A ocasião faz as manifestações
Um ano se passou após as manifestações de diversos segmentos e camadas da sociedade brasileira ocorridas por ocasião da Copa das Confederações. Os sinais de insatisfação das pessoas com seus representantes e com as estruturas que lhes dão suporte ficaram claros. Ainda assim, a maioria deles não captou plenamente a mensagem. E também não se preocuparam em buscar soluções concretas para os problemas, mesmo que implementadas num determinado espaço de tempo definido de maneira negociada em função de recursos, prioridades e correlação de forças.
Ficaram imagens e percepções da horizontalidade dos movimentos, mesmo com o assembleísmo de alguns, lideranças difusas, negação à participação de partidos políticos e também a presença de pessoas que não quiseram mostrar a cara. Também ficaram a violência, os confrontos com a polícia, alguns momentos de contemplação da polícia, as quebradeiras e os incêndios.
Faltando 21 dias para o início dos jogos da Copa, os movimentos sociais, as diversas categorias de profissionais em greve e as pessoas atingidas diretamente pelos preparativos para o evento já entraram em campo para fazer valer suas reivindicações, há pelo menos duas semanas.
Ainda que muita gente não volte às ruas, pelo temor da violência dos mais exaltados que quebram e incendeiam bens públicos ou privados, o que fica para ser melhor percebido é a intensidade de cada evento ao longo do país. As manifestações serão mais percebidas pela qualidade política das reivindicações ou pela quantidade de pessoas nos movimentos? O jeito será observar e analisar o processo durante o seu desenrolar. Os fatos e dados vão gerar informações que poderão ser transformadas em conhecimento para orientar a tomada de decisões que nortearão os rumos da sociedade nos seus níveis de convivência. Caminhemos.