O Brasil que querias

por Luis Borges 23 de abril de 2014   Pensata

Vi diversas manifestações ao longo do dia de ontem em torno dos 514 anos do descobrimento do Brasil, na data oficial de 22 de abril. Entre elas, não faltaram perguntas e afirmações como “que país é este?”, “você já descobriu o Brasil?”, “ainda estamos engatinhando” ou “ninguém aguenta mais tanta corrupção!”.

Fiquei a pensar no nível de idealização de muitas pessoas em relação ao país e no pessimismo que alardeiam ao falarem da distância entre o real e o ideal. Também me causam espanto aqueles que tentam tapear a realidade, em ano de Copa e de eleições presidenciais, como se o País das Maravilhas de Alice fosse, em sua maior parte, aqui do lado de baixo do Equador.

Se nem tanto ao mar, nem tanto à terra, o quê e como fazer para dosar a felicidade diante da realidade e das expectativas, permanentes e crescentes? A percepção imediatamente nos mostra muita gente insatisfeita, outro tanto que só reclama e uma grande parte indiferente, empenhada em cuidar de si e dos seus mais próximos.

Se falta liderança, foco e energia, o Brasil que querias ainda vai exigir muita paciência histórica, para ser transformado num modelo, ainda em lenta e contínua construção. Mas desanimar, jamais.

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