Aluga-se este imóvel

por Luis Borges 20 de abril de 2016   Pensata

A quantidade de placas informando que “aluga-se este imóvel” ou simplesmente “aluga-se” está aumentando cada vez mais perante os olhos das pessoas mais observadoras e atentas à cena urbana. Os fatos e dados oriundos do mercado de locação de imóveis residenciais e comerciais mostram com clareza como as condições do jogo mudaram para os inquilinos/clientes e proprietários/fornecedores. A recessão econômica, o desemprego aberto e a enorme perda do poder aquisitivo em função do aumento da inflação são algumas das causas que tornaram a conjuntura bastante favorável aos clientes. Agora eles estão em posição de vantagem nas negociações para renovar um contrato de aluguel ou para celebrar um primeiro contrato.

O maior temor para um proprietário de imóvel é vê-lo desocupado. Com isso vem uma queda ou frustração de receita, acompanhada do pagamento de despesas com IPTU, seguro, taxa de condomínio e até mesmo de água/coleta de esgotos e energia elétrica nos casos em que não são desligadas. Dá para imaginar o drama que uma família que conta com o dinheiro vindo do aluguel de um ou mais imóveis para se somar ao salário do trabalho ou aos proventos de uma aposentadoria.

Encontrar quem queira pagar para pegar as chaves não está fácil... | Foto: Marina Borges

Encontrar quem queira pagar para pegar as chaves não está fácil… | Foto: Marina Borges

A não correção do valor do aluguel pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado, medido pela Fundação Getúlio Vargas) é uma prática que está se generalizando e, em muitos casos, tem sido acompanhada por reduções do valor nominal de 5% a 10%. No caso específico do aluguel de salas desocupadas no Centro de Belo Horizonte existem ofertas em que, nos 3 primeiros meses, o locador paga apenas as taxas de IPTU e condomínio. Nesse tipo de imóvel a demora para encontrar um novo inquilino pode chegar facilmente até 1 ano.

O fato relevante é que a maioria dos proprietários de imóveis tem agido com sabedoria para se reposicionar perante as novas condições do mercado e demonstra seguir o dito popular segundo o qual “é melhor ter um pássaro na mão do que dois voando”.

É claro que, de vez em quando, se ouve relatos de casos em que a ausência de inteligência estratégica prevaleceu e o resultado inevitável foi imóvel vazio e perda de renda. Se “a cada qual com o seu qual”,  a cada um também cabe responder pela suas escolhas.

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