As vaias fazem parte do risco
Se a vida é um risco e viver continua cada vez mais perigoso, o mínimo que nos resta é fazer a gestão desse risco em função das variáveis que dependem só de nós e sobre as quais temos autoridade. Assim, pelo menos, reduziremos um pouco os impactos que serão causados pelo imponderável, pelos parâmetros externos determinantes dinamicamente de nossos posicionamentos e reposicionamentos. Ter sucesso na vida pessoal, familiar e profissional é o que todos querem, principalmente quando ele vem acompanhado de aplausos e de reconhecimentos. Estar bem na fotografia também ajuda a liberar as endorfinas que nos estimulam a prosseguir.
Mas, o que e como fazer se no lugar dos aplausos vierem as vaias, os apupos, os xingamentos e os assobios? Primeiramente é importante saber perceber e entender os sinais que estão sendo enviados pelos diversos segmentos em conflito, numa sociedade que nem sempre se pauta por atitudes civilizadas mas que prima pelas polarizações que passam por variações à esquerda, ao centro e à direita. Uma coisa é atuar para construir a hegemonia de uma determinada visão da sociedade organizada dentro das regras de um jogo democrático. Outra bem diferente é querer impor na marra e no abuso das regras outras visões que também querem o poder ou nele se manter.
É sempre importante aprender com os erros e fracassos, principalmente com os dos outros. Boas lições podem ser tiradas quando se vê um Ministro da mais alta corte da justiça no país, indicado para o cargo vitalício pelo Presidente da República, ser vaiado dentro e fora do Brasil. Até parece que ele gosta de ficar “no olho do furacão”, mas também é notório seu sorriso amarelo e o constrangimento que o corpo denuncia. Também pudera, arrogância pouca é bobagem. Mas segundo o cantor e compositor Billy Blanco em sua música A banca do distinto, “mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal”. Enquanto a história segue seu curso, por que não se tornar tema de marchinha de carnaval?
Deputados, Senadores, Ministros e ex-Ministros, para citar apenas algumas autoridades, também seguem colhendo sinais das insatisfações que tem causado.
Vamos acompanhar os acontecimentos tentando compreender o conjunto de causas que podem levar um processo ao fracasso e com ele trazer as vaias – de maneira bem diferente do que numa partida de futebol.