice de abstenção e também o de votos nulos e brancos (não validos). A soma dessas três modalidades constitui a alienação eleitoral e retrata o nível de interesse do eleitor em relação à eleição. Ainda segundo o TSE, 156 milhões de eleitores estão aptos a votar esse ano.

 

Salários congelados

Os salários dos professores e funcionários técnico-administrativos das Universidades Federais e Institutos/Centros Federais de Ensino Tecnológico estão sem reajuste desde 2015. De lá para cá (agosto/2022), a defasagem chegou à 57,37% segundo os cálculos do IPCA do IBGE.

Já os servidores do Supremo Tribunal Federal (STF), a começar pelos ministros, tiveram reajuste de 16,38% aprovado no final de 2018 e agora, nesse final de ano, terão um novo reajuste de 18%, tudo para repor as perdas inflacionárias. Acontece que o dinheiro vem do mesmo caixa formado pela mesma e grande carga tributária, enquanto os três poderes são harmônicos e independentes.

 

Os Cem anos da história do rádio no Brasil

Oficialmente, o rádio nasceu no Brasil no dia 7 de setembro de 1922, quando se comemorava os cem anos da Independência do país. A inauguração da radiotelefonia brasileira aconteceu em transmissão à distância e sem fios, com a fala do presidente da república, Epitácio Pessoa.

O médico Roquette Pinto, que pesquisava a radioeletricidade para fins fisiológicos, acompanhava tudo e, entusiasmado com as transmissões, convenceu a Academia Brasileira de Ciências a patrocinar a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que viria a ser a PRA-2.

Entretanto, a rádio só começou a operar em 30 de abril de 1923, com um transmissor doado pela Casa Pekan, de Buenos Aires, instalado na Escola Politécnica, na então capital federal.

A história do rádio passou por muitos processos de mudanças e de reinvenção ao longo desses cem anos até chegar aos tempos digitais de hoje, com as suas marcantes características para atender bem aos seus ouvintes.

Vale lembrar que em Belo Horizonte a Rádio Inconfidência foi fundada em 1936, há 86 anos e a Rádio Itatiaia nasceu em 1952 , há 70 anos.

 

Crescem os saques nas contas de poupanças

O Banco Central do Brasil (BC) informou que, de janeiro a agosto de 2022, os saques nas contas de poupança superaram os depósitos em R$ 85 bilhões, dos quais R$ 22 bilhões ocorreram em agosto.

Também neste mês, o saldo total da poupança ficou abaixo de R$ 1 Trilhão chegando a R$ 991,8 bilhões,  fato que não ocorria desde agosto de 2020, no auge da pandemia sem as doses de vacinas.

Entre as causas do aumento das retiradas estão a alta inflação, a começar pelos alimentos, o crescimento do endividamento das famílias/indivíduos e a menor remuneração das contas diante da elevada taxa de juros básicos (Selic a 13,75% ao ano). Alguns analistas também lembram que muitos usuários de contas de poupanças acabam por utilizá-las como conta corrente.

É o que temos para o momento!

  Comentários
 

Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 5 de setembro de 2022   Curtas e curtinhas

Doações em queda livre

Um levantamento feito pela Central Única das Favelas – CUFA mostrou que as doações caíram 80% em cinco mil favelas em relação a 2020.

Já para a Ação da Cidadania, fica claro que as empresas não mantiveram o volume de contribuições do começo da pandemia. No ano passado, as doações de pessoas jurídicas representaram quase 80% dos recursos da organização.

Com a redução das contribuições, a Ação arrecadou até julho deste ano R$ 10 milhões. Em igual período do ano passado, o valor chegou a R$ 60 milhões.

Enquanto cai a efetividade da solidariedade, 33 milhões de pessoas passam fome diariamente no Brasil – estão em insegurança alimentar grave – conforme mostra o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19. Quanto pior, pior mesmo, pois a fome tem pressa e não pode esperar.

Despenca número de jovens no trabalho doméstico

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios -Pnad Contínua do IBGE, em uma década, o número de brasileiros de 14 a 29 anos exercendo algum tipo de trabalho doméstico formal ou informal, caiu 35,1%.

Esse contingente de trabalhadores somava 1,308 milhão no primeiro trimestre de 2012, primeiro ano da pesquisa. Agora são 849 mil. Há dez anos, eles eram 4,7% do total da população ocupada nessa faixa etária e agora são 3,4%.

No mesmo intervalo de tempo, o trabalho doméstico praticamente se manteve estável entre os maiores de 30 anos, que eram 4,647 milhões há dez anos e passaram para 4,759 milhões no fim do primeiro trimestre de 2022 , alta de 2,4% no período.

Dá para imaginar como estará o mercado de trabalho doméstico em 2032?

O Horário eleitoral no rádio e na TV é gratuito?

O horário eleitoral gratuito no rádio e TV, começou no dia 26 de agosto e ficará no ar até 29 de setembro. O objetivo é que esse espaço seja mais um meio para que os candidatos mostrem aos eleitores as ideias, propostas e planos que nortearão seus mandatos.

Entretanto, o horário não pode ser chamado de gratuito, pois só nesse ano as emissoras de rádio e TV terão isenção de tributos estimada em R$ 737 milhões para compensar o uso do tempo. Trata-se de mais um tipo de renúncia fiscal que pode ser somada aos R$ 4,9 bilhões do fundo eleitoral nesse ano e aos R$ 942 milhões do fundo partidário distribuídos em 2021 (nesse ano já foram repassados R$ 550 milhões).

Enquanto isso, os recursos federais para a merenda escolar estão sem correção desde 2017 e a defasagem até julho desse ano chegou a 34,26%, medida pelo IPCA do IBGE.

Aniversário da nota de R$ 200

Quem fez aniversário no dia 2 de setembro foi a nota de R$ 200, que completou dois anos de lançamento. Contendo a estampa do lobo-guará, ela já perdeu nesse período de inflação alta cerca de 19,6% do seu valor, ou seja, ela hoje equivale a R$ 160,80.

Ela tem ares de raridade e apenas uma em cada quatro cédulas circula no mercado, segundo especialistas do setor. Eles explicam que o sumiço da nota de R$ 200 acontece porque cada vez mais pessoas armazenam grandes quantidades da cédula em casa. A prática, chamada de “entesouramento”, não é ilícita, mas pode facilitar crimes como evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Outra hipótese é que a popularidade do Pix tenha levado menos consumidores a usarem dinheiro em espécie.

Simples assim!

Telemarketing quer melhorar imagem

O Ministério da Justiça suspendeu 180 empresas, em julho, pela prática de telemarketing abusivo. Elas estão proibidas de fazer ligações para oferecer bens e serviços a clientes que não tenham consentido o contato.

O sindicato que representa o setor de telemarketing em São Paulo – Sintelmark, lançou a campanha “Comunicação + Assertiva” para tentar melhorar a imagem do seguimento. A ação visa estimular as empresas a adotar práticas de autorregulação, para melhorar a comunicação com o consumidor final.

A entidade sugere que as empresas de contact center adotem o código de ética definido pelo Probare (Programa Brasileiro de Autorregulamentação do Setor de Relacionamento), que certifica as empresas com boas práticas.

O sindicato argumenta que a suspensão fragiliza os sistemas de atendimento aos consumidores e coloca empregos em risco. O setor de relacionamentos emprega cerca de 1,5 milhão de pessoas no Brasil, dos quais cerca de 400 mil estão no estado de São Paulo.

Será que podemos acreditar em mudanças só com essa campanha?

  Comentários
 

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE – divulgou o resultado das negociações salariais das categorias de trabalhadores sob seu acompanhamento, com data-base em julho de 2022. O resumo das negociações mostrou que 47,3% das categorias envolvidas teve reajuste abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC dos últimos 12 meses, que ficou em 10,12%.  Por outro lado, em 31,8% dos acordos o reajuste ficou acima do INPC e outros 20,8% fecharam o acordo com a reposição integral do índice.

A Inflação, por si só, causa perdas ao poder aquisitivo e elas se consolidam quando não há reposição integral dos índices nas negociações salariais. Mas, independentemente do tamanho do reajuste, o que fica é a certeza do aumento da carga tributária devido à não correção da tabela do Imposto de Renda – IR, congelada desde 2015. Na prática, uma parte do que seria o novo poder aquisitivo acaba sendo engolida sem a correção do IR.

De 2015 para cá, até julho, a defasagem medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA do IBGE ficou em 57,94%.

Se olharmos de 2019 até julho de 2022, veremos que a defasagem é de 25,71%. Quem quiser conferir a defasagem de 1996 até julho de 2022 encontrará um valor em torno de 142% segundo o Sindifisco Nacional – Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil.

Na campanha eleitoral para presidente da república, em 2018, o candidato eleito prometeu isentar do IR os ganhos mensais de quem recebe até cinco salários mínimos, atualmente equivalentes a R$ 6.160,00. Entretanto, tudo continua limitado aos mesmos R$ 1.903,99 que estão em vigor desde 2015.

No ano passado, o Congresso Nacional constituído pelos 513 deputados federais e 81 senadores jogaram para a plateia um balão de ensaio tentando uma pequena correção da tabela como parte da reforma tributária, mas está tudo parado no Senado, a casa revisora de leis, até hoje. Será que algo acontecerá até o fim do ano eleitoral?

Aliás, hoje, a 31 dias das eleições para a presidência da república, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, muitos candidatos estão falando em correção da tabela do IR com a isenção do imposto para os ganhos até 5 salários mínimos mensais. Será? Afinal de contas, queiramos ou não, o fato é que lá se vão quase 8 anos de congelamento da tabela do IR e tudo ficou por isso mesmo apesar das perdas do poder aquisitivo e do aumento da carga tributária. Até quando será possível suportar isso?

  Comentários
 

Lázara Borges partiu sob aplausos

por Luis Borges 15 de agosto de 2022   Pensata

Aconteceu que às 11:02 do dia 5 de agosto, uma sexta-feira, o espírito deixou o corpo de Lázara Barreto Borges, minha mãe, e partiu para outro plano espiritual, onde já está bem acolhido.

Mesmo para quem tem clareza sobre a finitude da vida e a opção pelos cuidados paliativos em contraposição a obsessão terapêutica pela cura diante do sabidamente incurável, a chegada do momento final e dos primeiros dias após o desenlace mexe bem com o nosso eixo. Aí é só o tempo que passará para dissipar a dor, que será transformada em saudades e lembranças, boas ou não, de tudo o que foi vivido.

O ritual do velório do corpo teve expressiva presença das pessoas de seu convívio cotidiano ao longo dos 79 anos em que morou em Araxá. Marcante também foram a duração do velório no modelo reduzido – 4 horas-, herança dos tempos do auge da pandemia da Covid-19, a cerimônia de encomendação da alma feita pelo diácono Valtinho e os aplausos à Lazinha no momento do fechamento da urna mortuária.

Mas o que quero relembrar e registrar aqui são alguns fatos que marcaram muito a passagem da Lazinha pela terra.

O primeiro deles é que ela era quase uma unanimidade nos ambientes em que circulava, ou seja, tinha grande aceitação. Era marcante o seu jeito doce de ser, o rosto sorridente, o batom vermelho nos lábios e a grande capacidade de ouvir a todos. Sentia-se confortável e elegante com os tipos de roupas e complementos que gostava de usar. Ela dizia que ficava chiquérrima.

Interessante lembrar a sua religiosidade, sua devoção à Nossa senhora da abadia e a Santa Luzia além da necessidade de rezar para as almas antes de dormir. Ela dizia que se não fizesse isso não teria um sono tranquilo.

Gostava de ler o jornal Correio de Araxá, do qual foi a primeira assinante, e de revistas que abordavam temas ligados à televisão, principalmente das novelas das 6, das 7 e das 9 da noite.

Lazinha também gostava muito da mídia rádio e foi com ela que comecei a ouvir, ainda bem criança. Em Araxá, ela sempre ouvia a rádio Imbiara e, quando se mudou para Belo Horizonte, onde viveu seus últimos 10 anos, ouvia alguns programas da rádio Itatiaia.

Também gostava muito de conversar, de se informar sobre os parentes e amigos. Seu time de futebol era o Galo.

Já na arte culinária, estão marcados para sempre o pé de moleque da Lazinha, feito com o amendoim moído, o arroz doce, a queijadinha, o doce de mamão e de moranga madura, o pão de queijo, a língua de boi, o frango ao molho e o cafezinho especial de todas as tardes.

Meu espaço está chegando ao fim, mas infindáveis são as lembranças e recordações que eternizam a marcante presença da sempre querida Lazinha Borges, uma grande mãe.

  Comentários