Um dos fundamentos da gestão nos ensina que gerenciar é resolver problemas. Conceitualmente, problema é o resultado indesejável de um processo. Por sua vez, processo é um conjunto de causas que provoca um ou mais efeitos. Porém, na medida em que o tempo passa e um problema não é resolvido, tudo fica cada vez mais crônico.

Nesse sentido, quero chamar a atenção para o problema cada vez mais crônico que é o alto desrespeito ao Código de Posturas Municipais no bairro de Santa Teresa, na zona leste de Belo Horizonte. Faz um ano e seis meses que postei uma pensata sobre esse problema, que continua se agravando dia após dia. Por isso ela está sendo republicada e atualizada à luz do que está incomodando e colocando em risco a vida de muitas pessoas. É fundamental que todos os interessados cumpram respeitosamente os critérios estabelecidos em lei para assegurar de maneira organizada o direito de ir e vir de todos no convívio social.

O que está acontecendo na rua Mármore, por exemplo, a principal do bairro, é que alguns estabelecimentos comerciais como bares, restaurantes e mercearias estão usando toda a calçada e parte da pista de rolamento para colocar mesas e aumentar o espaço para atendimento a seus clientes. Alguns até delimitam parte da pista com grades. Tudo fica mais difícil para a circulação de pedestres, de todas as idades, inclusive pessoas com deficiência, que muitas vezes são obrigados a passar entre as mesas, geralmente ocupadas por pessoas eufóricas após tomar algumas cervejas. Quando não é possível, o jeito é passar pela pista de rolamento e, em alguns casos, depois do gradeamento, o que só aumenta a insegurança e o risco de acidentes ou quase acidentes.

Existe o caso de um bar que já coloca mesas até na calçada da Praça Duque de Caxias, que fica em frente. É importante lembrar que a praça é tombada pelo Patrimônio Histórico e sua calçada tem sido usada até para fazer churrasco na modalidade fogo de chão. Existe um outro que utiliza o espaço de um posto de combustíveis vizinho às suas instalações para fazer um pagode às noites de sábado e domingo. O som advindo do evento fica muito além dos limites estabelecidos pela Lei do Silêncio.

Não podemos nos esquecer que o Código de Posturas do município de Belo Horizonte, aprovado pela lei 8616/2003 e modificado pela Lei 9845/2010, estabelece que a colocação de mesas nas calçadas precisa ser licenciada pela Prefeitura, e mesmo assim se a calçada tiver largura acima de 2,75 metros. Já a colocação de mesas e gradeamentos nas pistas de rolamento são simplesmente proibidas. Por outro lado, a Lei do Silêncio de número 9505/2008, que dispõe sobre o controle de ruídos, sons e vibrações, estabelece que o limite para as emissões entre 19h01 até as 22h é de 60 decibéis, de 22h01 às 23h59 é de 50 decibéis e de 0h às 7h é de 45 decibéis.

Vale lembrar que o bairro de Santa Tereza é uma Área de Diretrizes Especiais – ADE segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo, possui em torno de 16.400 mil habitantes segundo o IBGE e estima-se que apenas 10% dos moradores frequentam os seus bares, restaurantes e casas de shows musicais.

Como se vê, é preciso avaliar o desempenho da fiscalização da Prefeitura e sua Administração Regional Leste diante do descumprimento de diversas exigências contidas nas leis de regulação urbana. E como tem sido a fiscalização da Câmara de Vereadores em relação aos atos e omissões do poder executivo municipal?

Cabe também à população do bairro uma maior vigilância para fazer valer os seus direitos como cidadãos, inclusive registrando suas reclamações pelos canais da prefeitura, como o telefone 156 na opção 1 para reclamações, na Ouvidoria, na Zeladoria e na Administração Regional Leste, por exemplo. Quem cala consente!

  Comentários
 
“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.”
Esses versos fazem parte do poema “No Caminho com Maiakóvski” do poeta Eduardo Alves da Costa. Eles me estimularam a escrever esta pensata sobre o que está acontecendo no bairro de Santa Tereza, no que tange ao contínuo desrespeito ao Código de Posturas Municipais e à Lei do Silêncio.
Realmente, não dá para ficar parado diante de tanto desrespeito às regras que regulam o convívio social no espaço urbano.
O que está acontecendo na rua mármore, por exemplo, a principal do bairro, é que alguns estabelecimentos comerciais como bares e restaurantes estão usando toda a calçada e parte da pista de rolamento para colocar mesas e aumentar o espaço para atendimento a seus clientes. Alguns até delimitam parte da pista com grades. Tudo fica mais difícil para a circulação de pedestres, de todas as idades, que muitas vezes são obrigados a passar entre as mesas, geralmente ocupadas por pessoas eufóricas após tomar algumas cervejas. Quando não é possível, o jeito é passar pela pista de rolamento e, em alguns casos, depois do gradeamento, o que só aumenta a insegurança e o risco de acidentes ou quase acidentes.
Existe o caso de um bar que já coloca mesas até na calçada da Praça Duque de Caxias que fica em frente. Existe um outro que utiliza o espaço de um posto de combustíveis vizinho às suas instalações para fazer um pagode às noites de domingo. O som advindo do evento fica muito além dos limites estabelecidos pela Lei do Silêncio. Problema semelhante, mas de maior dimensão, existe numa casa de shows musicais e eventos que fica a 3 quarteirões dali – Rua Conselheiro Rocha – cujo alvará de funcionamento dado pela Prefeitura Municipal colocou como uma das condicionantes o isolamento acústico do local. A vizinhança reclama bastante, principalmente das músicas que ecoam até as 3 horas da madrugada, o que só aumenta a poluição sonora, notadamente nos finais de semana. Alie-se a isso o caos instalado nas ruas que dão acesso à casa.
É importante lembrar que o Código de Posturas do município de Belo Horizonte aprovado pela lei 8616/2003 e modificado pela Lei 9845/2010 estabelece que a colocação de mesas nas calçadas precisa ser licenciada pela Prefeitura, e mesmo assim se a calçada tiver largura acima de 2,75 metros. Já a colocação de mesas e gradeamentos nas pistas de rolamento é simplesmente proibida. Por outro lado, a Lei do Silêncio de número 9505/2008 que dispõe sobre o controle de ruídos, sons e vibrações estabelece que o limite para as emissões entre 19h01 até as 22h é de 60 decibéis, de 22h01 às 23h59 é de 50 decibéis e de 0h às 7h é de 45 decibéis.
Vale lembrar que o bairro de Santa Tereza é uma Área de Diretrizes Especiais- ADE segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo, possui em torno de 16.400 mil habitantes segundo o IBGE e estima-se que apenas 10% dos moradores frequentam os seus bares, restaurantes e casas de shows musicais.
Como se vê, é preciso avaliar o desempenho da fiscalização da Prefeitura e sua Administração Regional Leste diante do descumprimento de diversas exigências contidas nas leis de regulação urbana. E como tem sido a fiscalização da Câmara de vereadores em relação aos atos e omissões do poder executivo municipal?

Cabe também à população do bairro uma maior vigilância para fazer valer os seus direitos como cidadãos, inclusive registrando suas reclamações pelos canais da prefeitura, como o telefone 156 na opção 1 para reclamações, na Ouvidoria, na Zeladoria e na Administração Regional Leste, por exemplo. Quem cala consente!

  Comentários
 

As preocupações com aquecimento global, mudança do clima nas quatro estações clássicas do ano, seca, geada, crise hídrica e de energia elétrica estão em evidência nas diversas mídias em variadas abordagens. Entretanto, não aparecem com a mesma frequência os problemas trazidos pela poluição sonora e seus impactos para os seres humanos e os animais, que fazem parte do ecossistema. Mas por que trazer à tona mais uma preocupação diante de tantas outras que já estão a nos incomodar? Acontece que o nosso sistema auditivo tem perdas significativas, mas silenciosas, ao longo do tempo de exposição aos barulhos, ruídos e sons acima de determinados limites.

Meu ponto aqui é relatar a percepção que tenho do aumento vertiginoso do nível de barulhos no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, onde resido há 33 anos. Se for feito ou atualizado o mapa acústico do bairro, veremos que o trem de ferro, que circula ininterruptamente 24 horas diariamente nos sete dias da semana, é a garantia de barulho permanente.

Tudo decorre da passagem de até 50 composições diárias do trem de ferro com dezenas de vagões de carga. Ao passar pelo bairro de Santa Tereza indo da ponte sobre a Avenida do Contorno até a Avenida Silviano Brandão, a composição se arrasta durante pelo menos 5 minutos em cada trecho, que é cercado e faz divisa com as residências a partir da beirada da cerca. Além do barulho naturalmente incômodo da composição, ainda vem os sucessivos e longos buzinaços, independente da hora em que passa, seja dia, seja noite, inclusive na alta madrugada.

Alega-se que isso é feito como um sinal de alerta para alguém que esteja parado na linha ou fazendo a travessia. Acontece que os trilhos que fazem a linha sobre os dormentes são cercados, o que dificulta bastante o acesso de pessoas, embora existam aquelas que conseguem furar o bloqueio da cerca. Dá para contar nos dedos das mãos qual é a frequência diária desse tipo de ocorrência.

Um buzinaço desse ecoa por todo o bairro e também nos bairros vizinhos, notadamente os que acontecem de madrugada.

Outro momento muito desagradável é quando o trem de ferro fica parado na região da estação Santa Efigênia do metrô de superfície da CBTU acionando o motor da locomotiva de 3 em 3 minutos durante 60 minutos na maior parte dos casos. Imagine o desconforto disso durante a madrugada, na alvorada do dia, na hora do almoço, no crepúsculo do dia ou à meia-noite. O descontentamento dos moradores é crescente e circula entre eles uma proposta reivindicando que haja um toque de recolher para os trens das 23 horas até as 6 da manhã. Outros moradores mais antigos se lembram do MOREL – Movimento para a Retirada das Linhas dos Trens do Centro de Belo Horizonte.

Não está nada fácil aguentar a barulheira, e vale lembrar que existem barulhos vindos também de casas de shows e eventos sem a devida proteção acústica além do trânsito das ruas e avenidas mais movimentadas nos horários de pico. E olha que Belo Horizonte possui a Lei do Silêncio 9.505/2008 que regulamenta os níveis de emissão de sons e ruídos nas diversas atividades em seus respectivos horários, mas a fiscalização do seu cumprimento ainda deixa muito a desejar. É o que temos para hoje, enquanto ouvimos, sem mobilização mais forte dos moradores, o barulho dos trens de ferro em Santa Tereza.

  Comentário
 

Faz tempo que dona Lindalva Paiva cultiva um pé de jabuticaba no quintal de sua casa no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte. No início ele chegou na forma de uma muda e logo em seguida ficou 10 anos num grande vaso bem à frente do alpendre. A seguir ele foi transferido para uma área mais próxima do fundo do quintal onde já está por outros 10 anos e só tende a prosseguir. Agora o pé de jabuticaba já está bastante frutífero de julho para cá embora muitas jabuticabas já tenham sido colhidas. Estão bem docinhas.

Jabuticabas em Santa Tereza

Como se vê é apenas um pé, mas já faz a alegria de todos que freqüentam a casa, pois, aliás, todos gostam das jabuticabas e sua árvore.

Sabemos também que alguns outros quintais de Santa Tereza possuem um ou mais pés de jabuticaba. O bairro tem em torno de 16 mil habitantes segundo o IBGE.

Jabuticabas

  Comentários
 

A Constituição Brasileira assegura a todos nós o direito de ir e vir. Mas como ir e vir à pé, no patinete ou no veículo automotor diante da cada vez maior quantidade de pedras distribuídas de todas as maneiras pelos caminhos que trilhamos?

Moramos na cidade, num bairro, numa determinada rua e, mais especificamente, num lote em que foi construído um barracão, uma casa ou um edifício de apartamentos, por exemplo. Sair de lá e retornar para lá faz parte do processo cotidiano em busca das melhores condições de vida, trabalho e lazer. Acontece que esse ir e vir está ficando cada vez mais complicado, principalmente nos horários de maior demanda para o trânsito.

É o caso do bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, e também de diversos outros, onde é alto o índice de reclamações por parte dos moradores bem como daqueles que frequentam o bairro a lazer ou a trabalho. Quais seriam as principais causas desse problema cada vez mais crônico? Tomando como exemplo o bairro de Santa Tereza e as três ruas que dão acesso à entrada e à saída do bairro a partir da Avenida do Contorno, no bairro Floresta, para quem está num veículo, veremos que o caminho quase obrigatório – e mais usado – é a Rua Hermílio Alves, com mão direcional nos dois sentidos. Ela dá acesso ao interior do bairro pela Rua Mármore, a mais importante do ponto de vista comercial, enquanto a principal saída se dá pela Rua Salinas, que tem mão única até se encontrar com o final da Rua Hermílio Alves para daí prosseguir até o início dessa rua na esquina com a Avenida do Contorno.

Mapa de parte do bairro de Santa Tereza. | Fonte: Google Maps

É claro que uma coisa é chegar de automóvel com uma ou duas pessoas, motocicleta, bicicleta, ônibus, táxi, cada um com as suas especificidades e atitudes perante as regras do trânsito. Outra coisa é andar em qualquer das calçadas pouco amigáveis e muitas vezes ocupadas em desacordo com o código de posturas municipais. Como acredito que tudo começa com a gente vou citar inicialmente algumas causas do problema que são devidas às atitudes das pessoas.

A observação e análise dos acontecimentos mostra que o não cumprimento dos padrões definidos pela legislação de trânsito por parte de uma parcela dos condutores de veículos atrapalha muita gente de diversas maneiras. Isso vai desde a velocidade acima do limite, passa pela falta de sinalização de intenção dos condutores de veículos através de seta, farol e vai até estacionar um carro sem observar se é preciso ficar afastado pelo menos 5 metros da esquina. Também são notórios dispositivos colocados ao longo das calçadas, notadamente nas esquinas, que tiram a visão de quem vai fazer conversões à esquerda ou à direita, como acontece na Rua Mármore nas esquinas com as ruas Gabro e Ângelo Rabelo. Existem também aqueles que param seus veículos em fila dupla, com ou sem pisca-alerta ligado, os que estacionam de qualquer jeito, longe do meio-fio e abrem a porta no sentido da pista de rolamento sem olhar o fluxo do trânsito bem como aqueles que buzinam para quem está à frente ou fazem uma irritante pressão silenciosa tentando abrir passagem. Tem também os motoqueiros ultrapassando os automóveis de qualquer maneira, pela esquerda ou direita, em atos imprudentes que geram insegurança, quase acidentes e também acidentes.

Olhando pelo lado do poder público, que também é exercido por pessoas em suas diversas instâncias, é importante observar como são feitos o planejamento e a gestão do trânsito no bairro de Santa Tereza e em outros bairros da cidade. Percebo que a empresa municipal BHTRANS, gerenciadora do sistema viário, prioriza a região centro-sul da cidade e os grandes corredores, mas dá pouca atenção ao interior dos bairros. No caso do bairro de Santa Tereza várias perguntas poderiam ser feitas e melhor estudadas a partir dos fatos e dados do trânsito. Será que a atual configuração das vias do bairro, com mão única, mão dupla, estacionamento de veículos nos dois lados das pistas… ainda é a mais adequada diante da quantidade de veículos em circulação? Como estão as sinalizações nas pistas por meio de placas ou de semáforos orientadores para a circulação de pessoas que andam a pé ou nos veículos? É possível uma fiscalização presencial aleatória, ainda que por amostragem, que vá além da blitz da Lei Seca ou por meio eletrônico?

Enquanto cada um cuida de si só nos resta considerar que isso é o que temos para hoje.

  Comentários
 

Quem passou pela Rua Nefelina, mais precisamente nas proximidades do Beco do André, no Bairro de Santa Tereza na manhã da segunda-feira 10 dezembro viu que o tradicional lixão daquele local continua sempre crescente e cada vez mais exuberante conforme mostram as fotografias deste post.

Lixo acumulado na rua Nefelina, em Santa Tereza, no dia 10/12. | Foto: Sérgio Verteiro

Para efeitos comparativos, basta olhar esta postagem de 15 de janeiro deste ano mostrando o mesmo local.

Como se vê tudo continua como sempre esteve e o que só aumentou foi a quantidade e a variedade do que tem sido descartado naquele local. A sensação é de que o lixão está definitivamente incorporado à paisagem do bairro, sempre muito bem abastecido pela população independentemente do vento, do frio, do calor, da chuva e do Sol.

Ainda o lixo acumulado na Rua Nefelina, em Santa Tereza, no dia 10/12. | Foto: Sérgio Verteiro

Quando será que a Prefeitura de Belo Horizonte, sua coordenação Regional Leste e a Superintendência de Limpeza Urbana buscarão uma solução definitiva para esse problema crônico, como aconteceu no Bairro União que tinha problema semelhante?

É claro que a SLU mitiga o problema coletando o lixo local a cada sete dias. Mas assim que o caminhão passa começam iniciam as contribuições das pessoas para o ciclo dos sete dias seguintes conforme mostra a fotografia postada a seguir.

No fim da tarde do dia 10/12 a SLU limpou o local. No dia 11/12, já havia lixo acumulado novamente. | Foto: Sérgio Verteiro

Até quando conviveremos com tudo isso? Depende de nós e dos gestores municipais, que estão “governando para quem precisa”.

  Comentários
 

O interfone de minha casa foi acionado por duas vezes, quase que sem intervalo entre uma chamada e outra, denotando uma certa ansiedade de quem estava no portão. Era Dona Penha, de Cachoeiro do Itapemirim, nossa vizinha de duas décadas. Ela veio nos trazer uma notícia que entristeceu a nossa tarde de terça-feira, 31 de julho.  Tratava-se do falecimento da senhora Affonsina Patto Gomes, ou simplesmente e carinhosamente chamada de Dona Cicinha, que estava com 94 anos de idade. Ela veio a óbito no entardecer do domingo anterior, 29/07, 11 anos após a partida de seu marido, o senhor Sebastião Barroso Gomes. O casal teve seis filhos, sendo três meninas conhecidas como as três Marias – Cristina, Tereza e Antonieta – e três meninos – Eurico, Eduardo e Hermínio – que lhes deram 15 netos e 14 bisnetos.

D. Cicinha

Dona Cicinha morou no bairro de Santa Tereza durante 55 anos, dos quais 44 foram na Rua Capitão Procópio a partir de Janeiro de 1963 e os outros 11 na Rua Azurita, após o falecimento do Senhor Barroso. Mesmo sabedor da finitude da vida para cada um de nós, não dá para esconder a surpresa e a tristeza que a notícia trouxe para a minha família e os nossos amigos que com ela conviveram. Vieram à mente saudosas lembranças. Grande amiga e o também amigo senhor Barroso com os quais convivemos nos últimos 10 anos em que moraram na Rua Capitão Procópio, mais precisamente de 1997 a 2007. Não é todo dia que temos a graça de encontrar vizinhos tão bons, de fácil convívio e muito solidários. Dona Cicinha e seu marido eram apaixonados torcedores do Galo (Atlético), mas sempre tiveram um ótimo convívio com os torcedores do Coelho (América) como eu e o Carlos, genro deles casado com a primeira Maria, a Cristina. Dona Cicinha adorava música, as plantas muito bem cuidadas de seu jardim, cozinhava muito bem, sempre nos brindou com um delicioso café em sua casa. Nunca deixou de ter um olhar para o lado social e até pouco tempo atrás era uma exímia costureira em seu trabalho voluntário num grupo do Lions Clube.

Eu poderia narrar aqui muito mais coisas sobre ela e o também criativo senhor Barroso, mas o intuito aqui nesse pequeno espaço é registrar e render uma homenagem à dona Cicinha pelo conjunto de sua obra em vida. Ficará sempre a saudade de uma grande mineira que nasceu em Ribeirão Vermelho, veio para Belo Horizonte aos 7 anos para morar na Rua Salinas, no Bairro da Floresta, foi para Tumiritinga após se casar em 1947, voltou a Belo Horizonte em 1958 para morar novamente no Floresta e finalmente chegar a Santa Tereza em 1963,  no bairro onde um dia tive a honra de conhecê-la.

Entendo que dona Cicinha apenas partiu antes de nós, mas tornou-se uma reluzente estrela nos céus de Santa Tereza, que nos faz lembrar dela sempre com muitas saudades.

  Comentários
 

De vez em quando é bom dar uma olhada para trás e verificar se um determinado problema urbano foi solucionado ou se simplesmente tornou-se crônico. Ilustra bem esta situação, infelizmente pela cronificação do problema, o caso do lixo a céu aberto que se consolidou na paisagem da Rua Nefelina, no bairro de Santa Tereza.

Em dezembro de 2016 mostramos a situação aqui no Observação & Análise. Um ano depois, no fim de dezembro de 2017, voltamos à rua e registramos nas fotografias a seguir que a situação permanece.

Foto: Sérgio Verteiro

Quem andar um pouco mais pela vizinhança perceberá, também, outros pontos de descarte de lixo bem exuberantes na esquina da Rua Clorita com Rua Gabro, nas proximidades do campo de futebol da Rua Conselheiro Rocha e ao lado da passarela que dá acesso à estação Santa Efigênia do metrô pela mesma rua.

O lixo acumulado ao longo de 7 dias é recolhido toda quarta feira pela Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte, mas com frequência na manhã do dia seguinte é possível verificar que um novo processo de acumulação teve início, como mostrado na fotografia abaixo.

Foto: Sérgio Verteiro

O desafio de solucionar o problema continua. Mas tenho a sensação de que todos já se acostumaram com a paisagem consolidada e muitos são os que contribuem para a sua manutenção.

  Comentário
 

A cidade de Belo Horizonte completará, em dezembro próximo, os seus 120 anos de existência. Como é de se esperar, muitas serão as celebrações e exaltações pelo feito e provavelmente serão bastante enaltecidas todas as coisas belas e prazerosas da cidade. Espero que a ocasião também seja uma oportunidade para se reconhecer os problemas crônicos que a cidade possui e que propostas para as suas soluções sejam apresentadas e ouvidas por quem de direito. Dá até para imaginar a quantidade de problemas que virão à tona se as pessoas ficarem mais atentas, observadoras e analíticas em relação às coisas que são varridas para debaixo do tapete.

Viaduto Santa Tereza | Foto: Marina Borges

Vou ilustrar o que estou falando com o exemplo do Viaduto Santa Tereza, um dos símbolos da cidade inaugurado em setembro de 1929, que liga o Centro aos bairros Floresta e Santa Tereza. Se muita gente passa diariamente a pé ou em veículos motorizados sobre os 390 metros de extensão do viaduto, outras pessoas também podem precisar dos banheiros que ficam embaixo do viaduto na Rua Aarão Reis, no espaço artístico e cultural da Praça da Estação.

Banheiro sob o Viaduto Santa Tereza | Foto: Sérgio Verteiro

As fotografias deste post são uma pequena amostra das condições de conservação em que se encontra este espaço público, principalmente levando-se em consideração que praticamente inexistem sanitários públicos no centro da cidade.

Banheiro sob o Viaduto Santa Tereza | Foto: Sérgio Verteiro

Você se lembra de outros problemas da cidade que estão escondidos e permanecem no anonimato?

  Comentários
 

Olhar, olhar; mirar, mirar. Eis o fundamento que continua com validade permanente para nos ajudar a  perceber os detalhes da cidade de Belo Horizonte e dos bairros em que moramos, trabalhamos, frequentamos, buscamos amigos, lazer, cuidados com a saúde… Se vale elogiar o que está funcionando bem, como sonham em ouvir os gestores públicos, mais vale ainda mostrar o que está ruim, o que não está funcionando ou nem existe, mas que precisa de solução o quanto antes.

Foto: Sérgio Verteiro

A primeira condição para resolver um problema é identificá-lo e admitir que ele existe. Isso já é, no mínimo, a metade da solução. Quem transita mais pelas principais ruas e praças do bairro bem que poderia dar uma passada na longa Rua Conselheiro Rocha, que faz divisa com as linhas do metrô e do trem de ferro ao longo de boa parte da Avenida dos Andradas.

Foto: Sérgio Verteiro

Verdadeiros bota-fora de construção civil e similares, como mostram as fotografias deste post, estão presentes ao longo da rua. Muitas são as causas, que podem estar nas pessoas, nas empresas, na Prefeitura Municipal… Mas o problema deve ser resolvido em nome da qualidade de vida de uma sociedade que se diz civilizada.

  Comentários