Algum recado?

por Luis Borges 2 de outubro de 2020   Música na conjuntura

O cantor e compositor Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, se estivesse entre nós, teria completado 75 anos de idade no dia 22 de setembro, chegada da primavera no hemisfério Sul. Ele nasceu no Rio de Janeiro em 1945 e faleceu num acidente automobilístico na rodovia PR-280 no município de Marmeleiro, no Paraná, em 29 de abril de 1991, aos 45 anos. Em 1978 ele compôs e cantou a música “Recado”, mesmo nome de seu disco lançado naquele ano, onde mais uma vez ele se posicionou claramente em relação ao seu jeito de ser, seus propósitos e seu aguerrimento em plena vigência da ditadura militar, sempre combatida por ele.

Agora, 42 anos depois, que releitura podemos fazer dessa música? Será que ela nos inspira também a deixar uma mensagem, um aviso, um alerta diante das complexas variáveis que estamos enfrentando na política, na economia, nas condições sociais, culturais, tecnológicas, ambientais e legais que permeiam nossas estratégias de sobrevivência em condições tão adversas?

Já estamos passando pela campanha eleitoral para as eleições municipais que elegerão prefeitos e vereadores em 15 de novembro. Serão muitos ou apenas alguns os recados que serão dados através das urnas? Será que ainda vale o dito popular de que “Quem avisa amigo é”?

Recado 
Fonte: Letras.mus.br

Se me der um beijo eu gosto 
Se me der um tapa eu brigo 
Se me der um grito não calo 
Se mandar calar mais eu falo 
Mas se me der a mão 
Claro, aperto 
Se for franco 
Direto e aberto 
Tô contigo amigo e não abro 
Vamos ver o diabo de perto 
Mas preste bem atenção, seu moço 
Não engulo a fruta e o caroço 
Minha vida é tutano, é osso 
Liberdade virou prisão 
Se é amor deu e recebeu 
Se é suor só o meu e o teu 
Verbo eu, pra mim já morreu 
Quem mandava em mim nem nasceu 

É viver e aprender 
Vá viver e entender, malandro 
Vai compreender 
Vá tratar de viver 
Viver e aprender 
Vá viver e entender, malandro 
Vai compreender 
Vá tratar de viver 

E se tentar me tolher é igual 
Ao fulano de tal que taí 
Se é pra ir vamos juntos 
Se não é já não tô nem aqui.
  Comentários

Publicado por

Publicado em