Resta-nos a utopia
* por Sérgio Marchetti
Chega de notícias ruins. Chega de tanta corrupção. Chega de jornais sangrentos tingidos com o sangue de tantas pessoas.
Chega de desemprego, de choro e de mentiras. Chega de inadimplência, de desvios de dinheiro. Chega de falar de político desonesto, pois já virou pleonasmo. Chega de recordes de mortes violentas. Não quero ler mensagens tristes, nem assistir a filmes sobre o holocausto. Vamos dar um basta nos programas ruins nas emissoras de televisão e nos apelos sexuais nas novelas, filmes e teatros brasileiros. Vamos acordar… Uma bunda de silicone não pode valer mais do que um cérebro. Chega de baixaria, de grosseria, de palavrão.
“Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder/ o que não dá mais pra ocultar e eu não quero mais calar…/ Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar/ e se perder e se achar e tudo aquilo que é viver… / Não dá mais pra segurar, explode coração” (Gonzaguinha).
Convido a todos – e aqui me incluo – a rever nossas atitudes. Não sendo religiosos, lembremo-nos do efeito bumerangue – o que vai, volta. Sendo pessoas de fé, lembremo-nos de que Jesus disse que é o que sai da boca do homem que o macula. Só depende de nós.
“Depende de nós/ quem já foi ou ainda é criança/ que acredita ou tem esperança/ que faz tudo pra um mundo melhor./ Depende de nós/ se este mundo ainda tem jeito/ apesar do que o homem tem feito/ se a vida sobreviverá” (Ivan Lins).
Em 2017 quero ver circular a energia positiva. Contem-me uma história que me faça acreditar na humanidade. Quero compartilhar o sucesso das pessoas e, caso chore, que seja de alegria. “Este ano quero paz no meu coração/ quem quiser ter um amigo/ que me dê a mão.” O que eu quero é ouvir notícias boas.
E outra vez é Natal e um novo ano se anuncia. O fim de um ciclo e o inicio de outro que renova as esperanças. Desejo que a fé vença o medo que a decepção nos traz. E que os sentimentos que o Natal nos inspira possam derrubar todos os obstáculos. Que nos seja permitido sonhar e realizar desejos contidos e aprisionados nas masmorras de nossos corações. E que ninguém possa ter o direito de nos fazer infelizes. Afinal, comemoramos o aniversário de um menino que, quando nasceu, o mundo tornou a começar. Que seja também nosso recomeço.
Paz, saúde, alegria, sucesso e muito, muito, muito amor.
Quando escrevia esta crônica fui surpreendido pela notícia da queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense, além de várias outras pessoas. Que lástima! Que Tristeza! Que fatalidade! Que peça que a morte pregou! Para todas as vítimas o sonho acabou. Como somos frágeis e desprotegidos. Lamento profundamente e externo minhas condolências a todos que perderam seus familiares e amigos.
* Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br.