Curtas e curtinhas

por Luis Borges 12 de julho de 2023   Curtas e curtinhas

Câmara Municipal de Contagem rejeitou aumento salarial de 60% para vereadores

A Câmara Municipal de Contagem rejeitou por unanimidade na terça-feira, 11 de julho, um aumento salarial de 60% para os vereadores da próxima legislatura, período de 2025 a 2028.

O projeto havia sido aprovado em primeiro turno por 19 dos 21 vereadores, em rápida tramitação. Entretanto, recebeu duras críticas da população da cidade, inconformada com o aumento de 60% no valor dos salários, que passariam de R$ 13,5 mil para R$ 22 mil mensais.

Como estamos a menos de 15 meses das eleições de 2024, os vereadores não tiveram outra alternativa a não ser a rejeição da proposta anterior num recuo rápido para tentar uma sobrevida política.

É importante lembrar que, no final do ano passado, a Câmara aprovou o aumento de mais 4 vagas para a próxima legislatura, o que elevará para 25 o número de vereadores na Casa, que recebe 4,5% do orçamento municipal para bancar seu funcionamento.

Supermercados querem a antecipação da vigência da Reforma Tributária

A Associação Brasileira de Supermercados – Abras vai apresentar ao Ministério da Fazenda uma proposta de antecipação da vigência da Reforma Tributária, ou seja, querem encurtar os prazos previstos até 2033.

Aprovada na semana passada em dois turnos pela Câmara dos Deputados, a reforma ainda precisa ser votada pelo Senado Federal a partir de agosto e muitos temas ainda dependerão da aprovação através de projetos de lei. Mesmo assim, ainda falta discutir e aprovar a reforma do imposto sobre a renda e o patrimônio.

Pelo que se vê, ainda vai passar muita água debaixo da ponte, pois também já se fala em fatiar a proposta para revisão no Senado, a casa revisora de leis. Quanto às liberações das emendas parlamentares, basta lembrar que isso é um pré-requisito para que as coisas caminhem.

O fim das praças de pedágio em rodovias está próximo

O Ministério dos Transportes informou que a implementação do Trânsito Livre (Free Flow) como exigência nas rodovias concedidas no Brasil deve dobrar o uso de tags (etiquetas) automáticas em veículos nos próximos dois anos.

Já a Associação das Empresas de Pagamento Automático – Abepam afirma que atualmente existem 12 milhões de motoristas usando algum meio de pagamento por tags. Esse número cresceu 50% desde março de 2020.

A maior facilidade para o pagamento dos pedágios, com os lançamentos diretos num cartão de crédito e desobrigando o condutor de parar o veículo, não deve nos impedir de lembrar que esse é mais um custo, além do IPVA, para se ter uma rodovia em boas condições de uso.

A entrega de cargas via modal aéreo

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil – Anac, a Azul Cargo, empresa de logística da Azul – Linhas Aéreas Brasileiras – concentrou 34% do mercado de entregas aéreas de cargas e correios no período de janeiro a maio desse ano. A empresa atende 5 mil cidades, quase 90% dos municípios do país, e possui 300 lojas abertas. A meta é encerrar o ano com 45 novas lojas em operação.

Em seguida vem a Latam Cargo, que consegue cobrir quase 3.500 cidades, e a Gollog, que atinge a 4.100 cidades.

Haja querosene de aviação para ser queimado enquanto falamos em sustentabilidade ambiental e energia limpa.

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Não descartem seus talentos

por Convidado 5 de julho de 2023   Convidado

por Sérgio Marchetti*

Como muitas pessoas já sabem, a visão sistêmica nos possibilita enxergar o todo. Ou seja, é a capacidade de identificar os processos, a ligação e sintonia entre eles, seus responsáveis e o funcionamento da engrenagem na realização dos trabalhos. Isso é o que faz uma organização atingir seus objetivos. Hoje, a significativa melhoria de padrões de qualidade se deve ao domínio dessa visão e de seus processos. Fatores como controle das atividades, pouquíssima aceitação de erros, análise de falhas, apontamento da incidência e reincidência do erro, indicadores, retenção de talentos, treinamento, desenvolvimento e trabalho de equipe é que fazem a diferença entre obter êxito ou fracassar.

Já falei a respeito desse tema, inclusive estabelecendo um paralelo entre empresas e times de futebol que, atualmente, são associações ou clubes-empresa. E, falando nisso, cadê o Galo que iria ser um dos grandes clubes do mundo? Não há de ser grande apresentando um futebol medíocre como tem feito nos últimos meses. Em várias partidas, inclusive recentemente contra o América, além de ter sido inferior em todos os números do scout e do excessivo erro de passes, a defesa não ganhou uma disputa no alto. Não é maneira de falar, leitores torcedores, são indicadores de que em alguns jogos, aponta-se que 100% das bolas foram ganhas pelos adversários. É possível isso?

Diante de tal constatação, devemos buscar as causas do problema. Mas, assim como na doença, somente se obterá resultado satisfatório se o paciente reconhecer que tem a enfermidade. Após conscientização e aceitação vem a análise. E, no Atlético, especificamente, desde que o Allan se contundiu, o time teve queda considerável de rendimento. Mas, “talvez por ignorância ou maldade das pior furaram os olhos do…”  Galo para ele assim jogar pior. E cederam o referido jogador ao Flamengo para reforçar o adversário. E, com uma generosidade típica de um filantropo, o “Galão da massa” abriu mão de conquistar títulos, reforçando equipes como Vasco, Fluminense, Bragantino e outros.  “O amor é lindo”.

Sei que há justificativas para os descartes de profissionais. A situação financeira é a mais forte delas. Então faltou planejamento, porque há dois anos ouvimos que seria um time do mundo.  De qual mundo? Do quarto mundo?

O que concluímos é que houve mudança de objetivo e, por estar tão clara a dificuldade do Clube, sugerimos, aqui nestas poucas linhas, que façam uma reflexão sobre o “que” desejam conquistar e “quando”. Entretanto, não devem se esquecer de colocar o “como fazer” para chegar lá. E, considerando que os clubes se transformaram em empresas, a razão deve prevalecer sobre a emoção, mas é essencial que saibam os pontos fortes para conservá-los e potencializá-los, analisar as necessidades de melhorias urgentes e não urgentes e, imediatamente, buscarem correção para minimizar os fracassos. E, assim como na empresa, carecem de treinar o básico (dar passe, jogar para frente, saltar melhor do que o adversário, etc).

Seguindo as orientações do famoso gestor Dave Ulrich, uma organização deve trabalhar na melhoria de seus talentos.  E, talento, segundo o estudioso, pode ser entendido em três palavras: competência (conhecimento, habilidade e atitude), comprometimento e contribuição.

Vamos “pra cima”, Galo!

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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Desde 1994 que a Reforma Tributária aparece nas análises de conjuntura e cenários de quem faz planejamento e reposicionamento estratégico estruturado para seus negócios, como ameaça para alguns segmentos da economia e como oportunidade para outros.

Apesar de sempre citada como uma necessidade premente e vendida como mais uma panaceia para quase todos os males existentes no país, o fato é que só nos últimos três anos chegaram ao Congresso Nacional propostas mais estruturadas para início das discussões sobre um tema tão complexo e impactante.

Entretanto, alguns aspectos precisam ser mais bem observados e compreendidos para que se faça algo consistente e compatível com a realidade lastreada pelo conhecimento, fatos e dados. Não dá para aprovar nada a toque de caixa, empurrando goela abaixo algo tão estratégico. Aliás, melhor seria fazer antes uma reforma administrativa para se conhecer o tamanho do Estado – União, estados e municípios – buscando dimensionar uma suportável capacidade de se pagar tributos por parte da sociedade. Algumas premissas fundamentais são a austeridade nos gastos do Estado, teto para a remuneração das castas de servidores públicos, nada de mordomias, gestão pela qualidade dos serviços prestados e nenhum aumento da alta carga tributária atual, por exemplo. É importante lembrar que em 1993 a carga tributária brasileira equivalia a 22% do Produto Interno Bruto (PIB) e atualmente, 30 anos depois, está em torno de 35% do PIB.

Fico me lembrando da Reforma Trabalhista, aprovada em 2017, que foi vendida como uma grande saída para o crescimento do nível de emprego e deu no que deu. Seria possível hoje uma contrarreforma? Também me lembro agora da reforma da Previdência Social do setor privado, aprovada em 2019, com crescimento dos requisitos para a aposentadoria a começar pelo aumento da idade mínima de homens (65 anos) e de mulheres (62 anos), e tempo de contribuição de todo o período trabalhado e não mais de 80% das maiores contribuições, deixando de fora do cálculo as 20% mais baixas.

No momento, a Câmara dos Deputados fala em aprovar o texto da Reforma Tributária até 15 de julho, visando uma simplificação do processo de cobrança de tributos – impostos, contribuições e taxas, mas deixando de fora, para análise no segundo semestre, o imposto sobre a renda e o patrimônio. O que está sendo proposto é o Impostos Sobre Bens e Serviços – IBS , sendo um para o plano Federal, englobando o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e outro IBS para os estados a ser composto pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) hoje recolhido pelos municípios. Faltando menos de 20 dias para a data marcada para a aprovação da última versão da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), aumentam os questionamentos de setores como serviços, comércio e agronegócio diante do aumento da carga tributária em função das alíquotas estabelecidas.

Segundo um estudo da Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo – CNC, a proposta atual pode resultar em aumento de impostos em diversos setores do comércio e serviços.

Como ficarão os pequenos municípios diante de tudo isso? Cerca de 3.770 municípios (67,7%) possuem população abaixo de 20 mil habitantes e concentram 31,6 milhões de habitantes, o que corresponde a 14,8% da população país.

Como se vê, são muitas as perguntas e questionamentos e o que eu citei aqui é uma pequeníssima amostra desse universo. As variáveis são tão complexas que a previsão é de que toda a Reforma proposta estará totalmente implementada até o ano de 2078.

É o que temos para hoje.

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Decisões médicas conflitantes

por Luis Borges 21 de junho de 2023   Pensata

Na semana passada, tomei conhecimento de dois acidentes surpreendentes que ocorreram com pessoas com quem tenho uma amizade viva que se aproxima de cinco décadas.

O primeiro caso ocorreu na quarta-feira, 14/06, quando a amiga descia uma escada em sua casa. Ela usava chinelos, se desequilibrou e caiu sentada, mas bateu o ombro fortemente na parede lateral. A intensa dor veio imediatamente e o jeito foi procurar o pronto atendimento de um hospital que atende ao seu plano de saúde regido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. Vale lembrar que, segundo a agência reguladora e fiscalizadora, cerca de 25% da população do país possui algum tipo de plano de saúde, com variados tipos e limites técnicos.

Após 5 horas no hospital, variados exames de imagem e outros procedimentos pertinentes, o profissional médico que liderou o atendimento concluiu que houve 4 fraturas no ombro direito, mas recomendou um tratamento conservador com duração inicial de 6 meses. Disse que é cirurgião especializado em ombros, que adora fazer cirurgias, mas que esse procedimento não era o recomendado para o caso dela. Ainda assim, ela procurou um segundo especialista, que ratificou o tratamento indicado pelo colega.

Na quinta, 15/06, a outra amiga tropeçou numa pequena saliência na área de serviços do seu apartamento, em fase final de obras, onde será instalado um armário. Ela bateu a cabeça no chão e com impacto maior no lado direito, na parte logo acima do olho. O local ficou bastante roxo, o suficiente para chamar a atenção de pessoas, que querem saber o que aconteceu.
Sentindo dor de cabeça, tendo náuseas e em busca de uma melhor compreensão para os efeitos do acontecido, a amiga procurou imediatamente um hospital próprio do seu plano de saúde, que é da categoria empresarial e tem cobertura máxima para todos os serviços.

Na triagem do início do processo de atendimento, uma jovem profissional médica indicou a necessidade de se fazer alguns exames de imagem, principalmente devido ao fato da cabeça ter batido no chão. Na etapa seguinte do processo, ela foi atendida por um profissional médico mais idoso, especializado em traumatologia, que discordou totalmente da indicação da jovem colega e iniciou um discurso equivocado na forma e no conteúdo. Ele disse à minha amiga que as pessoas procuram médicos por qualquer coisa. Afirmou que no caso dela não valeria a pena se expor à radiação dos exames solicitados pois eles não eram relevantes para o caso.

Em seguida, pediu que ela fizesse alguns movimentos com a cabeça, falou que estava tudo bem e disse num tom de comando que estava lhe dando alta. Nesse instante, entrou na sala um jovem médico com a ficha da próxima pessoa a ser atendida e informando que era um caso de queda. O traumatologista retrucou dizendo que a sua jornada de trabalho estava próxima do fim e bradou para a minha amiga que provavelmente seria mais um caso semelhante ao dela.

Enquanto a cabeça da amiga ainda dói e o roxo do rosto começa a clarear após 5 dias do ocorrido, fico pensando no conflito entre as decisões tomadas no processo de atendimento que ela recebeu no hospital. Será que está em curso uma política de redução de custos por decreto em nome do equilíbrio financeiro do plano de saúde e do seu hospital próprio?

Por que a direção do hospital não consegue fazer um alinhamento entre os profissionais médicos, jovens e mais experientes, segundo o padrão técnico dos processos?

O fato é que todo cliente, ao contratar um plano de saúde, tem como expectativa receber um serviço conforme as características de qualidade especificadas, preço compatível e atendimento civilizado, respeitoso na relação entre o fornecedor e o cliente.

Como se vê, estamos longe da excelência na gestão da saúde, também no setor privado. Que peleja para enfrentar qualquer problema com a nossa saúde!

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 14 de junho de 2023   Curtas e curtinhas

Aumento de preços de planos de saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS autorizou um aumento de até 9,63% nos preços dos planos de saúde individuais e familiares para vigorar retroativamente a partir de 1º de maio. No período de 12 meses entre maio/22 a abril/23, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA do IBGE foi de 4,18% e os assalariados terão que negociar muito para repor esse índice em seus salários.

Segundo a ANS, atualmente existem no Brasil 50,6 milhões de consumidores de planos de saúde, dos quais 8,9 milhões (17,5%) são de planos individuais e familiares.

Já a Associação Brasileira dos planos de saúde – Abramge queria um aumento bem maior por causa da inflação médica e perdas acumuladas em exercícios anteriores, mesmo com o aumento de 15,5% nos preços do ano passado.

Vale lembrar que os preços dos planos de saúde coletivos e empresariais são negociados diretamente com as operadoras, sem a participação da ANS.

Como se vê, é preciso lutar permanentemente pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde – SUS, pois os preços dos planos de saúde privados cada vez cabem menos no orçamento das pessoas e suas famílias.

Segundo o artigo 196 da Constituição Brasileira, “a saúde é um direito de todos e dever do Estado”.

Argentina aceitará PIX para receber pagamentos de brasileiros

Uma Fintech é um tipo de empresa que fornece serviços financeiros através da tecnologia. Nesse sentido, a fintech norte-americana Fiserv vai disponibilizar aos comerciantes da Argentina pagamentos através do Pix nas compras feitas em suas lojas. Essa possibilidade trará uma facilidade aos brasileiros, pois eles não precisarão ir às casas de câmbio locais para efetuar a compra de dólares ou pesos argentinos.

As operações serão realizadas por meio do QR code, com a geração de valores a serem pagos em reais. Já estarão embutidas no momento da compra a conversão cambial e a taxa de Imposto sobre Operações Financeiras – IOF incidentes.

Como podemos constatar, o PIX continua avançando cada vez mais no mercado de transações financeiras. Brevemente, pelo visto, quem não tiver PIX ficará fora do jogo.

Um Selo Nacional para a Desjudicialização

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, existem 78 milhões de processos em andamento no país, o que só encarece o custo do poder Judiciário, que nesse ano consumirá R$ 101 bilhões do Orçamento da União.

É grande a busca da judicialização para resolver conflitos. Em 2021, foram iniciados quase 28 milhões de novos processos judiciais, enquanto outros 27 milhões foram encerrados. Assim, a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB deverá lançar o Selo Nacional de Desjudicialização para empresas, fintechs jurídicas e órgãos públicos que investirem na busca de acordos e mediações para solucionar conflitos. Isso será uma boa maneira para se evitar a morosidade da justiça e dará mais velocidade para a solução de conflitos conforme as premissas da mediação.

Os 10 anos das manifestações de junho de 2013 no Brasil

Tudo começou com questionamentos sobre o aumento de R$ 0,20 nos preços das passagens no transporte coletivo por ônibus na cidade de São Paulo. O movimento se alastrou pelo país, impulsionado pela insatisfação com políticos partidários, a corrupção, o desempenho da economia…

Em junho de 2013, a inflação dos últimos 12 meses medida pelo IPCA estava em 6,5% e o Produto Interno Bruto – PIB fechou o ano com um crescimento de 3%.

Ao longo desses 10 anos, tivemos o questionamento, pelo candidato perdedor, do resultado da eleição presidencial de 2014, a recessão econômica de 2015/16, o impedimento da Presidente da República acusada de cometer pedaladas fiscais, a criação do teto de gastos públicos em 2016, a prisão do ex-presidente Lula, que ficou impedido de disputar a eleição de 2018, a pandemia da Covid-19, o pífio crescimento da economia (em torno de 1% ao ano), as polarizadas eleições de 2022, os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o início do terceiro mandato de Lula na Presidência da República…

Agora, a Fundação Getúlio Vargas – FGV mostra em suas projeções, num cenário otimista, que somente em 2027 o Brasil voltará ao patamar econômico de 2013, ou seja, 14 anos depois.

A conferir.

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A linguagem, o ovo e o caos

por Convidado 6 de junho de 2023   Convidado

por Sérgio Marchetti*

Outro dia, escrevi sobre a deficiência da nossa querida Língua Portuguesa. E sei que algumas pessoas disseram que falar certo é antiquado e nos torna pedantes.

Dias depois, numa aula, mencionei que estamos diante do caos, pois fomos surpreendidos por um furacão e, após sua passagem, tudo ficou invertido. Agora, o errado é que é o certo, inclusive na linguagem. Mas fui logo questionado por um aluno. Não perdi tempo. Prontamente, lancei mão da pesquisa no smartphone (significados.com.br) e li para ele: “caos significa desordem, confusão e tudo aquilo que está em desequilíbrio”. “Caos, na mitologia grega, seria o deus primordial do universo, de acordo com a narrativa do poeta grego Hesíodo. Interpretado como ‘vazio’ ou o ar que preenchia o espaço entre a terra e o Éter (céu superior)…”

O aluno, já angustiado com a demora de um minuto para explicar o caos, me interrompeu e disse que a Amazônia seria, então, um exemplo de caos, pois a cada dia identifica-se um vazio maior causado pelo desmatamento. E acrescentou que os governantes ficaram em silêncio diante dos índices de devastação da floresta que, em março deste ano, registraram o triplo da área do mesmo mês em 2022. Foram quase mil campos de futebol de vegetação nativa destruídos por dia.  Nesse fato estão presentes a desordem, o desequilíbrio, a hipocrisia e representa o caos.

Deixando a floresta de lado, e voltando à linguagem, outro aluno me disse que eu tinha razão, pois que o caos também se instaurou na comunicação. As palavras se desgastaram porque os atos são desproporcionais aos seus significados. E, desta vez, fui eu quem solicitou que exemplificasse.

— Claro, disse ele: — em todos os conceitos, a palavra democracia significa “garantia de liberdade individual; liberdade de opinião e expressão; liberdade de eleger seus representantes, independentemente do regime político (presidencialista, parlamentarista, etc.)”.  Essa é a nossa realidade?

—Infelizmente, entre a Constituição Federal e as ações das autoridades há uma lacuna maior do que a devastação da Amazônia — finalizei.

Mas, caros leitores, para fugir da polêmica, e exemplificar minha tese, quero lembra-lhes do ovo de Colombo. Ele também deu um “Tomé” no povo. Creio que todos conheçam sua história. Rapidamente: o rei daquela época ofereceu uma quantia significativa para quem conseguisse pôr o ovo em pé. Nenhum candidato havia conseguido, até que chegou a vez de Colombo. Aquele, velhaco e experiente, bateu o ovo na mesa, quebrou a ponta e o deixou de pé. Muitos participantes reclamaram, mas Colombo levou o prêmio.

Ainda sobre o ovo (o da galinha), há pouco tempo não podia ser consumido mais de duas vezes por semana, pois faria aumentar o colesterol. Agora, tem atleta comendo dez ovos por dia porque faz bem para a saúde. Vocês devem estar se perguntando o que tem a ver o ovo com as calças, digo com o tema?

Estou apenas querendo fazer uma analogia entre o uso do ovo e da palavra democracia. É que as coisas mudam de acordo coma interpretação, conveniência e os interesses escusos de alguns. Inclusive e, lamentavelmente, da mídia. E isso sim pode ser o caos.

 

*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br

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Curtas e Curtinhas

por Luis Borges 31 de maio de 2023   Curtas e curtinhas

Bulas de medicamentos só no QR Code?

A bula é um impresso que acompanha um medicamento e contém informações sobre a sua composição, utilidade, posologias e as suas contraindicações, segundo o dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Agora a indústria farmacêutica quer propor à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa a substituição da bula impressa pela leitura no QR Code. A justificativa está na sustentabilidade ambiental e na economia de papel e demais insumos gastos na impressão, além de proporcionar a ampliação da quantidade de informações à disposição do consumidor.

Se a proposta for aprovada, será que aumentará o número de leitores de bulas de medicamentos? Aumentará a quantidade de vendas de dispositivos tecnológicos – celular para dar acesso a bula digital?

A conferir.

É popular um carro com preço de R$ 60.000,00?

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – MDIC anunciou no dia da indústria (26 de maio) algumas medidas para reduzir os preços dos automóveis que estão na faixa de R$ 69.000,00 a R$ 120.000,00. A redução variará de 10,79% a 1,5% com incidência no Imposto sobre produtos industrializados – IPI, Programa de integração social – PIS e a Contribuição para o financiamento da seguridade social – Cofins. Assim, o carro popular mais barato, que terá o maior desconto, custará em torno de R$ 60.000.

Será esse preço compatível com os baixos salários recebidos pela maioria da população economicamente ativa? Qual será a taxa de juros para a compra financiada? Onde o Governo Federal vai encontrar recursos financeiros para compensar a redução dos tributos prometidos?

Pelo visto até agora, tudo vai ser bom para a indústria automobilística, que precisa desovar os estoques de suas unidades e não terão nenhum compromisso com o aumento de contratação de mão de obra ou substituição de combustíveis fosseis. Também vale lembrar que esse programa é temporário e poderá vigorar de 1 a 2 anos. Até meados de junho deverão ser divulgadas todas as regras nesse programa do novo carro popular.

As dívidas dos pequenos negócios

A segunda pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, feita por uma parceria do Sebrae com o IBGE, na última semana de janeiro mostrou que seis em cada dez microempresários afirmam que empenham mais de 30% das receitas com despesas financeiras. Já os pequenos e médios empresários informaram que operam com 30% de seu caixa comprometido para pagar dívidas ou juros por causa de prestações atrasadas.

Nesse cenário, muitos proprietários de pequenos negócios estão fugindo de empréstimos bancários, conforme disseram 73% dos entrevistados na pesquisa. Mas os bancos também estão deixando de emprestar dinheiro por causa da inadimplência. O levantamento mostrou que apenas quatro em cada dez pequenos empresários conseguiram aprovação para novos empréstimos solicitados.

Como sabemos, a maioria das empresas brasileiras são de micro, pequeno e médio portes e também são as que mais geram trabalho. É claro que elas precisam de planejamento, orçamento e gestão permanente em seus negócios para se manter nesse mercado cada vez mais desafiador.

É a dor e a delícia para quem quer ter o próprio negócio!

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